Volume 8
Capítulo 745: Pulso de Sangue
Ele ficou profundamente confuso, mas o homem já tinha morrido. Sua força vital se extinguiu, de modo que não podia mais fornecer as respostas que tanto buscava.
Então se lembrou da indicação do homem para olhar no bolso e começou a vasculhar em busca de alguma pista.
O traje de combate do homem era feito de um material especial. A menos que fosse destruído intencionalmente, ele resistiria ao tempo e permaneceria em perfeito estado.
A mão do Han Sen encontrou algo dentro do bolso. Pelo toque, parecia couro fino. Era macio e delicado, então ele não conseguia identificar de que animal poderia ter vindo.
Han Sen puxou o objeto e revelou um pergaminho de couro de cerca de 60 centímetros quadrados. Ele estava um pouco amarelado, evidenciando sua idade. Curiosamente, palavras estavam escritas na superfície, parecendo terem sido traçadas com sangue. No lado esquerdo do pergaminho havia um símbolo do Gato de Nove Vidas.
No lado direito, palavras em fonte maior formavam um título: Pulso de Sangue.
— O Pulso de Sangue da Legião de Sangue? — Han Sen ficou surpreso. Pulso de Sangue era um dos dogmas da Legião de Sangue. Ele continha registros doutrinários e partes da mitologia que compunham a organização.
Só mais tarde a Legião de Sangue passaria a ser reconhecida como uma seita, e os textos do Pulso de Sangue seriam proibidos. A maioria dos seguidores só conhecia trechos pequenos do texto, pois poucos tinham visto a obra completa.
Han Sen ficou decepcionado. O Pulso de Sangue parecia ser apenas um documento religioso ligado a uma fé na qual ele não tinha o menor interesse. Portanto, aquele pedaço de couro era inútil para ele.
Ainda assim, Han Sen não entendia por que o último gesto do homem foi apontar para o bolso.
— Será que ele era só um fanático religioso? — Han Sen especulou, enquanto examinava o Pulso de Sangue.
Mas, ao olhar com mais atenção, ficou surpreso. Isso não era apenas um texto religioso; era uma técnica de Qigong!
Ele só conseguia ver uma parte dela, mas com seu conhecimento, pôde perceber que se tratava de um Qigong extremamente misterioso; quase no mesmo nível da Pele de Jade.
Analisando com mais cuidado, Han Sen notou que o pergaminho explicava como aprender a técnica. Dobrou o couro com cuidado e o guardou.
Esse não era o momento para ler. Vasculhou o corpo do homem mais uma vez, mas não encontrou mais nada de relevante.
A Arcanja ainda lutava contra a fada, e era difícil prever quem sairia vitoriosa. Han Sen cavou um buraco de dois metros, colocou o corpo do homem dentro e o cobriu novamente.
Se levasse o corpo para fora, no meio do deserto, ele viraria apenas um monte de ossos secos em pouco tempo.
"Esta obra é traduzida e postada na novel mania."
Han Sen pensou que, na próxima oportunidade, contaria para Qin Xuan sobre o homem e deixaria que a família determinasse se ele realmente era um ancestral deles, e se de fato era Qin Huaizhen.
Depois de enterrá-lo, Han Sen voltou sua atenção para a batalha que ainda ocorria. A espada grande da Arcanja, embora poderosa, enfrentava uma fada que não ficava atrás. Era estranho ver um corpo tão pequeno possuir tamanha força, enquanto disparava gelo e neve por onde passava. Quando suas habilidades colidiam com a espada, estilhaços de gelo e flocos dançavam no ar como fogos de artifício congelados.
Han Sen invocou a Balestra do Pavão e disparou dois dardos contra a fada. Mas foi inútil, porque ela desviou de ambos com sua velocidade absurda.
Foi então que Han Sen percebeu que, apesar de sua força e velocidade, a fada só conseguia causar dano de gelo. Como a Arcanja tinha uma alta resistência a todos os elementos, ela praticamente não sofria com os ataques.
Sabendo que a balestra não surtia efeito, Han Sen invocou o Rex Pontiagudo Flamejante. Acreditava que essa era a arma com maior chance de ferir a fada de verdade. Se conseguisse um bom golpe enquanto ela estivesse distraída, poderia causar um dano grave.
Os olhos do Han Sen seguiram cada movimento da fada, enquanto ativava o Sutra Dongxuan para analisar o fluxo de energia dentro dela.
A energia da fada era incrivelmente nítida e sem distorções; um sinal claro de que se tratava de uma Super Criatura de segunda geração. O interesse dele aumentou drasticamente. Ele queria matá-la ali mesmo para obter a Essência de Vida que ela certamente possuía.
Mas existia um obstáculo: a fada era bonita e fofa demais. Parecia algo que ninguém teria coragem de matar.
A Arcanja, sem mente humana, continuava desferindo golpes com sua espada grande, tentando cortá-la.
Han Sen então passou a memorizar o fluxo de energia da fada, tentando entender cada movimento. Seu objetivo era prever suas ações futuras e encontrar uma abertura para atacar.
Demorou cerca de uma hora até conseguir decifrar completamente o fluxo de energia dela. Quando tentou replicar, sua energia se tornou semelhante à dela; um poder puro de gelo.
No entanto, Han Sen não conseguia lançar esse poder como um projétil à distância, como ela fazia. Para causar dano com essa habilidade, ele teria que lutar corpo a corpo.
Depois de mais um tempo de observação, a oportunidade que esperava finalmente surgiu. No instante em que a fada foi atingida pela espada da Arcanja, Han Sen lançou seu ataque com o Rex Pontiagudo Flamejante.
O bramido do elefante ecoou no seu interior enquanto a arma se tornava um chicote flamejante, carregado de poder, que atingiu a fada em cheio.
O corpo pequeno da fada foi arremessado como uma bola, mas não pegou fogo. Seus poderes de gelo conseguiram resistir às chamas da arma.
Pang!
O corpo dela bateu contra o solo congelado, abrindo uma cratera profunda. Mas não demorou a se levantar, agora furiosa como Han Sen nunca tinha visto.
A fada se lançou contra ele com fúria, com as asas vibrando violentamente.
Han Sen se virou para fugir. Tinha acabado de usar o Golpe do Elefante Rex, de modo que seu corpo estava drenado de energia. Não tinha como lutar. E agora sabia que até mesmo esse golpe não era suficiente para derrotá-la.
A Arcanja bloqueou a investida da fada, e Han Sen, com a Raposa Prateada, fugiu pela floresta de bambu. Sabia que não adiantava continuar ali. Precisava sair para se recuperar e voltar mais tarde para tentar novamente.
Felizmente, a Arcanja ficou entre eles, impedindo que a fada perseguisse Han Sen. Ela só pôde ver seu alvo fugindo entre os bambus até desaparecer.
Mas não estava disposta a desistir. Desviou de mais alguns ataques da Arcanja, contornou-a com velocidade e voou atrás do seu alvo.
Han Sen não parou de correr, determinado a sair daquele lugar o quanto antes. Atravessou a floresta subterrânea até o local onde tinha descido, só que avistou o Escorpião de Duas Caudas devorando bambus e os bichos-da-seda ao se aproximar da saída.
“Por que eu sou tão azarado?”, pensou Han Sen, com o coração afundando.
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