Volume 2
Capítulo 95: Chegando a Capital
Depois de conseguirem uma carona na carruagem de um estranho, graças ao renome do clã de Zhi Fēng, os seis seguiam em direção à capital do império Donfang.
— Quanto tempo levará para chegarmos? — perguntou Alaric.
A indagação foi dirigida a Zhi Fēng, que estava sentado no banco de couro marrom à sua frente. Parecia pensativo, observando as árvores e o solo passarem enquanto a carruagem avançava a uma velocidade moderada. No entanto, ao ouvir a pergunta, dirigiu um olhar gentil para Alaric.
— A essa velocidade… levará mais ou menos meio dia para chegarmos.
— Entendo... — murmurou.
Com isso, Zhi Fēng retornou a atenção para a janela, enquanto Alaric se acomodava no banco de forma serena, não parecia mais tão impaciente. Inclinando levemente a cabeça para a esquerda, pôde observar Xu Ying, mergulhada em um sono tranquilo, sua expressão calma contrastava bastante com a agitação que haviam passado. Julie, também adormecida, apoiava a cabeça em seu colo.
O entardecer já se aproximava do crepúsculo, e após horas de jornada sem descanso, era natural que estivessem exaustas. O suave balançar da carruagem também contribuíra para isso, embalando-as em um torpor reconfortante. Alaric permitiu-se um leve sorriso, ou pelo menos tentou, antes de voltar a atenção para Eian Liu, sentado diante dele ao lado do mestre.
O guardião mantinha-se altivo, de braços cruzados. Embora seu olhar permanecesse fixo à frente, parecia mergulhado em pensamentos distantes, talvez perdido em reflexões profundas. De tempos em tempos, as feições suavizavam, como se envolto em uma nostalgia silenciosa.
Alaric tentou mover os pés e acabou por acertar levemente Anthon, que descansava no chão. Este lançou-lhe um olhar de relance antes de tornar a fechar os olhos. Todos pareciam cansados, ansiando por chegar aonde quer que fosse.
Assim prosseguiram em sua jornada, e em pouco tempo o crepúsculo começou a desvanecer dando lugar à noite. Com a chegada da penumbra, a temperatura começou a cair gradualmente. Embora o Oriente não fosse conhecido por suas temperaturas extremamente baixas, mesmo uma leve queda já era suficiente para criar uma sensação de frio irritante.
— Jovem mestre, sugiro que feche a janela — orientou Eian Liu.
Zhi Fēng voltou o olhar para ele e notou sua atenção voltada para as duas garotas adormecidas, que tremiam levemente. Entendeu então o motivo por trás do conselho e, com um sorriso compreensivo, fechou a janela.
— Pronto, realmente estava começando a esfriar...
— Não apenas por isso... — disse Eian Liu, com a expressão carregada de preocupação.
— O que quer dizer? — perguntou Alaric, observando a estranha postura do guardião.
— Estão ocorrendo ataques — começou Zhi Fēng, num tom apreensivo. — Emboscadas a carruagens nesta região…
Após a resposta, Alaric desviou o olhar para a janela ao lado, contemplando a densa mata, com a única fonte poderosa de luz tendo cedido lugar à lua cheia, que era brilhante, mas não como o sol. A floresta oriental, já densa por natureza, parecia ainda mais impenetrável, com o breu se embrenhando entre as vegetações.
Alaric forçou a vista, mas em vão. Era impossível discernir qualquer detalhe dentro daquela densa vegetação. Se por acaso houvesse alguém os seguindo pelas sombras, jamais seriam percebidos até estarem literalmente a poucos metros de distância, momento em que seria tarde demais para reagir.
Mas, se fosse mesmo o caso, simplesmente fechar as janelas não seria suficiente. Seja como for, o jovem, que piscava pesado pelo cansaço fazendo efeito, ficou em alerta, em prontidão. Qualquer respingo de sono havia se esvaído.
— Não se preocupe — Zhi Fēng pareceu notar o olhar penetrante do jovem em direção à mata. — Você deve ter percebido que enquanto estávamos viajando, algumas carruagens pretas cruzaram o nosso caminho.
— Realmente, algumas carruagens assim passaram por nós... — concordou Alaric.
Durante toda a viagem, como era de se esperar em uma via pública, ocasionalmente passavam carruagens de diversas cores e tipos, a movimentação estava intensa mais cedo. Com o cair da noite, no entanto, o tráfego diminuíra consideravelmente. Entre essas carruagens, Alaric notou algumas de cor escura que pareciam se deslocar a uma velocidade mais lenta que as outras.
— Essas carruagens pretas são da guarda. Elas patrulham todas as estradas para garantir a segurança dos viajantes.
— Mesmo assim — interrompeu abruptamente Eian Liu. — mantenha-se alerta.
— Não precisa me dizer isso — respondeu Alaric com firmeza.
Querendo ou não, com a presença dos guardas ou não, relaxar era impossível. Considerando que, mesmo com tais medidas de segurança, os ataques ainda ocorriam, não havia espaço para baixar a guarda. Alaric recostou-se no banco, observando o vazio à sua frente, com uma expressão impassível.
— Que os deuses nos protejam... — murmurou Zhi Fēng, visivelmente nervoso, como de costume.
Alaric notou que nem mesmo Zhi Fēng confiava plenamente na guarda mencionada. A viagem prosseguiu de forma tranquila. De repente, o balanço irregular da estrada de terra deu lugar a um movimento mais suave.
Alaric apoiou a lateral da cabeça no vidro e, olhando para baixo, observou o chão antes terroso ser substituído por pedras cortadas e dispostas uniformemente. Desviando o olhar à frente, vislumbrou as imponentes muralhas da cidade surgindo no horizonte, iluminadas pelas tochas e postes que pontilhavam a escuridão da noite.
— Estamos chegando... — afirmou Zhi Fēng. Alaric não conseguia determinar com certeza, mas sentiu que havia algo mais por trás dessa afirmação, uma apreensão ou temor. Ele já havia percebido há tempos a hesitação de Zhi Fēng, mas as palavras pronunciadas agora pareciam carregar um peso adicional.
Mesmo sentindo algo estranho em relação a isso, como de costume, optou por simplesmente ignorar; qualquer que fosse o problema, não era dele. Conforme avançavam, o jovem podia ver a floresta dar lugar a planícies que se estendiam até a muralha, com enormes campos de plantações, principalmente arrozais e trigais. Alaric recordou-se da vista que teve ao chegar em Lidenfel, embora as plantações que via agora fossem muito maiores.
Dispostos entre as plantações estavam grandes moinhos e armazéns. Alguns homens perambulavam de um lado para o outro, segurando tochas e com adagas presas à cintura. O jovem não precisava perguntar o que estavam fazendo; eram guardas das plantações, provavelmente preparados para lidar com animais ou possíveis bandidos.
À medida que avançavam um pouco mais, as plantações devam lugar às primeiras casas, simples construções de madeira, como uma espécie de vila que se formou fora das muralhas. Ali, aparentemente, residiam os fazendeiros responsáveis pelas enormes plantações e pessoas de baixa renda.
— Morar dentro das muralhas é caro... — comentou Zhi Fēng, também observando pela janela, seu olhar carregado de pesar. — Por isso essas favelas acabam se formando do lado de fora...
Alaric prestou atenção nas palavras dele, lançando-lhe um olhar de soslaio antes de voltar sua atenção para fora. A palavra "favela" trazia lembranças nostálgicas e tristes ao jovem. Ignorando esses sentimentos, observou como as pessoas pareciam viver em condições precárias: esgotos a céu aberto, lixo espalhado pelas ruas e muitos moradores sem-teto.
Alaric não pôde deixar de comparar aquele lugar, próximo à cidade mais importante do país, como a capital, com a vila de onde ele viera. Mesmo estando no meio do nada e abandonada por todos, ela tinha água encanada e sistemas de esgoto. Todos tinham suas próprias casas, e quando alguém não tinha, os moradores se uniam para construir uma.
Talvez fosse essa solidariedade que tornava aquele lugar tão especial, proporcionando condições muitas vezes comparáveis às das grandes cidades. Era a união do povo que ali residia que fazia toda a diferença.
À medida que passavam pela vila, as pessoas que por lá vagavam lançavam olhares fugazes para a carruagem, mas como era um veículo relativamente comum, logo o desviavam. Alaric virou o olhar para Zhi Fēng, ponderando se ele seria alguém famoso o suficiente para atrair atenção apenas ao passar.
Quase não pôde conter um sorriso ao imaginar alguém tão carente de confiança como aquele rapaz, rodeado por admiradores, tendo um ataque de nervos.
— Estamos nos aproximando das grandes muralhas vermelhas — comentou Zhi Fēng.
Ao ouvir, o jovem voltou seu olhar para fora e observou a muralha que já se aproximava. Logo entendeu o motivo daquele nome, pois eram verdadeiros paredões feitos de enormes blocos de tijolos vermelhos. Pareciam impenetráveis, com soldados patrulhando o topo e balistas posicionadas estrategicamente entre as ameias. Era evidente que aquelas muralhas foram construídas para resistir e contra-atacar cercos.
À medida que se aproximavam ainda mais das muralhas, Alaric pôde perceber valas que circundavam toda a cidade, e à frente, seguindo a estrada, havia uma ponte que passava por cima da vala. Ao atravessá-la, o jovem pôde ver água abaixo, dando a impressão de ser artificial, obra de mãos inteligentes. Mais uma medida contra invasões.
A água abaixo às vezes parecia se mover, deixando rastros como se houvesse seres não tão pequenos circulando por ali. Quando perto dos portões pode perceber aquelas barras espeças de algo que parecia aço, mas não tinha como ter certeza, muito pela cor roxa, incomum em materiais de ferro ou aço.
Os portões estavam fechados, posicionados no meio do arco de entrada, com alguns soldados próximos que pareciam estar verificando quem tentava entrar. A carruagem deles se aproximou, e um soldado de olhos cansados, marcados por grandes olheiras, se aproximou do cocheiro. Após uma breve conversa, o homem apontou para trás; o guarda assentiu e se encaminhou para a janela do lado de Zhi Fēng.
— Bem-vindos a Dong. Poderiam identificar-se? — solicitou o soldado.
Zhi Fēng abriu a janela e, assim como fizera com o cocheiro, puxou a gola da camisa para baixo, revelando a tatuagem esverdeada de uma folha em movimento, símbolo do Clã do Vento. O soldado rapidamente endireitou-se e fixou seu olhar em Zhi Fēng.
— Você é o…
— Pode me chamar de Fēng Zhi, filho do líder do Clã do vento… — De novo essa hesitação muito incomum, maior do que ele havia apresentado antes, e piorou ao citar: — Fēng Zhang.
O soldado arregalou os olhos e, sem dizer uma palavra, correu em direção aos responsáveis pela abertura e fechamento dos portões. Logo, sem mais questionamentos, os portões começaram a se abrir.
— Sr. Fēng! Pode passar! — anunciou um dos guardas.
O cocheiro bateu as rédeas e os cavalos retomaram o movimento. Todos os soldados, ao serem informados de quem se tratava, endireitavam a postura e firmavam o olhar. Isso respondeu à pergunta silenciosa de Alaric: se Zhi Fēng era uma figura famosa. Talvez o indivíduo Zhi Fēng não fosse reconhecido, mas o sobrenome Fēng sim.
Com a abertura dos portões e o burburinho das pessoas ao redor enquanto a carruagem avançava, Xu Ying acabou despertando. Esfregando os olhos sonolentos, ficou confusa ao observar ao redor.
— Chegamos à capital — informou Alaric, notando a confusão da moça.
Ela ouviu a informação e, ainda com os olhos pesados, dirigiu sua atenção para fora. O sono desapareceu instantaneamente ao cruzar o arco de entrada e se depararar com aquela visão extraordinária.
Desde o arco até o palácio, estendia-se uma avenida reta e larga, pavimentada, com ruas que circundavam toda a cidade próximas aos muros.
Logo após passarem pelo arco, depararam-se com o distrito comercial. Ao longo da larga avenida, várias barracas, lojas e estabelecimentos exibiam mercadorias vindas de diferentes partes do mundo. Desde sedas finamente tecidas até especiarias aromáticas e preciosas joias, tudo se alinhava ao longo da via principal, estendendo-se também pelas ruas adjacentes.
Os narizes de Xu Ying foram brindados com os mais deliciosos aromas que o mundo poderia oferecer, como arroz fresco e pão acabado de sair dos fornos, entre outros. Seu estômago não resistiu e emitiu um ronco audível.
— Quando chegarmos ao clã, farei questão de providenciar uma refeição para vocês — afirmou Zhi Fēng, com um sorriso gentil no rosto, notando o ronco do estômago de Xu Ying.
Xu Ying sentiu suas bochechas corarem e tentou disfarçar a vergonha continuando a observar pela janela. Enquanto isso, Alaric também contemplava as ruas, não tão impressionado, mas sim curioso para conhecer a cidade daquela região. Ele já tinha visto cidades nórdicas, imponentes e frias, com enormes muralhas de pedra, casas gigantescas e habitantes robustos e altos.
Aqui, porém, as pessoas pareciam mais "normais", com estaturas pequenas, comuns entre os humanos, e corpos variando entre atléticos e esguios. A variedade de raças eram pequenas, haviam elfos principalmente, embora em menor número.
Todos estavam vestidos com túnicas ou hanfus, desde os mais simples até os mais sofisticados como o de Zhi Fēng. As cores variadas criavam um cenário vibrante e colorido. Mesmo à noite, as ruas, iluminadas por postes, estavam repletas de movimento, mal deixando espaço para as carroças passarem.
A carroça deles seguiu em linha reta pela avenida, atravessando todo o distrito comercial. À medida que avançavam, podiam ouvir os gritos dos vendedores anunciando seus produtos e as risadas estrondosas dos frequentadores das tavernas. O tilintar das espadas também ecoou quando passaram por um quartel, e não eram poucos, quase que havia um em cada quarteirão. Alaric instintivamente observava a cintura das pessoas em busca de armas, mas não viu muitas.
Ele já ouvira falar de reinos ou cidades que proibiam cidadãos comuns de portarem espadas ou armas em geral pelas ruas. Talvez fosse o caso ali, mas não questionou Zhi Fēng para confirmar. Ao terminarem de atravessar a parte comercial, adentraram um espécie de distrito da classe baixa, embora as casas parecessem ser de classe alta.
“Morar dentro das muralhas é caro” Palavras que Zhi Fēng dissera ao chegarem à vila do lado de fora. Observando aquelas casas que pertenciam à "classe baixa", dava para entender o porquê. Eram variadas em tamanho, geralmente não muito grandes, com telhados curvos e saliências decorativas.
Pareciam ser construídas de barro e estavam pintadas de todas as cores imagináveis, exceto o amarelo, por algum motivo. Não havia um padrão definido para as pinturas, o que tornava o lugar belo aos olhos daqueles que apreciavam cores.
Avançando mais um pouco, chegaram ao que parecia ser o distrito da classe média. As casas seguiam o mesmo padrão de cores e formatos, com telhados curvos e saliências decorativas. A diferença residia no tamanho e no material de construção.
Eram cerca de três vezes maiores que as casas de classe baixa, com pátios internos decorados com plantas e outros ornamentos orientais. Construídas de tijolos ornamentais; cada minúsculo bloco era meticulosamente pintado à mão.
Ao longo do caminho, passaram por parques verdejantes e por antigos templos dedicados a uma variedade de divindades.
Conforme adentravam os distritos, a movimentação de pessoas diminuía até que chegaram a uma ponte elegantemente curvada para cima, adornada com corrimões de um vibrante tom de vermelho, que se destacam contra o cenário. Alaric espiou para baixo e avistou o rio que serpenteava pela cidade. E assim, alcançaram o distrito da classe alta, conhecido também como o distrito nobre, o último antes do palácio imperial.
Este era um lugar de grandiosas mansões, cada uma dotada de vastos pátios internos, predominantemente construídas em mármore, o único local da cidade onde um padrão de cor era rigorosamente mantido: o azul. Para Alaric, o mármore azul era uma novidade deslumbrante, tão belo que fazia os olhos brilharem.
Alaric observou atentamente enquanto o cocheiro manobrava pelas ruas, deduzindo que ele conhecia o caminho para a residência do clã do vento. Sem sequer precisar perguntar, o cocheiro virou mais algumas esquinas, atravessou outras e cruzou com habilidade as ruas bem organizadas da cidade. A única coisa que parecia não seguir um padrão eram as cores das construções, pois tudo o mais era meticulosamente planejado, até mesmo simétrico em alguns casos.
Após alguns minutos navegando pelo labirinto de mansões, a carroça finalmente parou. Eian Liu ergueu-se, abrindo a porta e saindo. Em seguida, Zhi Fēng saiu com a ajuda do guardião, seguido por Xu Ying carregando a pequena Julie, que ainda dormia profundamente em seus braços. Por último e acompanhado de Anthon, saiu Alaric, sentindo as costas doloridas.
Ao pisar em solo firme, o jovem não se preocupou em observar o entorno, apenas esticou os braços e se alongou, ouvindo os estalos reconfortantes de suas costas, braços e pernas.
Zhi Fēng se aproximou do cocheiro e pareceu lhe entregar algumas moedas antes de o homem partir, e então o jovem mestre retornou ao grupo.
— Vamos, irei levá-los aos seus quartos… — Ele parecia hesitante em encarar diretamente a residência.
A mansão era majestosa, de proporções impressionantes, cercada por um exuberante gramado verdejante. No centro do gramado erguia-se uma imponente estrutura de mármore branco, adornada com detalhes em verde e azul. Uma cerca alta de aço, reluzindo como uma lâmina afiada, circundava a propriedade.
— Alaric… — Com Julie ainda em seu colo, Xu Ying parecia apreensiva em confiar naqueles dois.
— Fique perto de mim — orientou o jovem. — Não permitirei que toquem em vocês.
Ele sabia que precisava adotar esse tom e escolher cuidadosamente suas palavras para conceder, nem que fosse um pouco, de confiança a ela. Pareceu funcionar, pois ela respirou fundo e firmou o olhar, e então todos seguiram em frente.
Ao chegarem ao portão, Zhi Fēng conversou com os guardas do clã, que usavam hanfus justos ao corpo, em padrões de branco e azul. Ao reconhecerem o jovem, os guardas não fizeram mais perguntas, apenas abriram os portões.
"Sério? Tão fácil assim?" Alaric achou tudo fácil demais, e se por acaso Zhi Fēng estivesse sendo coagido a pedir a abertura dos portões ou algo do tipo.
Ou a segurança ali era terrível, ou confiavam na força do rapaz e presumiam que nunca chegariam a uma situação como essa.
Deixando de lado tais pensamentos, continuou a segui-los pelo imenso quintal. Algumas árvores estavam espalhadas, mas eram escassas, e havia caminhos sinuosos de pedras. Um desses caminhos levava até a porta principal, e era por ele que seguiam. O caminho era ladeado por lamparinas altas nos postes, que emitiam uma iluminação amarela e acolhedora.
Assim, chegaram à porta principal, uma porta dupla feita de carvalho escuro, decorada com vários símbolos relacionados ao vento. Sem proferir uma palavra, mas com a mão hesitando sobre o trinco, Zhi Fēng a abriu.
— Venham...
Todos obedeceram e o seguiram, adentrando o local. De imediato, foram recebidos por um rapaz de semblante pouco amigável.
— Ora, ora, o meu maninho voltou... — Parecia amigável, apesar da expressão, até concluir: — Enganei-me, o fracassado retornou e trouxe consigo um bando de mal-acabados.