Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: BravoED/ Delongas


Volume 6

Capítulo 11: Septem


— Eu não vou deixar!

Ouvindo a voz da Mônica, vi-a girar enquanto descia do alto.

Ambas suas mãos agarravam uma maça, e com ela, Mônica deu um golpe que levaria um humano que o enfrentasse a um fim trágico.

Parece que meu último suspiro não seria dado nesta rua branca e vermelha.

Não, talvez eu tenha meramente ganhado algum tempo.

A maça descendente foi recebida com o florete.

A pressão de ar do balanço fez a neve em volta de Celes sumir, e, após a Mônica parar no ar, seus cabelos balançaram um pouco.

Era uma cena bastante inacreditável.

O golpe da Mônica havia sido verdadeiramente pesado.

Um humano... pará-lo com um florete tão fino seria impossível de acordo com o senso comum.

Mas para Celes, realizar tal feito era algo que me pegava aceitando como natural.

— Para alguém dirigir verdadeira hostilidade contra mim... você é a segunda.

Saltando para longe de Celes, Mônica erguia sua arma em ambas as mãos.

No instante seguinte, as costas da Aria apareceram na minha frente.

Fazendo sua entrada derrapando através da brecha deixada pela Celes, sua respiração estava uma bagunça.

— Essa é a primeira vez... que eu... usei isso tão repetidamente, mas... parece que cheguei a tempo.

Olhando em volta, ela parecia entender o perigo da situação. Ela não carregava sua lança consigo, mas puxou uma adaga que estava pendurada em sua cintura, e entrou em posição.

Os olhos de Celes se viraram para a Joia amarela no florete, e lentamente virou seu olhar para Mônica e Aria.

— Uma usuária de Skill, e uma boneca mecânica antiga... interessante. Vamos adicioná-la à minha coleção.

Celes olhou para mim.

Eu não conseguia mover meu corpo como desejava, e com meus membros firmemente plantados no chão, eu podia apenas devolver o olhar.

Aria pareceu perceber uma anormalidade.

— O que exatamente é você...

Trocando olhares com a Aria, Celes soltou um leve suspiro.

Ela parecia um pouco incomodada.

— É inútil. Normalmente um olhar seria o bastante. Oy, bonequinha, você tem vontade de ser minha? Vou cuidar de você mais do que o Lyle jamais cuidou.

Mônica atirou sua maça em Celes com toda força, antes de produzir outra idêntica de dentro de sua saia.

Celes usou seu florete para partir o objeto atirado.

A maça repelida rolou para perto de mim.

— Entendo. Que pena.

E após Celes dizer isso, Mônica deu sua resposta:

— Eu apreciaria se você se referisse à mim como uma autômato ou empregada ao invés de uma boneca. Mas para que eu tenha animosidade... você é humana?

Ela falou como se a Celes não fosse uma mera humana, e internamente, eu tinha certeza de que ela não estava errada.

Algo que transcendia o termo. Essa era a impressão transmitida levemente pela Celes.

Após dar umas risadinhas, Celes falou para ela:

— Mesmo quando você é meramente uma falsificação gerada no labirinto, realmente gosta de se prender nos detalhes.

Celes pôs um tom como se soubesse de algo especial, mas Mônica simplesmente desdenhou:

— E ainda assim, existo, com o frangote aqui para servir. Seja eu um construto real ou falso, não faz a mínima diferença!

O Quarto me ofereceu uma simples análise da situação.

『Mesmo com dois extras, você ainda está em desvantagem. Lyle, confirme se todas as outras estão vindo para cá. E... certifique-se de checar se a Novem-chan está vindo.』

Ele falou tensamente com alguma dúvida.

Eu não queria suspeitar dela, mas a Celes definitivamente havia mencionado o nome da Novem.

— ... Aria, onde estão as outras?

Confirmei com ela, de modo quieto.

Ela respondeu em voz suave.

— Estarão aqui em breve. Só a Mônica e eu viemos na frente.

Ouvindo isso, falei:

— A Novem falou alguma coisa?

— Eu vim aqui com muita pressa, sabe? E depois de chegar aqui, é tudo sobre a Novem? Eu vim tão rápido quanto pude, para que saiba? Mesmo assim, por que ninguém em volta está se movendo?

Enquanto ela dava alguns olhares nervosos para os arredores, eu segui seu olhar.

Cavaleiros, soldados, civis... todos eles estavam olhando para Celes.

Entre eles, alguns expectadores estavam até deixando suas lágrimas caírem.

Eu reuni alguma força para alcançar a maça perto de mim.

O Quinto:

『Lyle... por que você precisa ir tão longe? Está irritado porque perdeu? Ou é mera teimosia? O que você tem a ganhar, ficando nervoso só porque uma ou outra pessoa falou mal de você!?』

Ele soava preocupado comigo.

(Verdade, nós estivemos juntos por mais de meio ano... parece que eu passei a entender algumas coisas.)

A Terceira Geração, geralmente indiferente, me ofereceu alguns conselhos.

『Lyle, tem como você tentar aguentar até a Novem-chan chegar aqui?』

O Sexto não pensava grandes coisas da Novem.

Apenas como a filha de uma casa com a qual ele era associado.

『Terceiro, você tem alguma coisa em mente?』

O Sétimo se preocupava comigo:

『Um meio de sair daqui, e deixar o Lyle viver outro dia?』

Mas o Terceiro negou essas alegações.

『Esse é um dilema mais problemático do que vocês podem imaginar. Ela é temperamental, e sua hostilidade contra nosso Lyle é forte. Ela disse o nome da Novem, então se você aguentar até lá, então alguma coisa certamente vai acontecer. Não que eu possa dizer se vai ser para melhor ou pior.』

Então a fuga não é uma opção melhor?

Mesmo nesse ponto, não era isso que eu tinha em mente.

Lutar e observar, era isso que eu podia entender.

Eu não posso escapar da Celes. Ela vai me alcançar facilmente, e a batalha será furiosa.

O Quinto também parecia ciente:

『Há diferença demais de força. Nunca pensei que seria tão grande... nós fomos ingênuos. Se fosse o atual Lyle, então pensei que pelo menos, fuga seria uma opção válida pela descrição que ele deu da Celes.』

O Quarto falou comigo:

『Ganhar tempo deve ser uma boa, mas me pergunto quanto tempo a Mônica e Aria conseguem aguentar.』

Eu respirei profundamente algumas vezes, olhei para Celes, e sorri.

— ...Algum problema?”

— Não, nada de mais.

Mas dizendo isso, sorri e olhei para Celes mais uma vez.

Sua sobrancelhas se contraíram um pouco em resposta, ela instantaneamente entrou no espaço entre eu e Aria.

Isso significava que ela havia ido para trás da Aria, então Aria se virou com seus olhos arregalados.

Celes me pegou pela lapela e me levantou, mas ainda assim, ri.

Segurando uma maça, Mônica correu para Celes, enquanto a Aria apunhalava com sua adaga... antes de serem mandadas voando contra a parede.

Ambas acertaram a parede de cabeça. Talvez Aria houvesse usado uma Skill para se proteger, já que se levantou imediatamente.

Mônica colidiu através, fazendo um buraco, antes de emergir de outro muro.

Eu fiquei surpreso por sua aparição, mas Celes facilmente a chutou para longe.

A autômato rolou uma boa distância para longe antes de se levantar encarando a Celes.

— Pare!

Enquanto eu berrava para que ela parasse, Celes se virou para me olhar.

— Frango...

Eu sabia muito bem que Mônica estava tentando resolver a presente situação, mas sua oponente era forte demais.

— Apenas sente aí e assista.

E no instante seguinte, minhas costas colidiram com uma parede firme.

Comigo ainda em suas mãos, Celes havia me batido contra a parede.

Inexpressivamente, ela me observou, e abriu sua boca:

— Você certamente parece relaxado. Já desistiu?

Sangue pingava da minha boca, e além da minha dor, minha mente parecia querer me deixar a qualquer momento, mas eu aguentei, e sorri para ela.

Parece que ela odiava ser tratada com descaso. Pelo menos essa parte dela ainda era imatura.

— Já está satisfeita?

— Huh?

Não com seu sorriso condescendente usual, Celes me encarava.

— Estou perguntando se você já está satisfeita? Você conseguiu seu poder esmagador, e usou ele para esmagar os fracos. Já está se divertindo? Pois bem, que perfeito... combina bem com você.

Após eu ter dito isso, Celes enfiou sua lâmina através do meu braço esquerdo, me pregando com ela à parede. Enquanto ela a esfregava entrando e saindo, soltei um berro.

— AAaaaaAh!!

Mesmo enquanto um som indescritível desses saía da minha boca, eu continuei sorrindo para ela.

(É, isso mesmo, maltratar ela desse jeito é divertido demais! Eu sabia que ela faria isso, então eu... merda, isso dói!!)

O Terceiro:

『Lyle, que tal você manter suas provocações em moderação? Mas tenho que te elogiar por não fazer as duas de sacrifício. Foi realmente uma aposta, mas parece que você conseguiu a tempo. Bem, o importante é como as coisas vão começar a se mover daqui em diante.』

E nisso, Novem correu para o palco.

— Lyle-sama!

... Novem observou a Celes repentinamente remover o florete do braço do Lyle, e se distanciar um pouco.

Ela havia decidido seguir o Lyle quando ele deixou o território Walt. Então as duas mulheres não haviam se visto por um período de mais de meio ano.

Ela havia crescido ainda mais que antes, e sua atmosfera ficava cada vez mais fascinante.

Portando uma beleza inapropriada para sua idade, Celes observava uma Novem sem fôlego correr para o Lyle. Ela nem a chamou, nem lançou um ataque.

Novem imediatamente começou a tratar o Lyle, indo tão longe a ponto de mostrar suas costas a Celes.

O garoto poderia perder consciência a qualquer momento, mas para Novem...

— Mônica provavelmente está apenas sem energia, mas por favor cuide dos tratamentos da Aria, Shannon e Eva primeiro...

Dizendo isso, suas forças deixaram o corpo, e Novem o segurou próximo de si.

Deitando-o gentilmente em uma cama de neve, Novem se virou para Celes.

Quando Miranda chegou, ela correu para Aria.

E Clara para Mônica.

Ficando em uma posição como se para proteger o Lyle, com os primeiros socorros completos, Novem apontou o cajado em suas mãos para Celes.

— ... Isso não é o que você prometeu. Você disse que não levantaria uma mão, não foi?

Ouvindo isso, Celes dirigiu alguns olhares fugazes para sua Joia amarela.

Era como se ela estivesse indo contra sua vontade, e a própria Celes queria cortar a Novem ali mesmo.

Novem parecia entender isso.

Celes retornou seu florete para a bainha, e se dirigiu a ela.

E no momento que sua arma foi guardada, os Cavaleiros se reuniram ao seu lado.

— Sim, sim, desculpa por isso. Erro meu. Mas foi ele quem atirou a primeira pedra.

Vendo-a rir para si mesma, Novem olhou em volta, e viu Alfred e o outro soldado caídos por perto. Neve havia começado a se acumular neles.

Ela pôde entender facilmente que foi a Celes que cuidou dos dois.

— Isso é uma mentira. Lyle-sama não é esse tipo de pessoa. Quem lançou o primeiro golpe foi o seu Alfred, não foi?

Novem estava ciente das ações do Alfred até agora. Afinal de contas, ela era a filha da Casa Forxuz, uma Casa profundamente conectada com os Walts.

Celes fingiu ignorância.

— Não faço ideia~! Digo, eles já estavam brigando quando eu cheguei aqui.

Ainda rindo consigo mesma, ela se moveu para deixar a área.

Novem falou para ela:

— Se o Lyle-sama tivesse morrido... Eu teria lutado, mesmo com você como minha oponente, Celes-sama.

Celes parou de caminhar. Os Cavaleiros em volta dela puseram as mãos nos cabos de suas espadas.

Alguns entre eles conheciam a Novem.

— A mera filha dos Forxuzes pensa em apontar uma lâmina para a Celes-sama!?
— Então aquela prometida em casamento a uma falha é uma falha no fim das contas!
— Quando você não é nada mais que a segunda filha dos Forxuzes...

Novem os ignorou completamente.

Isso era tudo que ela podia fazer.

Porque a emoção que ela sentia a respeito deles era uma conhecida como “pena”.

(Para os Cavaleiros da Casa Walt terem caído tanto...)

Eles uma vez foram esplêndidos Cavaleiros, jubilando enquanto o Lyle amadurecia. Eles faziam arruaça para saber quem participaria da primeira campanha do garoto, e frequentemente riam enquanto bebiam.

Até mesmo o Alfred uma vez mimou o Lyle como um irmão mais velho faria com o mais novo.

Mas isso...

— Nada para dizer em resposta? Ou talvez... você responda melhor ao nome 【Septem】?”

Novem agarrou seu cajado com mais força, certificando-se de poder lançar magia a qualquer momento. Celes se virou para ela com uma expressão bastante enfurecida.

— Não me chame por esse nome. Eu sou Celes... da Casa que vocês Forxuzes sempre carregaram em estima, a Casa Walt... filha deles. Você pode realmente encostar um dedo em mim?

Na segunda metade de sua fala, Celes começou a fazer uma expressão triunfante.

Novem baixou seu cajado.

Para a Casa Forxuz, a Casa Walt carregava um significado importante.

(Então, se ela ainda é a Celes-sama, eu não interferirei.)

E era para o bem disso que sua casa continuava oferecendo suporte a eles das sombras.

— ... Agora quanto a sua promessa de não pôr as mãos no Lyle-sama.

Celes parecia em grande parte, desinteressada.

— Eu esqueci disso. Erro meu. Mas... realmente vou cortá-lo na próxima vez que o vir. Vou me certificar de te mostrar também, então tome cuidado de não deixar ele vagar no meu campo de visão. Ah, mas...

Celes se inclinou para frente, o indicador de sua mão esquerda repousando em seus lábios.

Sua pose era adorável, tão inocente quanto se era possível ser.

— Haverá um anúncio importante dentro de três dias, e não me importo de te ver na praça nessa ocasião. Vá dizer isso ao Lyle também... ele até será capaz de ver os pais, então venha assistir com seus dedos cruzados.

Estourando em risadas, Celes partiu cercada por seus Cavaleiros.

Ela lançou um olhar para Miranda e Clara também, mas como elas não mostraram qualquer interesse, ela caminhou com uma expressão entediada.

Os soldados recuperaram os restos do Alfred e seu soldado, e agora nada permanecia na área além da pilha de entulho e neve.

Miranda ofereceu um ombro para Aria, mas assistiu a Celes partir durante todo o tempo.

— ... Ela está ainda pior do que na última vez que a vi.

Tendo a visto vários anos antes, Miranda pôde entender que Celes havia crescido.

Aria encarou suas costas com arrependimento.

— Para eu ser tão inútil...

Novem falou para ela:

— Não, Aria-san, você mostrou esplêndida resistência.

— Eu não preciso do seu consolo. É um fato que não pude fazer nada.

Clara também caminhou junto a Mônica.

(Normalmente, uma cena dessas nunca teria acontecido.)

Com o Lyle caído, Mônica percebeu que ela não podia operar em seu estado normal.

E Mônica encarou a Novem:

— Você sabe um monte de coisas, não sabe? Farei você me responder. Qual é o seu objetivo!?

Talvez ela acabasse se tornando uma inimiga do Lyle. Determinando isso, Mônica a pressionou.

Novem pareceu um pouco espantada, mas deu um sorriso amargo.

— Eu vou realizar o tratamento da Shannon-chan e Eva-san primeiro. Porque está frio aqui fora. Nós temos que deixar o Lyle-sama em movimento também.

Mônica declarou que não deixaria a Novem colocar um dedo no Lyle, jogando-o por cima de seus próprios ombros.

E dentro daquela rua, que geralmente tinha muito pouco tráfego, uma carruagem parou diante de seus olhos...


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