Setes Japonesa

Tradução: BatataYacon

Revisão: Delongas


Volume 18 (Final)

Prólogo


... Capital do Reino de Bahnseim, Centralle.

Na sala de audiências do palácio real, Celes sentava-se no trono recém-feito, tranquilamente batendo suas pernas enquanto relaxava entretida. Além das filas do alto escalão blindados, as portas da frente se abriram, e um mensageiro entrou correndo.

— Mensagem! As forças inimigas cercaram Centralle. Seus números estimados são de seiscentos mil!

Ouvindo isso, aqueles da linhagem real de Bahnseim ao lado de Celes ficaram abalados. Os outros simplesmente escutaram o relatório sem expressão.

A boca de Celes se distorceu com o relatório e ela sorriu. Seu marido, Rufus, lhe falou, ansiosamente:

— E-ei, Celes. Ficaremos bem? Apesar de termos concentrado nossas tropas em Centralle, com os ataques ocorrendo pelas terras, não conseguimos reunir sequer duzentos mil. S-se perdermos, então...

Então, Celes se levantou. Ela se virou para Rufus:

— Perder? Eu? Impossível. Isso é definitivamente impossível. Afinal tudo até agora tem ido exatamente como esperei. Não importa o quão esperto um exército dos vivos tente ser, não podem derrotar soldados decessos. E nossas tropas não são apenas duzentas mil.

Rufus inclinou sua cabeça um pouco.

— Não, Celes... há apenas duzentos mil soldados em Centralle.

Celes sorriu enquanto falava com Rufus:

— Cada um dos mais de um milhão de cidadãos desta cidade são parte das minhas tropas. Todos lutarão por mim. Afinal, vida e morte já não importam mais.

Rufus não entendeu, e Celes deu uma risadinha interna. E imediatamente se moveu para fora da sala de audiências. Com seu guarda, o mordomo Burt estava em seu encalço. Com Rummel, cujos longos cabelos negros se arrastavam pelo chão... enquanto levava seus favoritos, ela foi diretamente ao balcão.

E o que Rufus viu em seguida foi algo além de sua imaginação.

Aqueles preenchendo a praça eram, sem dúvida, soldados. Mas não era como se a capital consistisse apenas de homens capazes. Havia naturalmente idosos e mulheres como em qualquer cidade, mas ainda assim, apenas soldados cobriam a praça.

— Dos idosos aos bebês... todos me ofereceram suas vidas. É por isso que cada civil em Centralle se tornou um soldado.

Rufus deu um passo para trás em surpresa, suas costas topando com algo.

— M-maizel-dono... não, sogro, até a sogra.

Maizel e Claire apareceram no balcão totalmente armados. Seus olhos vazios não davam qualquer atenção a Rufus.

— Celes, então era aqui que você estava. A suprema comandante deveria estar se preparando direito.

— Isso mesmo, Celes. Rápido, entra. Não importa o que aconteça, nós dois vamos te proteger.

Com as palavras de seus pais, Celes se virou e lançou um sorriso. A saia de seu vestido branco esvoaçou, balançando de modo parecido com seus cabelos dourados.

— Tááá~. Mas quando a batalha está numa escala dessas, não consigo deixar de ficar animada.

Vendo o sorriso inocente de Celes, Maizel deu um sorriso caloroso próprio.

— Como esperado de uma filha da Casa Walt. Em suas veias corre o sangue de um nobre feudal.

Claire tocou seu rosto com a mão enquanto inclinava sua cabeça.

— Embora eu estivesse esperando que ela se tornasse um pouco mais graciosa. Bem, mesmo assim, você ainda é fofa, então está bem assim, Celes.

Com os dois ao seu lado, uma alegre Celes retornou ao palácio real. Vendo-a de trás, Rufus...

— Ah, que inspiradora, Celes.

De bochechas coradas, ele seguia fielmente atrás...

Fixem a fortaleza ambulante! Dirijam os canhões ao portão! As muralhas de Centralle não vão cair tão fácil. Concentrem fogo em um ponto!

A fortaleza ambulante avançou lentamente, e quando parou, abaixou sua base com um baque, enfiando estacas no chão.

Sob o céu nublado, a fortaleza se punha ousadamente diante do portão de Centralle.

Vera dava ordens seguidas da sala de operações.

— Só porque paramos, não deixem a chama da fornalha locomotora apagar! Diga à oficina que não há como saber quando nos moveremos, então devem se preparar para isso.

Enquanto eu dava um olhar de lado para Vera sentada em sua cadeira soltando ordens, o general Blois me chamou.

— Pois bem, também irei para um lugar mais fácil de assumir o comando. Lyle-dono, por favor, me chame quando a hora de atacar chegar.

Assenti e levantei minha mão direita levemente para responder antes de olhar diretamente para frente.

— Pois bem, como nossos oponentes se moverão no primeiro dia?

Era uma batalha de larga escala.

Irão rever suas mãos de repente para nos pegarem de surpresa...?

Mônica, que estava por perto, reportou.

— Formas humanas foram confirmadas acima das muralhas do castelo. Mas não estão mostrando reação nenhuma da sua Skill. Eles já estão mortos.

Havia uma enorme bandeira içada nas muralhas, e além dela, eles se preparavam para interceptação. Pus uma mão na boca diante desse início quieto.

— ... Como estão nossas preparações das armas de cerco?

Mônica respondeu de imediato.

— Em cerca de setenta por cento. Mas há algumas diferenças de desempenho entre os membros da aliança. Parece haver muitos exércitos que ainda não se prepararam.

É natural que nunca tenham experimentado uma batalha desta escala, o nível normal é apenas em centenas. No máximo, havia países que guerreavam com milhares. Provavelmente estão se encolhendo de medo.

— Faça eles se apressarem. No pior dos casos, eles podem simplesmente trabalhar nas paliçadas com máximo cuidado.

Pela luta dos exércitos despachados de Centralle, eu podia dizer que tipos de batalha Celes favorecia. Talvez devido a influência da Septem... da Agrissa, ela preferia batalhas que causavam danos enormes para os dois lados.

Ela conduzia batalhas que desde o começo não consideravam os gastos.

— ... Parece que já estão saindo.

Quando as pedras arremessadas pelas armas de cerco e rebentos de magia acertaram, explosões berrantes estouraram. Apesar de ser um começo normal, nosso inimigo estava tão quieto que criava uma atmosfera ominosa.

Mônica assistia os raios de magia que voavam explodirem, obstruídos pelas muralhas, quando abriu a boca:

— Estão abrindo o portão da frente.

... Acampamento principal do Lyle.

Blois viu o inimigo abrindo o portão principal e deu as ordens. Em volta, os Cavaleiros e magos estavam bastante ocupados com as trocas de magia.

— Estão disparando sem prestar atenção aos danos de aliados. Quando se abandona os sentimentos, esses decessos são uma força realmente conveniente. Bem, nunca quero um desses como subordinado... Mas se estão realmente correndo para frente sem pensar em mais nada, temos meios de lidar com eles.

Após apressar os mensageiros para entregar suas ordens, Blois olhou para o inimigo lançando seu ataque sem prestar atenção às magias voando de um lado para outro.

Eles até estavam soltando um grito de guerra, mas isso era mais apavorante que intimidador.

— ... Um exército dos mortos. Não dá para rir disso.

O inimigo avançava diretamente contra o acampamento principal do Lyle... ignorando as magias lançadas neles, de aliados e inimigos, enquanto atacavam.

Diretamente, e sofrendo perdas das baterias disparadas de trás, eles prosseguiam sem um único olhar para trás.

O general Blois cobriu seu rosto com sua mão direita.

— É verdade que de forma nenhuma chegamos perto deles em termos de perseverança. Mas se vão apenas investir assim, ficam aquém de um simples exército de monstros.

Nisso, o exército do Lyle mostrou movimento. Eles realizaram uma grande divisão para esquerda e direita, convidando a força atacante para seu meio.

As armas de cerco posicionadas na retaguarda começaram a carregar barris de pólvora para atirar. Era um dos planos que Lyle havia usado quando enfrentou o exército de monstros.

— Se lutassem como pessoas, talvez fosse mais difícil para nós.

Quando o general Blois disse isso, a cavalaria se aproximando em sua frente caiu uma após a outra por uma armadilha, e arrastaram seus aliados atrás em sua queda. Mas a fileira atrás dessa passou por cima de seus aliados caídos e continuaram a avançar.

Era realmente idêntico ao avanço de um exército de monstros.

— A pessoa que pensou nisso tem uma personalidade terrível. Óleo por baixo, pólvora chovendo dos céus... e além disso, pegando eles no fogo cruzado.

Era o Lyle quem tinha elaborado a estratégia, mas os detalhes foram finalizados em grande parte pelas propostas da Miranda.

Conforme os ataques derrubavam a vanguarda inimiga, as unidades que tinham se dividido à esquerda e direita começavam seus ataques com arcos e armas de fogo.

No entanto, olhando para trás de investida inimiga, o general Blois soltou um suspiro:

— ... Se alguém disse que o suprimento de soldados deles é inesgotável, eu poderia acabar acreditando.

Vendo os inimigos continuando a sair, ele tinha feito seus aliados se distanciarem lentamente enquanto continuavam com suas estratégias.

... Baldoir Randbergh liderava uma unidade de armas de fogo protegida por paliçadas.

Pólvora não era um problema. Suas armas estavam bem cuidadas. Eles tinham armas de fogo o bastante.

Entretanto.

— Fogo!! Não mostrem qualquer misericórdia!

Mesmo levando tiros, com seus torsos e armaduras penetradas, os soldados inimigos não paravam seu avanço.

O modo como o sangue deles fluía também era peculiar. Parecia quase como se não estivessem vivos.

A unidade próxima a de Baldoir consistia de elfos liderados por Eva. Eles erguiam seus arcos, e miravam suas flechas... flechas explosivas ao céu.

Montanhas de flechas voavam, chovendo sobre a unidade inimiga e explodindo... acendendo o óleo, e envolvendo o inimigo em um mar de chamas.

Com seus corpos penetrados pelas flechas, vários inimigos tinham seus corpos completamente explodidos. E ainda assim, não paravam de avançar.

Mesmo com suas partes inferiores explodidas, era possível ver a figura de soldados inimigos se arrastando em meio ao mar de chamas com apenas seus braços.

Os soldados estavam inquietos.

— Mas o que é isso? Mas que infernos é aquilo!?
— ... Só pode tá de brincadeira comigo.
— Pulando no fogo por conta própria...

Os soldados inimigos que pulavam no mar flamejando não podiam mais serem considerados sãos.

Baldoir espremeu sua voz.

— Não vacilem! Essa é a forma do nosso inimigo! É precisamente o porquê de precisarmos lutar! Não deixem o inimigo avançar mais!

Eles não estavam mais meramente fascinados pela Celes. Isso não podia mais ser chamado de charme, eles estavam sendo controlados. Celes, que controlava os mortos como se fosse suas bonecas, causava medo em Baldoir.

(... Se não a enfrentarmos aqui, isso realmente se tornará algo terrível.)

Enquanto reafirmava a anormalidade de Celes, Baldoir dava ordens aos seus homens...

... No palácio, Celes se sentava no trono enquanto recebia os relatórios.

— Celes-sama, os cinquenta mil soldados que atacaram foram completamente repelidos. Foram completamente aniquilados.

As filas inexpressivas do alto escalão meramente mantinham aquela mesma posição do alvorecer ao entardecer. Eles eram realmente bonecos.

— É mesmo? Que dureza, perdi cinquenta mil no primeiro dia. Mas isso ainda não abala nossa vantagem numérica.

Do ponto de vista da Celes, as vidas dos soldados eram inferiores a lixo. Venerar-na apenas os colocava um pouco acima dos outros lixos.

Nisso, Maizel falou:

Celes, parece que aquela coisa fez preparações para enfrentá-la. Você pode continuar deixando os soldados se acertarem, mas, é uma desgraça você seguir as previsões dele.

Claire continuou as explicações de Maizel:

— Isso mesmo. Mesmo que sua força principal esteja preparada, e quanto às outras? Mesmo que diga que têm mais de seiscentos mil, quantos entre eles pretendem nos enfrentar seriamente...

Celes ouviu as opiniões deles com um sorriso:

— É mesmo! Então amanhã vou ignorar aquele inseto maldito e desafiar os outros para a batalha. Independentemente, os Senhores Feudais dos arredores realmente são inúteis. Já que estamos lutando aqui, eles deveriam simplesmente terem atacado de trás. Será que... eles mudaram de lado?

Mesmo sentindo sua traição, Celes sorriu. E...

— Eles não ligam do que será feito dos reféns que deixaram conosco? Vamos dar um exemplo e pendurar alguns nas muralhas?

Burt respondeu à voz risonha da Celes. Inexpressivamente.

— Isso é impossível.

— ... O quê?

Com seu bom-humor interrompido, Celes encarou Burt. Mas ele meramente continuou:

— Não há nenhum refém deixado vivo. Todos eles ou foram mortos e feitos de materiais para soldados, ou...

Do outro lado de sua vista estavam os monstros mantidos dóceis atrás do alto escalão enfileirado. Apesar de haver alguns fracassos em seu meio, até os de sucesso pareciam repugnantes.

Celes bateu suas mãos.

— Ah, é verdade... usei eles para experimentos. Hah, preparar corpos a esse ponto e fazer várias coisas seria uma chatice. Bem, quando terminarmos de limpar aquele esterco, talvez eu deva sair e matar eles pra passar o tempo.

Com um sorriso, Celes deixou os Senhores Feudais de lado pelo momento, decidindo se concentrar no inimigo em sua frente. Lyle tinha considerado ataques da retaguarda, então foi por isso que ele circulou os arredores suprimindo a área e os libertando do charme da Celes.

Para Celes, era desagradável não haver ninguém ameaçando as costas do Lyle. Mas desagradável era tudo o que era.

Afinal de contas.

— Ei, você disse que houve mercenários que vieram para o nosso lado, não é?

Burt ofereceu uma mesura educada.

— Sim. Parece que a aliança não os contrataria, então vieram para nós.

Celes distorceu sua boca em um riso, então Claire, ao seu lado, a repreendeu. Depois de colocar sua língua para fora oferecer um adorável pedido de desculpas, Claire soltou um suspiro e permitiu suas ações.

— ... Deixei ela zangada. Mas isso significa que temos ingredientes, não é? Vamos matá-los e fazê-los de ingredientes para os novos soldados. Temos quantos?

Burt estava prestes a lhe dizer os números precisos.

— Dos reunidos, aqueles capazes de batalhar são...

— Errado. Eu perguntei quantos temos reunidos e mais nada. Mulheres, crianças, isso não importa. Oferecerei igualmente a todos a glória de se tornarem meus soldados.

Burt soltou um “Minhas desculpas”, e prosseguiu:

— Nesta batalha que atrai a atenção de muitos de Bahnseim, não, do continente, mais de cinquenta mil se reuniram. Aqueles apoiando os mercenários na retaguarda... não confirmei seu número logístico, mas estimo que esses sejam os números.

Celes ergueu seu cajado e se levantou.

— Então não está tudo bem? É o bastante para substituir o que perdemos hoje. Quanto mais lutarmos, mais ingredientes terei para soldados, então aquele lixo só precisa chafurdar em desespero.

Não importava quantas vezes ela repetisse uma ofensiva sem sentido e fútil, para Celes, era sempre uma perda que ela poderia recuperar em seu caminho para a vitória.

— E agora, vamos apreciar esta batalha. Eu quero ver logo a cara dele se distorcendo sem esperança.

Conforme a voz risonha da Celes ressoava através da câmara de audiências, o alto escalão que não tinha se movido minimamente começou a cantar louvores a ela. Era como se estivessem repetindo uma ação pré-programada desde o começo...

... Agrissa na Joia Amarela, assistia Celes rir.

Sentada em seu trono da Joia, de pernas cruzadas, ela assistia a garota alegremente.

— Adorável Celes, lute até a morte o quanto quiser com meu amável Lyle. Darei meus mimos para quem sair com vida. É claro, se eu tiver que dizer, o Lyle é mais do meu gosto.

Enquanto dava uma risada fascinante, Agrissa apreciava assistir a Celes com sua guarda tão baixa.

E adorava o Lyle que tinha desafiado a Celes, também.

— Lyle, será uma ótimo ver se você consegue derrotar a Celes. Mesmo que tenha Novem por trás de você... não será tão fácil derrubar minha protegida. Mas no momento que a superar, será o momento que sua existência se tornará digna do meu amor. Mal posso esperar para ver.

Quando Agrissa disse isso e sorriu, ela ouviu a risada de Celes, e também deu uma risada.


Agora que está aqui, isso significa que finalmente a tradução está terminada lá no blog, o Batata Traduções. Já que sempre se manteve 1 volume à frente, mas sei que tem gente que prefere esperar aqui. Então vamos lá!

Também não se esqueçam que comentários e interação são o combústível que movem a tradução adiante, deixem seus feedbacks dizendo o que estão achando da história e da Tradução. 


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