Volume 2

Capítulo 110: Pelos Becos

Alaric corria atrás do ladrão que havia roubado a bolsa de moedas de Zhi Fēng. Foi uma decisão impulsiva, Alaric sabia disso e até a repudiava; parecia o modo como seu antigo eu agia. Mas às vezes era preciso ser um pouco impulsivo. Com isso em mente, ele tentou correr, mas a multidão que andava de um lado ao outro no distrito comercial dificultava a locomoção. Ao menos isso não era um obstáculo apenas para ele, mas também para o ladrão, o que o deixava mais calmo, sem pressa para se mover, evitando empurrar as pessoas.

Ainda assim, Alaric avançava sem rumo definido, seguindo na direção que achava que o bandido havia tomado, já que não era possível determinar sua localização exata. Parou de repente, tentando se concentrar, na esperança de ouvir algo que denunciasse a posição do ladrão. No entanto, em um local tão barulhento, distinguir ruídos era uma tarefa que beirava o impossível.

E mesmo olhando de um lado para o outro, ele não via nada além de uma massa de pessoas. Contudo, algo que não havia considerado era que o bandido não necessariamente seria uma pessoa comum. Foi então que, num relance, lançou sua atenção para os telhados e, voilà, avistou o bandido correndo por cima das telhas.

Sem hesitar, ele se aproximou de uma parede e deu um impulso, usando-a como apoio para se elevar. Com agilidade, agarrou-se a uma varanda e puxou-se para cima, emergindo no patamar. Dali, realizou uma série de movimentos acrobáticos, escalando até o telhado. Ao olhar adiante, avistou o bandido correndo em linha reta. Se decidisse usar sua lança, poderia acertá-lo, mas sem entender completamente a situação, Alaric relutava em tomar uma medida tão drástica. Matar alguém sem justificativa não estava em seus planos.

Apenas suspirou, resignado diante da situação iminente, e se pôs a avançar com determinação. Sua velocidade logo superaria a do sujeito de qualquer maneira. Os telhados, construídos com telhas de barro robustas, inicialmente resistiam aos seus pisões vigorosos. No entanto, à medida que Alaric aumentava sua velocidade, as telhas começaram a ceder sob seus pés, fragmentando-se com o peso de sua pressa.

"Desculpe pessoal..." pensou com pesar, antecipando o prejuízo que os donos das lojas teriam neste mês. O ladrão, percebendo que estava sendo seguido, lançou um olhar para trás. Encoberto pelo capuz, Alaric não conseguiu discernir a aparência do sujeito. Contudo, sua ágil presença nos telhados, quase equiparando-se à do ladrão, pareceu desestabilizá-lo momentaneamente, quase provocando sua queda quando um dos seus pés escorregou. Algumas telhas soltaram-se, precipitando-se abaixo, mas por sorte não havia ninguém no local naquele momento.

"Eu preciso pôr um fim nisso logo, antes que alguém se machuque de verdade", pensou Alaric, determinado, e aumentou ainda mais sua velocidade já vertiginosa. O ladrão, por sua vez, também acelerou o passo. Alaric observou com perplexidade um rastro azul serpenteando aos pés do indivíduo, deixando uma aura brilhante pelo caminho. Num átimo de surpresa, o ladrão arremessou-se em direção aos telhados do outro lado da rua. Raios azuis o seguiram em sua trajetória, e o vento, batendo contra o rosto, fez o capuz cair.

Revelando um rapaz de cabelos dourados, seu olhar oscilava entre o medo e um estranho êxtase. Alaric não conseguiu compreender completamente aquele olhar, mas optou por ignorá-lo, sabendo que não podia perder tempo. Concentrando todas as suas forças nos membros inferiores, lançou-se em um impulso poderoso que fez as telhas ao seu redor estilhaçarem-se, e saltou em direção aos telhados do outro lado da rua com determinação implacável.

O rapaz pousou primeiro, cambaleando levemente antes de recuperar o equilíbrio e continuar a correr. Sua velocidade, já notável para um humano, pareceu triplicar. Alaric aterrissou logo em seguida, dobrando os joelhos para amortecer o impacto, e disparou sem precisar se estabilizar, igualando a velocidade do ladrão em segundos.

Os dois corriam pelos telhados das lojas, que nem sempre estavam conectados, com espaços entre eles. Chegando a uma dessas lacunas, o ladrão saltou sem dificuldade aparente, e Alaric o seguiu com a mesma destreza. Fizeram o mesmo uma, duas, três vezes. De baixo, nos becos, era possível ver os corpos passando voando pelo alto, como se nada fosse.

Eles já haviam corrido alguns metros, então, de repente, o ladrão virou-se para Alaric enquanto corria de costas e, surpreendentemente, se deixou cair em um dos espaços entre os prédios. Alaric arregalou os olhos, sem entender a intenção do rapaz. Quando alcançou a beira do telhado, observou logo abaixo o ladrão descendo agilmente, pulando de parede em parede com a maestria de um parkourista experiente.

"Fala sério, esse cara é apenas um bandido comum mesmo?" Alaric pensou, impressionado com a habilidade do ladrão. Não havia tempo para hesitar. Ele se pendurou na beira do telhado e começou a descer, impulsionando-se de uma parede para outra, utilizando toda a força de suas pernas para amortecer os saltos, e voltar para o outro lado.

Chegando a uma altura que ainda seria perigosa para um humano comum, Alaric soltou-se e caiu, pousando de joelhos dobrados. Ele se endireitou, batendo as mãos, e rapidamente olhou ao redor. Atrás dele, a rua permanecia movimentada; era improvável que o ladrão tivesse retornado para um local tão aberto. Restava apenas a frente, um emaranhado de becos escuros.

Determinado a capturar o ladrão, Alaric avançou pelos becos, atento a cada movimento e som ao seu redor. Era um verdadeiro labirinto, com becos que se abriam em ruas auxiliares menos movimentadas, que, por sua vez, levavam a mais becos. O jovem entrava em um beco após o outro, até que, de repente:

— Ele veio por aqui! — gritou um rapaz de cabelos cinzas com mechas azul-escuras e olhos cinzentos.

O estranho apontava para um beco, mas a situação parecia suspeita. Mesmo assim, Alaric avançou até ele.

— Quem é você? E por que está me ajudando? — indagou, estreitando os olhos.

— Porque ele também me roubou e não sei se tem mais alguém com ele — respondeu o rapaz, entrando no beco correndo. — Agora, não fique parado aí, vamos!

Alaric suspirou, balançando a cabeça, e, mesmo hesitante, seguiu o estranho. Os becos eram úmidos e desolados, contrastando com a vivacidade da rua principal. Era um local que parecia abandonado, onde lixo se acumulava e ratos corriam de um lado para outro. Alaric teve que desviar de alguns, assim como o rapaz à sua frente.

— Quem diria que por trás daquela cidade existia um lugar assim — comentou o rapaz, desviando de um saco de lixo.

— Todo o lixo que aquelas pessoas geram tem que parar em algum lugar — respondeu Alaric, desviando de uma lata de lixo aberta.

O lixo gerado pelas lojas e pelos habitantes não desaparecia magicamente. Era assim que esses distritos funcionavam: mantinham uma fachada bonita enquanto os fundos mostravam a realidade por trás da manutenção.

— Mas a cidade parecia tão evoluída. Pensei que faziam algo mais saudável com o lixo… Seres conscientes e gananciosos, né? Fazer o quê… — Ele olhou para o jovem ao seu lado. — A propósito, qual é o seu nome?

— Achei que eu é quem tivesse te perguntado isso antes. — Alaric avistou uma curva à frente, e o rapaz apontou a direção que deveriam seguir. Ao se aproximarem, deslizou, mudando de direção. — Uff… Mas, bem, o meu é Alaric.

Ao olharem para frente, parecia que a correria finalmente teria um fim. Um grupo de pessoas estava parado em um beco vazio, como se estivesse à espera de algo.

— Meu nome é Galean — disse o rapaz, estreitando o olhar. — Sabe lutar, Alaric?

— Sei me virar do jeito que der.

Galean sorriu com a resposta, estreitando ainda mais o olhar.

— Isso já basta. Só não queria ter que me preocupar em te proteger.

— Digo o mesmo — respondeu Alaric, seus olhos claros se tornando ameaçadores. — Você fala, ou eu?

— Você tem mais cara de maluco — zombou Galean, soltando um pequeno riso nasal. — Provavelmente é melhor para as negociações.

Alaric não sabia se deveria considerar aquilo um elogio ou um insulto, mas estaria mentindo se dissesse que não sentiu vontade de sorrir com o comentário. Aproximaram-se dos homens parados no beco: eram seis, quatro encostados nas paredes opostas e os outros dois encostados em uma enorme lata de lixo. Acima dela, sentado com um braço passando por cima do joelho erguido, estava o ladrão que procuravam.

— Olá, porquinhos, se perderam? — indagou o homem encostado na parede esquerda, mais próximo de Alaric. — Estamos bonzinhos hoje. Se se virarem e partirem, não nos importaremos com a merda das suas vidas.

— Você é o líder desse bando de desocupados? — perguntou Galean, ignorando o homem que o encarava com raiva.

O homem se desencostou da parede e deu alguns passos em direção a Galean, o ódio pulsando em cada veia saltada de seu rosto. Estendeu a mão, quase tocando o jovem. No entanto, sentiu algo agarrar seu braço com firmeza. Ao olhar, viu a mão de Alaric segurando-o com uma força descomunal, que nunca havia sentido nessa vida.

— Não o toque e recue essa mão se quiser manter seus ossos intactos. — A ameaça foi dita em um tom tão calmo e com uma expressão tão apática que soou três vezes mais assustadora. Alaric então voltou seu olhar para Galean. — Pensei que seria eu a falar aqui.

O jovem direcionou sua atenção para Alaric e esboçou um sorriso sarcástico. O homem, desesperado, tentava com todas as forças se soltar da mão do jovem, mas seus esforços eram em vão; o braço dele nem se mexia. Em seguida, o jovem arremessou o homem, que cambaleou antes de ser amparado por seu parceiro.

— Seu merdinha! — gritou, acariciando a região que o jovem havia apertado, agora marcada pelos dedos dele. — Você vai morrer aqui, imbecil!

Os rapazes assumiram posições de ataque, mas sem qualquer postura que indicasse que sabiam realmente lutar. Alaric e Galean, no entanto, permaneciam parados, com olhares fixos no jovem sentado sobre a lata de lixo.

— Não os ataquem, pessoal. Caso contrário vão apanhar feio — alertou o rapaz em cima da lixeira, que parecia ser o líder deles.

— O que você disse, Lucian!? Vai à merda! — exclamou o homem humilhado por Alaric, ainda com o rosto contorcido de dor.

— Vocês não são tão idiotas assim — continuou Lucian, num tom de advertência. — Só de olhar para eles, já devem ter percebido que não são simples cidadãos.

— Escutem seu líder — orientou Galean, ainda mantendo o sorriso sarcástico. — Também não estou afim de lutar. Só quero minhas moedas de volta, apenas isso. Depois eu parto e deixo vocês em paz.

— As palavras dele também se aplicam a mim — afirmou Alaric, com um tom sereno e impassível. — Apenas devolvam nossas moedas.

Todos voltaram o olhar para o suposto líder. O homem humilhado logo retornou a atenção para os jovens, cerrando os punhos com tanta força que causou estalos, enquanto um sorriso repugnante começava a se desenhar em seus lábios.

— Do que estão falando, seus idiotas? Moedas? Partir? Nos deixar em paz? Quem vocês pensam que são? — Os outros começaram a imitar suas ações, se aproximando cada vez mais dos dois, tornando a situação cada vez mais tensa. — Deixa eu responder: vocês dois são dois azarados que...

— Tudo bem, tome — o líder interrompeu, jogando as bolsas de moedas, que os dois pegaram no ar. — A fome já está me incomodando. Apanhar com fome é a pior coisa.

Alaric e Galean assentiram e se viraram para partir. Já não havia mais nada a fazer ali. Contudo, havia uma pessoa que não aceitaria isso de bom grado.

— Que merda você está pensando, Lucian? Vai se foder! — Ele se aproximou de Lucian, agarrando-o pelo colarinho e puxando-o com brutalidade da lixeira. — Você pensa que é a merda do nosso líder? Que pode fazer a desgraça que quiser? Pensou errado, babaca!

Um soco seco ecoou pelo beco, fazendo os pássaros levantarem voo, seguido por mais um soco, e outro, golpes cuja dor podia ser sentida apenas pelo som. Alaric, no entanto, ignorava completamente a cena, sem intenção de se intrometer nos problemas alheios.

— Cara, não vamos fazer nada? — perguntou Galean, evitando olhar para trás, mas seus olhos refletiam toda a agonia que estava sentindo.

— Se quiser fazer algo, faça — respondeu Alaric, olhando para o saco de moedas. — Eu já não tenho mais nada a ver com eles.

— Foi mal, mas não consigo ser uma pessoa tão ruim. — Ele virou-se, avançando na direção de Lucian, que ainda estava caído, apanhando de forma brutal.

"Uma pessoa ruim? Será que é isso que sou?" Alaric sentiu o peso das palavras. Talvez fosse verdade, talvez ele fosse realmente uma pessoa horrível, um humano digno de desprezo. Essa ideia persistiu em seus pensamentos enquanto continuava a caminhar sem olhar para trás. Contudo, o peso de sua consciência se fez sentir, obrigando-o a parar. O olhar claro vagou pelo céu, buscando respostas que não vinham, não importasse o quanto perguntasse. Por fim, resignado, suspirou profundamente.

"O que diabos está fazendo, Alaric?" questionou-se. Aquilo ia contra tudo que ele havia aprendido ao longo dos anos, contra os traumas que havia sofrido, contra a perda daqueles que amava. Mas, afinal, a vida era uma jornada de aprendizado constante, não era? E deixar alguém sozinho, sofrendo daquela maneira, certamente não agradaria a Gideon.

"Até mesmo morto, você ainda tenta me fazer ser uma boa pessoa, não é?" O sol o banhou, como se acariciasse sua pele, e Alaric sentiu como se os dedos de seu irmão ainda estivessem ali, tocando-o, incentivando-o a ajudar alguém que necessitava de salvação. Se essa era a vontade de Gideon, e então seria a vontade de Alaric. Ele virou-se e correu para alcançar Galean.

— Então você não é uma pessoa tão ruim — disse o rapaz, um pequeno sorriso se formando em seus lábios.

— Não tire conclusões sem realmente me conhecer — respondeu Alaric, o olhar permanecendo firme à frente, a expressão impassível.

Alaric deu um salto quando o homem preparou outro soco, seu punho ensanguentado e o rosto de Lucian já inchado, à beira da inconsciência. A morte pairava próxima; mais alguns golpes e ele iria parecer.

"Eu tenho poder... então por que não reajo?" Lucian questionava a si mesmo. Ele não era um garoto indefeso, mas estranhamente sentia-se incapaz de retaliar, como se estivesse aprisionado. Foi então que, ao encarar o rosto repugnante do agressor, sentiu as memórias de sua infância invadirem sua mente já a beira do colapso. Naquela época, aquele mesmo homem, agora pronto para tirar sua vida, o encontrou jogado na rua, sem família, sem nada, e o acolheu. Lhe deu o que comer, ensinou-o a roubar, a sobreviver. 

"Ah, é por isso... família... Entendi agora..." Lucian compreendeu o motivo e simplesmente fechou os olhos inchados, limpando o sangue que escorria de seu nariz com uma fungada. O mundo ao seu redor mergulhou em um silêncio absoluto, a dor desapareceu. Não havia mais nada a fazer. Reagir não era uma opção, não por falta de poder, mas por medo de ferir aquele que um dia o salvou, mesmo que este estivesse quase tirando sua vida. No fim, ele apenas aceitou a morte, era o caminho mais fácil. Talvez finalmente estaria livre dessa vida miserável, sem mais noites frias, sem mais dias famintos, sem mais dores ou roubos, nada mais.

Mas estranhamente a dor não veio, o peso do punho não o incomodou. Ele havia morrido então? Era essa a única explicação. Contudo, ao abrir os olhos, percebeu o quão errado estava, pois segurando o braço que quase lhe tiraria a vida, estava Alaric.

— Há duas coisas que eu odeio neste mundo — afirmou Alaric, mantendo firme o braço do homem, sem dar sinais de soltar.

— É? Dane-se! Ataquem-no! — O agressor tentava manter uma pose de valentão, mas Alaric conseguia enxergar através de seus olhos o medo nocivo que o consumia. — Agora, seus idiotas! Ataquem esse desgraçado!

Para sua decepção, suas ordens não pareciam surtir qualquer efeito. Ao olhar para onde seus companheiros deveriam estar, entendeu o motivo; todos estavam caídos no chão, e no meio dos corpos ainda vivos, estava Galean, com as mãos nas costas como se nem tivesse se movido.

— Acho que eles não serão capazes de fazer muito por agora… — caçoou ele, aproximando-se.

— Primeiro, minha própria fraqueza… — continuou Alaric, puxando o agressor para longe, obrigando-o a soltar Lucian, que foi prontamente agarrado por Galean.

— O que você pensa que está fazen...

As palavras do homem foram interrompidas abruptamente, pois o ar em seus pulmões desapareceu, isso graças a um soco rápido e poderoso aplicado pelo jovem, que mal fez ruído.

— Segundo, aqueles que se acham fortes e usam essa falsa segurança para tentar ser melhores que os outros.

O agressor já havia perdido o chão, com o punho de Alaric ainda cravado no estômago. Seus olhos saltaram para fora, e ao final da fala do jovem, seu corpo foi lançado em direção à parede mais próxima, a uma velocidade tão absurda que mal ficou no ar antes de colidir com a parede e cair sobre a lixeira.

Os outros recobraram a consciência, erguendo-se desajeitados, muitos apoiando as mãos nos ombros em gestos de dor. Alaric aproximou-se de Galean, fitando os homens que ainda pareciam dispostos a lutar, seus rostos contorcidos em caretas de determinação e muitas dores.

— Querem realmente morrer? — questionou o jovem, provocando um leve espasmo de choque em Galean.

Observando a reação, Alaric concluiu que Galean não desejava matar. Ele próprio também não, o peso de tirar vidas ao longo dos anos tornara-se cada vez mais oneroso. Exceto quando julgava que era merecido, o que, no fundo, era apenas uma forma covarde de evitar o remorso posterior.

A ameaça, porém, não surtiu o efeito esperado de fazer os indivíduos desistirem da luta. Diante disso, Alaric decidiu reforçá-la. Com esse pensamento, sem proferir uma única palavra, um brilho dourado começou a se formar à sua direita, moldando-se e transformando-se na bainha preta com detalhes vermelhos que ele havia obtido no armazém de Xiong.

— Uma arma marcada na alma? — surpreendeu-se Galean. — Você guarda algumas surpresas, não é?

Alaric permaneceu em silêncio, apenas desembainhando a katana. Seu olhar tornou-se penetrante, e uma sensação de densidade pairou no ar, como se a escuridão da noite tivesse descido sobre todos ali. Os homens estremeceram, desviando o olhar, e um a um começaram a virar as costas e fugir. A tática de intimidação havia sido um sucesso. No fim, sem muito esforço, eles haviam vencido, mas as coisas com certeza não acabariam por aí. 



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