Volume 18 (Final)
Epílogo: Segunda Metade
... A nova capital.
Com sua fundação completamente construída, os representantes de vários países... quando os representantes dos países que participaram da aliança se reuniram, o Inverno já havia passado, e a Primavera já dava suas caras.
O plano de desenvolvimento da capital ainda estava pela metade. Mas como não podíamos mais adiar, os representantes foram reunidos, e Lyle oficialmente proclamou sua coroação e formação de seu império.
Ele já tinha começado sua regência então. Na área sobre o controle direto da Casa Bahnseim. Além disso, nos territórios dos Senhores Feudais que o Lyle tinha esmagado pelo caminho. Adicionando Rhuvenns e Beim. Só porque estava ocupado, não significava que o Lyle poderia escapar de administrá-los.
Do momento que a Monarquia de Bahnseim foi derrubada, o Lyle já estava em uma posição em que teria que assumir a responsabilidade. Ele apenas estava fazendo uma proclamação formal disso.
O palácio no centro da nova capital tinha sido completado, e a cidade fortificada tinha uma construção não padrão nova ao mundo. O castelo apoiado pelos pilares de cinabre eram altos e largos. Os ingredientes usados para apoiar seu peso eram os chifres do Dragão Lenda. Usava esses chifres vermelhos como os pilares carmesim sustentando uma estrutura massiva.
Os representantes dos países reunidos no saguão de recepção prenderam a respiração; não só com seu tamanho, mas também seu esplendor. Não tinha sido construído como uma simples fortaleza para combate, e ainda assim, o poderio tecnológico para preparar isso tão rápido... considerando tudo, só com esse poder nacional, seria um terrível inimigo de se enfrentar.
Lyle tinha tido sucesso em dar essa impressão.
Fidel Trēs estava no saguão como representante dos mercadores de Beim. Sua filha era uma das concubinas do Lyle, então ele tinha sido convidado.
A cerimônia ainda havia de começar, então os representantes falavam entre si. A atmosfera não era muito tensa, mas também não era calma. E assim, todos esperavam os ritos começarem.
Todos em volta sabiam que Fidel tinha apoiado o Lyle desde que era um aventureiro sem nome, apesar de ser um mercador, os outros delegados permitiram que ele se pusesse ombro a ombro com eles.
(Executivos da Guilda. E representantes de nações... todos estão exaustos, então não parece que planejam armar demais contra o pirralho. Bem, considerando que as Princesas e Rainhas dos países em volta são suas concubinas, acho que seria idiotice começar qualquer conflito idiota. Não, espera! Estamos falando daquele pirralho. Talvez ele esteja esperando algum imbecil puxar o gatilho sem pensar! Ele é o bastardo que colocou a Vera nas mãos com truques sujos. Sem dúvida nenhuma que tem alguma coisa suja na mente dele.)
Sozinho, sem mudar sua expressão, Fidel pensava sozinho, mas já que tinha continuado a apoiar o Lyle financeiramente todo esse tempo, aqueles em volta pensavam que tinha sido ele que havia oferecido sua filha.
Isso mostrava o quão poderoso eles achavam que o Lyle era. E isso apenas irritava mais o Fidel.
(Maldição. Eles acham que eu ofereci a Vera pra ele, além do mais, sequer falam isso na minha cara! Eu vou me vingar dele por isso. Vou assediar ele sem descanso.)
Apesar de ser um mercador habilidoso, era alguém sem salvação quando se tratava de suas filhas. Durante todo o caminho ele desejava que a cerimônia fosse começar e terminar logo...
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... Na sala preparada para a cerimônia, o grupo feminino, começando com a Novem, arrumava suas roupas com a ajuda das Valquírias.
Já que não podiam participar com nada muito modesto, elas usavam trajes elegantes que tinham sido encomendados para este dia. Mas havia um campo de batalha ali.
Novem sentava-se em uma cadeira, arrumando seu cabelo. Ao seu lado estava a Miranda.
— Tive incontáveis falhas em minha vida, mas entre elas, meu maior erro foi adicionar você ao harém do Lyle. Mesmo neste momento, me arrependo profundamente.
Enquanto a Novem emanava uma atmosfera espinhosa, Miranda sentava-se na frente de um espelho, cuidando de suas unhas.
— Verdade. Eu também acho que deveria ter simplesmente abandonado você lá atrás. Me arrependo de ter salvo a idiota fazendo alvoroço chorando e gritando sozinha.
Vendo as duas rirem entre si, Shannon se remexeu. Apesar de estar de vestido, ela movia-se demais, e estava ficando bagunçado. A Valquíria rearrumou suas roupas.
— Uwah, que medo. Nunca pensei que as batalhas entre as mulheres fossem ser tão feias.
Perto da Shannon estava a Elza em suas roupas íntimas. Os ajustes em seu vestido estavam sendo feito às pressas pelas mãos da Mônica.
— Isso mesmo. Não me permitirei ser parte disso.
— Ninguém liga para isso, então veste isso. Eu tô ocupada aqui. Preciso ir até o frangote e arrumar ele. Tenho certeza que ele tá tremendo de solidão.
Shannon olhou para a Mônica e suspirou.
— Tem certeza que ele não está revisando o discurso agora? Ultimamente, sempre que você se aproxima dele, ele fica extremamente surpreso, sabia?
Elza também assentia. Ela aceitou o vestido da Mônica, e as Valquírias se reuniram em torno dela para ajudá-la a colocar.
— É o mesmo comigo. Ele ganhou algum tipo de trauma? Ah, tá perfeito agora. Você tem minha gratidão.
Então houve o som de algo caindo. Ludmilla e Gracia. Um problema tinha surgido em seus vestidos. As duas continuavam em suas roupas íntimas.
— Por que nossos vestidos são da mesma cor!? Roxo escuro é minha cor. Use outra coisa!
— Eu queria uma cor calma também! Se troca você!
Olhando para a disputa entre as duas, Eva, nua da cintura para cima, parecia irritada. Seus cabelos loiros rosados cobriam as partes importantes.
— Essas garotas nunca se cansam disso.
Tendo terminado de colocar seu vestido, Clara terminara de se preparar, então se sentava e lia um livro. Ela falou em resposta à declaração da Eva.
— Isso, isso. Ou melhor, por que você simplesmente não coloca logo o seu vestido? Não é a nossa parte ainda, mas os representantes dos países já estão no saguão de recepção, não estão?
Eva esfregou seu cabelo.
— Não é problema meu. Meu vestido está sendo modificado. E eu queria vestir algo mais chamativo...
Em outro canto, May e Marina pareciam desconfortáveis.
— Essas roupas... são difíceis de se mover. E quentes.
— Por que é que eu tô aqui...
Com a esposa do Primeiro gostando dela, a inclusão da Marina como concubina foi concluída de imediato. Perto da Marina, até Marianne estava presente.
— Essa é a minha pergunta. Por que eu es...? Fui chamada pela Casa Trēs, e então os executivos da guilda me parabenizaram por alguma razão.
Nisso, com roupas que claramente mostravam as linhas de seu corpo, Thelma cruzava seus braços alegremente.
— Você ainda está bem... se casando antes de saber o que é verdadeiro desespero. Se eu não me esgueirasse aqui, provavelmente nunca seria capaz de me casar na vida.
A última parte tinha sido falada com bastante seriedade. A atual Donzela Sagrada de Zayin, Aura, olhava para Thelma.
— Se a Thelma-san está aqui, acho que não há necessidade nenhuma de eu também estar, sabia?
Thelma levou um rosto à mão dela.
— Ah, isso não é bom. Digo, para o país de Zayin, você é a Donzela Sagrada oficial. O título se tornará hereditário, então é importante que você tenha filhos. Gastone estava comemorando sobre o futuro de Zayin estar seguro com isso.
Havia vários problemas com os rostos reunidos, e a Vera olhava para elas. Um número exagerado de Valquírias cercava a Vera.
— Se você não quer, então recuse direito. Ou melhor, o pai... Quais as intenções dele? Eu falei para ele dirigir as conversas de modo a não aumentar o harém. E espera, por que eu estou cercada por essas garotas?
Mesmo que ela tenha terminado de colocar seu vestido, as Valquírias a cercavam. Aquelas cercadas de modo similar eram Novem, Miranda e Aria.
Aria estava sendo vestida com bastante cuidado. Ela fazia uma expressão perturbada.
— E-ei! Que cuidado todo é esse? E está meio frouxo perto da minha barriga. Não dá pra apertar um po...
— Não.
— Rejeitado.
As Valquírias deram respostas imediatas, e Aria deixou seus ombros caírem. Seus cabelos que sempre se ondulavam para cima tinham sido alisados nesse dia. Apesar da Aria ser incapaz de manter a calma nessas roupas estranhas, as Valquírias ficavam ao lado dela e expressavam suas reclamações.
— Jovem Senhora, não ande em passos longos.
— Sem movimentos repentinos!
Com a Unidade Valquíria Setenta e Um ao seu lado, Lianne olhava para a cena. Ela parecia ter notado, então perguntou à Unidade Setenta e Um.
— Ei, uma pergunta honesta, mas será que aquelas quatro estão...
— Correto. Seria melhor você se apressar, Lianne-san.
Lianne sentou-se em sua cadeira, abrindo um leque retrátil sobre sua boca.
— Que surpresa. Com a Novem e Miranda eu não achei que seria estranho se atacassem ele, mas a Aria e Vera? Eu deveria ser um pouco mais assertiva.
... Em quê? Ninguém em volta pensou em perguntar.
— Ah, derrubei um pouco de creme.
— Shannon, anda logo e vai se trocar. E Elza, pare de comer você também.
Quando Shannon derramou seus doces e manchou seu vestido, Miranda a repreendeu. Ao mesmo tempo, ela se zangou com a Elza que comia doces ao lado dela.
Novem se virou para Aria.
— Aria-san, não pode se aquietar e ficar parada?
— Mas... eu simplesmente não consigo me acalmar. Eu queria usar um vestido, mas é meio vergonhoso agora que estou aqui.
May e Marina.
— Hah, eu quero comer carne.
— De acordo. Alguém traz carne aí.
Vera olhou para as duas.
— É claro que isso é impossível. Não comeremos muito hoje até a cerimônia terminar. Entenderam? A mesma coisa para a festa da noite.
Quando as duas fizeram expressões de verdadeiro medo e surpresa, as outras membras... as concubinas empurradas pelas várias nações, não conseguiram soltar suas vozes ante a essas membras particulares...
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— Tá de putaria comigo!?
Fora de sua regata habitual, Erhart estava no meu quarto em um traje formal. Ele reclamava comigo às lágrimas, mas ao ouvir a razão, fui eu quem ficou surpreso!
— Como se eu soubesse! É a primeira vez que estou ouvindo disso! Eu também não quero meus números aumentando mais! Eu já estou ferrado do jeito que está! Eu tô aterrorizado! Todo mundo... todo mundo dá tanto medo. Se a Aria não estivesse lá para me confortar, eu não sei o que eu...
Enquanto eu segurava minhas lágrimas, Erhart se agitava. Tenho certeza que ele tinha a mesma experiência que eu, ou tinha percebido que isso não era “problema alheio”. Como imaginei, foi a escolha certa expandir o círculo de amigos dele.
Eu queria amigos que pudessem entender esse sentimento, então empurrei várias coisas para ele. Como mulheres, e fama.
Mas eu podia entender o porquê dele estar zangado. Nunca pensei que a Marianne-san seria empurrada para mim no dia da coroação.
Aquele maldito Fidel, então foi por isso que ele me deu aquele sorriso. Pensei ter dito para ele dirigir as conversas para a rejeição, mas em pensar que eu teria que aceitar uma concubina da Guilda também.
— M-Me desculpe. Mas por que tem que ser a Marianne!?
Mesmo assim, Erhart não conseguia aceitar seu primeiro amor se tornando uma concubina. Mas o Maksim, que estava no mesmo quarto, inclinou sua cabeça de lado. O mesmo com o Damien.
— Por quê? Porque aquela Marianne-dono não tinha ninguém especial? E parece que você também obteve a atenção de um bom número de mulheres.
— Além do mais, sua confissão foi rejeitada, não é? Então não acho que esse seja um problema da sua conta.
Sendo atacado tão rápido pelas palavras dele, Erhart caiu de joelhos.
— EEERRRRRHHHAAARRRTTT!
— Eu... eu não consegui. Mas ainda assim, eu queria que a Marianne-san encontrasse felicidade... maldiçãaaaaaaao!!
Nisso, Baldoir olhou para nós e suspirou.
— Vocês quatro, o que estão fazendo? Mais importante, Maksim-dono, algum progresso entre você e a Adele? Ouvi que sua confissão foi um sucesso.
Nisso, Maksim-san coça seu nariz timidamente.
— Que tolice. Foi um sucesso. Mas nosso relacionamento ainda não passou de beijo. Veja, eu quero aproveitar nossa vida de recém-casados “só com nós dois”.
Isso talvez tenha sido um golpe furtivo contra mim, ou o Erhart. Ou talvez até o Baldoir. Damien tomou um pouco de chá.
— Que inveja. Meu laboratório será completado em breve, então serei capaz de me devotar à criação da minha mulher ideal.
Erhart olhou para nós.
— ... Vocês todos são definitivamente estranhos. Os parafusos nas suas cabeças já estão todos removidos.
Dei uma olhada para ele, pensando em como era raro vê-lo em roupas apresentáveis.
— ... Quanta coragem sua. Entendido. Eu — aquele que o apontou como um Cavaleiro livre — apresentarei algumas mulheres ao pobre Erhart de coração partido para compensar por isso. O que acha da Princesa Annerinne? Ela é uma pessoa adorável.
Erhart se levantou e apontou o dedo para mim. Baldoir disse: — Está sendo desrespeitoso —, mas o Erhart era alguém valioso capaz de reclamar comigo. Apenas deixe por isso. Do contrário, não haveria diversão nenhuma em atiçar ele.
— Corta essa! Por quantos problemas você acha que eu passei por causa daquele título pomposo de Cavaleiro Livre!? Outro dia mesmo, eu recebi um pedido, para matar um dragão, que era puro problema.
Aparentemente, Erhart tinha derrotado um Dragão Terrestre. Que maravilhoso. Eu sabia que ele tinha talento, como esperado do homem que reconheci.
— Em resposta ao seu bom trabalho, lhe darei reconhecimento público na próxima. Você só precisa apreciar seu harém de sua posição confortável.
Erhart agarrou sua cabeça com ambas as mãos em resposta ao meu sorriso. Esse cara, quando o conheci, ele não estava olhando para a realidade, mas quando ele finalmente acordou, tinha o harém que tanto queria nas mãos.
Alguns desejos viram realidade, era o que eu tinha vontade de dizer.
— Até parece que eu posso sustentar tantas mulheres com essa posição confortável! Nesse ritmo, eu realmente vou acabar sendo atacado. Estou quase sendo estuprado aqui!
... Eu peço que não diga isso para alguém que realmente foi. Aproveita e vá logo ser atacado, e venha para este lado. Eu queria falar isso. Merda, em pensar que meu fator de cura seria esse maldito cara de regata e o pai da noiva entre todas as pessoas.
Isso me irrita, então vou atiçar o Fidel.
Nisso, Baldoir chegou a hora em seu relógio de bolso. Parece que a hora estava se aproximando.
— Lyle-sama... não, Vossa Majestade. Chegou a hora.
Respirei, e mudei meus pensamentos.
— Entendido. Estou indo para o salão.
Maksim-san e o Damien também se levantaram, enquanto o Erhart reclamava: “vocês mudam de marcha rápido demais.” Nós cinco demos a volta por trás do salão, onde o Rauno-san estava de vigia.
— As preparações estão prontas, Vossa Majestade.
Hoje suas roupas estavam em ordem e ele estava sem sua barba por fazer de sempre. Assentindo às palavras do meu vassalo, parti para o saguão.
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Uma posição para olhar de cima para as filas de delegados nacionais, e para os representantes de organizações.
Um local ao alto, com escadas levando até ele tinha sido preparado nas profundezas do salão. Em seu topo havia um trono. Ele era feito com ampla extravagância para emanar um senso de majestade.
Quando fiz minha entrada, a orquestra em aguardo começou sua performance. Em meio àquele ar estatal, todos abaixaram suas cabeças enquanto eu subia as escadas para o trono.
Um passo. Mais outro... Um carpete vermelho se estendia pelos degraus ao trono.
Eu podia ver meu assento sobre os cadáveres que pavimentaram meu caminho.
O carpete vermelho parecia como sangue para mim.
Enquanto subia até lá, fiquei certo de que era o grande vilão. Do ponto de vista do mundo, não seria estranho se pensassem que usei minha própria irmã para derrubar o Reino de Bahnseim e tomá-lo para mim.
Um desastre causado por alguém da Casa Walt, foi contido por pouco por outro Walt.
Normalmente, bancar o herói e desaparecer quando tudo estivesse terminado seria mais legal.
Mas eu não podia fazer isso.
Eu tinha minhas promessas.
E não podia fugir da responsabilidade por todos aqueles que tinha matado.
Eu tinha matado muitos para chegar até aqui.
Havia uma responsabilidade mínima a se tomar.
Subindo ao topo, vi o assento. O trono. Depois de caminhar até lá, me virei para me sentar, no final olhando para todos abaixo de mim.
Estou certo de que ofereceria o resto da minha vida para governá-los. Até eu tinha que me perguntar por que tinha feito uma escolha dessas.
Eu sentia que seria esmagado sob o peso desse encargo, mas tinha a sensação de que meus ancestrais estavam me observando de algum lugar. Nesse caso, não posso fazer nada para me envergonhar.
Me sentando, ordenei que todos levantassem suas cabeças, proclamando que eu havia oficialmente ascendido ao trono. Ao mesmo tempo, proclamei a unificação do continente. Já era algo reconhecido que a maior parte dos países entrariam sob o domínio do império. E conseguimos desgastar o continente inteiro.
Especialmente o Reino de Bahnseim... a desolação do centro do continente era enorme, mas ainda assim, o império tinha mostrado seu poder em batalha.
Por enquanto, ficaria tudo bem. Doravante, podemos apenas nos aplicarmos nas questões domésticas e diplomacia. Isso é melhor que guerra, devo dizer.
Mesmo agora, havia horas que eu me perguntava se algum herói da deusa estava em algum lugar por aí. Se houvesse, eu nunca teria pensado em fazer tanta coisa por conta própria. Mas não havia ninguém. Não houve qualquer humano causando alvoroço.
Mesmo se houvesse, se conseguiriam derrotar a Celes ou não...
Então decidi agir.
Enquanto a cerimônia prosseguia, eu bancava o papel do imperador dos meus ideais. O que me veio à mente foram meus ancestrais.
Se eu perguntasse ao Primeiro sobre impérios, ele provavelmente assumiria uma atitude de descaso.
Talvez o Segundo fizesse uma expressão perturbada.
O Terceiro teria dado uma risada por seu descendente assumir o trono.
O Quarto faria barulho sobre governança e dinheiro.
O Quinto... não diria muito, mas pelo menos me diria para não me forçar demais.
O Sexto, vejamos. Tenho certeza que ficaria preocupado com meu número exagerado de esposas.
O Sétimo poderia ter chorado lágrimas de alegria.
O Oitavo... que palavras meu pai me ofereceria. Eu tinha poucas memórias de antes dos dez, e desse ponto em diante possuía apenas memórias dele assumindo uma atitude fria comigo. Ele se desculpou comigo no final, mas eu não conseguia imaginar o que ele diria.
Profundo. Acho que esses foram dois anos muito profundos . Expulso de casa, virando aventureiro. Virei um aventureiro sem objetivo, conheci a Aria, e a Miranda, e...
Talvez minha reunião com a Celes fosse o verdadeiro começo. Depois de ser derrotado em meio à cidade nevada de Centralle, do momento em que vi a Celes comandar aquela cidade de loucura... obtive um verdadeiro objetivo pela primeira vez em minha vida.
É por isso que estou aqui.
É por isso que estou aqui agora, revendo minha vida.
Exatamente como a Milleia-san disse. Empilhar uma montanha de corpos e sentar-se no trono sobre ela.
A cerimônia prosseguiu. Os representantes expressaram sua lealdade a mim.
— Entraremos sob o governo do império, e juramos nossa lealdade ao imperador.
Todos se ajoelharam ante às palavras do representante.
Em meio a tudo isso, quando penso em quantos podem estar atrás do meu pescoço, tenho calafrios nas costas. Mesmo sabendo que o que eu construí um dia decairá, eu precisava agir sob a suposição de que continuaria para sempre. Um continente que caiu em ruínas em apenas alguns anos.
Deve estar tudo bem ele ter um breve momento de paz.
Devotarei tudo o que resta da minha vida. Pode não ser muito como compensação, mas será pelo quanto isso nos oferecer.
— Fico alegre por vosso juramento. Devotarei este corpo — embora jovem — para ser um bom monarca a todos. Peço que ajudem a apoiar este império junto comigo.
Embora eu duvide que façam isso... O que eu queria dizer era: tá bom, ir tão longe seria uma mentira, mas pelo menos, trabalhem um pouco também.
Digo, eu que costumava ter olhos de peixe morto fui encurralado ao ponto de me decidir a unificar o continente. Se aqueles em volta tivessem ajudado só um pouquinho mais, eu podeira ter ajudado só como um soldado ou aventureiro.
Embora seja tarde demais para isso.
Algum dia eu passarei essa posição para a próxima geração. Isso significaria jogar vários problemas para ela. Quando eu pensava nisso assim, me sentia meio apologético. Preciso pelo menos resolver o que sou capaz.
Estou ansioso se serei capaz ou não de passar algo como os outros passaram.
Mas ainda assim, caminharei um passo de cada vez.
Caminharei e caminharei, e quando chegar a hora de parar, darei um empurrãozinho nas costas de alguém... da próxima geração. Era esse tipo de existência que eu queria virar.
Exatamente como aqueles sete.
Exatamente como meus ancestrais que me apoiaram e me guiaram.
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... O nascimento de um império que tinha unificado as terras após trezentos anos separadas.
A era dourada de seu longo governo durou por cerca de cem anos após sua fundação. Dali, ele passou por muitas mudanças, junto com várias insurreições, e ainda assim, manteve suas rédeas sobre o continente por quinhentos anos.
Mas tudo o que sobe um dia deve cair, e com o passar do tempo, o império se desfez. Depois disso, veio o período dos estados combatentes, e levou bastante tempo até as terras serem unidas de novo...
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... No quadro da sala de aula, a história do continente em seus dias imperiais estava sendo exibida.
No pescoço de um jovem garoto recebendo lições naquela sala de aula, estava pendurado um colar de prata. Uma gema azul estava embutida nele, e era uma peça bastante antiga.
Atrás da mesa do professor, o professor batia levemente seu punho contra o quadro enquanto falava:
— Bem, toda essa história é como o ato de abertura para o período dos estados combatentes que se seguiu. O que eu irei ensinar são as coisas mais populares. Mas quando se mergulha mais fundo no império daquela era, se encontra algo bastante interessante. Os heróis que combateram no campo de batalha na verdade eram todos descendentes daquele primeiro imperador, ou assim dizem alguns. Mas é verdade que muitos se proclamaram descendentes do imperador para justificar legitimidade. É por isso que há tantos Walts por aí esses dias. Nesta mesma sala temos um, não é?
Olhos se reuniram sobre o garotinho, junto a algumas risadas. Como o garoto era de coração fraco, ele abaixou sua cabeça.
Nisso, o professor de história começou a falar com orgulho. Talvez ele realmente amasse história, já que tinha feito muita pesquisa própria, e parece que tinha seus próprios pensamentos sobre os eventos.
— Mas é realmente suspeito como aquele primeiro imperador se chamou de Imperador Deus. Além do mais. Quanto ao país que virou um estopim para a fundação do império, vejam, na verdade, a irmã do imperador tinha se casado à família real. Seu professor pensa que a Casa Walt apenas causou um incêndio para se intrometer e apagar. Quando se investiga, as coisas começam a feder muito. Depois de ser expulso de casa, e virou o que chamamos de Caçador hoje em dia.
O professor que falava com tanta eloquência tinha feito sua pesquisa para sustentar seu orgulho. O primeiro imperador era um terrível mulherengo, além do mais, não tinha chegado a tempo de salvar a cidade comercial que o apoiara.
Mostrando vários fragmentos de informação, ele dava suas próprias impressões dos eventos. E, para concluir, ofereceu um prefácio.
— O primeiro imperador não era nenhum Imperador Deus, era apenas seu gigolô comum da vizinhança. Quanto mais se investiga, mais as coisas ficam suspeitas. Tem aquela Shannon que é popular nos filmes e dramatizações, não é? A causa da vida tumultuada dela no palácio interno era o imperador, e seu professor acha que ele deve ter sido o absoluto pior tipo de gente para fazê-la passar por tanto. Aquele Cavaleiro Livre, Erhart, que operou aproximadamente na mesma época é muito mais um herói do que ele.
Falou o professor com um sorriso. Nisso, mais olhos se reuniram no garoto chamado de Walt, e alguns estudantes mal-intencionados até apontaram com seus dedos e riram.
O sinal tocou para encerrar a aula; o professor olhou para o relógio e começou a organizar suas coisas.
— Irei apagar o quadro. Pois bem, quem é o encarregado de hoje.
Após o encarregado falar “de pé, curvem-se”, todos abaixaram suas cabeças. Quando o professor saiu, o garoto se sentou de volta em seu assento.
Aquela aula tinha terminado, então no tempo que levou até o professor encarregado vir, o garoto enfiou seus livros didáticos e cadernos de volta na mochila.
Nesse momento, alguns dos garotos de má-índole vieram até ele.
— Olha só, parece que sua família é horrível
— Horrível! A pior!
Enquanto os garotos o atiçavam, ele silenciosamente mantinha sua cabeça abaixada. Aguentando até o professor chegar, e quando a escola terminou, ele correu às pressas para ir embora.
Ele não queria estar na escola. A razão sendo...
Confirmando que não tinha ninguém em volta, o garoto falou:
— Hm, por favor, não façam bagunça assim. Meu cansaço tem estado terrível ultimamente...
Nisso, a voz do Lyle surgiu da Joia... a Joia que tinha recuperado seu brilho.
『Eu vou enfiar um pouco de razão naquele professor! Quem é que é horrível!? Quem é um maldito gigolô!? A razão do palácio interno ser tão tumultuado não era culpa minha!』
Nisso, surgiu uma voz. Era o Primeiro.
『Hmm, que dureza é para imperadores. Mas nossa nona geração como imperador? Realmente não parece real pra mim.』
Com seus registros zerados, eles tinham retornado ao ponto em que não tinham memória nenhuma do Lyle. Mas do ponto de vista do garotinho, era apenas um incômodo quando esses oito faziam baderna e consumiam sua Mana.
— Hm, quietos, por favor...
Ele ouviu a voz do Segundo:
『Mas ainda assim, não posso perdoar aquele professor. Dizendo essas coisas para nosso descendente direto... aquilo foi puro assédio, não foi?』
O Terceiro ria enquanto falava, mas parecia estar zangado. Suas palavras eram assustadoras.
『Vamos fazer? Assassinato é pecado, e é punido muito pesadamente esses dias, mas esmagá-lo socialmente deve ser o bastante. Vamos fazer com que ele nunca mais seja capaz de se levantar.』
O Quarto soava relutante. Mas não era como se ele não quisesse vingança.
『Fazer uma coisa dessas é um risco grande demais para nós. Nesse caso, anonimamente... educação pública, não era? Mande um relatório para quem quer que esteja administrando a organização... com evidência.』
O Quinto normalmente não falava muito, mas:
『... Deixe claro para aquelas crianças qual é a posição deles. Esses tipos são o que mais odeio. A primeira coisa que precisa fazer é investigar a casa deles.』
O Sexto ria. O garoto soltou um sussurro.
— Q-quietos, por favor...
『Fwahahaha, se fortaleça um pouco com uma Skill, fale com seus punhos, eles vão entender rapidinho. É assim que as coisas funcionam, então me deixa te ensinar a lutar. Primeiro mire nos olhos!』
O Sétimo soltou uma voz irritada:
『Você pode esmagá-los sem precisar recorrer a isso. Bem, é verdade que não posso suportar aquele professor. Vamos fazer ele chorar de arrependimento por menosprezar nossa Casa Walt!』
Lyle concordou com as palavras de seu avô, o Sétimo:
『Pros infernos que você pode deixar isso acabar com pirralhos daquele nível falando o que querem! Eu... eu não tenho culpa nenhuma! Atiça eles! Vou te ensinar como atiçar como se estivesse irritando o Fidel! ... Bem, é você quem vai estar revidando. Boa sorte. Não pouparemos esforços em ajudar. Embora, mesmo que cooperemos, será só com conselhos, ou ensinando como usar as Skills.』
Os ancestrais tinham lhe dito para trabalhar duro em sua vingança. O garotinho que havia herdado a Joia com aqueles ancestrais gravados estava de cabeça caída.
Ele cambaleava enquanto sussurrava. As vozes que ele passara a ouvir desde o dia que aceitara essa maldita gema azul.
Ele nunca teria pensado que eram as vozes de seus ancestrais.
— Já chega, desses ancestrais. Mônica-san, o que é que eu devo fazer?
Enquanto o garoto murmurava o nome da governanta de sua casa, seus olhos marejavam.
Ouvindo as vozes entretidas de dentro da Joia, o garotinho se encontrou simpatizando com seu professor e colegas de classe.
『Tá ficando divertido por aqui!!』
As vozes que apenas o garoto podia ouvir... hoje estavam em alto astral...
Octō (;・∀・): “…”
Octō (・∀・;): — … Eh!?
Octō ( ・∀・;) : — … eles realmente me ignoraram!?
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Delongas: E fim… Obrigado a Ana que me botou nesse projeto que ficaria sem revisão. Obrigado ao Batata que traduziu com tanto afinco e não parou de traduzir essa obra tão bela. Foram 5 anos? Não sei, acho q só estou ajudando há dois ou quase 3. No final, me surpreendi, pensei que a esposa principal seria a Shanon, mas de certo modo a minha favorita se tornou a esposa principal no final. Ela não tava sendo mais a minha favorita, estava sendo a Shanon, mas no final ela voltou a ser. Foi a primeira Novel que me importei tanto assim com quem o protagonista terminaria como esposa principal. Eu termino esse projeto feliz, de consciência limpa, pois fiz um bom trabalho, vou tentar melhorar minha revisão ainda mais, mas por enquanto ainda tenho vários outros projetos pra terminar. Esse encerramento marca a segunda novel que eu e o Batata terminamos juntos. Para quem não conhece, há a novel Law of Shadows que está completa com 66 caps. Atualmente estamos com mais capítulos de outra novel do mesmo autor de Sevens e desde meados dos capítulos 1190 de ATG que estamos botando para frente o projeto. Meu último obrigado vai a vocês, a quem destino essa minha mensagem final, muito obrigado por acompanharem, comentarem, recomendarem essa maravilhosa obra. A qualidade pode não estar 100%, mas vendo todo o esforço que o Batata teve e todo o trabalho que tive, que modéstia parte, todos que acompanham minhas revisões gostam(o povo do grupo do zap me bajula por caps bastante), mesmo eu estando exacerbado de projetos tal qual o Lyle está de mulheres kkkk. Isso é tudo pessoal(sobre a obra).
Se vale um conselho, acredito que se todos que puderem ler essa obra até o fim puderem mandar um pix pro Batata(manda teu pix aí batata!), esse seria ele, pois ele merece. Em maio foi aniversário do Batata. Quem não desejou ainda(já que estamos no final de Junho), podem desejar em dobro agora. No mais, venham conhecer outros projetos e eu que não sei porque já me comprometi com o divine em outro projeto, coreano dessa vez. Aguardem e até breve…
de seu mais amado élder, Senhor Sem Mais Somente Delongas.