Setes Japonesa

Tradução: BatataYacon

Revisão: Delongas


Volume 18 (Final)

Capítulo 1: O Inimigo de um Inimigo Também é um Inimigo e Aliado Nenhum Meu


... A moral estava começando a cair para o exército que havia invadido Centralle, ante ao inimigo que continuava seu avanço não importando quantas tropas caíssem.

Dia após dia, apesar de quantas dezenas de milhares de baixas fossem infligidas, Bahnseim continuava lutando sem o menor indício de declínio. Ao invés de sua estâmina, a saúde mental dos soldados era a maior preocupação.

A princípio, eles tinham antecipado duzentos mil soldados... mas qualquer número arbitrariamente previsto tinha sido facilmente superado. Em alguns dias, mais de duzentos mil soldados tinham se lançado da capital. E o exército aliado os tinha derrotado.

Mas não havia espaço para alegria.

Um pouco antes da reunião ser realizada na fortaleza ambulante. Representantes de cada país tiveram suas próprias discussões para conciliar seus pontos de vista. 

O norte se centrava em torno de Cartaffs.

O oeste se centrava em torno de Faunbeux.

O sul se centrava em torno de Djanpear.

A discussão começou com cada lado focado em como reduzir suas próprias perdas.

Até no exército do Lyle centrado no leste, as opiniões começavam a divergir.

Para resfriar do calor da reunião, Ludmila foi para fora, e após conferir que a Valquíria que lhe tinha sido apresentada como guarda a seguia, levantou os olhos ao céu noturno.

— Pois bem, todos eles estão de joelhos fracos depois de apenas alguns dias. Qual a opinião do nosso líder?

Ela deu uma risadinha enquanto perguntava a Valquíria. A Valquíria falou em um tom leve.

— Provavelmente como ele previu. Caso eles fujam aqui, é bastante provável que a aliança desmorone.

Ludmila cruzou seus braços. Ela estava vestindo um casaco de peles, e sua postura era realmente imponente. Seus cabelos beringela cobriam um de seus olhos.

— Oh? Está dizendo que ele previu isso. Mas e as contramedidas?

Ao invés de parar para pensar em algo, a Valquíria mais precisamente apenas abaixou um pouco os olhos antes de levantar seu rosto.

— ... Caso a aliança desmorone, iremos diretamente conduzir um assalto a Centralle.

Ludmila, ao ouvir essa opinião.

— Tem certeza que deveria ter me dito isso?

— É ruim você saber. Mas as condições para vitória nesta guerra já foram reunidas. O objetivo do meu mestre é garantir que possa alcançá-las mesmo caso a aliança desmorone.

Ludmila ofereceu um pequeno sussurro.

— Objetivo, eh. Bem, assim parece.

Ludmila tinha recebido um pouco de informação do Lyle. Mas ela tinha que carregar a enorme nação chamada Cartaffs. A informação concedida pelo Lyle era limitada, e ela sabia que isso era o certo.

Mas, ela podia prever um pouco.

(Então ele levou a um ponto em que pode alcançar a vitória a qualquer hora. Tudo o que resta é nos mostrar a realidade à força, ou talvez nos esmagar para reduzir nosso poder. Bem, ele se mover nessa direção é mais que adequado do meu marido.)

Ludmila sorriu.

— Quando nosso líder... quando o Lyle morrer, ele definitivamente estará destinado a ir ao inferno. Bem, só se uma coisa dessas existir.

A Valquíria deu uma mesura.

— Ele já está preparado. Não precisa se preocupar.

Ludmila riu:

— Não diga isso. Ele é alguém acima dos outros. Seria ruim se ele ficasse de joelho mole por algo tão ínfimo quanto o inferno. Mesmo que ele não seja mau, ele é um mal necessário. Eu respeito isso. É claro, como um daqueles que ele planeja moer, tenho minhas reclamações.

Quando Ludmila disse isso, olhou mais uma vez ao céu. A sensação de sua pele quente sendo resfriada pelo ar de fora era agradável...

Meu sétimo dia assistindo o campo de batalha de dentro da fortaleza ambulante estava prestes a passar.

Relatórios começaram a chegar para mim um após o outro. Através da Mônica, relatórios de perdas de cada exército chegavam, e pedidos de reforços.

— Frangote, Faunbeux fez uma de suas unidades recuar. Parece que as perdas excederam seus limites. Enviaram um pedido de reforços.

Agarrando a joia, obtive uma compreensão do campo de batalha como um todo, confirmando que uma unidade do fronte oeste tinha de fato recuado. Com aquela brecha penetrada, o exército de Faunbeux estava desmoronando.

— ... Ponha a Miranda a cargo dos reforços. Diga a ela para levar a Gracia e Elza junto.

Mônica deu sua opinião.

— A Aria-san também está completamente preparada.

Mas levantei minha mão esquerda.

— Aria é sincera demais. Mesmo se tiver apenas que rechaçar os inimigos, ela tentará salvá-los seriamente com todo o seu poder, há a chance dela aumentar nosso próprio número de baixas. A Miranda é a garota para o trabalho.

Sem perdurar em minhas palavras, Mônica instantaneamente enviou as ordens. Havia explosões ressoando por conta das batalha de magias, então o barulho era considerável.

Olhando para minha direção, Vera falou:

— Tem certeza? São aliados ajudando você em sua causa.

Eu sacudi minha cabeça.

— A aliança não é esse tipo de coisa. É um grupo que se reuniu precisamente por conta da existência do inimigo Bahnseim. Não ter uma fundação estável é algo que todos compreenderam vindo para cá. Se eu for o único com altas perdas, definitivamente haverá pessoas que tentarão lucrar da minha batalha. E mesmo Faunbeux vencendo essa batalha, eles apenas recuperarão as terras que perderam antes. Há uma alta probabilidade deles desenvolverem algumas ambições ruins.

Eles estavam cooperando por causa do inimigo chamado Bahnseim... por causa da Celes, e não eram meus verdadeiros aliados.

Se fossem aliados, eu usaria tudo em meu poder para salvá-los. Eu sequer teria precisado usar a Celes propositalmente como desculpa para conduzir uma guerra e desgastá-los.

— Não é o bastante mostrar nossa força a eles aqui para garantir que eles não mostrem suas ambições depois da guerra?

As palavras da Vera faziam sentido. Eles começariam a dirigir suspeitas a mim — o homem que os estava exaurindo — ao ver seus aliados perecendo em sua frente. Mesmo eles sabendo o motivo na cabeça, acredito ser natureza humana eles serem influenciados quando há pessoas morrendo na sua frente.

Eu gostaria de acreditar.

— Caso eu mostre meu próprio poderio militar, há a chance de deixarmos eles desnecessariamente vigilantes, e prepararem suas forças. Bem, minha estratégia é de “vamos todos nos dar bem” e exauri-los. Claro, se eu estivesse na posição deles, atacaria também. É melhor do que entrarmos em algum tipo de período dos estados combatentes, pelo menos.

Quando derrotarmos a Celes, não seria nada divertido se os países em volta viessem para invadir.

Além disso, sejam aliados ou inimigos, dar uma surra neles quando tenho a chance é importante. Digo, esta batalha é para decidir o futuro do continente. Não, já estava praticamente certo, havia algumas forças em apuros por essa decisão. Para aqueles com ambições, eu era apenas um empecilho.

Mônica me chamou:

— Frangote, a unidade da Miranda surtiu. Devo informar Faunbeux que enviamos reforços?

Ponderei um pouco.

— Se avisarmos rápido demais, eles conseguirão reclamar que os reforços atrasaram. Atrase um pouco o contato.

— Entendido.

Enquanto eu conversava com a Mônica, Vera parecia preocupada. Vendo-a assim, fiquei aliviado. Apesar de eu estar agindo com o futuro em mente, sentia meu coração ficando preso não importando o quão alegremente eu estivesse agindo.

Miranda liderou as unidades da Gracia e Elza para correr em auxílio de Faunbeux.

A unidade provavelmente era liderada por algum país ocidental ao invés do próprio Reino Faunbeux. Miranda, com uma Valquíria de cada lado, corria enquanto confirmava a situação em volta.

O exército em meio de sua retirada não chegava a dez mil.

— As forças pequenas estão sofrendo muitos danos. Bem, se nos atrasarmos demais de propósito, as coisas serão um saco depois, então está na hora de partirmos.

Caso se apressassem, poderiam ter chegado mais cedo, mas se demoraram de propósito. Aria queria ir em pessoa, mas Miranda estava bastante ciente da intenção do Lyle ao ter sido nomeada.

(A Aria não serve para esse tipo de coisa.)

Apesar da Aria se destacar em sua simplicidade, do ponto de vista da Miranda, esse também era parte de seu charme.

(Bem, é mais fácil agir quando se tem menos pessoas como eu em volta.)

Nisso, Gracia se aproximou de Miranda.

— A formação lateral de Faunbeux desmoronou. E está continuando a se desfazer daquele ponto. Vamos atacar primeiro e rechaçar o inimigo?

A força de uma investida de Gracia e Elza, em termos militares, era extraordinária. Mas Miranda rejeitou a opinião.

— Quero que deem sua atenção total ao comando. Há um trabalho importante lhes aguardando, e não quero que vocês se machuquem.

Nisso, Elza, que tinha se aproximado para verificar a situação, distorceu sua expressão.

— Algo desse nível não seria um problema, sabe?

Miranda virou seu sorriso para Elza. E silenciosamente começou a intimidá-la. Quando Elza desviou seus olhos, Gracia não falou nada.

Quando as duas retornaram às suas unidades, Miranda olhou para o campo de batalha.

— ... Sinto muito, mas precisamos ter mais perdas pelo bem do Lyle.

Miranda murmurou um pedido de desculpas aos soldados que ali morriam...

... Uma alcova no palácio real.

Ali, Celes repousava em seus trajes de dormir. Sua mãe, Claire, lhe oferecia seu colo como travesseiro enquanto esperava um relatório chegar.

Uma batida veio da porta, e Maizel — que estava na frente — respondeu.

— Entre.

— Peço seu perdão.

Quando o Cavaleiro mensageiro entrou no quarto, ela se espreguiçou.

— Apesar de nosso exército ter conseguido infligir danos na força principal do Reino de Faunbeux, nossa unidade de assalto foi completamente aniquilada pelos reforços que chegaram. Hoje fomos incapazes de obter quaisquer ganhos militares significantes mais uma vez!

Maizel fez uma expressão amarga, mas a sonolenta Celes apenas levantou sua cabeça um pouco do colo de sua mãe para olhar para o Cavaleiro mensageiro.

— Entendo. Bom trabalho, já pode ir. Amanhã nos focaremos ou em Cartaffs ou Djanpear.

— Sim, senhora!

O Cavaleiro deixou o quarto e Maizel abriu sua boca.

— Mas que bando decepcionante. Não conseguiram qualquer resultado decente.

Mas Celes repousou sua cabeça no colo de sua mãe de novo, e deu um sorriso caloroso.

— Podemos preparar tantos deles quanto quisermos, então vai ficar tudo bem, papai. E não é o nosso inimigo que continua ganhando, mas não vê quando isso vai acabar, quem está com problemas? Talvez uma hora eles pensem que não há mais tropas sobrando em Centralle. Mas então saem mais e mais... ufufu.

Maizel lançou um sorriso para Celes, que parecia estar se divertindo.

— Isso mesmo. Tenho certeza que frente a uma batalha contra inimigos sem fim, a moral deles será a primeira a desabar. Quando chegar a isso, tudo o que resta é perseguir as forças rebeldes em colapso.

Celes riu enquanto falava:

— E então devo ir direto ao ataque? Meus exércitos não precisam de comida ou descanso. Bem, se eu tiver que mencionar um ponto fraco, seria meu próprio sono, talvez?

A risonha Celes imaginou os rostos em pânico do exército aliado. Ela perseguiria, atacaria alguns países estrangeiros, e produziria seus soldados em massa.

Espalhar morte pelo continente era a alegria de Celes...

Noite.

Enquanto oferecia descanso à unidade da Miranda que havia retornado, eu conversava com a Novem.

No teto da fortaleza ambulante, eu buscava confirmação.

— A Skill da Celes... não, a Skill que a Agrissa criou, é ressurreição?

Sem olhar para mim, Novem fitava as muralhas de Centralle.

— Não, é impossível ressuscitar os mortos com uma Skill. E mesmo que ela possa criar Skills, ainda está presa pelas leis do mundo, então aquelas coisas não são isso. Ela está reproduzindo os registros de memórias daqueles que já viveram usando os corpos como meio... É uma Skill que pode ser considerada um produto falho.

Me virei para a mesma direção que a Novem, ponderando sobre a Skill da Celes.

— Então não importa quantos inimigos derrotemos, é inútil. A população de Centralle é de mais de um milhão. Apesar de seus números terem decaído um pouco com as expedições e similares, eles têm isso no mínimo. Puxa vida, ela realmente nos pegou de jeito.

Nisso, a Novem se virou para mim. Sua expressão era mais debilitada que a habitual.

— A Celes-sama não tem apenas uma Skill. Essa Skill pode demonstrar tanto poder assim, então certamente deve ser um fardo considerável. Ela provavelmente está usando algo para compensar por isso. Além do mais, a Skill original dela provavelmente chegou no limite, então deve estar quase inutilizável. O número de Skills que ela possui é desconhecido.

Quando enfrentei a Celes antes.

Ela provavelmente já estava usando várias Skills. Apesar dela ter uma base natural bem alta, há algumas coisas que não podem ser explicadas só com isso.

Mesmo sendo tão forte assim, a Celes foi incapaz de evitar a bola de neve jogada pela Shannon. Para mim, será que ela não estava dependendo de uma Skill e por acaso havia uma brecha? Eu achava que sim.

— Ela tomou todas as minhas habilidades originais e selou minhas memórias além disso. Com isso ela deve ter esgotado sua Skill. Só isso era o bastante. Significa que ela não pode roubar mais.

Uma de suas Skills problemáticas já tinha sido esmagada.

E ela tinha usado apenas movimentos monótonos.

Talvez ela estivesse surpreendentemente perto do limite.

Novem olhava para mim com preocupação.

— ... Tenho certeza que ela está esperando alguma coisa divertida acontecer.

— Eu não duvidaria. Praquela lá, esta batalha é só um jogo. Se ela considerasse isso como um duelo sério, nós estaríamos com mais dificuldades.

A ação que eu mais temia da Celes era que ela saísse pessoalmente. Se ela derrubasse nossos talentos um por um, o plano desmoronaria.

Eu julgava que a razão dela não o fazer... não, de não poder, era que sua Skill estivesse colocando um fardo maior sobre ela do que eu havia antecipado. Talvez ela tivesse considerando esse palpite da minha parte, e estivesse me aguardando relaxadamente lá dentro.

— Lyle-sama, a moral do exército aliado está perto do limite. Talvez seja apenas uma questão de tempo até que desabe.

— Isso mesmo. Independentemente de estarmos vencendo, até eu odiaria uma batalha dessas. Bem, eu não gosto de guerras em geral. É melhor só enfrentar monstros.

Nisso, só um pouco. Um leve vislumbre de felicidade cruzou o rosto da Novem.

— Isso mesmo. Ao invés dos humanos lutarem entre si, há coisas mais importantes que deveriam estar fazendo, não é?

Levantei os olhos ao céu noturno.

— ... Se eu não me encontrasse com a Celes lá em Centralle, você acha que eu teria continuado como aventureiro?

Novem respondeu à minha pergunta:

— Você teria ouvido das ações da Celes eventualmente. Cedo ou tarde, uma ofensiva teria sido lançada pelo continente, então talvez fosse apenas uma questão de tempo.

Se eu tivesse fugido para longe, tenho certeza que não teria precisado passar por todos esses problemas. O velho Zell tinha sido incendiado até a morte pelas ordens da Celes, com sua cabana e tudo. O Rondo-san e seu grupo... os aventureiros que eu conhecia tinham sido perdidos.

Soltei um pequeno suspiro.

— Qual parece ser o problema, Lyle-sama?

— Não é nada... É só que o punhado de pessoas que eu conhecia ressoam mais no meu peito, ao invés de todas aquelas pessoas desconhecidas que foram massacradas inutilmente. Acha que eu fiquei louco? Bem, certamente eu fiquei.

Nisso, Novem sacudiu sua cabeça para o lado.

— Não, não é isso.

Eu respirei fundo. E me virei de volta para o quarto.

— Chame todos amanhã. Quando as preparações estiverem prontas, realizaremos a operação.

Quando falei isso, Novem se curvou e aquiesceu às minhas palavras.

— Sim. Como ordenar, Lyle-sama.




Agora que está aqui, isso significa que finalmente a tradução está terminada lá no blog, o Batata Traduções. Já que sempre se manteve 1 volume à frente, mas sei que tem gente que prefere esperar aqui. Então vamos lá!

Também não se esqueçam que comentários e interação são o combústível que movem a tradução adiante, deixem seus feedbacks dizendo o que estão achando da história e da Tradução. 


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