Volume 7
RAPSÓDIA DO CALOR CARMESIM - SÉTIMO ANDAR DE AINCRAD, JANEIRO DE 2023 (PARTE 1)
1
— ESTÁ QUENTE!
Esse foi o primeiro pensamento que escapou dos lábios da minha atual parceira de combate ao ser teleportada para o sétimo andar.
— Tão quente assim?! — ela repetiu para enfatizar, franzindo a testa para cima. Por razões estruturais, não podíamos ver o céu azul nem o sol em si, mas a luz que irradiava do piso acima era inegavelmente mais forte aqui do que no sexto andar.
— Era para estar no meio do inverno aqui... então por que está tão quente? Aliás, quando passamos por aqui um pouco na noite passada, não estava bem mais fresco que isso? — ela perguntou, virando-se para mim. Dei de ombros.
— Acho que mencionei em algum momento que depende do andar específico se eles seguem a estação do mundo real ou não... Este aqui provavelmente ignora as estações por completo. Estava fresco ontem à noite, mas não estava frio, certo?
— Eu sei, mas hoje é 5 de janeiro. Parece que está uns 27 graus aqui — disse ela, citando um número surpreendentemente específico.
Nos arredores da praça de teletransporte, havia apenas um punhado de outros jogadores. Mesmo assim, ela se apressou em ir até a sombra das árvores de folhas largas na borda do local e abriu o menu do jogador.
Com alguns rápidos ajustes no manequim de equipamentos, ela removeu sua capa vermelha com capuz. Por baixo, usava uma fina couraça e uma saia de couro que parava logo acima dos joelhos.
Com um balanço de seus brilhantes cabelos castanho-avelã e um suspiro igualmente longo, minha parceira, a espadachim de nível 21, Asuna, me olhou de cima a baixo com uma careta.
— Kirito, por que você não tira esse casaco? Só de olhar para ele já estou suando.
— Ah, não sei — murmurei, olhando para meu avatar. — Sua capa com capuz é mais um item cosmético, mas meu casaco é minha principal armadura... Se eu tirar isso, vou perder quase toda minha defesa.
— Não dentro da segurança da cidade.
— Verdade…
Logicamente, ela estava certa, mas a lembrança de ter sido atacado por um assassino NPC no meio da cidade do sexto andar ainda estava fresca em minha mente. Pelo menos ao ar livre, eu queria me manter totalmente equipado. No entanto, era verdade que o interior do meu casaco de couro preto estava cada vez mais sufocante.
O ataque na cidade fazia parte de um evento forçado, então eu não deveria me preocupar com isso acontecendo de novo, pensei comigo mesmo, enquanto acessava meu menu para guardar o «Coat of Midnight» no inventário.
Por baixo, eu usava uma couraça semelhante à de Asuna, uma camisa fina e calças compridas. Isso deveria ser bem mais fresco — ou assim pensei.
— Não mudou muita coisa — murmurou a espadachim, me observando dos pés à cabeça. — Acho que é o fato de ser tudo preto. Só de olhar já dá calor. Você nunca sente vontade de usar outra cor, Black-kun?
— Bem... você usa vermelho desde que te conheci! — rebati.
Asuna lançou um olhar para a túnica vermelha que estava vestindo e sorriu de canto.
— De vez em quando eu uso outras cores.
— Ah... usa...?
— Quando estou relaxando na estalagem, sim. Mas quando estamos lá fora, não tenho escolha. Tenho que usar o que me dá a melhor defesa.
— E então, era exatamente isso que eu estava dizendo! — argumentei, mas a verdade era que os números da defesa não eram o único motivo para eu usar apenas preto.
Meu casaco principal era o prêmio de Last Attack por derrotar o boss do primeiro andar, então a cor não foi uma escolha minha. Mas a camisa e as calças eram roupas comuns compradas em lojas, e eu poderia escolher um visual diferente se quisesse.
Tecnicamente, eu poderia alegar outro motivo prático — equipamentos escuros oferecem um bônus para Stealth — mas isso também poderia ser um problema, dependendo do terreno e da iluminação.
Quando criei meu personagem, escolhi um tom azul-escuro, e nunca me considerei particularmente obcecado por preto. Talvez houvesse alguma conexão com o fato de que meu uniforme do ensino fundamental era o tradicional gakuran, um casaco de manga longa com gola alta, o que me fazia sentir confortável em cores escuras...
Eu estava refletindo sobre esse tópico tardio quando Asuna se aproximou sorrateiramente e deu um tapinha nas minhas costas.
— Bem, eu me sentiria estranha se você começasse a usar branco ou laranja, então acho que vou ter que aturar você parecendo suado. De qualquer forma, vamos andando.
— Andando... para onde?
— É nossa primeira vez nesta cidade, certo? Bem, segunda... Mas, obviamente, estou falando do almoço. Você tem alguma recomendação?
— Ah... Deixa eu ver...
Pisquei e me virei para observar a praça.
«Lectio», a cidade principal do sétimo andar, tinha um design bem ortodoxo para os padrões de Aincrad. Nas bordas da praça de teleporte, havia casas e lojas construídas de pedra, madeira e gesso, no estilo enxaimel.
(N/SLAG: Enxaimel é uma técnica construtiva em que as paredes são feitas de vigas de madeira posicionadas na vertical, horizontal e diagonal formando uma espécie de treliça (uma treliça é uma estrutura composta por cinco ou mais unidades triangulares construídas com elementos retos cujas extremidades são ligadas em pontos conhecidos como nós) Uma nota dentro de outra é de fude.)
Em contraste com a cidade do sexto andar, «Stachion», que parecia um tabuleiro de jogo, as ruas que saíam da praça circular de «Lectio» eram complexas e confusas. Passei vários dias usando essa cidade como base durante o teste beta e experimentei vários restaurantes nesse período, mas minha memória deles era estranhamente vaga.
— «Lectio», «Lectio»... O melhor prato de «Lectio» era...
Tentei vasculhar minhas lembranças, mas elas se mostravam teimosas, como se alguém tivesse fechado minha mente com uma tampa...
— Ah...
Ofeguei ao perceber o porquê minhas recordações deste lugar eram tão nebulosas. Eu mesmo coloquei essa tampa. Era um lugar onde experimentei uma grande tristeza. Relembrar essas memórias trágicas foi o gatilho para que todas elas voltassem em detalhes miseráveis… Mas, por ora, deixei-as fluírem para um canto da minha mente e me concentrei na pergunta de Asuna.
— Infelizmente, durante o beta, não havia nada aqui que eu chamaria de uma grande especialidade. Para começar, «Lectio» não é a base principal do sétimo andar.
— Hã? Mas não é a cidade principal?
— No papel, sim. Enfim, posso explicar isso depois. Vamos achar um restaurante primeiro. Humm... Aquele ali vende algo parecido com sanduíches de pão pita, aquele na outra direção tem um tipo de arroz com frango, e o de lá serve um ensopado meio apimentado.
— O que há com esses pratos parecidos com alguma coisa? — perguntou Asuna, desconfiada. Em seguida, acrescentou: — Quando você fala arroz com frango, é no estilo japonês ou no estilo de Cingapura?
— Hã...? Qual a diferença...?
— O arroz com frango japonês é parecido com omuraisu. Basicamente, é arroz frito com frango, temperado com ketchup. O arroz com frango de Cingapura é frango cozido fatiado sobre arroz com sabor de gengibre. Chamam de frango de Hainan ou khao man gai — explicou com naturalidade.
Apenas encarei Asuna.
Quando a conheci no primeiro andar, ela dizia coisas como "Não vim para esta cidade para comer bem", mas agora, depois de termos trabalhado juntos até o sétimo andar, eu podia dizer com certeza que seu conhecimento sobre comida superava em muito o da média dos jogadores de SAO.
Eu imaginaria que isso significava que ela gostava tanto de cozinhar quanto de comer, mas suas cinco habilidades atuais eram: «Rapiers», «Light Metal Armor», «Sewing», «Sprint», e provavelmente, «Two-Handed Lances». Ainda era cedo para ter duas habilidades de criação, mas por que ela escolheu «Sewing» em vez de «Cooking»? E por que estava treinando «Two-Handed Lances», uma habilidade que mal tinha utilidade para ela...?
Já éramos parceiros há mais de um mês, mas percebi que ainda havia muitas coisas que eu não sabia sobre Asuna.
— Acho que era mais para o lado de Cingapura. Mas não lembro se o arroz tinha gosto de gengibre.
— Por que você está tão incerto sobre isso...? De qualquer forma, vamos nesse restaurante.
— Você gosta de Hainan gai?
— Você está misturando os nomes. É frango de Hainan ou khao man gai! — corrigiu ela, irritada. Depois acrescentou: — Não sou eu, é meu ir... minha família que gosta. Só deu vontade, faz tempo que não como.
— Ah.
Sorri para esconder minha surpresa. Era extremamente raro Asuna falar sobre sua família. A última vez que me lembrava de ela ter mencionado isso foi no Castelo Yofel, no quarto andar, quando me contou que seus Natais do outro lado eram passados comendo bolo sozinha, esperando seu pai e sua mãe voltarem para casa.
Seja como for, eu não tinha problema nenhum em comer arroz com frango na nossa primeira refeição no sétimo andar.
— Então vamos. Por aqui, madame — ofereci, fazendo uma reverência exagerada e apontando com a mão aberta na direção certa. Asuna bufou com arrogância e tomou a dianteira.
Seguimos por um caminho a sudoeste da praça de teletransporte e, seguindo memórias vagas, viramos à direita uma vez e depois à esquerda. Um cheiro agradável pairava no ar. O nariz de Asuna começou a se mexer, e ela sorriu.
— Sim, isso realmente tem o cheiro de um bom frango com arroz.
— Só não espere exatamente o mesmo prato — respondi, embora minha barra de fome também estivesse quase no máximo.
«The Irrational Cube», boss do sexto andar, foi derrotado por volta das onze da noite de ontem. Asuna e eu subimos a escadaria da câmara do boss até o sétimo andar e ativamos o teletransporte na cidade principal dali. Depois, voltamos para «Stachion» para escoltar os NPCs «Theano» e «Myia» de volta para casa após a ajuda delas na batalha. Passamos a noite em uma pousada em «Stachion» porque estávamos completamente exaustos, e eu dormi um sono profundo e sem sonhos até às nove da manhã.
A maior parte dos jogadores da linha de frente já deveriam estar explorando o sétimo andar, então passamos uma hora relaxando antes de sair e usar o portão para voltar à «Lectio». Olhando para trás, a última vez que comi algo foi antes de entrarmos na torre do labirinto do sexto andar. E isso tinha sido apenas um sanduíche döner de um carrinho de comida. Eu nem conseguia lembrar a última vez que nos sentamos para fazer uma refeição tranquila à mesa.
Claramente, Asuna pensava o mesmo, porque seu ritmo acelerou quando viramos a última esquina e chegamos ao restaurante à direita.
Era um lugar bem simples, com uma placa de madeira redonda pendurada sobre as portas abertas. A inscrição em relevo na placa dizia em inglês: MIN'S EATERY.
— Min's Eatery…? O que significa eatery? — perguntei, sem familiaridade com a palavra. Asuna explicou.
— É tipo um restaurante casual ou uma cafeteria. Esse lugar parece pequeno… Espero que tenha uma mesa livre.
Seu desejo foi atendido — não havia ninguém ali. Ainda era um pouco cedo para o almoço, e o caminho até ali era complicado e fora de mão. Se eu tivesse que adivinhar, diria que pouquíssimos jogadores sequer sabiam da existência desse lugar.
O termo pequeno restaurante era adequado: havia seis assentos no balcão e apenas duas mesas para dois, nada mais. Sentamos em uma delas e, antes que pudéssemos olhar o menu, uma voz vinda do balcão exclamou.
— Bem-vindos! O que vão querer?
— Espera um pouco! — protestei para a mulher robusta ali, que supus ser a própria «Min». Abri o cardápio de madeira sobre a mesa para que pudéssemos dar uma olhada.
Como regra geral, os menus e placas das lojas de NPCs em Aincrad eram escritos em inglês. No começo, eu achava difícil lê-los e entendê-los, mas, com o tempo, comecei a me acostumar com o conceito — ou pelo menos a reconhecer as palavras — e ultimamente sentia que um simples olhar já bastava para entender o que estava escrito. Talvez.
Felizmente, o menu dobrável tinha apenas duas entradas, dois pratos principais e quatro bebidas. À primeira vista, as entradas pareciam ser salada e sopa, e ambos os pratos principais eram à base de arroz. Um era de frango, como eu lembrava, e o outro parecia ser arroz com manjericão. Os dois custavam quarenta col para a porção grande e trinta para a regular. Um preço razoável para o sétimo andar, considerando que era uma refeição leve. No entanto…
— Arroz com manjericão? É aquele mesmo manjericão que vem na pizza e tal?
— Acho que sim. Está escrito do mesmo jeito — concordou Asuna. Baixinho, reclamei.
— Mas… manjericão é só uma folha! Eles vão cobrar o mesmo preço por folhas com arroz e por frango com arroz? Isso é um absurdo!
— Não sei por que você está reclamando comigo……… Ah! — Ela piscou surpresa, depois sorriu. — Entendi! Acho que isso não é só folhas sobre arroz. Deve ser kaphrao.
— Ka…kaphrao? Eu já ouvi falar disso antes…?
Ela pacientemente explicou.
— Eu acabei de te falar que o nome do frango com arroz de Singapura é khao man gai, certo? Isso vem do tailandês. E os dois maiores pratos de arroz da Tailândia são khao man gai e kaphrao.
— Ohhh… e o que é kaphrao?
— É frequentemente chamado de arroz kaphrao no Japão. Você refoga frango ou carne de porco com manjericão e serve com arroz.
— Ohhhh… Mas acho que esse lugar não servia isso na época do beta.
— Talvez o dono tenha estudado na Tailândia antes do jogo ser lançado — disse ela com uma expressão muito séria; não consegui dizer se estava brincando. Asuna então suspirou e disse. — Não posso esperar mais. Se você não decidir o que pedir nos próximos cinco segundos, eu escolho.
— Ah! Pera aí! — gritei, olhando para os dois pratos no menu. Escolho a opção segura de frango com arroz? Ou vivo perigosamente e experimento o desconhecido arroz kaphrao?
Deixei a indecisão tomar conta por quatro segundos, até que a inspiração me atingiu.
— Quer pedir os dois e dividir?
— Ótima ideia — concordou Asuna. Então acrescentou em voz baixa. — Pede os dois grandes.
Aquele tempo estudando na Tailândia deve ter valido a pena, porque o frango com arroz e o arroz kaphrao da «Min» não deixavam nada a desejar. Talvez o molho secreto de estarmos absolutamente famintos tenha ajudado, mas eu tinha certeza de que o frango não era nada parecido com o prato simples do beta, que era só frango cozido sobre arroz. O arroz kaphrao era um sabor novo para mim, picante e delicioso.
Asuna e eu terminamos nossos pratos compartilhados em menos de três minutos, bebemos um chá com aroma de baunilha e suspiramos de satisfação.
— Ei.
— Hmm?
— Você disse que essa cidade não era famosa por nenhuma comida. Mas diria que isso foi um achado e tanto, não acha? — perguntou Asuna, arqueando a sobrancelha. Respondi com o que estava pensando enquanto comia.
— Não era tão bom assim no beta. Era tipo… arroz seco e solitário com pedaços de frango sem graça…
— Mas ainda era arroz, certo? Não é o primeiro lugar em Aincrad que encontramos vendendo um prato de arroz de verdade?
— Oh…
Talvez ela estivesse certa. Eu tinha comido um mingau no acampamento dos elfos negros no terceiro andar, mas aquilo era mais parecido com cevada cozida em leite doce, com nozes e frutas secas por cima. De jeito nenhum eu chamaria aquilo de um prato de arroz.
— Acho que você tem razão — disse. — Mas o arroz daqui é do tipo grão longo, né? Isso também é bom, mas não dá aquela sensação satisfatória de arroz depois de uma refeição completa, como o arroz de grão curto dá.
— Como você sabe sobre arroz de grão longo e curto, mas nunca ouviu falar de khao man gai e kaphrao? — Asuna perguntou, incrédula.
— Uhhh… porque fiz uma excursão na escola primária para plantar arroz numa lavoura…?
— Ohhh, que legal. A gente não teve isso… Mas uma vez fui pegar insetos em uma plantação de arroz — disse Asuna com um sorriso. Ela rapidamente se recompôs e tossiu, parecendo perceber que estava falando demais sobre o mundo real.
— Deixando isso de lado — continuou, — isso estava realmente delicioso. Obrigada por me trazer a esse lugar maravilhoso.
— De nada. Mas não parece que estamos comemorando uma refeição de Ano-Novo.
— Em primeiro lugar, já é 5 de janeiro, e está um calor insuportável lá fora. Eles poderiam servir um prato tradicional de Ano-Novo aqui, e ainda assim não pareceria certo — disse ela com um dar de ombros, terminando seu chá gelado e olhando pela janela.
O ambiente interno tinha boa ventilação, então estava relativamente fresco, mas a luz do sol ao meio-dia inundava o local com a intensidade sufocante de um dia de verão.
Como o beta teste aconteceu em agosto, todos os andares tinham uma sensação de calor e verão, mas nenhum tinha sido tão ruim a ponto de ser desconfortável. Talvez o calor do sétimo andar tivesse sido intensificado, assim como o sabor do frango com arroz ali. Se fosse esse o caso, dado o quanto já estava desagradável para Asuna e para mim, que usávamos armaduras leves, seria um inferno para os jogadores tanques cobertos com armaduras de metal. O mesmo poderia ser dito para os elfos negros, que pareciam não gostar do calor.
Asuna estava pensando a mesma coisa.
— Espero que a «Kizmel» esteja bem — murmurou.
— Hmm… Bem, pode estar quente aqui, mas há bastante vegetação e água. Acho que ela não terá tantos problemas quanto no deserto empoeirado do sexto andar — expliquei. A espadachim parecia surpresa com meu comentário.
— Não, não estou falando do calor. Quero dizer sobre as chaves.
— Ah, c-certo.
Isso deveria ser a nossa maior preocupação.
Asuna e eu estávamos no meio da missão "Guerra dos elfos", do lado dos elfos negros. Ajudamos «Kizmel», cavaleira de «Lyusula», a recuperar uma das chaves sagradas em cada andar. Encontramos a Chave de Jade no terceiro andar, a Chave de Lápis-lazúli no quarto, a Chave de Âmbar no quinto e a Chave de Ágata no sexto, restando apenas duas. Mas um evento inesperado fez com que todas as quatro chaves sagradas caíssem nas mãos de «Kysarah», a ajudante dos elfos caídos inimigos.
O grande problema era que isso provavelmente não fazia parte da programação original da missão.
Havia um grupo de assassinos de jogadores vagando por Aincrad, liderado por um homem misterioso de poncho preto. Em algum momento, eles se aliaram aos elfos caídos e os ajudaram a roubar as chaves. No beta teste, todas as seis chaves eram recuperáveis, mas agora havíamos perdido todas no meio da missão. Isso não poderia fazer parte da história original da missão, pois aconteceu devido à interferência de outro jogador.
Nos separamos de «Kizmel» logo depois do ocorrido no sexto andar.
«Kysarah» quebrou seu sabre favorito, mas eu lhe ofereci uma «Elven Stout Sword» como substituição — era minha arma reserva —, então queria acreditar que nossa conexão não havia sido permanentemente rompida. Mas «Kizmel» precisava relatar ao sumo sacerdote dos elfos negros ou a alguma outra figura importante para explicar como perdeu suas chaves sagradas. Havia um preço a ser pago por seu fracasso.
Na tentativa de animar Asuna, fiz o meu melhor para pronunciar as palavras em alto e bom som.
— Lembra o que «Kizmel» disse quando nos despedimos dela? "Sou uma das Cavaleiras Reais da Rainha. Apenas Sua Majestade e o comandante dos cavaleiros têm o direito de me remarcar formalmente." Tenho certeza de que ela ficará bem. Assim que começarmos o próximo capítulo da missão neste andar, logo a veremos de novo.
— Repreender.
— O quê?
— É repreender, não remarcar. Significa punir alguém pelo seu fracasso — explicou Asuna, sua preocupação dando lugar à irritação. Ela suspirou e me encarou.
— Sim, você está certa. Se tenho tempo para ficar me lamentando, é melhor gastá-lo fazendo algo útil. Agora que estamos recuperados, que tal começarmos o sétimo andar?
Minha parceira temporária estendeu o punho sobre a mesa. Eu sorri.
— Com certeza. Mas antes de qualquer coisa, precisamos dar um upgrade no nosso equipamento.
Toquei levemente os dedos dela com os meus e nos levantamos.
Este capítulo foi traduzido pela Mahou Scan. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!