Volume 17
Capítulo 6: Mesa Redonda
... No meio da agitação de Beim Sul, uma leve tensão estava começando a surgir.
Isso por causa do aumento no número de Cavaleiros e soldados de guarda, pois representantes de nações estavam chegando.
Em uma vila com tais circunstâncias, Elza Rusworth estava em apuros.
— ... Estou perdida.
Havia pessoas demais andando. Além disso, ela normalmente não era capaz de sair, e mesmo se saísse, suas guardas ou alguém adequado para a tarefa estariam com ela. Apesar de ela ter estado em Beim Sul antes, a taxa de desenvolvimento era tão rápida que já parecia uma cidade completamente diferente.
— Essa estrada não estava aqui antes.
Elza sentia vontade de chorar, mas conteve suas lágrimas. Sua aparência era a de uma alta beldade com cabelos azuis claros enquanto se remexia de modo perturbado. Suas feições faciais eram belas, mas isso apenas servia para passar uma impressão desnecessariamente fria aos seus arredores.
Porém, no momento ela estava em trajes femininos... apesar das calças longas, seus trajes superiores tinham babados. Elza tinha abandonado suas guardas sem pensar muito, vagando pela cidade e acabando perdida, parada e inquieta.
Nisso:
— O que você está fazendo?
Com doces nas duas mãos, Shannon estava atrás de Elza.
— ... Ela me pegou pelas costas.
Lamentando ter sido pega por trás por uma garota tão pequena, Elza se sentou amuada.
— Que rude. E espera, você não é a Elza?
Elza se levantou e se inclinou até a Shannon.
— Você... Shannon? Se bem me lembro, você é irmã da Miranda.
Elas tinham um relacionamento questionável, e tiveram poucas chances de conversar. Eram ambas candidatas a esposa de Lyle, e do ponto de vista de Elza, Shannon também era uma rival.
Shannon pegou um dos doces que tinha e começou a comer.
— Está sendo imodesta.
Shannon pareceu irritada com as palavras de Elza.
— Ah, não enche. Quando eu estou na mansão, meus doces são limitados. Então quando recebo minha mesada, preciso sair para aliviar um pouco de estresse.
Vendo a Shannon comer doces que pareciam tão deliciosos, o estômago de Elza roncou. Sua pele pálida ficou levemente vermelha de vergonha, com ela freneticamente suprimindo seu estômago.
— O quê? Está com fome? Então não tem jeito. Lhe abençoarei com um dos meus doces.
O olhar de superioridade de Shannon a irritou. Mas seus doces realmente pareciam deliciosos.
(Não, espera um segundo, Elza! Você deveria ser a representante de Rusworth. Receber comida de uma garotinha dessas é...)
Shannon estava oferecendo um doce que estava ganhando popularidade em Beim Sul.
— Oh, não quer? Esse daqui é bastante popular por aqui, e sempre está esgotado pela manhã, então não vai conseguir comprar mais nenhum hoje.
A propósito, quem estava vendendo eram as Valquírias, que não tinham esquecido o valor do dinheiro. Cada facção, a fim de angariar fundos para suas campanhas, tinha aberto lojas para espalhar seus doces e proeza culinária. Elas eram autômatos em base... além do mais, tinham sido construídas para servir humanos, então suas habilidades eram consideráveis.
A doce fragrância atiçou o interior do nariz de Elza.
Logo quando ela estava prestes a estender a mão, Shannon puxou a dela.
Ela riu:
— Ei, se você quer, tem que me falar direito.
— Eu não acho que gosto de você.
Quando Elza disse isso, Shannon se virou de lado.
— Por que eu tenho que ser boazinha com a inimiga da minha irmã? E estou sendo boa à beça aqui. Estou te dando o melhor, sabia?
Nisso, Elza se levantou.
— Você conhece essas partes? Não foi junto pra Rhuvenns?
O Lyle te abandonou? Atingida com um tom que parecia implicar isso, Shannon de repente estourou em voz alta.
— Hã!? De jeito nenhum que fui deixada pra trás! Apesar da minha aparência, estou trabalhando direito. Aquele cara não presta sem mim por perto.
— S-sério? Eu geralmente não estou por perto, então não sei muito da situação.
Elza ficou para baixo depois de ouvir o grito da Shannon. Vendo-a assim, Shannon soltou um suspiro.
— Não tem jeito. Me segue. Se não quiser receber nada de mim, eu te apresento a uma boa loja de doces. Eu por acaso sou uma especialista no assunto.
A propósito, as mestras das comidas da cidade como um todo eram a May e Marina. Elas já tinham comido quase tudo que as barracas e lojas tinham a oferecer, e eram nomes bastante famosos dentro de Beim Sul.
— Tem certeza? Eu não sou uma inimiga?
Quando Elza disse isso, Shannon deu um sorriso destemido.
— Hmph, vou deixar que seja uma amiga por enquanto.
Ela falou isso com seu rosto um pouco corado. Elza parecia radiante.
— E-entendo!
Alegrando-se com a palavra “amiga”. Ela já tinha sito tratada como uma Rainha de enfeite. Por causa disso, ela não era muito boa em lidar com pessoas. Seu relacionamento com Gracia tinha ficado questionável, e estava faminta por palavras de amizade.
— Eu vou te ensinar como se divertir nesta cidade. Primeiro, a gente vai encher a barriga. Então, podemos ir na loja da Casa Trēs para fazer compras. Se você der o nome do Lyle, eles te dão coisas de graça alegremente.
— O-o Lyle é incrível.
O Fidel estava apenas colocando a conta no nome do Lyle e passando para ele, mas a Shannon não sabia disso.
Então assim, as duas se divertiram brincando em Beim Sul, e quando voltaram, as Cavaleiras de guarda de Elza estavam zangadas, e o Lyle estava zangado com a conta que recebeu.
Foi relatado que as duas foram vistas pela última vez ajoelhadas de costas eretas em seus quartos como punição, ou não.
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O grande saguão de reuniões preparado em Beim Sul.
Os representantes de várias terras estavam cercando a mesa redonda. Entre eles, eu me sentava em uma cadeira extravagante para demonstrar minha autoridade, tentando evitar que minha expressão falhasse.
Na sala de reuniões, nós estávamos dando explicações do quão perigosa Bahnseim era. Começando com a anulação de seu noivado com Faunbeux por parte da realeza de Bahnseim, assim como as ações anormais da Celes.
E quando informamos do inferno que estava acontecendo dentro de Bahnseim, os representantes pareceram duvidosos enquanto assentiam.
Para ser honesto, ninguém estava participando desta aliança por algum senso de justiça. Ao leste de Bahnseim, havia muitos Senhores Feudais que tinham escolhido me seguir ao descobrirem a derrota da Casa Walt.
E vendo que a maré estava fluindo na minha direção, outros países e Senhores ofereceram sua cooperação.
Além disso, além do trauma gravado pelo Sexto e o Sétimo, o objetivo principal de Faunbeux era reclamar as terras que tinham perdido.
Nisso, o representante de um país adjacente a Cartaffs que não tinha fronteira com Bahnseim falou:
— Isso é terrível. É verdade que há necessidade de fazermos algo a respeito de Bahnseim. Mas líder... que tipo de recompensas podemos esperar em troca de participar?
Nisso, representando a aliança de quatro nações, Aura-san falou:
— Está exigindo uma recompensa diante de uma ameaça tão grande? Se não a derrubarmos, está claro que ameaçará todo o continente.
A razão da Aura-san ter me defendido não tinha sido... por mim. Foi para mostrar o nível de autoridade da aliança, e de Zayin.
Na realidade, Zayin tinha providenciado considerável cooperação na minha ascensão inicial. Eles estavam exigindo uma recompensa por isso.
— ... Que piada, vindo de um pequeno país.
Uma atmosfera incerta se espalhou pela sala. De dentro da Joia, o Terceiro soava extasiado:
『Boa. Esse ar bagunçado é realmente esplêndido. Foi bom você ter obtido a maior parte dos soldados da Casa Walt para o seu lado. Serve para manter os outros em linha. Inversamente, se você tivesse de menos, até as nações principais não atacariam Bahnseim em força total.』
Aura-san falou:
— Fingirei não ter escutado essas palavras. Porém, se desejar deixar esta aliança, não seria em vosso melhor interesse expressar esse desejo?
Era uma declaração com total conhecimento de que não diriam nada, mas isso era atiçar em excesso.
Além disso...
— Me pergunto o que pensar de quem chegou depois com uma atitude que só se preocupa com a recompensa.
— Já esqueceu que sem nós nunca serão capazes de lutar de forma decente?
— Depois de não fazer nada além de esperar e ver a esse ponto.
Conforme insatisfações assim saíam uma após a outra, eu escutava quietamente ao que eles tinham a dizer. De dentro da Joia, ouvi alguns conselhos do Terceiro:
『Lyle, não há sentido em buscar a melhor resposta possível em um lugar desses. Com base em sentimentos, humanos são incapazes de aceitar obedientemente. Nessas horas, você deixa eles discutirem à vontade, e faz uma proposta quando eles ficarem cansados. Reuniões são testes de resistência.』
Era uma reunião para preencher as lacunas das posições de cada um, e para reconhecimento de uns aos outros. Era natural que algumas disputas ocorressem.
E um homem de meia-idade se levantou.
Representante de um país ainda mais a oeste que Faunbeux.
— Perdão. O problema que acabamos de levantar é sobre até que ponto vai a barbárie de Bahnseim. E que é apenas uma questão de tempo antes que se espalhe pelo continente. Mas apesar de não estar em posição de dizer... mas é realmente questionável se nosso líder, proveniente da Casa Walt, é realmente digno de ser nosso líder.
O homem de meia-idade com barba bem asseada aparentemente era um Príncipe da Coroa. Enquanto eu pensava sobre a validez de sua pergunta, o Príncipe prosseguiu.
— Uma aliança dessa escala. Tenho certeza que irá para a história. E ainda assim seu supremo comandante, nosso líder, está associado ao nosso inimigo de Bahnseim... tenho certeza que não sou o único com problemas em aceitar isso.
Em meio à barulhenta sala de reuniões, eu escutava quieto.
Nisso, Gracia-san cruzou seus braços enquanto encarava o Príncipe da Coroa.
— O que você está tentando dizer?
Ele deu de ombros.
— Bajulando mulheres para espalhar sua influência. Entendo, é certamente um meio de se fazer isso. E ainda assim tão similar àquela mostrada aqui como o maior dos males, Celes Walt. Tal irmão, tal irmã... Acredito que devemos usar esse tempo para reeleger um líder.
O Terceiro riu. No burburinho de vozes, pude ouvir aquelas da aprovações dos que achavam isso mais conveniente.
『Ele realmente bateu onde dói. Então Lyle, vai fazer o que a respeito disso?』
Então ao contrário, quem seria capaz de impedir a Celes? Foi por ele saber que não tinham uma resposta para isso que ele soava tão alegre.
Mantive minhas costas eretas.
— ... Os soldados prontos para invadir Bahnseim atualmente estão estimados em cerca de cento e cinquenta mil. E isso é algo que certamente aumentará com o tempo.
Os Senhores de Bahnseim tinham ido até Rhuvenns, tais como os civis insatisfeitos. Isso continuaria aumentando.
A sobrancelha do Príncipe da Coroa tremeu.
— E daí? Falando de número de tropas, quem deve despachar os maiores números seria Cartaffs...
Ludmila falou:
— Cartaffs não pode mobilizar e despachar tantos assim. Ou vai dizer que pode enviar mais? Não é apenas questão de tropas. Consegue assegurar os meios de comunicação direta entre todos os exércitos? Qual é o seu plano? Você tem compreensão da situação de outras nações? Se acredita que há alguém mais adequado para a tarefa que o nosso líder, então indique-o aqui e agora.
Nisso, a pessoa representando Faunbeux falou:
— É por causa disso que países remotos são assim. Mesmo se puderem enviar algo, tenho certeza que trinta mil é o limite. Sua terra natal já está em uma escala diferente.
O continente tinha ficado dividido por um longo tempo, e ele apenas tinha o ponto de vista de uma terra de pequena escala. Se pensasse em escala continental, teria que se deparar com problemas que não poderiam ser resolvidos apenas com o número de tropas.
Nisso, Jules de Djanpear bateu as mãos.
— Então os resultados saíram. É bom que tenhamos compreendido isso. Bem, para aqueles que se chamam de homens, é bom tentar almejar o topo. Mas Djanpear apoiará nosso líder.
Os grandes jogadores da mesa assentiram, e quando seu apoio a mim foi revelado, os outros participantes foram pressionados a ficar em silêncio.
O Terceiro soava intrigado.
『Bem, mesmo se falar para eles pensarem de repente na escala continental, é impossível. Até eu quero abaixar minha cabeça aqui. Você tem um bocado de Skills úteis e autômatos que lhe dão a vantagem em horas assim.』
A existência de autômatos como a Mônica já eram algo, mas as Skills que os ancestrais me deixaram realmente me davam a vantagem. Se fosse individualmente, Skills de Vanguarda como aquelas na gema vermelha da Aria eram as mais úteis.
Se fosse em escala de unidades militares ou um pouco maior, certamente seriam as de retaguarda.
Mas quando se tratava de comandar um enorme exército, Skills de Suporte eram de longe as melhores.
Em pensar que a gema azul que nosso Fundador comprou por aquele preço se tornou algo tão grandioso... Este mundo está repleto de mistérios.
Enviei um olhar aos participantes e confirmei que não havia objeções.
— Então continuemos a reunião. Tenho certeza que estão todos ocupados.
Mas a única coisa que foi decidida na reunião que se seguiu foi que era uma época ocupada do ano, e a maioria seria incapaz de se mover.
De acordo com o Terceiro:
『Bem, da Primavera ao Outono geralmente as coisas são ocupadas. Se usarem sua força de trabalho como soldados, não serão capazes de se mover tão facilmente.』
Assim parecia.
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... Quarto da Miranda.
Miranda congelou quando viu Elza, que tinha visitado à convite de Shannon. Apesar de Elza parecer constrangida, Shannon estufava seu peito com uma atitude orgulhosa.
— … Eh? São amigas?
Shannon bateu uma mão contra o peito.
— Isso mesmo! Eu e Elza somos amigas.
Elza falou um pouco envergonhada:
— Já que eu vim, nós conversamos um pouco, e quando fomos forçadas a ficar ajoelhadas juntas, viramos amigas.
Miranda assentiu algumas vezes com seu sorriso rígido.
— E-entendo.
(... Sempre soube que ela era problemática, mas isso está além das minhas expectativas. Não pode ser, não acredito que a Shannon fez isso...)
Quando Miranda olhou para Elza, Shannon falou:
— De todo modo, te apresentei à minha irmã, então está tudo bem. Agora Elza, bora pro refeitório. Hoje tem gelatininha de sobremesa, e elas ficam rolando na sua boca.
— T-tá. Eu também quero.
Apesar de sua imagem fria normal, vendo-a assim, ela era tão ruim quanto a Shannon. Miranda a analisou calmamente... e deu um sorriso sombrio.
Que imediatamente foi transformado em um gentil…
— Se é uma amiga da Shannon, é amiga minha. — Vamos ser amigas, Elza.
Nisso, Elza falou alegremente.
— E-entendo! Então vamos ser amigas!
Diferente de sua disputa pelo Lyle com a Gracia, Elza parecia feliz. Originalmente, Miranda e Shannon seriam tratadas do mesmo modo que a Gracia. Mas além da diferença na situação, Elza estava sedenta por amizade... se fazendo de presa, se enredando na teia de aranha.
Miranda a puxou pela mão.
— Então vamos ao refeitório. E depois disso, um banho. Ah, quer dormir no mesmo quarto? Vai ser uma festa do pijama.
— Festa do pijama! Já ouvi falar disso antes.
Elza se alegrou.
(Rusworth... Sempre pensei que não prestava, e realmente não presta. Tenho que fortificar um pouco mais os arredores da Elza. Foi pela guarda dela ser tão fraca que fui capaz de me esgueirar assim.)
E assim, Elza foi adicionada à facção da Miranda...
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