Volume 17
Capítulo 7: Confissão
— Novem... eu gosto de você! Eu te amo. Já falei isso antes, mas quero você ao meu lado.
Quantas vezes tive que reunir coragem para essa confissão?
Eu já havia me confessado para ela antes lá no Damien, mas o resultado na hora tinha sido deixado esplendidamente vago. Não acho que a fiz me odiar, mas ainda assim,a atual situação não era uma que eu tivesse esperado.
No quarto onde Novem estava confinada.
Ela inclinou sua cabeça um pouco.
— Qual parece ser o problema, Lyle-sama? Eu sempre estarei ao seu lado. E te amarei também.
Se vista ao pé da letra, certamente minha confissão tinha sido um sucesso.
Mas o amor de que ela falava...
— Está falando que me ama como pessoa? Tente retirar a Casa Walt da equação. Não, por favor, tente. Deusas, deusas malignas e suas antecessoras não importam. Eu quero ouvir sua resposta, Novem.
Novem fez uma expressão perturbada em resposta à minha petição. E soltou as palavras que provavelmente eram seus sentimentos perfeitamente honestos.
— Desde o momento em que nasci, tive várias memórias dentro de mim. Novem... e todas as Novems seguintes passaram suas memórias, e entre elas há as memórias da especialmente prestigiosa Novem da geração passada. Talvez eu seja uma existência separada que meramente carrega as memórias. Mas pedir o que eu penso individualmente a esse ponto é...
Significando... Não tinha sido a própria Novem, aquilo que tinha amor por mim era a memória de Novem.
Tenho certeza de que a história passada de eu ter salvo a Novem quando jovem era verdade. Na verdade, aquele LYLE definitivamente teria ajudado ela.
Mas para Novem, uma coisa dessas era trivial.
Afinal, a Novem tinha me escolhido acima do LYLE. Ela havia descartado o LYLE que a tinha salvo por desejar um “eu” com memórias roubadas e sem os poderes da Septem.
— Você está bem com isso? Eu... não gosto nem um pouco disso.
Quando abaixei os olhos e falei isso... A Novem me falou:
— ... Para quem você é agora, não existe razão nenhuma para ficar apegado a mim. No momento, há a necessidade de você se casar para deixar filhos para trás. Mas você já está sendo apoiado por um grande número de mulheres. Se não está satisfeito comigo, não precisa se forçar a me manter ao seu lado.
Olhei para Novem.
— Não é isso o que eu quero dizer! Não é isso nem um pouco...
Para Novem, o desaparecimento de um descendente direto da Casa Walt, eu, era imperdoável. Tenho certeza que isso era por causa de suas memórias de sua Novem predecessora.
Significando que ao invés de mim, ela priorizava a existência da Casa Walt.
— Lyle-sama, estou ciente que minha existência se desvia com senso comum. Então... por favor, pare de ficar obcecado comigo. Agora é um momento importante. Vamos conversar quando tudo tiver terminado.
Tendo sido parado pela Novem, deixei meus ombros caírem.
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Beim Sul.
Na sala da mansão preparada lá, eu olhava para fora da janela de modo distraído.
Eu podia ouvir uma voz de atiçamento da Joia pendurada no meu pescoço.
『Nunca pensei que seria abatido. Ela te ama, mas está vendo mais uma perspectiva maior do que você individualmente. Talvez ela tenha recomendado o harém porque não queria o sangue e memórias dela maculando a mistura.』
Eu resisti com toda a força:
— E-eu ainda não fui rejeitado...
『Não, você foi. É só uma previsão, mas quando tudo terminar, a Novem-chan provavelmente vai aceitar que seu papel finalmente terminou e partir. É esse o tipo de atmosfera que ela está dando, e é de se pensar que ela passará o resto da vida observando o tipo de paz que você está alvejando.』
Caio em depressão e me sento. O Terceiro ri de mim:
『O amor da Novem-chan é zelar por você, não é? Ela tem memórias demais dentro dela, isso não deixa ela ter uma vontade individual, ou melhor, seu “senso de quem é” era vago. Apesar de dizer que gostava de você, a razão de ter forçado o harém provavelmente foi para poder te abandonar quando você pudesse se virar sozinho. Mas então, porque você decidiu enfrentar a Celes, ela decidiu ficar de olho em você até lá.』
No começo pensei que a conduta dela fosse estranha quando tratou a Aria como candidata a minha esposa. Eu auxiliei a recuperação da Joia vermelha da Aria, e então senti como se as conversas tivessem prosseguido sem mim. Não, certamente prosseguiram.
— Eu sou odiado?
O Terceiro refutou:
『Não, acho que você é amado. Mas esse amor é meio diferente do amor que o resto do mundo conhece. Bem, é mais perto ao amor de mãe, talvez.』
— ... O que eu deveria ter feito? Eu prefiro morrer do que ver a Novem com outro homem.
Se a Novem fosse passar suas memórias para zelar pelos meus filhos... meus descendentes, ela provavelmente faria seu próprio clã como a Novem passada fez. Significando que ela se casaria com outro homem.
O Terceiro riu.
『Lyle, fala isso pra qualquer uma das outras meninas e elas ficarão surpresas. Pra início de conversa, você que criou um harém não tem direito nenhum de falar esse tipo de coisa.』
— Não é como se eu tivesse criado um harém por querer! Merda, se é assim que vai ser, então podemos simplesmente usar suas artimanhas e seu coração maligno para...
『... O que exatamente você pensa que as pessoas são?』
Ouvindo a voz surpresa do Terceiro, estabilizei minha respiração e cobri o rosto com ambas as mãos.
— Me desculpa. Estava confuso.
『Não, tudo bem. Mas acho que será impossível manipular a Novem-chan com a minha Skill. Para início de conversa, as restrições da Minha Skill são severas. Ilusões não têm qualquer efeito. Não era uma Skill tão poderosa assim para início de conversa.』
A Skill do Terceiro definitivamente era covarde. Ela interferia com a mentalidade de um inimigo. Manipulava múltiplas pessoas e as faziam se matar. E finalmente, mostrava ilusões...
Mas não era muito difícil se libertar. Alguém com uma mentalidade forte era capaz de desfazer com facilidade. Se não se estivesse acostumado a usar a Skill, manipular alguém com ela seria impossível.
— ... Eu entendo que não faz sentido manipulá-la para ficar ao meu lado. Mas eu só quero ouvir os sentimentos individuais da Novem.
『E se descobrir que ela não pensa nada de você? Está pronto para desistir?』
Eu queria chorar. Nisso, o Terceiro me ofereceu algumas palavras irritadas:
『Desculpa Lyle, mas isso é algo que você tem que resolver sozinho. Não é um problema que eu possa auxiliar.』
Se até o Terceiro tinha desistido, então o que eu deveria fazer? No final, ele resmungou:
『Bem, pelo menos vou dizer que não acho que ela te odeie.』
Ele falou isso e ficou quieto.
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... Uma reunião estava sendo realizada em Beim Sul.
Com o propósito de regular várias forças, ela esteve prosseguindo por alguns dias.
Afirmar o estado das coisas, além de verificar o plano e refiná-lo com base em diferentes pontos de vista, tudo isso tinha que ser feito. O mundo estava com problemas, então só cala a boca e ajuda; ninguém ficaria satisfeito com isso.
Mas mesmo assim quando tudo fosse ruínas, pensariam eles “se ao menos eu tivesse feito alguma coisa na época”? Independentemente, dias assim, assim continuavam.
Reuniões do alvorecer ao entardecer, e depois disso, seus deveres regulares aguardavam.
Aquele que era conhecido como alguém próximo ao Lyle, Baldoir, estava se movendo de forma ocupada com segurança.
Mas Cavaleiros da Casa Walt se aproximaram dele.
Os Cavaleiros tinham passado pelo seu quarto enquanto ele estava de folga. Baldoir os conhecia, e um deles era mais velho que ele.
Ouvindo que tinham algo a dizer, permitiu que entrassem, só para ouvir uma proposta problemática.
— ... Fortificar os arredores do Lyle-sama com suas forças? Pensando na situação, só posso dizer que se provaria difícil.
Dois Cavaleiros tinham vindo ao quarto. Baldoir os conhecia, um mais velho e um mais novo que ele. Eles tinham vindo para representar duas gerações de Cavaleiros.
O Cavaleiro mais velho endireitou suas costas.
— Eu sei. Não vou dizer que esquecemos o que fizemos. Mesmo se falarmos que fomos manipulados, ninguém acreditaria. Mas se o Lyle-sama é o herdeiro de direito da Casa Walt, então nós devemos ser colocados ao lado dele.
O Cavaleiro mais jovem que Baldoir se inclinou um pouco para frente.
— Eu sei que nossa posição não é uma em que podemos falar com muita força. E é por isso que estamos dependendo de você, Baldoir-dono. Entre os vassalos do Lyle-sama, você é o mais próximo dele.
Cruzando seus braços, Baldoir abaixou os olhos enquanto ponderava suas opiniões.
(Não é ruim. O estilo de luta do Lyle-sama é precisamente aquele da Casa Walt. Se formar seu exército em volta do Exército Walt que tem esses estilo gravado em seus corpos, o Lyle-sama terá uma força de elite imediatamente.)
Porém, a nível emocional, ele se opunha.
Os soldados de Bahnseim estavam preenchidos de vergonha. E aqueles que tinham lutado ao lado do Lyle desde seus dias iniciais tinham sido os soldados da aliança de quatro nações e Beim.
Os soldados de Beim odiavam Bahnseim.
O Cavaleiro mais velho.
— Já estamos resolvidos a abandonar nossas vidas. Se não formos longe assim, nunca seremos capazes de descansar. Mas pensando na situação atual, chegamos à conclusão de que não podemos deixar esse dever para outros.
O Cavaleiro mais jovem apelou.
— Se deve priorizar eficiência ao invés de sentimentos. Tempo é essencial. No mais breve, atacaremos Bahnseim quando a colheita terminar no Outono.
De seis a sete meses. Eles tinham que reunir um exército nesse mísero período de tempo.
Reuni-los não significava só coletar os números. Precisavam se certificar de que um exército desse tamanho pudesse ser comandado, e pudesse lutar como um.
E a aliança de quatro nações não tinha experiência nenhuma de comando a esse nível. Mesmo treinados, havia muitos elos fracos entre os soldados de Beim. O ambiente de Bahnseim e Beim era diferente demais e Baldoir estava preocupado com a ingenuidade que sentia da mentalidade de Beim.
— ... Levarei a proposta ao Lyle-sama pessoalmente. Mas não tenho garantia nenhuma de que ele aceitará ou não.
O Cavaleiro sênior assentiu:
— É o bastante. Acataremos o veredito do Lyle-sama.
Com essas palavras, Baldoir se despediu dos dois Cavaleiros, sentou-se em uma cadeira, e olhou para o teto...
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Noite.
Enquanto caminhava pela mansão para tirar minha cabeça das coisas, escutei vozes.
Luz escapava de uma porta levemente aberta em um corredor escuro. De dentro eu pude ouvir Clara e Eva. Parecia que elas estavam espremendo suas vozes por algo lá dentro, e decidi deixar estar.
— Não é nada raro.
Clara e Eva geralmente não se davam bem. Não era nada ruim, mas elas frequentemente se confrontavam. Além disso, Clara também não se dava bem com a Adele-san.
De dentro da Joia, o Terceiro pensou:
『A Clara-chan geralmente é realmente quieta, mas ela certamente arruma muitas brigas com aqueles com quem não consegue se dar bem.』
Ela geralmente pensava no equilíbrio do grupo, e raramente impunha sua própria opinião. Mas quando se tratava de coisas que ela gostava ou conhecimento em geral, ela frequentemente insistia.
Quando espiei pela fresta da porta, pude ver páginas de palavras voando.
Clara e Eva se enfrentavam, jogando os papéis que tinham em mãos.
— Não brinca comigo! Escrevendo só besteiras e transformando em uma canção histórica é horrível!
Nisso, Eva coletou a página que tinha sido jogada.
— E você? Escrevendo sem parar sobre coisas que não importam. Não é nenhum pouco divertido ou interessante de se ler. Com isso, você não vai conseguir um único cliente!
— Eu não ligo pra clientes! Não manche o valor da história!
Pelo que ouvi, parecia que elas tinham se reunido para comparar os registros que tinham feito até agora.
Se era ruim o bastante para brigaram por isso, não deveriam ter se encontrado para início de conversa, e como pensei... com suas diferenças de opinião, estavam brigando.
Clara buscava valor histórico.
Eva queria valor como uma forma de entretenimento.
Em contraste às descrições detalhadas da Clara, Eva tinha cortado todas as partes desnecessárias, e exagerado todas as partes animadas.
— Será que na verdade essas garotas se dão bem?
『É um relacionamento de rivais. Muito mais charmoso que a carnificina habitual, não é?』
Nisso, Eva notou que eu estava olhando.
— Você chegou em uma boa hora. Lyle, pode ser o juiz?
Clara se virou, e corrigiu o posicionamento de seus óculos.
— Muito bem. Faremos o Lyle-san determinar. Vem, entra. Antes disso... vamos organizar os documentos.
Clara e Eva reuniram os papéis espalhados pelo chão.
Quando entrei, elas me fizeram ler seus papéis.
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— Corta essa! Por que escreveu com tantos detalhes? Além do mais, eu só fiquei deprimido sobre a Novem alguns dias atrás! Como você sabe tanto!?
Tendo lido tudo, dei minha opinião para a Clara. Ela levantou seus óculos com o indicador, deixando eles refletirem a luz.
— Eu trabalhei duro.
— Coloca esse esforço em outro lugar!
Nisso, Eva apontou para Clara e riu.
— O que foi que eu falei? Eu sabia, eu que tô certa aqui!
— Mas e quanto a você? Por que é que eu tenho cem esposas de repente? Eu não tenho tanto assim! E o número não vai subir, tá bom!
Eva desviou seus olhos.
— D-digo... isso deixa a canção mais surpreendente. Quinze simplesmente não soa tão bem.
— Eh? Quinze?
Contei nos dedos:
— Novem, Aria, Miranda, Shannon, Clara, Mônica, Eva, May, Gracia, Elza, Vera, Ludmila, Lianne... isso são treze.
Eva sacudiu sua cabeça.
— Você tem a Thelma-san e a Aura-san, não é? E mesmo assim, o número vai crescer de novo. Se fossem só quinze, então honestamente, não seria estranho um homem rico comum ter esse número de concubinas. Tipo, pra colocar o ponto de exclamação na coisa toda, eles vão ouvir cem e “Uau!!” Entende o que eu tô falando?
Surpreso que aquelas duas também tinham sido inclusas, berrei do fundo do coração.
— Nem fodendo! Nunca vou aceitar uma coisa dessas! Pra começar, o que diabos eu deveria fazer com tantas assim!?
O Terceiro riu.
『O que você deveria fazer com elas? Transar com elas. E já há histórias se espalhando por todo canto de você fazendo certas coisas com elas. Apenas desista.』
Eu... não vou aceitar. Cobri meu rosto com ambas as mãos.
— E você confundiu a história com a Novem, por que é que vocês todas...
Clara e Eva tentaram me consolar.
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