Setes Japonesa

Tradução: BatataYacon

Revisão: Delongas


Volume 18 (Final)

Capítulo 2: Bata e Use a Porta da Frente


— Isso é completamente diferente do que você disse!
— Por quanto tempo essa situação vai continuar!?
— Já há vários países incapazes de continuar lutando. Como você planeja romper esse impasse exatamente!?

Em uma enorme barraca preparada perto da fortaleza ambulante, os representantes de vários países se reuniam e me denunciavam sob o pretexto de aconselhar.

A coordenação da aliança estava começando a decair ante ao Reino de Bahnseim que não mostrava o menor sinal de colapso.

Para a mixórdia que eram, eles até que estavam aguentando muito bem. Graças a eles subestimarem a Celes, eu fui capaz de tirar o máximo proveito da situação.

Dez dias tinham se passado desde que começamos nosso ataque a Centralle. Era óbvio que a Celes, que detinha a habilidade de manipular os mortos enquanto todos se exauriam, tinha a vantagem aqui.

Não havia necessidade nenhuma de entrar em pânico.

Todos os olhos se focaram em mim. Entre eles havia alguns descaradamente apontando dedos e xingando.

— Ouvi que seu exército não sofreu muitas perdas, líder! Você não poderia estar apenas nos exaurindo, poderia!? E está planejando colher apenas os louros! Como é de se esperar, a Casa Walt é a raiz de todo o mal, afinal! Vocês são apenas deuses da pestilência se dividindo em duas facções e banhando este continente em sangue!

Alguns tentaram interferir por acharem que isso era longe demais, mas levantei uma mão para impedi-los.

Para falar a verdade, caso se visse isso casualmente, era óbvio que minhas perdas seriam diferentes das perdas de outros países. Nós nos preparamos por muito tempo para este dia. Nosso ardor também é diferente daqueles outros países que simplesmente se enfiaram pelo caminho.

É claro, é verdade que eu estava só olhando eles serem pulverizados.

— Fingirei não ter escutado a última parte. Fique avisado, não haverá uma próxima vez. Seremos derrotados se continuarmos lutando contra inimigos que continuam vindo, não importando quantos sejam derrotados. A moral das nossas tropas está em uma espiral negativa.

Os soldados inimigos, mortos desde o início, de modo algum pensavam no futuro. Eles apenas avançavam, passavam por cima dos seus companheiros e matavam os inimigos em sua frente. Eles sequer pareciam sentir qualquer dor.

Do ponto de vista dos nossos aliados, eles estavam lutando todo dia com um inimigo pavoroso desses em sua frente. Já não bastasse seu vigor, eles estavam bastante encurralados psicologicamente.

Me levantei do meu assento.

— ... A ferramento para destruir a muralha de Centralle está completa. Iremos lançar um ataque a Centralle para romper esse impasse. Se vão dizer que estamos apenas ficando com as partes boas, então que seja. Iremos invadir Centralle, então aqueles que desejarem se juntar à ofensiva, se apresentem agora.

Quando mencionei que atacaria Centralle, a cidade em que eles sequer sabiam quantos inimigos aguardavam, a atmosfera ficou barulhenta. Mas ninguém se apresentou.

O Rei de Faunbeux levantou sua mão.

— ... As muralhas de Centralle são espessas, e possuem enorme resistência contra magias. Não imagino que será tão fácil rompê-las. Além do mais, com os ataques que sofremos todos os dias, ainda não instalamos nada nelas. Você está dizendo que é possível rompê-la? Eu também enviei algum pessoal para coletar informações, mas nenhum deles retornou. E duvido que dirá algo sobre explodi-las de dentro.

Nada menos que o esperado da família real de Faunbeux. Talvez por causa de todo o sofrimento que o Sétimo o fez passar, parece que ele pensou que eu explodiria o portão de dentro.

Mas dessa vez eu usaria um assalto frontal.

— Não, iremos pela frente. É para isso que estivemos nos preparando.

Olhei para o fundo da barraca. E o interior dela ficou barulhento.

— Não pode ser, vai abalroar com aquilo?
— M-mas mesmo assim...
— Não, é possível. Mesmo se não conseguir atravessar, servirá de escada.

Levantei minha mão levemente no meio daquela barraca barulhenta. Quando as coisas se aquietaram, eu falei:

— Amanhã de manhã, meu exército lançará seu ataque. Alguém contra? Caso tenha uma objeção, terá que oferecer uma alternativa.

Se tiver algo a dizer, então ofereça um plano melhor; isso foi o bastante para calá-los. Para falar a verdade, cada força participante já deve ter enviado pessoal e portadores de Skills para se infiltrarem do outro lado. Mas vendo que não obtiveram resultado algum, parece que todos estavam hesitantes.

Minha proposta foi aceita para superar a situação atual e a reunião se encerrou.

... May corria pelo céu em sua forma qilin.

Ela estava voando pelo espaço aéreo de Centralle...

— Ah~ que irritante!

Uma qilin negra a perseguia em velocidade total. Ela perseguia May silenciosamente, com seu chifre de um vermelho profundo.

No entanto, não havia respirado uma única vez. Essa qilin, era como uma boneca de criança.

— Dá pra me dar uma folga logo?

Se esquivando para o lado, uma risca de vermelho passou por onde ela tinha estado. May sentiu uma leve dormência, por causa do lampejo de relâmpago.

(Ela não se cansa, e consegue soltar tanto relâmpago assim...)

Ambos os lados estavam envoltos em descarga elétrica, e tentavam enfiar seus chifres uma na outra, soltando fagulhas no ar quando seus chifres colidiam.

Olhando os olhos da qilin inimiga, viu que eram vermelho-sangue. E que não havia sinal nenhum de vida.

— ... Consegue entender minhas palavras?

A qilin não mostrou nenhuma reação quando ela chamou. Mas quando ela abriu sua boca, ela era sinistramente grande, com suas presas em um arranjo bagunçado por lugares absurdos, fazendo até May sentir pena.

Sempre que ela tentava fazer reconhecimento do interior de Centralle, a qilin negra ficaria em seu caminho. Ela já a tinha encontrado algumas vezes, e sempre a enfrentava dessa forma.

Mas não importava quantas vezes perfurasse a Qilin negra, ou quantos relâmpagos fizesse chover sobre ela, sua inimiga reviveria em pouco tempo. Se May perdesse um membro, ele cresceria de volta, mas isso levaria algum tempo.

— Quando vejo alguém da minha raça em um estado desses, eu quero salvar, mas... não tenho tempo para isso agora. Então você terá que esperar até a próxima vez.

Evitando o poder absurdo de sua oponente, May lançou a qilin negra em disparada ao chão antes de correr para fora do espaço aéreo de Centralle.

A qilin, talvez encarregada de proteger Centralle de ataques aéreos, não perseguiu.

— ... Eu realmente não consegui fazer meu trabalho. Minhas colegas também não estão se reunindo. Hah, como devo explicar isso ao Lyle?

Uma decepcionada May se virou para trás e olhou para longe. Dali, ela podia ver a qilin a fitando...

... Mônica observava as muralhas de Centralle do teto da fortaleza ambulante.

Conforme o zoom das lentes em seus olhos vermelhos se moviam, ela conseguia ver soldados aliados tentando escalar as muralhas.

Noite. Eles pareciam ter almejado pelo breu das nuvens cobrindo a lua, mas os soldados sobre as muralhas não se moviam minimamente.

Apesar dos soldados infiltrados acharem isso estranho, imediatamente entraram em ação, e desmaiaram na hora.

Em meio à treva noturna, um homem ruivo de fraque apareceu para acabar com os soldados.

— ... Ouvi que os inimigos também tinham um autômato também, mas olhando assim...

Enquanto Mônica observava seus movimentos, o autômato de fraque balançou sua mão direita. Em um instante, Mônica pôs sua mão esquerda em frente ao rosto.

Ela pegou a lâmina da faca no espaço entre seus dedos, e aplicando um pouco de força neles, a despedaçou.

Quando seu olhar retornou ao topo das muralhas, seu inimigo há muito tinha sumido.

— Eu tinha ouvido falar, mas é um modelo mordomo? Ele tinha que ser logo de uma linha de produção diferente, não tinha... isso é problemático.

Quando falou isso, Mônica olhou para o chão. Ela viu os fragmentos quebrados da faca, e produziu algumas ferramentas de dentre seu avental e saia para começar a limpar.

— Para termos de ser hostis em um lugar desses... será que isso é o destino?

Ela falou de alguma forma de destino. Mas a Mônica ainda era a Mônica. Uma autômato tão distorcida que ter um parafuso a menos na cabeça não seria o bastante para explicá-la.

— Empregadas e mordomos... quem são os mais dignos do serviço aos nossos mestres, que tal resolvermos isso aqui e agora.

Ela não parecia ter qualquer rancor particular ou destino posto em sua frente...

Antes do alvorecer.

Chamando o general Blois, Baldoir e Maksim-san para a fortaleza ambulante, transmiti a informação que havia escutado da May.

Baldoir ouviu e fez uma expressão difícil.

— Convocar as bestas divinas era o que nos permitiria manter nossa vantagem.

Maksim sentia o mesmo.

— Elas nos ajudaram com aquele exército de monstros, mas parece que será impossível dessa vez. E achei que nos ajudariam.

O General Blois olhou para o Maksim e suspirou.

— Deveria considerar uma bênção elas sequer terem ajudado uma vez. Somos nós quem deveríamos estar ganhando aqui. Que tipo de dívida está tentando arrumar com as bestas d... Mas por outro lado, não precisamos mais nos incomodar com os outros problemas.

Eu assenti.

May tinha saído para chamar sua família de qilin e outras bestas divinas. Mas em termos de resultados, não tinha conseguido ganhar a cooperação. A razão era que com tantos soldados reunidos em Bahnseim, os danos causados por monstros em outros lugares tinham aumentado.

Além disso, os Labirintos que originalmente teriam sido subjugados foram deixados de lado.

Havia uma chance dos Labirintos se descontrolarem. Mas as bestas divinas estavam cuidando deles por nós.

— Parece que seus números caíram consideravelmente trezentos anos atrás. Bem, se elas vão agir para cuidar dos Labirintos e monstros, é como se estivessem nos ajudando indiretamente de todo modo. Apenas sejamos gratos.

O general Blois levou sua mão ao queixo.

— Ainda assim, uma qilin negra, não é? Definitivamente ouvi os rumores, mas mesmo que sejam só entre elas, isso é realmente assustador. Não vai ser engraçado se relâmpagos caírem em nós do céu.

A qilin negra podia nos atacar de cima. Eu queria evitar isso.

— May e Marina lidarão com isso por nós. E parece que um autômato também foi confirmado lá dentro. Pelo visto a Mônica vai lidar com ele, então acho que vou deixar nas mãos dela. Para ser franco, as autômatos conectadas a mim pela linha se regeneram com minha mana, então é um verdadeiro problema.

As Valquírias não conseguiam se regenerar, mas a Mônica podia. Já havíamos confirmado isso. Mesmo se ela não pudesse derrotar o autômato, eu queria que ela ganhasse algum tempo enquanto enfrentamos a Celes.

Baldoir deu de ombros.

— Um modelo mordomo, não era? Eu realmente me pergunto por que a rivalidade dele arde assim. Mordomos são apenas as pessoas que cuidam das mansões, não são? São como os supervisores das empregadas.

Maksim-san pareceu irritado.

— Não podemos tentar entender o senso comum desses autômatos e antigos. Eles agiam como se tudo isso fosse normal, então não é melhor apenas aceitarmos assim? Mas realmente vamos abalroar essa coisa lá?

Maksim-san olhou para o chão enquanto dizia isso.

A fortaleza ambulante. Ela tinha sido preparada para este momento originalmente. Suas funcionalidades de fortaleza e oficina foram apenas os exageros que o Damien e os outros colocaram.

O general Blois soava intrigado.

— Se pudermos resolver os problemas financeiros com isto aqui, tenho certeza que as guerras mudarão. Embora eu sinta que vá levar algumas centenas de anos até que possa ser posto em uso prático.

O consumo de pedras mágicas. Além disso, a fortaleza ambulante usava metais raros. Sua manutenção também requeria tempo e esforço. Mesmo parada, ela precisava de manutenção.

— ... É definitivamente efetiva em guerras, mas não acho que usaremos de novo. Mais importante, general Blois.

— Eu sei. Se qualquer exército se comportar de maneira estranha, lidarei com isso. Embora eu espere que não chegue a isso.

Enviaríamos apenas algumas elites ao palácio real de Centralle. O resto teria o dever de garantir que os soldados inimigos espalhados pela cidade não chegasse ao palácio. Ao mesmo tempo, eles ficariam de olho para garantir que não houvesse mais nenhum exército tentando lucrar com o nosso trabalho.

— A questão é até que ponto a fortaleza ambulante conseguirá avançar. Eu quero que pelo menos rompa as muralhas no mínimo.

Quando o general Blois disse isso, Baldoir, Maksim-san e eu assentimos. Nisso, Vera veio à sala.

— Está na hora. Seu equipamento pronto, não é?

Os quatro homens assentiram, então Vera falou:

— Isso é bom. O professor Damien e o velho Letarta também estão prontos. E já que parecem preocupados se conseguiremos atravessar as muralhas, permita-me dizer... Nós definitivamente levaremos vocês todo o trajeto até o palácio, então apenas se certifiquem de fazer seus próprios trabalhos direito!

Vendo a Vera cheia de confiança, pensei em sobre como ela deve ter escutado minhas preocupações, e fiquei envergonhado. Isso mesmo, eu tinha deixado tudo a respeito da fortaleza com a Vera.

— Isso mesmo, nós só precisamos fazer nossos trabalhos. Pois bem, melhor eu subir no Portador também.

Quando falei isso, Baldoir olhou para mim.

— Lyle-sama, se não mudarás de ideia, não tenho mais nada a dizer. Mas a vitória é algo apenas obtida quando se sobrevive. Trocar sua vida pela dela é o mesmo que perder.

Seus olhos estavam sérios. Além do mais, o general Blois e o Maksim-san tinham o mesmo desânimo no rosto.

— Bem, se você morrer aqui, todos os planos darão errado. Pessoalmente, eu realmente prefiro evitar uma era de estados combatentes.

— O mesmo para mim. Agora que finalmente consegui um novo senhor, gostaria de viver pacificamente na proteção dele por um tempo. 

Olhei para os três e sorri.

— Eu sou um mal perdedor, então não se preocupem. São os malandros que mudam o mundo, sabe.

Vera riu um pouco.

— Agora vamos lá.

[Nota: Recomendação de música para escutar daqui pra frente:
TATAKAI, por Takeharu Ishimoto]

... A sala de comando da fortaleza ambulante.

Em uma sala onde grades de ferro cobriam as janelas e todos estavam com roupas grossas. Vera se virou para seus subordinados, os marujos e o capitão.

— Agora é nosso grande trabalho. Vamos atingir essa coisa direto em Centralle. Qual a condição da fornalha locomotora?

Um marinheiro conferiu e respondeu em voz alta.

— Nas melhores condições. Estão reclamando que se não começarem a se mexer logo, vão derreter com o calor.

Vera assentiu:

— Estão todos com o cinto de segurança, não é?

O capitão assentiu.

— Senhorita, quando estiver dando ordens, tome cuidado para não morder a língua. A jornada vai ser turbulenta.

Cintos e manípulos para os impactos foram algo que a Mônica e as autômatos tinham proposto, e o Damien e Letarta implementaram. A fortaleza ambulante, que tinha como premissa esse ataque tão absurdo, tinha sido feita desde o começo para cumprir esse papel.

Vera respirou fundo.

— ... Beleza! Avançar! Explodam aquelas paredes de Centralle!

— Ouviram ela, homens! Se abaixarem a guarda porque estamos em terra, não vão escapar fácil! Mostrem do que são feitos os homens do mar!

As vozes dos homens ressoaram pela sala enquanto a fortaleza ambulante dava um enorme solavanco. As estacas presas no chão foram removidas, e ela começou a se mover.

Damien sentado em uma cadeira com cinto de segurança, removeu seus óculos e os entregou a uma autômato por perto.

— Pelos cálculos, ela deve conseguir atravessar.

Sentado ao seu lado, os olhos do velho Letarta brilhavam.

— Vamos usá-la para destruir as muralhas e penetrar. Na primeira vez que ouvi isso, achei idiota, mas agora que realmente tô aqui, vai ser um estouro!

Tanto Damien quanto Letarta estavam se divertindo. O cenário de fora gradualmente começou a fluir mais rapidamente, indicando a aceleração da fortaleza.

A voz alta da Vera soou.

— Andem logo com as preparações do aríete!

Nisso, o cilindro em forma de chaminé da fortaleza caiu. O enorme tubo caiu horizontalmente, e cilindros menores que o central se puseram acima e abaixo dele para alinhá-lo.

— Fogo concentrado do inimigo!

Fogo mágico se concentrou na fortaleza em resposta aos seus movimentos. A fortaleza tremeu. O escudo mágico mínimo foi levantado, mas os impactos ainda enfraqueceram seu movimento adiante.

— Nós sabíamos desde o começo que isso aconteceria! Vingança neles!

Os canhões da fortaleza dispararam diretamente nas muralhas. A distância foi reduzida, e os projéteis, penetrando os escudos inimigos, acertavam as muralhas, um após o outro. Mas apesar de conseguirem espalhar rachaduras, nunca conseguiam quebrar.

— Nós vamos bater!

Em resposta a voz do marinheiro, todos se prepararam para o choque. Essa colisão tinha sido a premissa da fortaleza, e havia uma porção de contramedidas para prepará-los para o choque, mas não era como se todo o impacto fosse ser absorvido. Um intenso tremor ressoou, e Vera berrou:

— Acendam os canhões!

O capitão berrou “Anda logo e acende!” enquanto um dos marinheiros agarrava uma alavanca e removia o fecho de segurança que prevenia seu uso. Então, com toda sua força, ele desceu a alavanca.

As tampas dos canhões na retaguarda da fortaleza estouraram suas tampas e cuspiram fogo. Seu ímpeto foi tremendo, e junto a uma luz pálida, os arredores começaram a se distorcer em meio ao calor. Na frente da fortaleza havia uma enorme placa de aço pontiaguda que se encravava nas muralhas da cidade. Dali, as rachaduras gradualmente começaram a crescer.

Vera agarrou o manípulo, sorrindo enquanto assistia a cena em sua frente.

— Lançamos nosso ataque. Agora só o que falta... é quebrar!

Ao comando dos marinheiros, os cilindros que cercavam a enorme chaminé dispararam estacas. Quando elas se prenderam nas muralhas, a fortaleza ambulante tremeu.

— Removam os dispositivos de fixação! Preparar para o impacto! Não abaixem a guarda mesmo que estejamos aqui dentro! Cubram seus ouvidos e abram a boca!

À voz do capitão, Vera cobriu seus ouvidos e abriu a boca. Nesse momento, uma grande explosão soou do cilindro grande, e dele, uma estaca foi disparada.

Aquela estaca especial atravessou a muralha da cidade de Centralle, enquanto o cilindro em si era disparado para trás.

(Meus ouvidos... nunca mais uso uma dessas coisas.)

Um enorme buraco tinha sido feito na muralha, e dali ela começou a desmoronar. E com a fortaleza que continuava acelerando com as chamas irrompendo de sua traseira...

— Explodam!

Quando a Vera berrou, a fortaleza ambulante destruiu as muralhas de Centralle, e se infiltrou.

Com as rachaduras feitas pelos canhões, a força as penetrando, junto com a explosão instantânea de força, a fortaleza tinha entrado em Centralle.

Os soldados de Centralle que tinham testemunhado tal coisa não mostraram nenhum sinal de pânico. Eles sequer ficaram pasmos. Mas em uma tentativa de fazer algo, eles tentaram atacar o pedaço enorme de metal, só para serem esmagados.

— Pra que lado é o palácio!?

Perguntou o capital à Vera.

— Nossa orientação foi afetada. Por enquanto precisamos levar eles para algum lugar per...

— Faça o que puder pra bater essa coisa na direção do palácio! Se não, nossa força nos deixará longe por muito!

Os marinheiros controlando a fortaleza ambulante em aceleração, viraram o leme para regular sua direção. Com uma curva enorme, sua massa destruía a paisagem de Centralle enquanto avançava.

A janela da sala de controle foi atingida por escombros de um edifício e roupas e até mesmo animais de pelúcia, dificultando a visão do caminho adiante.

Mas a fortaleza continuou seu avanço rumo ao palácio real enquanto raspava o chão abaixo de si. Uma porção dos pneus tinham estourado, e sua velocidade estava caindo a cada segundo. Os canhões caíram, a blindagem foi arrancada, e apesar de cada vez mais esfarrapada, a fortaleza seguia ao palácio.

Damien falou:

— Acha que vai aguentar até o final?

O velho Letarta riu:

— Vai aguentar! Afinal, fui em quem fez, e esses caras aí estão controlando!

Dentro da fortaleza, Vera olhava diretamente para frente enquanto sentia os tremores ominosos e o chão sob seus pés se amassando. Apesar de estar rangendo, continuava avançando.

Atrás da fortaleza, portadores de larga escala carregavam soldados e seguiam atrás.

— Está bem na nossa frente! Senhorita, conseguimos!

Quando o capitão berrou, Vera ordenou que todos se preparassem para o impacto. E internamente

(Te entreguei direito, Lyle!)

A fortaleza acertou a muralha externa do palácio, e parou...

Dentro do compartimento de carga do Portador.

Soltando meu corpo, confirmei que a Vera tinha colidido a fortaleza ambulante no palácio como prometido. Agarrando a Joia, falou para a Clara:

— Clara, ataque.

Clara respondeu da cabine do Portador.

— Sim, explodindo nossa cobertura.

A cobertura de metal estava coberta de entulho e escombros. O Portador levantou sua porção frontal e usou seus braços para espanar tudo.

Olhei para fora. Tudo o que a Clara via era compartilhado por todos no compartimento de carga.

Ludmila parecia preocupada com seus lábios.

— Não sei como sobrevivemos àquilo. Mas não posso reclamar dos resultados.

Cobrindo sua boca com ambas as mãos, Shannon estava de rosto pálido. Elza, sentada ao lado dela, tinha uma voz preocupada.

— E-estou me sentindo mal. E já estou no meu limite. Não aguento mais.

— S-Shannon, nós não fizemos nada ainda.

Olhando o cenário em volta, Clara manipulava o Portador. No peito do Portador — onde estaria o coração, havia um dispositivo que usava uma valiosa gema imbuída de Mana. Clara, que era capaz de controlar isso, era realmente nossa salvação.

O Portador acelerou violentamente, e saltou da fortaleza para o interior do palácio.

— Lyle-san, os Cavaleiros saíram. Parece haver alguns monstros entre eles.

Vendo a cena nos olhos da Clara, dei minhas ordens.

— Pra longe com eles.

O Portador em aceleração abriu ambos os braços para rechaçar os Cavaleiros e monstros ex-humanos. Visualizei o mapa do palácio e sondei em busca do sinal da Celes.

Miranda murmurou a localização.

— ... A sala de audiências. Esse bebê consegue subir escadas?

Nisso, a Mônica falou com um sorriso destemido.

— Hmph, não há nada impossível para o Portador, a cristalização do meu amor e do Frangote. O poder do peridoto que peguei... que recebi dele, está rugindo!

Como ela disse, realmente estava. Lançando para longe os inimigos na nossa frente, o Portador escalou as escadas em linha reta à sala do trono.

— Sua, depois de eu não conseguir achar não importando o quanto procurasse... pra que foi que você usou elas dessa vez?

Mônica entrou em pânico.

— Espera aí mesmo. Não fui eu. Foram aquelas defeituosas das Unidades Um, Dois e Três que disseram que Pedras Mágicas não produziriam energia o bastante, só acabou que elas estavam certas!

Parece que as Valquírias tinham roubado o que havia restado do meu valioso minério mágico. Enquanto pensava em como puni-las depois, Mônica soltou seu cinto de segurança.

Com uma cara séria.

— ... Parece que meu oponente chegou.

Logo depois, Clara cruzou os braços do Portador para assumir uma postura defensiva. Quando um impacto correu pelo golem, um autômato de fraque apareceu na nossa frente.

— Agradeceria se evitassem avançar mais. Avançar mais nessa coisa de restos de sucata que não consigo discernir se é um veículo blindado ou uma arma móvel é uma descortesia deveras grandiosa.

Com um rosto sério, Mônica saltou do compartimento de carga e se pôs ante ao autômato. Com uma bela forma, ela ofereceu uma mesura ao seu inimigo.

— É risível que um maldito pedaço de sucata incapaz de compreender a fofura neste design fale de descortesia. És um autômato modelo mordomo? Eu sempre quis dar uma surra em um dos seus, mesmo que só uma vez.

Mônica enfiou a mão na brecha entre sua saia e avental, produzindo um enorme martelo e um dispositivo com uma broca de dentro.

Seu inimigo fez uma reverência que transbordava etiqueta.

— Sempre odiei as farsas daquele país que nunca conseguiram fazer mais que imitar. Muito bem. Irei sucateá-la aqui e mostrá-la nossa diferença em especificações e classe.

Botei minha cabeça para fora do teto do compartimento de carga.

— Mônica!

— ... Vá em frente. Tenho certeza que minhas irmãs se encontrarão comigo depois, então vá em frente e deixe isso comi... Hã!? Quem teria imaginado que eu conseguiria dizer uma dessas frases que sempre quis dizer, aqui!

Ah, ela é a mesma Mônica de sempre, afinal.

— ... É melhor voltar depois.

Se virando para mim, Mônica sorriu.

— Sim, definitivamente alcançarei depois. Pois minha posição padrão é ao lado do maldito Frangote.

Dizendo isso, ela se virou para enfrentar o autômato inimigo.


Agora que está aqui, isso significa que finalmente a tradução está terminada lá no blog, o Batata Traduções. Já que sempre se manteve 1 volume à frente, mas sei que tem gente que prefere esperar aqui. Então vamos lá!

Também não se esqueçam que comentários e interação são o combústível que movem a tradução adiante, deixem seus feedbacks dizendo o que estão achando da história e da Tradução. 


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