Volume 17
Capítulo 3: Passando Tudo
Na noite em que descobrimos o crime de Celes.
Tendo passado pela mesa redonda da Joia, eu conversava com o Terceiro que se sentava em cima dela.
『E agora, organizemos nossas informações. A Novem-chan é uma deusa maligna, e nós que temos ficado aos cuidados de tal divindade... a Casa Walt carrega o sangue de Septem. Ela é chamada de deusa, mas em essência, é o mesmo sangue do monstro Agrissa. E a Novem-chan apoia não a Celes, mas você. Além do mais, a Novem-chan carrega o sangue da Novem, e até a Octō-san está preocupada com você. Caramba~, tá difícil pra você~.』
O Terceiro não parecia estar tentando digerir muito da informação obtida da Joia.
『E dessa vez, descobrimos que há uma instalação da humanidade caída na lua. Embora seja decepcionante não haver coelho nenhum, acho que teremos que desistir disso.』
Você realmente se importava com isso?
Ele dizia que era um romântico, mas quando isso sai da boca dele, soava suspeito.
『Bem, parece que a Novem-chan tem sua própria opinião sobre paz. Os humanos do passado? Ela não quer que você cometa os erros que eles cometeram antes. Portanto, você não pode buscar paz... e fica tudo ótimo.』
— Oh, sério!?
Me levantando em surpresa do meu assento, o Terceiro começou a rir frivolamente.
『Não, digo, não é como se fosse uma má opinião. Os antigos do passado falharam. Então é importante aprender e não cometer os mesmos erros. Ah, eu não vou dizer particularmente que é ruim você buscar paz.』
— Então o que exatamente eu deveria fazer? Se eu não falar com a Novem...
Nisso, o Terceiro deu um sorriso gentil enquanto olhava pra mim:
『Nessa hora... joga tudo para a próxima geração! Deixe esse problema pros seus filhos e netos. Não se preocupe! Tenho certeza que alguém por aí vai resolver. Sem problema, confia.』
Olhei para o Terceiro, silenciosamente abrindo e fechando minha boca.
Após estabilizar minha respiração, berrei:
— Você é horrível! Como dizer, eu tenho que resolver, não tenho!?
Nisso, o Terceiro inclinou sua cabeça.
『Oh? E por quê?』
Pressionado pelo Terceiro, tive problemas em responder:
— Não, digo... eu pensei que se eu não resolver, isso trará problemas para a próxima geração.
O Terceiro cruzou seus braços olhando para mim.
『Lyle… você é um imbecil.』
Fiquei surpreso com o Terceiro me chamando de imbecil. Jogar o problema nas mãos do tempo não é a pior coisa que se pode fazer?
Entretanto, a resposta do Terceiro foi a seguinte:
『Eu simplesmente segui o plano elaborado pelo Segundo, e realmente não me envolvi com o território além disso. Mas não era como se isso fosse tudo. Foi algo natural nos tempos do Segundo. Mas na minha época a situação mudou bastante. Com guerras batendo na porta todo dia, o preço da lenha disparou. Houve algumas dificuldades em comprar comida de fora. Inversamente, houve tempos em que pudemos vender nossos suprimentos por uma fortuna.』
De acordo com Terceiro, a situação da época não combinava com os planos do Segundo. E nessa hora, ele teve que mudar suas políticas.
『Enquanto você estiver ativo, não haverá problema. Mas a geração seguinte terá as perspectivas da própria época. Seus pensamentos atuais podem não combinar com a era... não, definitivamente chegará uma hora em que não combinarão. E nessa hora, você não tem necessidade nenhuma de matutar sua cabeça pra cada coisinha. O que precisa te preocupar é preparar um sucessor para quem possa deixar essa situação com alguma tranquilidade na mente.』
O rosto do Terceiro era sério. E começou a falar sobre o problema da Novem.
『Honestamente, é o mesmo para a paz que você está buscando. A paz desejada pode mudar com os tempos. Não é bom ficar fixado nisso. E o problema da Novem-chan é demais para as nossas mãos. Para o seu eu atual, o importante é pôr o continente nas mãos. Não, derrotar a Celes. E você terá que garantir sua própria segurança e assumir alguma responsabilidade. Você pode virar imperador se quiser. Pode almejar qualquer tipo de governança que desejar. Mas entenda, há coisas que você é capaz de fazer, e coisas que não.』
Mesmo depois de unificar o continente, eu havia declarado que me tornaria imperador, então agiria para esse objetivo.
Nessa hora, meu tempo livre ficaria curto demais. Seria impossível me mover por aí como nos meus dias de aventureiro.
O Terceiro pareceu prever que eu ficaria de mãos cheias com o estabelecimento do governo e deixar as coisas para a geração seguinte. E tenho certeza que ele estava certo.
『Não posso sequer imaginar isso. Mesmo depois dos antigos terem uma civilização avançada o bastante para levá-los à lua, ainda caíram em ruína. Tenho certeza que suas mãos estarão cheias. Então deveria dar sua atenção incondicional para o que é capaz de fazer. Não há problema nenhum em deixar coisas pros outros.』
Ouvindo isso, senti minha mente ficar um pouco mais leve.
— Não posso passar a batata quente?
『Isso mesmo. Faça o que puder, e se isso não funcionar, deixe outra pessoa fazer. Você não pode resolver. E não pode deixar de lado. Então você precisará passar para frente.』
Olhei para o Terceiro e assenti. Nisso, o Terceiro de repente irrompeu em risadas.
『Bem, eu joguei todos os meus problemas para o Max... o Quarto. Morrer em batalha e tudo mais. E pensamentos antiquados só servem de incômodo pros jovens. Eu afinal, também achei que o teimoso do Segundo fosse cabeça-dura demais.』
— ... Depois de tudo isso você terminar assim? Achei que fosse ser uma história tocante!
O Terceiro riu.
『Mas é verdade. Você fica teimoso quanto mais você envelhece. Não, eu entendo, sabe. Foi o que funcionou nos tempos do Segundo, e realmente era o correto. Mas quando chegou minha época, apesar de não serem muitas, ele tinha algumas opiniões inaceitáveis. Deusa, eu ignorei ele e segui em frente sozinho.』
Recordei os problemas do Segundo. É verdade que ele teve um lado bastante prestativo demais, e talvez o Terceiro tivesse tido problemas com isso.
『Então quando você tiver passado tudo, feche sua boca. Embora possa haver momentos que você precisará falar algo. Nessa hora, variará de caso para caso. E veja.』
O Terceiro colocou uma mão no queixo enquanto abaixava um pouco os olhos.
『Honestamente, quando ouvi sobre o extermínio dos antigos, eu pensei “e daí?” Digo, nós temos o Professor Damien e a Mônica-chan que serão capazes de alcançá-los nas próximas décadas, não é? Aqueles dois são honestos com o que querem, e se você disser para a Mônica-chan se conter, ela alegremente fará isso. Para o Professor Damien, se ele puder ter sua mulher ideal, duvido que terá qualquer interesse em passar suas técnicas adiante. Bom para você, com isso, resolveu o problema de inovação tecnológica.』
Quando me perguntei se não havia problema com isso, o Terceiro soou entretido.
『E com humanos, mesmo se você ficar quieto, eles vão sair se matando. Eles farão isso mesmo se disser que é ruim, então não tem como paz ser tão fácil de se obter. Em primeiro lugar, você precisa priorizar a derrota da Celes. E então governança. As coisas serão atarefadas. Talvez nem terminem na sua era. Você terá muita coisa para fazer. Então quando as coisas passarem do que você pode lidar... apenas passe para a próxima geração.』
Me pergunto o que é isso... Havia verdade no que o Terceiro falara, mas alguma parte de mim não conseguia aceitar. O que ele disse estava correto, mas o modo que falou tinha sido brusco demais.
E o Terceiro deu um leve sorriso.
『Mas dessa vez você conseguiu colher algo. A Novem-chan ficou tão desconcertada e lhe deu sua opinião. Lyle, que tal falar um pouco mais com a Novem-chan?』
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Quarto da Novem.
Fiz as Valquírias na frente da porta se afastarem, e bati.
Depois de um tempo, ouvi a resposta da Novem, então entrei.
Novem estava de roupas casuais, sentada no quarto. Ela não parecia estar fazendo nada antes de eu entrar. — Novem, eu...
— Lyle-sama, posso lhe contar uma pequena história?
Novem interrompeu minha questão, e preparou um pouco de chá antes de se sentar no sofá. Havia uma mesinha entre nós, e eu olhava para a Novem do outro lado.
— Há muito tempo... isso se refere ao passado distante. Minha opinião divergiu daquela da Septem, e eu... Novem e Octō, elas...
— Novem, pare.
— Lyle-sama?
Decidi dizer para ela o que eu sabia que deveria dizer:
— Para ser honesta, com tudo de deusas malignas e deusas, são histórias demais muito além da minha escala que são desnecessariamente problemáticas. Eu vou derrotar a Celes e unificar o continente. Eu nem sei se vou viver pra ver isso. Talvez eu deixe isso pra próxima geração. Então deixarei paz de lado por enquanto.
De dentro da Joia, ouvi a voz do Terceiro.
『Isso mesmo. Mas você não disse para ela se ainda está almejando isso!』
Novem pareceu surpresa, mas abaixou um pouco o olhar.
— ... Lyle-sama, eu s...
— Porém.
Interrompo ela e pergunto. Era algo importante.
— Eu quero ouvir como você realmente se sente. Então me conte. Já chega de segredos.
Novem olhou para a minha expressão, e se resolveu antes de abrir a boca.
Foi uma verdade muito além das minhas expectativas.
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... Baldoir tinha se aventurado do Castelo Rhuvenns para Beim Sul.
Ele havia parado a trabalho, mas mesmo enquanto entrava na cidade, sua cabeça ainda doía ao ouvir da disputa do Lyle com a Novem.
Maksim e Damien tinham-no convidado para beber. Não em um bar, Damien fizera suas três autômatos trazerem bebidas e comidas ao seu quarto.
Maksim tomou um gole de birra enquanto Baldoir agarrava sua cabeça.
— O Lyle-dono e a Novem-dono estão brigando? Isso é duro.
Ele falou como se fosse problema de outra pessoa, completamente desinteressado. Baldoir sentiu raiva dessa atitude:
— Não é só duro! Vocês compreendem!? A importância do momento em que estamos!? Mesmo antes do problema de quem ficaria cuidaria do harém do Lyle no final, não consigo sequer imaginar quem se moverá primeiro! E mesmo assim as armas de fogo e suprimentos que encomendei sequer foram completados... então não posso voltar.
Damien deu uma mordida no lanche.
— O Velho Letarta é alguém ocupado. Os outros artesãos não conseguem acompanhar o ritmo. Mesmo assim, parece que a situação está dura pra você, Baldoir. Ou melhor, que cara corajoso, aceitando o produto sem comprador que o Lyle jogou para cima de você. Se fosse eu, teria enlouquecido.
— ... Só para lembrar, ela é minha esposa, então podem parar de tratá-la como produto que ninguém quer? Ela tem um probleminha com a personalidade, mas é uma boa pessoa?
Tanto Maksim quanto Damien sentiam o mesmo.
— Se fosse eu, teria ficado doido se tivessem me forçado a casar. Você lidou bem, Baldoir.
— E como estava falando, não falem como se eu tivesse pego o palito curto. Na verdade ela é relativamente fofa.
Os dois olharam para Baldoir.
— Não. A mulher que estou construindo na minha cabeça é a única para mim.
— Não ligo pra ninguém além da Adele-sama.
Com essas palavras, os bêbados estouraram em risadas. Baldoir olhava para eles.
(Por que o pervertido e a famosa celebridade estão sendo tão legais comigo? Ou melhor dizendo, eles são figuras-chave não importa como se veja. Preciso me manter firme.)
Baldoir não parecia conseguir aceitar esses dois se dando tão bem com ele enquanto continuava sua consulta a respeito do Lyle.
— Do que estão falando, Maksim-dono, Professor Damien. Sejam mais firmes. Originalmente, com suas posições, um ou dois casamentos seriam...
— Mas eu recuso! Devotei esta minha vida à Adele-sama! Apesar de eu estar disposto a fazer certas concessões, mas há certas coisas que eu nunca perdoarei!
Com uma cara avermelhada, Maksim se levantou de seu assento e recusou com atitude resoluta. Baldoir cobriu seu rosto com uma mão.
— Nesse caso, vai logo se casar com a Adele-dono. Alguém já me pediu para iniciar conversas sobre um noivado com você.
Nisso, Maksim de repente se sentou com um rosto vermelho brilhante.
— Isso... hm, eu estou bem, mas o problema é que não tenho certeza do que a Adele-sama pensa de mim, ou como devo dizer... e eu sou um antigo vassalo, e a senhorita é alguém muito além do meu alcance. Embora haja um tipo de charme nessa relação também, entende.
(Esse cara é um saco. Por que tem tanta gente assim em volta do Lyle-sama?)
Enquanto Baldoir praguejava internamente, Damien tomou um gole da cerveja preta posta pela autômato.
— Bem, realmente importa se o Lyle estiver brigando com uma de suas mulheres? Com esses números, tenho certeza que ele tem uma ou duas extras.
Com suas palavras, a autômato próxima torceu seu corpo.
— Ah, esse tom seco. Mas é isso o que faz o mestre tão charmoso.
Baldoir olhou para a autômato.
(... É o mesmo com a Mônica-san, mas essas autômatos definitivamente têm um parafuso solto. Maldição, por que ninguém entende a gravidade dessa crise.)
Quando Baldoir virou seu copo, Maksim de repente se lembrou de algo.
— Muh! Parando para pensar, eu tinha apostado em quem acabaria grávida primeiro. As competidoras mais fortes eram a Ludmila-dono e a Lianne-dono, então eu tinha posto minha aposta na Novem!
Damien, igualmente:
— Isso mesmo! Eu também apostei os trocados que eu estava ganhando! No... Noem? Pensei que ela fosse algo certo, então investi todo o meu dinheiro nela! Será problemático se eles ficarem brigados.
Baldoir bateu as duas mãos na mesa, se levantando de sua cadeira.
— Em que é que vocês estão apostando!? Eu não vou reprimir, mas não tomem a iniciativa para começarem apostas. No momento está tudo virando um problema com quem está na facção de quem! O menor movimento estranho que vocês mostrarem vai solidificar a facção de que fazem parte!
Maksim agarrou os ombros de Baldoir, e o pôs de volta em sua cadeira. Após Baldoir se sentar relutantemente, Maksim falou:
— Relaxa. Eu estou do lado de quem quer que a Adele-sama apoie.
— Isso não me relaxa nem um pouco!
Enquanto Baldoir gritava, as autômatos traziam mais bebida...
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