Sword Art Online Progressive Japonesa

Tradução: slag

Revisão: Shisuii


Volume 4

SCHERZO DO CREPÚSCULO SOMBRIO - QUINTO ANDAR DE AINCRAD, DEZEMBRO DE 2022 (PARTE FINAL)


Este capítulo foi traduzido pela Mahou. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


11

— BOM, ACABEI FICANDO COM ISSO... o que faço agora?

Segurando-a na mão, olhei para o mastro de prata espelhado, que estava fincado no chão de pedra. Eu era a única pessoa restante na sala do boss do quinto andar. Eu havia mandado o resto da equipe subir as escadas em espiral, assegurando-lhes que eu os seguiria em poucos minutos.

A câmara de pedra estava completamente silenciosa agora, sem nenhum vestígio da feroz batalha com o golem que havia ocorrido minutos antes. Com a tensão dissipada, o cansaço pesava sobre mim. Cambaleando, fui até a parede, usando o mastro como uma bengala, e me sentei com um "Aqui vamos nós" dito em voz alta.

A solidão era para que eu pudesse pensar em algumas coisas.

Primeiro, Hafner havia feito uma votação, e a opinião unânime era de que eu deveria ser forçado — ou melhor, "permitido" — a ficar com a bandeira da guilda. Toquei a lateral do pesado mastro com o polegar esquerdo para abrir a janela de propriedades.

No topo estava o nome do item, «FLAG OF VALOR».

Ela estava categorizada como uma lança longa, mas, de acordo com as informações do beta, o poder de ataque era extremamente baixo. Eram os efeitos mágicos que realmente se destacavam. Isso era o mesmo de antes — enquanto estivesse fincada no chão durante a batalha, qualquer membro da guilda dentro de um raio de quinze metros da bandeira receberia seus benefícios. Esta câmara tinha cerca de trinta metros de largura, então, se o portador da bandeira ficasse bem no meio, todo o interior seria coberto pelo efeito.

Para registrar a bandeira em uma guilda, tudo o que era necessário era que um jogador com status de líder de guilda apertasse o botão REGISTRAR na parte inferior da janela de propriedades. A bandeira branca pura mudaria automaticamente para as cores da guilda, e não poderia ser registrada novamente com outra guilda. Em outras palavras, se Kibaou registrasse a bandeira e a ALS depois se fundisse com a DKB para formar uma nova guilda, a bandeira se tornaria inútil para eles. Isso poderia ser contornado dissolvendo a DKB e fazendo com que todos os seus membros se juntassem à ALS, mas isso nunca aconteceria.

Nesse sentido, a ideia de Okotan de usar a bandeira como uma ferramenta para fundir as duas guildas não estava tecnicamente errada, apenas muito improvável na prática. Hafner e Okotan haviam alcançado uma espécie de entendimento mútuo, mas isso foi um milagre proporcionado pelo sucesso da nossa tremenda missão de derrotar o boss mais difícil até agora com um grupo tão pequeno. Assim que começássemos no sexto andar, eles voltariam para suas guildas e retomariam seu status de rivais.

Mas certamente os eventos de hoje não seriam em vão. Eles haviam sido gravados profundamente na memória daqueles envolvidos e, algum dia, dariam frutos, eu disse a mim mesmo.

Abri minha janela e coloquei a bandeira da guilda nela. Com um pequeno brilho, o enorme mastro desapareceu na janela do inventário.

Tudo o que eu podia fazer por agora era guardá-la, mas era preciso um ato de vontade para guardar um item com estatísticas tão incríveis. Era imperativo que eu encontrasse um uso ideal para ela.

O relógio na minha janela mostrava que passava das oito e meia. A ALS poderia subir as escadas a qualquer momento.

A segunda coisa em minha mente era como lidar com eles.

Eu tinha a opção de correr pela escadaria em espiral e pegar o portão de teletransporte no sexto andar para descer de volta a «Karluin». Mas, se eu fizesse isso, o grupo de Kibaou não saberia o que aconteceu. Eles poderiam enlouquecer tentando encontrar uma forma de convocar o boss. Isso não era algo que eu queria na minha consciência.

Eu supunha que tinha a responsabilidade de explicar que eu havia me antecipado ao plano deles de se antecipar. Então, me recostei contra a parede e fechei os olhos, esperando a ALS chegar.

Depois de um tempo, ouvi o som de passos.

Parecia cedo demais para eles, mas então fiquei desconfiado. Havia apenas um par de passos, e estava vindo de cima, não de baixo.

Quando abri os olhos, vi uma espadachim com uma capa roxa clara descendo a escadaria em espiral do sexto andar.

— Asuna — eu reuni forças nas pernas para me levantar. — O que houve? Você não foi para a cidade lá em cima?

Ela deu de ombros enquanto descia da escadaria e se aproximava.

— Ouvi uma história interessante enquanto subíamos as escadas, então pensei em te contar.

— Oh...? Que tipo de história?

Asuna parou ao meu lado e se virou para poder se recostar na parede.

— É sobre a origem do nick do personagem do Okotan. O que você acha que é?

— Hã...? Bom, eu mentiria se dissesse que não estou curioso. Ele não parecia o tipo de pessoa que se irritaria rapidamente, como o 'oko' implicaria... Hmm. Será que ele gosta de o-kotatsu, aquelas mesas baixas com aquecedor embaixo?

— Bzzzt!

Ela cruzou os dedos indicadores em um X e sorriu.

— É o nome de um rio que deságua no Lago Shikotsu, em Hokkaido. Ele cresceu perto de lá e tem um carinho especial pelo lugar.

— Ohhh... Agora que você mencionou, Kotan soa como um nome Ainu... Mas você realmente voltou aqui só para me contar isso?

— Claro que não — ela disse, contradizendo sua declaração anterior, mas não elaborou.

Isso era um lembrete de que ela era realmente um enigma. Mas antes que eu pudesse pensar em uma resposta, ela de repente perguntou.

— Você ficou para negociar com a ALS, não foi?

Inclinei minha cabeça em um ângulo estranho, nem um aceno, nem uma negativa.

— Er, eu não diria que... necessariamente…

— Eu não teria nada para fazer na cidade de qualquer forma. Vou ficar com você — ela declarou.

— Uh...

A ALS ficaria furiosa ao descobrir que os havíamos vencido, é claro, mas não se tornaria perigoso... eu achava. Mas isso dependia de quão sérios eles estavam em conseguir a bandeira da guilda. Eles só queriam garantir que a DKB não colocasse as mãos nela — ou estavam determinados a tomá-la a qualquer custo?

Mesmo que fosse o último caso, eu não conseguia acreditar que eles levantariam suas armas contra outro jogador fora da cidade. Eles eram jogadores dedicados a vencer o jogo, não bandidos. Além disso, eu sabia que Asuna não seguiria qualquer ordem para partir.

— Obrigado. Só não os provoque, por favor — implorei. Asuna murmurou que entendia. Nos cinco minutos seguintes, esperamos encostados na parede, conversando sobre assuntos sem importância.

Eventualmente, o som de muitos passos metálicos se aproximou pela escadaria descendente. Dois, não, três — tinha que ser o grupo de reconhecimento da ALS.

Os guerreiros levemente armados correram para a sala em formação triangular, olhando ao redor com atenção.  

Do meu lugar na parede, chamei.

— Oi, pessoal.

Os homens olharam na minha direção, e seus olhos e bocas se arregalaram. O tipo capitão baixou sua espada e ofegou.

— B-Blackie?! O que você está fazendo aqui?! Onde está o boss do andar...?

— Desculpa. Já derrotei ele.

Depois de cinco segundos completos de silêncio, o capitão suspirou e balançou a cabeça. Um dos dois na retaguarda murmurou.

— Sabe, eu já tinha um pressentimento…

 

✗✗✗

 

Um minuto depois, o grupo central completo da ALS, com vinte e quatro membros, e a dupla do verdadeiro grupo pioneiro, se enfrentavam em frente à escadaria descendente.  

Alguns dos homens, vestidos com armaduras combinando em verde-musgo e metal escuro, sussurravam entre si no fundo, mas o líder da guilda, de cabelo espetado, Kibaou, permanecia firmemente no centro, braços cruzados, olhos e boca fechados, mantendo o silêncio.  

Achando que era uma boa oportunidade para refrescar minha memória sobre os nomes e rostos dos principais membros da ALS, virei-me para Asuna e sussurrei.

— Você sabe o nome de algum deles, além do Kibaou?

— Hmm... o que está à direita do Kibaou, com o tridente, é Hokkai Ikura. O que tem a cimitarra à esquerda é Melonmask. E à esquerda dele, com a lança curta, é... Schinkenspeck, acho…

— Bem, ainda bem que nem todos têm nomes de comida — murmurei, subitamente atingido por uma pontada de fome.  

Asuna prontamente acrescentou.

— Schinkenspeck é um tipo de presunto defumado austríaco. É bem temperado e bastante delicioso.

— Quando voltarmos, precisamos jantar…

Antes que Asuna pudesse responder a essa sugestão, os olhos de Kibaou se abriram de repente, e com os braços ainda cruzados, ele gritou.

— De qualquer forma! Parece claro que vocês derrotaram o boss, então vou lhes dar os parabéns! Mas se vocês não explicarem algumas coisas aqui e agora, não vamos poder voltar para a cidade!

— Ah… sim, entendi. Vou explicar o que puder — disse eu. Kibaou estendeu a mão, o dedo indicador erguido.  

— Primeiro! Não me diga que foi só você quem derrotou o boss sozinho. Quem te ajudou?!

— Receio que não posso te dizer isso — respondi. A sobrancelha de Kibaou se arqueou, mas ele se conteve e ergueu outro dedo.  

— Segundo! Não é coincidência que vocês derrotaram o boss pouco antes de nós chegarmos! Como sabiam que íamos enfrentar o boss esta noite?!

— Desculpa, não posso te dizer isso também.

Sua sobrancelha se contraiu novamente. Metade dos membros ao seu lado pareciam prontos para explodir de raiva, enquanto a outra metade balançava a cabeça, em descrença ou resignação. Ouvi um deles gritar para que levassem as perguntas a sério, mas Kibaou o silenciou com a mão e ergueu um terceiro dedo.  

— Aquelas eram só para aquecer. Mas está aqui você não pode escapar de responder... O boss do andar deve ter dropado um item chamado bandeira da guilda. O que aconteceu com ela?!  

…  

Agora foi minha vez de ficar em silêncio.  

Não porque Kibaou tivesse me pego em uma armadilha, mas porque eu sabia que era necessário ser honesto sobre isso. Havia um risco em fazer isso, por menor que fosse. No pior dos casos, os vinte e quatro jogadores poderiam sacar suas espadas para me matar. Se isso acontecesse, eu precisaria que Asuna escapasse pelas escadas em espiral.  

Simulando em minha mente como essa reação se desenrolaria, assenti.

— Sim... dropou.

Os membros da ALS murmurraram, surpresos. Levantei o dedo indicador e o médio da mão direita e deslizei-os para baixo.  

Meu menu apareceu com um toque de sino, e eu o usei para materializar o item que havia acabado de guardar.  

Os murmúrios aumentaram quando viram o mastro de prata de três metros aparecer em uma chuva de luz. Segurei o mastro pelo meio, fechei a janela e bati o fundo da «Flag of Valor» no chão de pedra da câmara do boss com um estrondo.   

— Esta é a bandeira da guilda. Como imagino que vocês já saibam, fincá-la no chão assim concede quatro bônus a todos os membros da guilda dentro de quinze metros da bandeira. É um item extremamente útil contra bosses, mas uma vez registrado para uma guilda, não pode ser mudado.  

Minha explicação foi bem resumida, mas mesmo assim, os membros da ALS ficaram atônitos e começaram a murmurar pela terceira vez. Alguns deles olharam para a bandeira branca pura, claramente imaginando-a tingida com as cores e o emblema da ALS.  

Mas Kibaou teve a presença de espírito para se manter firme. Ele bufou e foi direto ao ponto.

— Bem, bem, bem. Você conseguiu seu prêmio, como um verdadeiro beater. Então, já que você se recusa a se juntar a qualquer guilda... o que vai fazer com isso?

Esse era o ponto central da conversa.  

Respirei fundo, endureci o estômago, levantei a bandeira da guilda — e bati o fundo contra o chão com um estalo.  

— Não me oponho a deixar esta bandeira aos seus cuidados, Kibaou. No entanto, tenho duas condições.

— Vamos ouvi-las.

— Embora haja duas, preciso que apenas uma seja cumprida. A primeira condição é: se um futuro boss dropar o mesmo item. Nesse caso, a bandeira será dada à guilda que ainda não a recebeu, para que tanto a ALS quanto a DKB tenham uma.

Ouvi gritos de "Quando isso vai acontecer?" e "Isso é só perder tempo até lá!" vindo do fundo. Mas Kibaou apenas assentiu, me incentivando a continuar com um olhar. Respirei fundo novamente e declarei minha segunda condição.  

— A outra é: a ALS e a DKB se unirem para formar uma nova guilda. Nesse caso, darei esta bandeira imediatamente e sem mais requisitos.

Mais de três segundos de um silêncio pesado se passaram.  

Ele foi rasgado por uma torrente de vozes furiosas.  

— Nós... nós não podemos fazer isso!! 

— Unir com aqueles elitistas?! Você está brincando!!

— Vá sugerir o mesmo para eles! Eles vão te dizer que você é louco!!

Duas dúzias de homens furiosos avançaram. Ao meu lado, Asuna ficou visivelmente mais tensa. Continuei firme diante dos gritos, mentalmente medindo a distância até a escada.  

Nesse momento, um grito agudo cortou a confusão.  

— Eu... eu sei a verdade! Eles nunca tiveram a intenção de nos dar a bandeira desde o início! Estão impondo exigências impossíveis para que possam ficar com ela e formar sua própria guilda!

Essa voz feia e estridente era familiar para mim. Era a voz que revelou que eu era um ex-beta tester na primeira sala do boss. A voz que sugeriu que a fraude dos Legend Braves tinha causado uma fatalidade na segunda sala do boss. A voz que afirmou que Asuna e eu estávamos tentando monopolizar a campanha da guerra dos elfos na terceira sala do boss.

Abrindo caminho pela multidão estava o usuário de adagas, cujo nome era Joe, lembrei-me. Ele usava uma máscara de couro com buracos para os olhos e boca, o que o fazia parecer ridículo, mas também escondia seus traços faciais. Joe apontou um dedo para mim, curvado como uma garra, e gritou: — Não precisamos ouvir esse papo furado deles, Kiba! São só dois! Há muitas maneiras de pegarmos essa bandeira de volta!!

Espera. Eu já tinha ouvido essa voz estridente em outro lugar também. Não em um grupo grande assim… mas na cidade, ou no deserto, ou em uma masmorra…

Bem quando minha mente estava prestes a entender algo, uma voz profunda e ameaçadora rosnou.

— Você quer dizer à força, Joe?

— Exatamente!! Temos quatro grupos completos aqui, e são só dois. Seria fácil..

— Seu idiota!! — Kibaou trovejou, agarrando Joe pela camisa. Ele levantou o avatar menor e quase deu uma cabeçada na máscara de couro. — Sim, a informação sobre a bandeira da guilda que você nos trouxe estava correta, mas por mais importante que seja, se sacarmos as espadas contra outro jogador, não seremos nada além de um bando de criminosos e marginais! Sente seu traseiro e pense novamente sobre por que a ALS existe!

Ele empurrou Joe para longe e se virou para nós, abaixando a cabeça apesar da carranca em seu rosto.

— Desculpe por forçá-los a ouvir essas besteiras. Quanto àquelas condições... posso supor que vocês diriam as mesmas coisas para a DKB?

— Ah... sim, claro.

— Então vou deixar vocês com a bandeira por enquanto. Mas não contaria muito com essa fusão.

Para os padrões de Kibaou, parecia uma rendição relativamente fácil, mas eu suspeitava que fosse apenas um sinal de que ele também via a bandeira como uma bomba instável. Embora nem todos parecessem completamente satisfeitos, os outros membros não tiveram escolha a não ser se calar após a ordem de seu líder. Joe nos lançou um olhar furioso antes de voltar para sua posição.

Kibaou cruzou os braços novamente, estufou o peito e latiu.

— Estamos indo embora agora! Bom trabalho, pessoal! — Ele começou a descer as escadas. Eu estava colocando a bandeira da guilda de volta no meu inventário e olhei para cima, assustado, ao ver sua cabeça espinhosa.

— Na verdade, eles devem ter ativado o portal do sexto andar já, então, se quiserem voltar para «Karluin», pode ser mais rápido por ali.

— Entendi.

Kibaou girou nos calcanhares e seguiu para as escadas em espiral. Quando passou por mim, pensei ter visto seus lábios formarem silenciosamente a palavra obrigado, mas provavelmente era minha mente pregando peças em mim.

Demorou um pouco para que vinte e quatro pares de pés desaparecessem pelas escadas. Quando o silêncio finalmente chegou, senti a tensão dentro de mim se romper, e soltei um longo suspiro.

— Ahhh... Bem, de todos os desfechos possíveis que eu considerava, esse foi definitivamente um dos melhores. Ainda preciso contar para a DKB sobre isso, mas por agora — bom trabalho, Asuna. Vamos descansar um pouco e então...

"Voltar", eu ia terminar, mas as palavras ficaram presas na minha garganta.

A espadachim estava ali, ouvindo durante toda a conversa com Kibaou, sua presença régia e confiante. Mas agora, duas lágrimas desciam silenciosamente por suas bochechas pálidas. Elas se formaram em gotas sob seu queixo fino — brilhando ao captarem a luz da vasta câmara — e então caíram, uma e depois outra.

— A... Asuna...? — eu sussurrei, completamente perplexo sobre por que ela estaria chorando.

Havia tensão no confronto com a ALS, mas Kibaou manteve a calma, então nunca senti que a minha vida estivesse em perigo. A batalha contra o boss antes disso foi uma experiência muito mais assustadora. E Asuna nunca demonstrou preocupação durante a longa luta, então por que chorar agora?

Eventualmente, minha mente se esvaziou. Ela olhou diretamente para mim, sem se preocupar em esconder suas lágrimas. Apesar da situação, eu não conseguia parar de pensar que aqueles olhos castanho-avelã molhados eram a coisa mais bonita que eu já tinha visto no mundo.

Seus lábios pálidos se abriram, vibrando o ar virtual.

— Por que... por que...

Ela fechou os olhos com força, deixando grandes orbes de fluido escorrerem, e então ergueu a voz.

— Por que você tem que ser tratado assim...? Depois de todo o esforço que fez... Depois de arriscar sua vida para lutar pelo grupo, por todos que estão presos aqui... Depois de se curvar a eles e pedir desculpas... Por que você merece isso?

Demorou um tempo para que aquelas palavras, faladas com uma voz como um fiozinho de prata puxado ao máximo, fizessem sentido na minha cabeça.

Asuna estava chorando por mim.

Mas esse entendimento não me disse como eu deveria reagir. Suas bochechas molhadas se contraíram.

— Isso é errado. Eles formam suas guildas, chamam todos os amigos, fazem o que querem, brigam entre si... e você se matou de trabalhar por eles, só para ser acusado assim... Isso é errado. Isso é completamente errado — ela protestou, balançando a cabeça. Asuna olhou para o teto e apertou os lábios, incapaz de parar as lágrimas que escorriam.

Finalmente, consegui puxar o ar para dentro dos pulmões. Dei um passo em direção à minha parceira e consegui transformar meus pensamentos em palavras.

— Isso foi o que eu escolhi. Eu escolhi não me juntar a um grupo. Não estou lutando porque quero ser reconhecido... ou elogiado. Enquanto eu puder me proteger e proteger aqueles ao meu redor, o resto não importa para mim.

Eu tinha mantido essa parte feia do meu ego escondida de Asuna o tempo todo. Eu não tinha um pingo de dedicação aos outros ou de auto sacrifício. O motivo pelo qual evitei me juntar a uma das duas grandes guildas, formar meu próprio grupo, quase me matar lutando e pedir desculpas ao grupo, foi apenas pela minha própria sobrevivência.

— Então... eu não tenho o direito de ser reconhecido ou elogiado. Você não precisa chorar por...

Um impacto no meu ombro direito me interrompeu. Asuna estava cerrando o punho.

— Eu sou quem decide por quem devo chorar! — ela gritou, com o rosto molhado. Ela usou a outra mão para esfregar os olhos e tentou sorrir. A mão ainda pressionada contra meu ombro se abriu e agarrou a superfície do meu casaco.

— Então... eu serei a pessoa a te elogiar, Kirito. Farei o que puder por você... o que você me pedir.

Muito, muito, muito tempo depois, Asuna me confidenciaria, com um sorriso suave e radiante: — Parte de mim estava preocupada com a possibilidade de você dizer algo realmente maluco.

Mas, naquele momento, eu não era capaz de dizer nada maluco. O máximo que consegui fazer foi lhe oferecer um sorriso muito desajeitado. 

— Só de você dizer isso já é o suficiente para mim. Eu não quero que você faça nada por mim...

— Então, sente-se! — ela ordenou de repente, empurrando com força. Cedi à sua força e me abaixei sobre um dos joelhos.

De repente, sua mão deixou meu ombro. Ela circulou atrás da minha cabeça e me puxou contra a placa de aço leve que cobria seu peito.

Sua mão esquerda começou a acariciar meu cabelo, lenta, gentil e ternamente. Ela repetia o movimento, de novo, de novo e de novo.

A suavidade de sua mão. O perfume como o sol da primavera. O calor de seu corpo tocando o meu.

Enquanto absorvia essas sensações, eventualmente me dei conta de que lágrimas estavam surgindo nos meus próprios olhos. O cansaço que se acumulou ao longo da batalha de cinquenta e cinco dias, que me levou do primeiro ao quinto andar. 

E o apoio, cura e coragem que a presença da espadachim me proporcionou durante todo esse tempo.

Essas coisas me mantiveram ali, preso no lugar, entregando-me ao abraço de Asuna por muito, muito tempo. E, durante todo esse tempo, o movimento de sua mão nunca, jamais parou.

12

— DEEEZ, NOOOVE, OIITOOO, SEEETEEE...

«Karluin», a cidade principal do quinto andar, vibrava com as vozes de mais de mil jogadores entoando em uníssono.

— Seiis, ciiiinco, quaaatro, três...

Não havia tela mostrando os números nem um apresentador guiando a multidão através de um microfone, mas a contagem regressiva continuava em perfeita harmonia.

— Doois, uum...

Várias chamas saltaram do portão de teletransporte no centro da cidade, subindo em direção ao andar acima.

Quando a multidão gritou "Zero", um grande círculo de flores floresceu no céu escuro.

Os aplausos dos jogadores se misturaram com o estrondo dos fogos de artifício. Gritos de "Feliz Ano Novo" e "Parabéns" ecoaram pelos prédios, e vários jogadores comemoraram o momento disparando habilidades de espada coloridas contra as paredes aqui e ali.

Estávamos em pé no terraço do antigo castelo em ruínas no extremo leste de «Karluin», que nos oferecia uma vista tanto do espetáculo de fogos de artifício quanto da celebração abaixo. Era um lugar escondido, então ninguém mais nos incomodaria. Eu estava absorto no show de luzes e sons, mas minha parceira ao lado não estava.

— Feliz Ano Novo, Kirito! — ela exclamou, estendendo um copo estreito com um sorriso.

— Feliz Ano Novo — eu respondi, brindando com meu próprio copo. Bebemos o Champanhe — se é que se podia chamar assim; no máximo, era um vinho dourado borbulhante —  e compartilhamos um sorriso, depois olhamos novamente para o céu sobre a cidade.

— Eu não sabia que eles tinham fogos de artifício... Onde será que os vendem? — murmurei, apertando os olhos enquanto observava as explosões coloridas. Asuna fazia parte da equipe de fogos de artifício do comitê organizador da festa, então ela tinha a resposta.

— O Liten nos contou que havia uma loja de itens suspeitos em um cantinho da cidade inicial. Eles viram os fogos de artifício lá primeiro, e foi isso que deu a ideia para a festa de contagem regressiva.

— Oooh... Será que esses fogos de artifício causam dano se atingirem um mob? — sugeri, o que me rendeu o primeiro olhar de irritação do ano da Asuna.

— Sinto muito em te informar, mas só podem ser usados dentro da cidade.

— Ah, eu não sabia...

— Mais importante, está quase acabando. Vá, assista aos fogos de artifício direito antes que terminem.

Seguindo sua sugestão, olhei para a cidade, onde o maior número de chamas até agora estava subindo do chão. Da-da-da-da-doom! Eles explodiram ao mesmo tempo em que os flashes coloridos apareceram, enchendo o céu noturno e brilhando como chuva antes de desaparecerem. Outro grito subiu da cidade, e quando finalmente se acalmou, eu me virei para Asuna.

— Então é 2023 — sussurrei, tentando compreender o conceito de que um novo ano realmente havia começado. — É difícil acreditar que estamos aqui há dois meses…

— É. Quando eu estava escondida naquele quarto na cidade inicial, cada dia parecia uma eternidade, mas quando comecei a ajudar, eles começaram a passar num piscar de olhos.

— Bom, claro. Quando você começa a fazer missões, subir níveis de habilidade, coletar ingredientes e coisas assim, não há horas suficientes no dia para dar conta de tudo. Mas...

Parei, e Asuna olhou para mim com expectativa. Eu olhei para o céu, que estava escuro novamente, encarei a imensa tampa de aço e pedra, e balancei a cabeça.

— Só estava pensando que 2023 vai ser um ano muito longo. Afinal, temos doze meses inteiros pela frente.

— É claro que temos!

Ela me deu um leve empurrão no ombro, e eu fiz uma exibição exagerada de cair.

Para ser honesto, eu estava me perguntando por quanto tempo conseguiríamos manter nosso ritmo atual de avanço.

Levamos uma semana para derrotar o terceiro andar. Seis dias para o quarto. E este andar levou apenas quatro dias para ser concluído. Mas a razão pela qual esse estilo de jogo acelerado funcionava era porque estávamos mantendo uma margem de segurança bem acima do nível recomendado para cada área. Como os mobs eram relativamente fracos, podíamos atravessar quests, subir níveis de habilidade e coletar ingredientes sem muito estresse.

Mas isso não duraria para sempre. Ficaria cada vez mais difícil manter a margem de segurança, até o ponto em que passaríamos todas as horas acordados lutando contra mobs. E como precisaríamos enfrentar mobs mais difíceis para ganhar mais experiência, isso também envolveria um grande desgaste mental. Quando chegássemos ao décimo andar, o ponto onde terminamos o beta, a dificuldade de vencer cada andar seria muito maior do que é agora.

Mas mencionar isso agora não mudaria absolutamente nada.

O ponto era que sobrevivemos para ver um novo ano. Sem dúvida, a notícia de que o quinto andar foi vencido no mesmo dia da festa de contagem regressiva seria um grande impulso de moral. Isso deu uma surpresa desagradável para a DKB, mas amanhã — ou melhor, mais tarde hoje — eu me juntaria a Shivata e Hafner para explicar corretamente a situação da bandeira da guilda para eles.

Por agora, eu ia aproveitar o maior festival já realizado em Aincrad. Isso ajudaria a criar energia para alimentar nossa conquista do próximo andar.

Eu comecei a encher uma nova taça de Champanhe para mim, então percebi que a garrafa estava acabando. Virei-me para Asuna, que estava mordiscando um pouco de queijo, e disse.

— Vou descer para pegar uma nova garrafa e alguma comida. Espere por mim aqui.

— Obrigada. Tome cuidado.

Acenei para ela e voltei para dentro do castelo.

O terraço era um local especial e escondido, mas o pátio da frente do castelo era a principal área de festa, onde Agil estava instalado como vendedor de comida. Ele tinha uma variedade de comidas especiais dos cinco andares disponíveis, então atravessei o castelo, pensando animadamente sobre quais comidas iriam dar calafrios em Asuna.

Desci correndo as escadas do quarto andar do castelo para o terceiro e atravessei uma porta secreta por um corredor empoeirado. Passei por uma longa fileira de pilares e segui em direção à escadaria principal do castelo.

Nesse momento, senti um arrepio poderoso na nuca. Instintivamente, saltei para o lado, mas um objeto afiado pressionou minhas costas, atravessando meu casaco.

Alguém escondido nas sombras dos pilares havia pressionado a ponta de uma lâmina contra minhas costas.

Isso não era uma brincadeira de alguém conhecido. Se essa pessoa estivesse escondida por diversão, mesmo levado pelo clima de celebração em que eu estava, eu teria notado. O indivíduo misterioso estava escondido com a habilidade de «Stealth»... uma tão habilidosa que nem minha habilidade de «Searching» conseguiu detectá-lo.

Senti o rosto da pessoa se aproximar do meu ouvido imóvel. Ela respirou suavemente e sussurrou: — A diversão vai começar.

Era uma voz fria e profunda, que eu nunca tinha ouvido antes. Tinha mais inflexão do que o necessário, mas não havia o menor traço de emoção nela.

— Quem é você? — Perguntei com uma voz rouca, medindo o tempo que levaria para saltar para longe. Mas a pressão da ponta contra minhas costas aumentou apenas um pouco.

— Ops, fique quieto. Não ia querer que você se mexesse e fosse perfurado pela minha faca.

A única pessoa que eu poderia imaginar fazendo algo assim comigo era Morte, o PKer de duelos com quem eu já tinha uma história. Mas essa voz e o modo de falar eram totalmente diferentes dos dele.

Contive minha respiração e sussurrei de volta.

— Estamos na cidade. Você não pode me ameaçar com essa coisa aqui.

Eu tinha absoluta certeza desse fato.

Mas o assaltante às minhas costas descartou essa defesa.

— Vamos lá, Blackie, acerte de uma vez. Apenas o pátio da frente do castelo está dentro da cidade. O interior é uma dungeon, lembra?

— O quê...?

Fiquei em silêncio, buscando freneticamente em minha memória.

Havia, de fato, várias quests ambientadas neste castelo em ruínas, e as portas secretas aqui e ali faziam dele uma espécie de dungeon. Mas não havia mobs — além disso, não havia aviso de CAMPO EXTERIOR quando entrei no castelo.

Mas também era verdade que «Karluin» era mais vaga do que o normal quando se tratava da fronteira entre as áreas seguras e inseguras. Eu não podia negar a possibilidade de que estava tão envolvido no clima de festa que simplesmente perdi a mensagem. 

Mas mesmo assim...

— Este não é o mundo real. Essa é só uma faca. Mesmo uma arma ultra poderosa de chefão não teria força suficiente para acabar com meu HP com um único golpe. E isso faria de você um jogador laranja... Você realmente acha que eu ficaria aqui parado e aceitaria isso?

— Oooh, muito corajoso da sua parte. Claro, não causaria muito dano... mas e se eu te disser que essa lâmina tem veneno paralisante nível cinco e veneno nível cinco aplicados a ela?

...!!

A ponta afiada da arma me cutucou duas vezes de novo, agora provocando.

Era impossível. Mesmo os mobs estavam usando apenas veneno nível 2 neste estágio, e os venenos que um jogador podia fazer com a habilidade de «Mixture» eram apenas de nível 1, devido aos materiais disponíveis. Mas isso era tudo que eu sabia do beta... e já me mostraram várias vezes que minha memória não garantia mais nada em Aincrad.

Se a ameaça dele fosse real, eu desabaria no chão por pelo menos dez minutos se fosse espetado várias vezes até meu HP acabar. Inspirei uma pequena quantidade de ar em meu peito tenso e a expeli em palavras.

— O que você quer?

A voz riu logo atrás da minha orelha. Era uma risada teatral; bastante alegre pelo som, mas claramente sem nenhuma emoção verdadeira.

— Isso não é óbvio, mano? Eu quero me divertir.

— Divertir...?

— Isso mesmo; eu quero curtir. Eles construíram esse palco incrível para nós, não é? Eu quero bagunçar tudo e tornar isso bem dramático.

Após essa declaração, finalmente entendi quem era o homem atrás de mim. Eu não sabia o nome ou o rosto dele, claro. Mas eu sabia quem ele era.

— Você é... o chefe do Morte. Aquele que ensinou os Legend Braves sobre o golpe de upgrade, e o que está tentando fazer a ALS e a DKB brigarem... O Homem do Poncho Preto — acusei, com a voz rouca. Ele assobiou admirado.

— Ooh, eu gostei desse apelido... Tem um toque legal de John Wayne Gacy. Então... vamos para outro lugar?

— Onde você pretende me levar?

— Para o subsolo, é claro. Assassinos sempre vão para o porão, certo?

Havia de fato um andar subterrâneo nesse castelo. Tudo acabaria se eu fosse para lá. Ninguém ouviria meus gritos. E o porão tinha mobs — era definitivamente fora da área segura. Seria suicídio fazer o que ele dizia, mas, considerando que eu não podia descartar os venenos de nível 5 na faca dele, eu não tinha escolha a não ser obedecer...

...Não.

Se ele realmente tivesse paralisia de nível 5 à disposição, ele não precisaria me ameaçar e ordenar. Ele poderia simplesmente me espetar e me carregar para onde quisesse. Seria fácil arrastar meu corpo para o porão.

A paralisia era um blefe.

E eu imaginei — não, eu sabia — que ainda estávamos dentro da cidade.

Morte e esse homem eram PKers eram provocadores. A única ferramenta que alguém usava para provocar os outros era a linguagem. Ele estava tentando me convencer de que eu já estava em uma área perigosa para me fazer ir para um lugar que realmente era perigoso.

— Entendi — eu disse, e dei um passo à frente.

No momento em que abriu um pequeno espaço entre minhas costas e a ponta da faca, saltei para trás com força. A faca acertou minhas costas, claro, a ponta afiada rasgando o casaco de couro e a camisa, e então—

—Encheu o corredor com um clarão roxo. Um choque atingiu minhas costas. O Código Anti-Crime entrou em ação, gerando uma barreira automática que nos separou, a mim e à faca.

— Merda! — o homem xingou. Eu resisti ao impacto e saquei minha espada enquanto girava.

— Raaaah!

Desencadeei a habilidade de espada «Slant». Claro, não causaria dano ao meu oponente, mas minha intenção era pausá-lo temporariamente com o efeito de recuo e, com sorte, alertar o grupo de Agil no pátio abaixo com o clarão e o som.

Vislumbrei uma figura negra tentando escapar.

Era bastante alta. O corpo esguio estava envolto em um casaco curto com capuz preto que brilhava com um acabamento reflexivo — um poncho. Eu não conseguia ver o rosto sob o capuz, mas havia cachos negros na base do pescoço.

Minha lâmina acelerada pelo sistema desceu sobre o peito dele. Se eu conseguisse forçá-lo a cair, poderia mantê-lo em um estado de pseudo-atordoamento, atingindo-o continuamente com habilidades de espada.

Mas o corpo do homem no ar recuou com uma velocidade impossível para um salto, e minha espada acertou apenas o vazio.

— Não terminei ainda—!

Recolhi minha lâmina para a habilidade de investida «Rage Spike», esperando sincronizar o golpe com o momento em que ele pousasse. O homem do poncho devia ter uma habilidade acrobática muito alta, mas nem ele poderia recuar mais rápido do que uma habilidade de investida.

No momento em que avancei com o pé esquerdo e saí da recuperação pós-habilidade, minha espada começou a brilhar intensamente.

Mas, mais uma vez, o homem no poncho traiu minhas expectativas.

Pouco antes de pousar, ele jogou uma pequena esfera no chão. Ela explodiu ao impacto, lançando uma fumaça preta espessa que encheu o corredor.

Uma cortina de fumaça?!

Eu nunca tinha visto esse item em SAO, nem agora, nem no beta, mas executei a habilidade de espada mesmo assim, na direção em que esperava que meu adversário estivesse.

O som metálico especial, único das habilidades de investida, ecoou, e a ponta afiada da «Sword of Eventide» rasgou a fumaça. Senti-a roçar em algo, e houve um pequeno clarão daquele efeito roxo do sistema novamente.

E foi só isso. Quando pousei, saí da fumaça e rapidamente examinei meu entorno.

Mas o homem no poncho preto não estava em lugar nenhum. Tentei usar ao máximo minha habilidade de «Searching», concentrando-me intensamente na visão e audição, mas não percebi nenhuma sombra se movendo ou passos.

— Até nos encontrarmos de novo, Blackie.

Virei na direção de onde achei que ouvi a mensagem, mas a fumaça se dissipando no corredor escuro apenas zombava da minha solidão. Cerrei os dentes, percebendo que nem mesmo havia visto o rosto dele — mas então avistei algo.

Uma faca de tamanho médio, caída no chão ao lado do corredor.

Caminhei até ela e a peguei. Era toda preta, com um design simples, mas mesmo em minhas mãos de nível 19 — eu havia subido um nível na luta contra o boss — ela parecia bastante pesada.

Joguei a arma não envenenada no meu inventário e, então, percebi que não deveria ficar ali. O homem poderia não estar agindo sozinho. Morte, o outro homem encapuzado nas catacumbas, ou até mais companheiros poderiam estar espreitando em qualquer canto.

— Asuna — murmurei, e me virei para correr a toda velocidade. E se eles usassem os mesmos métodos para atrair Asuna para fora?

Em termos de poder, ela não era de forma alguma inferior ao Morte, mas ainda não sabia muito sobre combate PvP. Ela pediu instrução quando chegamos a este andar, mas desistiu no último momento. Ela não conseguiria lidar com esses trapaceiros e suas maneiras imprevisíveis.

Corri de volta pelo corredor, usei um interruptor em uma pequena sala sem saída para abrir uma porta secreta e, em seguida, subi as escadas até o quarto andar, três degraus de cada vez. Tudo o que restava era avançar pelo corredor e fazer uma curva brusca até o terraço.

— Asuna!! — eu gritei. A espadachim se afastou da vista da movimentada cidade e olhou para mim, surpresa.

— O que foi, Kirito?

...

No momento, eu não tinha resposta. Apenas fiquei parado na entrada do terraço por um tempo antes de caminhar até ela.

— E-Ei, o que você está—

Estendi os braços, os envolvi em torno de seu corpo esguio e a puxei para perto. Soltei um suspiro de alívio assim que senti o calor do corpo dela pressionado contra o meu. 

Pela manhã, eu lhe daria uma lição de duelo como nunca antes. Mas, por enquanto, apenas a mantive ao meu lado.

Depois de um tempo, ela moveu as mãos e deu tapinhas nas minhas costas, como se eu fosse uma criança. Seu sussurro suave soou no meu ouvido.

— Você pode me soltar agora? Vou te acertar com uma habilidade de espada.

— Ah... hum... esta área pode estar fora da cidade...?

Claro—que—está—na—cidade!!

Seu gancho de esquerda atingiu meu estômago, resultando em uma forte onda de choque e uma chuva de faíscas roxas.

(Fim)

 


Este capítulo foi traduzido pela Mahou. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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