Volume 2

Capítulo 94: Depois do Caos

O sol brilhava intensamente no céu, derramando sua luz reconfortante sobre a vasta e exuberante floresta oriental. Entre a densa vegetação, seis figuras avançavam.

Os dois que marchavam lado a lado, no final da fila, eram Alaric e Xu Ying. Suas roupas estavam manchadas de suor, poeira e sangue, e eles pareciam à beira do colapso a qualquer momento.

— Ei, moço… falta muito? — perguntou a criança que Alaric havia resgatado. 

Durante o breve período que passaram juntos, Xu Ying descobriu que seu nome era Julie, um nome curiosa e estranhamente ocidental. De qualquer forma, a pequena Julie indagou para o líder à frente, um jovem que Alaric tinha conhecido recentemente.

— Se continuarmos marchando sem parar o dia todo... — Os olhos da criança se iluminaram. — Estaremos na metade do caminho...

Os olhos da criança perderam o brilho, e os ombros cederam. As esperanças de Julie foram desfeitas por Zhi Fēng, o mesmo que havia feito a oferta para Alaric participar do torneio pouco tempo antes.

Depois dos eventos traumáticos na vila, Alaric, Xu Ying e Julie partiram sem destino definido, deixando para trás o que restava de seu lar consumido pelas chamas. Alaric retornou à sua casa, recolheu algumas poucas posses e as colocou em uma mochila improvisada. Lembrando-se das palavras de Zhi Fēng, ele o procurou na floresta, eventualmente encontrando o acampamento onde ele e o guardião estavam.

Após compartilharem suas histórias, concordaram em seguir para a capital imperial. A condição imposta era que Alaric participasse do torneio, uma oferta à qual ele eventualmente cedeu.

— Você realmente confia neles? — sussurrou Xu Ying para o jovem ao seu lado.

— Não totalmente — respondeu Alaric, sentindo o calor da floresta aumentar, junto com a umidade. — Mas é tudo o que me resta.

Xu Ying suspirou, piscando lentamente enquanto observava os dois à frente. O mais jovem tinha um rosto bonito, porém o corpo não exibia muita imponência, com poucos músculos evidentes. Seu sorriso simpático, presente sempre que possível, diminuía por completo qualquer ameaça que pudesse emanar dele.

Seu olhar então se desviou para o homem que seguia logo atrás de Zhi Fēng, Eian Liu. Não se podia dizer o mesmo dele; era verdadeiramente ameaçador. O corpo tonificado denotava uma dedicação constante aos treinos e cuidados com a saúde, apesar da idade aparentemente avançada. O rosto dele raramente se iluminava com sorrisos, e seu olhar era quase sempre firme, porém se suavizava ao observar o jovem à frente. 

— Vou confiar em seus julgamentos... — afirmou ela, baixando o olhar com um leve rubor nas bochechas, enquanto o vento leve balançava as folhas das grandes e densas árvores ao redor.

Essas palavras atingiram Alaric como um soco, fazendo-o hesitar brevemente enquanto continuava a caminhar pelo chão terroso coberto de gramíneas. Um silêncio tenso pairou entre eles, e as sobrancelhas dele se contraíram, expressando a turbulência dos pensamentos.

— Escute — Ele chamou a atenção dela, interrompendo o peso do momento. — Se me permite dar um conselho, diria para não confiar cegamente nos julgamentos dos outros. Tire suas próprias conclusões... É isso... Vamos, Anthon.

Com isso, lutando contra a hesitação e o nervosismo, seguiu em frente, com o cachorro logo atrás. Xu Ying ficou confusa com aquelas palavras, observando-o com um olhar perplexo. No final, o jovem simplesmente não queria mais ser alvo de confiança, não queria mais ser responsável pelas decisões, não queria mais liderar, não queria mais decepcionar e levar as pessoas para a morte.

— Moça… moça… — Julie de repente estava ao lado dela, a puxando pela barra da camisa azul-marinho, interrompendo seus pensamentos sombrios e trazendo um lampejo de leveza ao ambiente. Xu Ying desviou o olhar para baixo, encontrando o rosto preocupado da menina. — Por que ele não sorri?

Xu Ying sorriu gentilmente, e ponderou sobre o que poderia responder para uma criança, até que chegou na conclusão:

— Talvez ele apenas tenha desaprendido… 

— Tomara que reaprenda… — Julie abaixou a cabeça, enquanto ainda segurava a barra da camisa da jovem. — Podemos ensinar ele? Podemos?

— Ensinar? — A garotinha tinha um brilho travesso nos olhos, com um grande sorriso que contagiava. Isso fez a jovem abrir um sorriso ainda maior, e bagunçar os cabelos vermelhos dela, em um belo afago. — É uma boa ideia… Não! É uma ótima ideia… Uhum! É isso, iremos ensiná-lo a sorrir novamente!

— Sim! Sim! — Ela lutava para manter a cabeça erguida, imersa no conforto reconfortante dos afagos que recebia. — Moça, você fica tão bonita sorrindo, nunca perca esse sorriso, tá?

— Hm? Do nada? — Xu Ying continuava a sorrir alegre, enquanto ponderava sobre aquelas palavras. — Seja como for, se eu nunca posso deixar de sorrir, você nunca poderá deixar de ser fofa… É um acordo, o que acha?

— Sim! — Com um grito cheio de leveza e felicidade, as duas selaram o acordo leve, dissipando a energia negativa que pairava sobre elas. — Será que ele aceitaria esse trato? Hein, moça?

Xu Ying dirigiu o olhar para o jovem que caminhava em silêncio mais à frente e ponderou: "Quem sabe... Acho que não..." Ela talvez não conhecesse o jovem o suficiente, mas o pouco que já sabia parecia responder à indagação da criança. 

No fim, após tudo o que aconteceu em sua vida; ver aqueles que amava morrerem, testemunhar seu lar ser reduzido a cinzas, não podia negar que sentia o peso do rancor a consumir igualmente. Ainda assim, esforçava-se para oferecer ao menos um pouco de conforto àqueles que precisavam, como a criança ao seu lado, nem que fosse em um sorriso forçado.

No fundo, entretanto, tudo o que ela desejava era se isolar do mundo e chorar, derramar lágrimas infindáveis, dia e noite, na vã esperança de que talvez, apenas talvez, pudesse aliviar a imensa tristeza que a consumia.

Balançou a cabeça com veemência, para dissipar tais pensamentos, o gesto chegou a assustar levemente Julie. Xu Ying, porém, respondeu-lhe com um sorriso encorajador, e assim prosseguiram com sua conversa, por vezes em um tom elevado, o que fez alguns pequenos animais que estavam escondidos na mata correrem assustados.

— As duas parecem estar melhores... — observou Zhi Fēng para Alaric, que seguia pouco atrás. Por vezes, as vozes das duas ecoavam até onde estavam.

Quando o jovem se encontrou com ele ainda noite, as duas exibiam expressões abatidas, os corpos tremiam e as palavras mal conseguiam escapar dos lábios. Era como se tivessem enfrentado o evento mais traumático do mundo, e na verdade, era exatamente isso que havia acontecido.

— Sim, elas vão conseguir superar isso — respondeu o jovem, com uma secura que não deixava espaço para descontração.

— É… e você? Como está lidando com tudo isso?

— Foi mal, mas não estou afim de conversar — rebateu Alaric, enfiando as mãos nos bolsos, desviando a face para o lado.

Eian Liu virou-se para encarar ele, os vincos na testa denunciando sua desaprovação.

— Seja mais cortês. Ninguém aprecia a falta de educação — repreendeu, com um tom firme, enfatizado pela voz rouca.

Alaric permaneceu de rosto virado, com olhar claro fixando-se na densa e verdejante floresta diante dele. Pequenas criaturas podiam ser avistadas ocasionalmente, enquanto seus ouvidos captavam os sons da natureza: o trinar dos grilos e pássaros, o sussurro das folhas agitadas pela brisa suave, que também dançava entre seus cabelos vermelhos. Ainda era manhã, antes do horário do almoço, e o sol, embora tímido, conseguia penetrar a densa copa das árvores, acariciando suas peles.

— Eian! Não fale assim. — O guardião virou-se para o jovem, suspirando pesadamente, resignando-se às palavras do mestre. Zhi Fēng, então, dirigiu-se ao jovem, ainda observando a densa vegetação ao redor. — Peço desculpas por ele...

— Tsc… Tanto faz… — Alaric, com as mãos nos bolsos, voltou seu olhar para frente, onde encontrou o rosto gentil do rapaz. — Não é como se eu fosse me importar. Vamos apenas cortar esse papo furado e acelerar o passo, tudo bem?

Zhi Fēng assentiu com a cabeça, oferecendo-lhe um sorriso encorajador, antes de retomar sua atenção para o caminho à frente. Juntos, avançaram por mais alguns quilômetros, a paisagem ao redor permanecia inalterada. No entanto, o cansaço começava a se fazer presente, a umidade do ar só piorava a situação. Graças a isso, seus corpos estavam completamente encharcados de suor, e os olhares fatigados.

— Moço… Estou cansada… — Julie quase arrastava os pés, os braços pendiam soltos ao lado do corpo. Seus passos eram quase automáticos, movidos mais pela necessidade do que pela vontade, pois se pudesse, teria parado ali mesmo e deixado o corpo desabar. — Meus pés estão doendo…

— Eu até te pegaria no colo… mas… — Xu Ying caminhava ao lado dela, tão exausta quanto. — Não tenho forças para isso… desculpa…

— Tudo bem, moça… — A garota ofereceu um sorriso simpático, como forma de dizer que estava realmente tudo bem. — Eu consigo continuar, sei que consigo!

Apesar de ser apenas uma criança, Julie demonstrava uma determinação admirável, o que enchia Xu Ying de orgulho. Contudo, mesmo admirando a perseverança da garota, ela queria poder ajudá-la de alguma forma. Mas estava tão exausta que mal tinha forças para si mesma, quanto mais para carregar alguém. Então, com um olhar de esperança, desviou os olhos para Alaric, esperando que ele entendesse suas intenções.

Todavia, tudo que recebeu dele foi um olhar julgador, e sem se importar com ninguém, continuou a avançar. Xu Ying suspirou desanimada com a atitude do jovem e observou Julie com pesar. A menina parecia uma zumbi, quase que completamente exausta. 

Dizer que ela estava suando era pouco; parecia ter tomado um banho. Sua respiração estava pesada, como se inalar cada ínfima molécula de ar fosse um desafio. A situação dela não estava nada boa; era questão de tempo até que ela desabasse de exaustão.

E era compreensível. Nenhum dos três havia dormido desde o que ocorreu; eles apenas andaram e andaram, sem pausas, sem descansos. Ainda assim, Alaric parecia ser o mais resistente dos três, mantendo-se firme, com passos decididos, ao contrário de Xu Ying, que vacilava a cada mísero passo.

Eian Liu, de repente, interrompeu sua marcha, causando confusão entre os outros que também pararam. Habitualmente, ele seguia as ordens de Zhi Fēng sem questionar, mas desta vez agiu por conta própria. Assim, virou-se para trás e ao fitar Julie suavizou a expressão; ela, no entanto, se sentiu desconfortável com o olhar penetrante.

— Moça... — Tão desconfortável que se encolheu atrás do corpo de Xu Ying, agarrando-se a ela em busca de segurança.

— Calma — pediu ele, a voz outrora imponente e áspera, agora, mesmo que rouca pela idade, soava suave e reconfortante, como a de um senhor gentil. — Venha, posso te carregar, está bem?

— Eian? O que está fazendo? — perguntou Zhi Fēng, tão perplexo quanto os outros.

— Apenas ajudando uma pobre criança, jovem mestre... Desculpe por não ter pedido permissão...

Um sorriso orgulhoso iluminou o rosto de Zhi Fēng. Alaric, por sua vez, parecia inquieto; queria continuar logo, mas não dizia nada. Então, Julie timidamente espiou por entre as pernas de Xu Ying e começou a observá-lo; sua voz gentil e o sorriso tão cativante acabaram por fazê-la se acalmar.

No entanto, diferente da criança inocente, Xu Ying permanecia tensa, protegendo-a com o braço, demonstrando toda a desconfiança, num semblante inteiro franzido. Os dois à frente trocaram olhares rápidos e, sem dizer nada, conversaram; era evidente que persuadi-la seria um desafio, assim como conquistar sua confiança.

— Deixe-o carregá-la, Xu Ying — pediu Alaric, mais como uma exigência do que um pedido, já estava impaciente demais. — Se algo acontecer, eu me responsabilizo e resolvo.

Zhi Fēng olhou para ele, as sobrancelhas arqueadas em perplexidade, já que não havia entendido a significância daquelas palavras. Eian, por sua vez, desviou o olhar estreito para o jovem, pois compreendeu a ameaça velada do tipo: "Se tentarem algo, eu acabo com eles".

— Alaric? — Ela o procurou para confirmar as palavras, pensando ter ouvido errado. Mas recebeu um aceno de cabeça, confirmando que era aquilo mesmo. Assim, baixou a guarda e retirou lentamente o braço da criança. — ...Vai lá com ele.

Julie a olhou ainda temerosa, contudo, pôde observar o sorriso suave da jovem, o que lhe deu um mínimo de confiança. Assim, deixou a proteção do corpo de Xu Ying e dirigiu-se a Eian Liu. Ele abriu os braços e a recebeu entre eles, envolvendo-a com carinho. Em seguida, ergueu-se.

— Confortável, pequena mocinha? — perguntou, já com ela no colo.

A garotinha o observou, parecendo analisá-lo, e abriu um belo sorriso inocente.

— Sim! Os braços do vovô são macios! — respondeu, cheia da mais pura inocência de uma criança.

— Vovô? — Eian Liu não pôde evitar o rubor nas bochechas. — Ouviu isso, jovem mestre?

— Haha! Ouvi, Eian — Zhi Fēng riu enquanto cruzava os braços.

— Se já terminaram o papo... — Alaric, diferente dos dois que estavam em um clima agradável, parecia ter nuvens de tempestade sobre a cabeça e, assim, passou por eles. — Vamos indo.

Eian Liu lançou-lhe outro olhar estranho, porém, a expressão repreensiva de seu mestre o fez optar pelo silêncio. Juntos, continuaram avançando. À medida que caminhavam, a floresta parecia fechar-se ao redor deles, tornando-se verdadeiramente densa. Por vezes, era impossível desviar dos arbustos ou galhos que surgiam no caminho. 

O silêncio predominava, pois não havia muito a ser dito, e a única falante era a criança. No entanto, naquele momento, Julie guardava as palavras para si, enquanto parecia admirar a paisagem, às vezes piscando com força, quase entregando-se ao sono nos braços de Eian Liu. Contudo, a cada vez que estava prestes a adormecer, um maldito galho surgia para atrapalhar.

Xu Ying mantinha-se atrás de Alaric, tentando conter-se, mas era incapaz de evitar checar a criança a cada segundo, apreensiva, ela ainda estava desconfiada dos dois.

Anthon, por sua vez, seguia logo no fim da fila, demonstrando obediência ao jovem ao não se separar do grupo. Apesar de muitas vezes sentir vontade, seus instintos caninos o compeliam a saltar pela mata em busca de cada criatura que cruzasse seu caminho.

Por fim, Alaric seguia quase no centro do grupo, em silêncio e sem expressar muito. Parecia perdido em pensamentos, embora fosse apenas uma fachada externa, pois a cada mínimo ruído, desviava o olhar sutilmente, atento aos arredores. 

No fim, ansiava por chegar logo, com muitas decisões a tomar depois. Tudo acontecera tão rapidamente que ele não tivera tempo para planejar, apenas dançar conforme a música tocava. 

De repente, o jovem pôde ouvir sons estranhos ecoando pelo ar, como se algo estivesse arrastando ou rodopiando pelo chão. Junto a esses ruídos, havia o eco de impactos poderosos. Não eram simples impactos, mas sim o som de galopes distantes.

— Cavalos? — indagou Alaric, arqueando uma sobrancelha.

— Exatamente. Estamos nos aproximando do nosso destino... — respondeu Zhi Fēng, sua voz carregada da hesitação habitual. O confiante rapaz que Alaric conheceu na taverna agora parecia apenas uma fachada, e de fato era.

— Destino? Não deveríamos continuar a jornada, por mais tempo?

— Venha, logo entenderá — disse Zhi Fēng, a resposta soava vaga demais para as perguntas que surgiam.

— Alaric? — Xu Ying parecia apreensiva, colocando uma mão sobre o peito. — Devemos ir?

— Temos alguma escolha? — Alaric talvez tenha soado mais rude do que pretendia, mas sem perceber, já estava seguindo Zhi Fēng.

Xu Ying ficou para trás, ainda abalada pelas palavras que, sem intenção, soaram mal, mas logo franzindo as sobrancelhas, continuou em frente.

Enquanto se embrenhavam pelo mato, desviando dos galhos e pulando sobre os arbustos, Alaric pôde ter um vislumbre de esperança à frente: uma área aberta. Zhi Fēng e seu guardião já pareciam estar lá, o que o incentivou a aumentar o passo.

— Uma estrada? — perguntou Alaric, observando atentamente.

De fato, era uma estrada, ampla e larga, que se estendia infinitamente em ambas as direções, cercada pela densa vegetação. O solo era de terra, mas tão compactado que parecia concreto. As árvores projetavam sombras que dançavam com o movimento do sol, criando uma atmosfera agradável.

— Os imperadores de Donfang sempre investiram em infraestrutura — explicou Zhi Fēng, com brilho nos olhos, parecia ter orgulho da nação. — Temos estradas que cortam toda a extensão do país.

— Então por que não havia uma que levasse à vila? — indagou Alaric, uma pergunta válida considerando que a única maneira de sair de lá era atravessando a densa mata que cercava a região por completo. — Teria sido mais fácil sair se houvesse uma…

— Aquela vila não era nem reconhecida como pertencente ao império, nem nos mapas oficiais ela aparecia. — Elevou os olhos, pensativo. — Pensando bem, é estranho nem os mapas oficiais a terem, é quase como se tivesse sido construída em segredo…

Enquanto falava, galopes ecoaram ao longe, aproximando-se a cada momento. Todos voltaram seus olhares na direção do som, testemunhando a aparição gradual de duas imponentes silhuetas equinas, arrastando consigo uma elegante carroça branca. Sobre os arreios, um homem de idade avançada comandava os animais.

— Nossa carona chegou — afirmou Zhi Fēng, dirigindo-se apressadamente para o centro da estrada.

Alaric arqueou uma sobrancelha, confuso, mas permaneceu apenas observando enquanto Zhi Fēng gesticulava para o cocheiro parar. Quando se aproximaram, o homem receoso deteve os cavalos.

Dado que estava um pouco distante, Alaric não conseguiu ouvir a conversa claramente, mas observou o cocheiro balançando a cabeça em negação várias vezes. Foi somente quando Zhi Fēng abaixou a gola de sua camisa, revelando uma tatuagem de folha esverdeada em seu peito, que o cocheiro arregalou os olhos e assentiu.

Zhi Fēng então chamou o grupo para se aproximar. Eian Liu entregou Julie para Xu Ying e gentilmente abriu a porta da carruagem.

— O que você fez? — indagou Alaric, confuso, para Zhi Fēng.

— Apenas o informei que pertencíamos ao clã Fēng — respondeu casualmente, adentrando a carruagem.

Alaric o observou com uma expressão incrédula, maravilhado com o poder de influência apenas pelo nome do clã. Sem mais o que dizer, seguiu os passos de Zhi Fēng, adentrando a carruagem, gesto seguido por todos os outros. Com todos a bordo, o cocheiro estalou as rédeas, e a carruagem retomou sua jornada.

Alaric permaneceu desconfiado, mas diante da perspectiva de acelerar a viagem, optou por manter-se em silêncio, enquanto a carruagem seguia seu curso em direção à capital. Uma longa e aguardada jornada, na qual todos esperavam que transcorresse sem contratempos.



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