Volume 8
Capítulo 746: Matando o Escorpião Roxo
Mesmo com a fada ainda o perseguindo, Han Sen decidiu continuar em frente e tentar escapar. Afinal, o escorpião de duas caudas era apenas uma Super Criatura de primeira geração, ao contrário da de segunda geração que estava sedenta por seu sangue.
A prioridade do Han Sen era sair do labirinto subterrâneo. Mesmo esgotado de energia, precisava manter o Bloqueio Genético desbloqueado para continuar voando. Só torcia para que o Escorpião de Duas Caudas não notasse sua presença.
Mas a sorte não estava ao seu lado. O escorpião o percebeu e não perdeu um segundo antes de avançar em disparada com suas pinças afiadas cerradas.
Han Sen rangeu os dentes, com o coração acelerado. Concentrou toda a força nos braços, saltou como um pardal ao vento e girou no ar, fazendo acrobacias para desviar da combinação de ferrão e pinça do escorpião. Ele passou por cima da cabeça da criatura, esquivando-se com sucesso do ataque e mantendo o voo em direção à saída.
Enquanto voava, invocou novamente a Arcanja, esperando que o escorpião mudasse de alvo e focasse nela por um tempo.
Mas o escorpião soltou um guincho rouco e se virou para continuar perseguindo Han Sen. Suas patas e pinças se moviam com tamanha velocidade que parecia até ter criado asas.
A fada também tinha alcançado Han Sen e sequer deu atenção ao escorpião. Simplesmente passou voando por ele, com os olhos fixos unicamente no seu alvo: Han Sen.
“Hoje não é meu dia... Como posso ser tão azarado?” pensou Han Sen, sentindo o desespero crescer no peito. Mas logo em seguida, avistou o céu aberto no topo das encostas da montanha.
Contudo, Han Sen não era o único ansioso para sair dali. A fada e o escorpião saíram do labirinto subterrâneo logo em seguida. Han Sen então invocou de novo a Arcanja, torcendo para que ela atraísse a atenção da fada. Enquanto isso, ele correu na direção da Cidade Pedra-Amarela.
Graças à interferência da Arcanja, a estratégia do Han Sen funcionou. A fada ficou ocupada com ela e não conseguiu mais alcançá-lo. Era um alívio, pois ele já começou a desacelerar. O escorpião, por outro lado, ainda estava na sua cola, conseguindo atingir suas nádegas com o ferrão várias vezes.
Felizmente, estava usando sua Super Armadura de Variante Furiosa, o que lhe deu a proteção necessária. Embora o ferrão perfurasse a couraça, os danos foram muito reduzidos. A dor física que sentia na bunda só servia para fazê-lo gritar.
O ferrão do escorpião era extremamente afiado. Sem a armadura, seu corpo já teria sido perfurado de lado a lado.
Mesmo exausto, Han Sen não podia se dar ao luxo de descansar. Continuou correndo em direção ao abrigo de onde tinha partido. Agora já podia vê-lo de longe, e essa visão renovou seu ânimo.
Zhou Yumei tinha esperado por dois dias inteiros o retorno do Han Sen, mas ele ainda não tinha aparecido, por isso ficou furiosa e triste com sua ausência.
— Desgraçado. Tarado. Canalha. Não acredito que me deixou aqui, sozinha! Que seja devorado por criaturas! — Zhou Yumei esbravejou, largada em uma espreguiçadeira na entrada do abrigo, com o humor mais soturno de sua vida.
Após mais de um ano sozinha, o encontro com Han Sen a fez perceber o quanto odiava a solidão. Tê-lo conhecido foi um raro golpe de sorte. Apesar de não simpatizar com a personalidade dele, sua presença lhe dava um certo conforto.
Pelo menos não estava mais sozinha no calor escaldante do deserto. Até discutir com esse “vilão” era melhor do que definhar no tédio.
O que mais a magoava era o fato dele ter ido embora sem dizer uma única palavra. Seus olhos ficaram vermelhos de tanta frustração.
Mas, no meio dos xingamentos, Zhou Yumei avistou alguém correndo em alta velocidade em sua direção. Ficou tão feliz que se levantou num salto e gritou: — Senhor Desgraçado! Achei que tinha me abandonado de vez. O que te trouxe de volta?
Han Sen retirou a armadura e correu até Zhou Yumei como um vendaval. Não disse uma palavra. Apenas a agarrou pela cintura e a levou consigo para dentro da cidade.
— Seu pervertido! Me solta! — Zhou Yumei gritou, corada de vergonha, debatendo-se.
— Dá uma olhada no que tá me seguindo. Quer que eu te deixe de lanche pra eles? — Han Sen respondeu com naturalidade, sem parar de correr.
Zhou Yumei então olhou para trás e viu o Escorpião de Duas Caudas vindo atrás deles com ferocidade. Também viu a Arcanja mais distante, mas não conseguiu enxergar a fada, visto que ela era pequena demais para ser vista dali.
Ao entender a gravidade da situação, Zhou Yumei mudou de atitude num piscar de olhos.
— Maninho! Corre mais rápido!
O escorpião balançou o ferrão tentando ferroá-los, e Zhou Yumei se encolhia a cada tentativa da criatura. Com cada desvio, soltava um suspiro ou até deixava cair algumas lágrimas.
Han Sen não respondeu, apenas correu direto para dentro do abrigo. Ao olhar para trás, viu que apenas o escorpião o tinha seguido para dentro da cidade. A fada parecia hesitante diante do portão, batia as asas no ar, mas não entrava.
Isso deixou Han Sen aliviado. Se só tivesse que lidar com o escorpião, conseguiria lidar com a situação e não precisaria mais fugir pela própria vida.
Correu até a praça e esperou pela chegada da Arcanja, que lidaria com o escorpião.
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— Miau!
O Laranjinha viu Zhou Yumei sendo perseguida e soltou um rosnado de raiva antes de avançar contra o inimigo.
— Laranjinha! — Zhou Yumei gritou, preocupada.
O gato pulou sobre o escorpião, mas a criatura fez jus ao seu nome: dividiu a cauda ao meio e acertou o Laranjinha com os dois ferrões, fazendo o felino gritar de dor.
— Por favor, salve ele! O Laranjinha não consegue enfrentá-lo. Antes, ele sempre fugia quando o via! — Zhou Yumei chorava enquanto implorava para Han Sen.
Han Sen não se moveu, mas a Raposa Prateada agiu por conta própria. Soltou um raio prateado que acertou a cabeça do escorpião com força.
Pang!
O escorpião estremeceu com o choque, e o Laranjinha conseguiu se soltar. Em seguida, cravou os dentes em uma das caudas da criatura, soltando um chiado feroz.
A criatura se contorcia de dor e levantou a outra cauda, mirando na cabeça do gato.
Foi então que a Raposa Prateada pulou ao lado do escorpião e cravou os dentes na outra cauda, tentando salvar o Laranjinha.
A Arcanja finalmente chegou. Seguindo as ordens do Han Sen, ela atacou com a espada grande em descida sobre a cabeça do escorpião. A carapaça rachou, liberando fluidos verdes por todos os lados.
— Hzzzh! — O Escorpião de Duas Caudas guinchou de dor. Agitou as duas caudas, tentando se livrar do Laranjinha e da Raposa Prateada, mas os dois estavam bem firmes, com os dentes cravados.
A expressão da Arcanja era fria. Ela ergueu a espada novamente e cortou as pinças e garras do escorpião, impedindo que ele contra-atacasse.
Kratcha!
Ela continuou desferindo golpes na cabeça da criatura até que o interior do crânio ficasse totalmente exposto. Num ataque final, segurou o cabo da espada com ambas as mãos e a cravou com força, transpassando completamente a cabeça do escorpião, pregando-o no chão.
— Rawr... — O escorpião, à beira da morte, ainda agitou as caudas com violência, jogando o Laranjinha e a Raposa Prateada para longe. Depois de alguns espasmos, finalmente morreu.
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