Volume 1

Capítulo 39: Batalhas e mais Batalhas

Nadine, Alaric e as três invocações da garota enfrentavam os Lycaions inimigos. Os lobos arrepiavam seus pelos e rosnavam, arranhando o solo com garras mortíferas. Ameaças de avanços ocorriam ocasionalmente, mas eram vazias, pois do lado oposto estavam seres imponentes.

À esquerda de Alaric, o lobo negro rasgava o solo com garras poderosas, superiores às dos Lycaions comuns. Ao lado direito do jovem, o urso vermelho como o fogo batia incessantemente sua pata dianteira no solo, gerando tremores semelhantes a um pequeno terremoto.

— Já estava na hora… Fuxi! — Detrás do jovem, o imenso lobo branco, com linhas luminescentes percorrendo todo o corpo, emergiu, ultrapassando a barreira e aterrissando à sua frente.

Fuxi circundava Alaric, movendo-se com elegância e determinação, seus olhos emitindo uma fúria intensa enquanto rosnava na direção dos outros lobos. O líder inimigo, ao encarar Fuxi, sentia um arrepio de pavor percorrer sua espinha. Jamais imaginara testemunhar o retorno daquele lobo, e para sua angústia, a expressão de Fuxi denotava um ódio puro, revelando-se em cada traço do seu rosto marcado.

— Garoto, perdoe-me a demora. — Continuando a girar, Fuxi proferiu palavras com uma voz que, de normalmente calma e controlada, agora estava impregnada de ódio, soando rouca e carregada de intensas emoções.

Alaric percebeu a intensa fúria, surpreso por não reconhecer esse lado de Fuxi, mas compreendendo. Aqueles que haviam matado pessoas que ele amava estavam ali, a poucos metros de suas garras e a poucos minutos de suas mortes.

“O que estão esperando!? Ataquem!” Como uma estourada de boiada, os lobos, ao ouvirem a ordem, avançaram. Cada um exibia uma expressão única, mas todos compartilhavam algo em comum: a sede de sangue.

— O que estão esperando!? — berrou Alaric, olhando para as invocações e Fuxi, e prosseguiu: — Ataquem!

Como um general comandando suas tropas, Alaric deu a ordem e todos obedeceram. Eram quatro contra muitos; lobos emergiam da mata, avançando impiedosamente. Seus passos ressoavam com firmeza, levantando uma enorme nuvem de poeira.

Todos convergiam para um confronto poderoso, o prelúdio da carnificina estava prestes a se desenrolar, e assim se deu. O primeiro lobo, em um salto audacioso em direção a Fuxi, aproveitou-se da descontrolada corrida do lobo branco mirando o líder. No entanto, prestes a perecer sob as presas afiadas, Fuxi sentiu uma imensa quantidade de ar deslocando-se próximo à sua cabeça, proveniente da enorme pata branca do urso que acertou em cheio o rosto do lobo inimigo, lançando-o longe. Ao cair no meio de seus companheiros, não restava mais que uma centelha de vida, com a face afundada no crânio. O choque diante do estrago foi palpável, deixando todos ao redor atônitos diante da brutalidade da cena.

“O que estão fazendo!? Continuem!” ordenou o lobo líder enquanto permanecia observando, protegido por alguns lobos.

— Covarde! — Fuxi o encarava rosnando. — Vamos me enfrente!

O lobo líder fitou Fuxi, erguendo o focinho em arrogância e soberba. Essa atitude só serviu para enfurecer ainda mais Fuxi, que voltou a avançou novamente, dilacerando todos à sua frente.

— Você não vai ajudar? — perguntou Nadine, ainda nos braços de Alaric. 

— Eu-

— Cuidado!!!

Dois lobos surgiram dos flancos de Alaric em um salto, mirando a cabeça do jovem. Contudo, Alaric abriu um sorriso lateral e virou o olhar de canto na direção do primeiro lobo.

— Morra. — disse Alaric, com simplicidade e frieza. Uma espada atravessou o lobo, penetrando pela lateral esquerda e emergindo pela direita. O que antes era uma lâmina dourada e limpa, agora estava tingida de vermelho, carregando consigo entranhas. Em seguida, Alaric virou seu olhar para o outro lobo. — Você também.

Uma vez mais, uma espada surgiu no ponto cego do lobo, perfurando seu estômago. Mas ao contrário de emergir pelo outro lado, ela parou dentro do lobo ainda vivo, que agonizava intensamente.

— Você servirá de mensagem para seu líder. — proclamou Alaric. Em seguida, a espada, que ainda estava cravada no estômago do Lycaion, iniciou seu curso em direção ao líder inimigo. Atravessando o campo ensanguentado, a lâmina alcançou o Lycaion líder, arremessando o corpo agonizante em sua frente. A espada começou a se dissolver pela longa distância. — Ainda tenho o limite de distância... De qualquer forma, o lobinho ficou assustado.

O líder compreendeu a mensagem e fechou o semblante enquanto observava o lobo agonizante. Pela primeira vez, aquele veterano Lycaion sentiu uma centelha de pavor verdadeiro. Todas as outras vezes foram algo superficial, mas testemunhar a capacidade daquele jovem realmente estremeceu seu coração.

“Matem-no”, falou o líder, observando o lobo agonizante. O pobre coitado não tinha mais salvação. Ao ouvir a ordem de seu líder, primeiro um semblante apavorado se formou, mas logo após, um leve sorriso surgiu, acompanhado de algumas lágrimas. E assim, os Lycaions ao redor do líder arrancaram sua cabeça, encerrando sua existência.

Em meio ao caos, uma batalha intensa se desenrolava. Dois lobos avançaram em direção ao urso, correndo e trocando olhares. Num instante, se dividiram e, em um salto sincronizado, atacaram pelas laterais, abrindo suas garras e rasgando a pele do grande animal. Pousaram suavemente, deixando o urso confuso e indeciso sobre qual adversário atacar. Enquanto estava perdido em sua indecisão, sentiu outra dor, agora vinda de sua pata traseira. O lobo havia feito um retorno ágil e mordiscado levemente. Porém, mesmo um mordisco leve daquelas enormes presas foi suficiente para abrir um talho imenso em sua pata, despejando um rio de sangue.

O outro lobo avançou pela frente, mirando nos olhos do urso, sabendo que atingir aqueles olhos seria o fim da criatura. Correndo em sua direção, o lobo encarava o urso, que ainda se recuperava dos últimos golpes e estava atordoado pela dor, sem perceber o perigo iminente. Com alguns metros de avanço, uma nuvem de poeira acompanhava o lobo. Ao chegar a cerca de cinco metros, ele impulsionou suas patas, iniciando seu salto.

Embora o urso estivesse começando a se recuperar, era tarde demais. O lobo se aproximava rapidamente, a poucos centímetros de cegar o animal. Então, uma sombra negra cruzou a visão do urso, e quando a criatura focou seu olhar à frente, o lobo já não estava lá. Olhando ao redor, viu o lobo negro segurando o outro na boca. Com apenas uma mordida, partiu o lobo ao meio, deixando sua carcaça tombar ao solo. Assim partindo para o próximo.

Fuxi avançava ferozmente, dilacerando e brutalizando os tolos que obstruíam o caminho em direção ao seu algoz. O primeiro adversário surgiu, e Fuxi lançou-se ao ar, mas a criatura persistente, ao perceber o lobo sobrevoando-o, saltou e colidiu seu corpo com o de Fuxi. Isso alterou a trajetória do lobo vingativo, fazendo-o cair alguns metros à esquerda. O lobo que saltou pousou rapidamente, já correndo em direção ao Lycaion vingativo. 

Fuxi se levantou rapidamente, sentindo algumas dores pelo corpo. No entanto, os inimigos que haviam tirado, sua esposa e seus filhos estavam ali, na sua frente. Algumas dores não seriam suficientes para impedi-lo. O lobo que avançava em sua direção trouxe consigo um cruzar de olhares intenso. O dele era determinado a matar, enquanto o de Fuxi refletia um demônio em fúria, um olhar de alguém que só descansaria após alcançar sua vingança. Sua visão, em instantes, escureceu.

Ele viu o céu uma vez, seguido pelo solo portando um cenário infernal. O céu apareceu novamente e, em seguida, o solo com seu corpo decapitado. Na terceira vez, viu Fuxi recolhendo as garras, e no céu pela última vez, seus olhos arderam com lágrimas enquanto uma luz o iluminava, aquecendo um corpo que já não possuía e acalmando sua alma. "Inari...", foi seu último pensamento, acompanhado de um sorriso puro. Na quarta visão, viu Fuxi avançando novamente e desejou que ele completasse sua determinação, pois agora entendia que o que fizera estava errado, mas já era tarde demais.

Fuxi continuava avançando de forma brutal e sanguinária. Passou por um lobo, cortando suas patas; por outro, cortou-lhe a cabeça, e no terceiro, arrancou seus olhos. Um quarto lobo estava à sua frente, e ele saltou com as patas estendidas e, garras afiadas. O pobre lobo sentiu suas entranhas queimarem. Ao virar o olhar apavorado, viu apenas aquele ser tomado pelo ódio, caindo sobre seu corpo, mordendo seu pescoço e arrancando um pedaço antes de partir para o próximo. Fuxi estava imparável.

— Preciso ajudar aquele lobo lunático. — afirmou Alaric, já preparando-se para partir.

— Ele me parece…. — começou Nadine.

— Estar em ódio… 

— Não… — Ela observou Fuxi, ainda dilacerando todos em seu caminho. — Parece triste.

Alaric não entendeu de início, mas então decidiu observar Fuxi de uma forma diferente. Notou que, mesmo marcado pelo ódio mortal, o rosto de Fuxi ainda continha sinais de melancolia. Percebeu que Fuxi estava apenas descontando toda sua frustração naqueles Lycaions.

— Eu preciso ajudá-lo logo. — Alaric soltou Nadine e trouxe as espadas para perto de si.

— Por quê!? Ele me parece capaz de fazer o que quer… — Ela segurou a mão de Alaric. Ela parecia não querer deixar o jovem ir, talvez por medo de ficar ali sozinha. — Não vá…

Alaric sentiu o toque suave em suas mãos, já calejadas por inúmeros conflitos enfrentados. Era um contato caloroso e reconfortante; talvez desejasse mais daquilo, mas não era o momento apropriado.

— Ele pode parecer forte, e realmente é mas… — Alaric acariciou os cabelos roxos de Nadine. — Veja, aquele idiota irá cumprir sua vingança a qualquer custo. — Retirou sua mão dos cabelos dela e a apontou para frente. — Inclusive ao custo de sua própria vida. Não posso permitir, entende?

Um lobo emergiu diante da mão de Alaric, mas o destino do animal já estava selado. As cinco espadas de luz irromperam em sua direção, cada uma encontrando um caminho único através de sua pelagem. Elas cortaram seu corpo de lado a lado, suspendendo-o no alto como um troféu. O sangue do lobo começou a escorrer pelas lâminas, pintando o cenário com traços carmesins que reluziam à luz.

— Vocês são bons amigos, né… — Nadine soltou a mão de Alaric, observando o lobo perfurado e sangrando à sua frente. Parecia já não se importar com a visão. Vestindo uma expressão destemida e firmando as mãos no arco que portava, afirmou: — Se é assim, eu vou junto.

Hahaha! — Nadine não entendeu a reação de Alaric. Ela havia acabado de afirmar com toda convicção possível em seu ser, e mesmo assim? — Desculpa, desculpa… — Ele começou a limpar as lágrimas de seus olhos. — Só que é engraçado, uma princesinha covarde, do nada ficar corajosa hahaha!

Humph! — Virando o rosto com determinação, Nadine avançou, chutando o solo. Mesmo diante dos sarcasmos e do jeito rude de Alaric, ela mantinha uma expressão brava, as bochechas cheias denotando seu foco. — Vamos logo.

— Tá bom, tá bom. — Alaric começou a andar, passando a mão em seus cabelos, provocando um rubor nas bochechas cheias de Nadine.

— Por que você vive colocando a mão em meus cabelos!? — Lançou um olhar confuso e envergonhado para Alaric.

— Não sei… — Alaric abriu um largo sorriso e semicerrou os olhos, quase os fechando. — Só sinto vontade e faço.

Os olhos de Nadine, de repente, brilharam, e memórias remanescentes surgiram em sua mente.

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— Papai, por que você vive colocando a mão em meus cabelos!?

— Não sei, só sinto vontade e faço… — O homem, semelhante a Alaric, abriu um largo sorriso e semicerrou os olhos, quase os fechando. — Agora vá ver sua mãe.

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— Por que? Não gosta? — questionou Alaric.

— Nã- quero dizer sim, não quero di… — Nadine se embolou inteira, sua boca silabando palavras desconexas, a deixando visivelmente estressada. — Arrg! Esquece!

Ela acelerou os passos pesados, tomando a frente com um semblante fechado. Alaric ficou sem entender o que se passava.

— Então, é isso que querem dizer quando falam de "mulheres"... — Ela olhou para as mãos e, em seguida, para as espadas. — Ahh, é mais fácil entender como isso funciona do que entender as mulheres, então?.... Ahh…

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Na batalha contra Mani, Aldebaram se via pouco pressionado, enquanto a deusa ativava seu novo estado de poder: Lua crescente

Hahah! Estou começando a achar isso divertido. — Aldebaram exibia dois ferimentos, um rasgo profundo em suas costas e outro na lateral esquerda. No entanto, graças ao estado Berserker, a dor pouco importava, chegando a conferir mais força ao guerreiro.

— Humano tolo, só está mais próximo de sua morte. — Mani girou suas duas espadas em suas mãos, fazendo-as se chocarem.

Hahahah! Não acontec- — Antes que Aldebaram pudesse concluir sua frase, ele sentiu uma onda de impacto por trás, sendo arremessado para frente.

Tsc, se meu poder estivesse completo, isso teria dizimado essa montanha. — Mani reclamou, avançando em direção ao guerreiro ainda atordoado no solo. — Bom, que seja. É seu fim, humano.

Observando de longe estavam Dolbrian, Gideon e a receosa Astrid, testemunhando Aldebaram se aproximando cada vez mais de seu fim.

— Vovô! Temos que ajudar ele! — exclamou Gideon, sentindo a urgência de intervir, mas até Dolbrian sabia que seria uma tarefa difícil.

— Gideon… Nã- Cuidado! — Dolbrian reagiu instintivamente, chutando Gideon para o lado e acertando Astrid. 

No local onde estavam, uma explosão aconteceu, algo havia impactado-se com o solo, lançando pedaços de terra ao ar, junto a uma enorme nuvem de poeira.

— O que!? — Gideon, caído a alguma distância, observou ao redor e notou duas figuras emergindo da poeira. — O que vocês estão fazendo!?

— Não podíamos ficar parados. — Erne, recuperado dos ferimentos da luta contra Aldebaram, juntamente com Dorni, avançava contra os três. — E, pelo jeito, vocês são tão perigosos quanto Aldebaram. — Ele fixou o olhar em Astrid. — Ela principalmente.

Gideon fitou seu avô que estava caído, parecendo debilitado, dirigiu seu olhar para Astrid, e seus olhos estavam arregalados enquanto Erne se aproximava dela. 

— Desculpe, garota… — Erne, não desejava tirar a vida de alguém tão jovem e inocente, mas era uma guerra afinal, e, Astrid ser uma dragonoide representava ameaça aos planos de Estudenfel. — Será rápido, eu prometo.

— Astrid!!! — Gideon tentou se levantar, mas viu sua tentativa ser impedida por uma espada em seu pescoço.

— Não se mexa. — Dorni, com uma expressão séria e centrada, olhava Gideon de cima, transmitindo uma sensação de superioridade e a capacidade de tirar sua vida a qualquer momento.

Dolbrian retomava a plena consciência, forçando seus braços contra o solo, erguendo a parte superior do corpo. Navegou com os olhos por todo seu campo de visão, observando a situação desesperadora com Erne se aproximando cada vez mais de Astrid.

“Aquela lança... ela ignora qualquer coisa fixa à vontade de seu dono. Vai ignorar as escamas duras de Astrid. Preciso fazer algo!”

Astrid, com os olhos arregalados, fitava o rosto enrubescido de Erne, lutando para manter-se sentada, desengonçada.

— Adeus, garotinha. — Erne lançou sua mão, que portava a lança, o mais longe possível atrás de si. Virou o corpo, girou o quadril, pisou firme no chão. Seu braço acompanhou e viajou até o mais longe à sua frente. — Lança Veloz! — Seu corpo curvou, sua mão perdeu o contato com a haste da lança, que viajou, começando a emanar brilho amarelado e aumentando a velocidade absurdamente.

O cenário se encolhia em volta da lança, um túnel de desespero que se estreitava para Erne. Na perspectiva dele, uma jovem inocente estava prestes a perder a vida por estar no lugar errado na hora errada. Astrid, por outro lado, vivenciava seu fim iminente; memórias um dia esquecidas ressurgiam, um enorme dragão branco, majestoso, como uma visão prévia à morte. Seus olhos, por um instante, tornaram-se normais. Ela fitou Gideon e sorriu… um sorriso puro, seus olhos lágrimas marejando. Ali, sua jornada parecia chegar ao fim, e a lança cumpriu seu trajeto, perfurando pele, carne e emergindo do outro lado.

Gideon arregalou os olhos, testemunhando o sangue que se espalhava pelas roupas brancas de Astrid.

— Vovô!!! — Na visão de Gideon, Dolbrian, aquele que o cuidou, estava perfurado. O ancião havia pulado na frente de Astrid, desviando ligeiramente a trajetória da lança, que mal a tocou. Dolbrian agora jazia quase sem vida em seu colo.

Ha, ha… te salvei, garota. — Os olhos de Dolbrian se fecharam, e mesmo lutando para abrirem-se novamente, parecia algo impossível no momento. — Gideon! Tire ela daqui… E, Gideon... Te amo, meu neto… — Foram as últimas palavras pronunciadas com dificuldade por Dolbrian antes de perder a consciência.

Astrid estava em estado de choque, incapaz de acreditar no que ocorria diante dela, suas roupas cada vez mais vermelhas.

— Eu errei, não acontecerá de novo. — A lança de Erne desmaterializou e reapareceu em sua mão.

Gideon começou a sentir algo estranho, uma sensação diferente, ao ver seu avô quase morto, com um rombo nas costas atravessando o peito, e Astrid abalada com seus olhos vazios. Ele não suportava mais; quem iria suportar?

— Vocês... Por que não nos deixam em paz? — Uma aura densa e dolorosa emanava do jovem, repleta de dúvidas e questionamentos. — O que fizemos a vocês? Por quê? Por quê? Por quê!

— Se afaste, Dorni! — Erne sentiu um perigo iminente e instintivamente ordenou que Dorni recuasse.

Dorni rapidamente se afastou, deixando o jovem sozinho ao solo, com o rosto obscurecido. Erne interrompeu suas ações para observar Gideon.

— O que você é, garoto? — O velho general sentiu uma aura inexplicável, como a de um demônio ou de um deus, pois emanava horror e acalento, como se a alma de Gideon estivesse lentamente se corrompendo.

— Mestre! O que está acontecendo!? — Dorni, ao lado de Erne, estava apavorado, nunca havia sentido algo assim.

— Não sei! Fique atrás de mim! — Erne trocou de alvo, pois, por agora, o maior perigo era Gideon Stormheart. Fazendo o mesmo movimento que fez com Astrid para arremessar a lança, ele estendeu a mão o mais longe possível. — Não sei o que você é, e pouco me importar... Você agora representa uma ameaça aos nossos ideais, e terá que morrer.

Com essas palavras, Erne arremessou a lança, que alcançou uma velocidade impressionante ativando a "Lança Veloz". Ela novamente atingiu velocidades surpreendentes.

— Eu virei a ameaça? Não fizemos nada a vocês... — O tempo parecia dilatado, Gideon estava melancólico, triste, e uma fagulha de ódio acendeu-se em seu ser. — Mas que assim seja, se nos tratam como ameaças, iremos agir como tais. Eu irei agir como tal...

A lança viajou rapidamente até Gideon; a essa velocidade, atravessaria o jovem e levaria seu corpo por alguns metros, encerrando sua vida. No entanto, na visão de Gideon, tudo estava lento, incluindo a lança. Ele rapidamente levantou-se. Como uma chuva de informações, toda a luta de Aldebaram estava guardada em sua memória, e seu cérebro absorveu. Como um dançarino, Gideon apenas girou, e a lança passou reto, cravando-se em uma árvore atrás dele.

— Eu aceito, aceito ser uma ameaça... E estou começando a aceitar que matar pode ser necessário... Se isso realmente me trazer a paz. — Aparecendo por trás de Erne a uma velocidade acima do comum, portando a Escolion em mãos. — No final, lidarei com as consequências e o sangue em minhas mãos. Por isso, Erne, trarei seu fim.

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Notas:

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