Setes Japonesa

Tradução: BatataYacon

Revisão: Delongas


Volume 17

Capítulo 13: Uma Fortaleza Ambulante


— Eu definitivamente falei isso. Que seria bom se pudéssemos passar a noite nele como o seu Portador grande. Eu falei isso, mas... aprenda a se controlar, Damien.

As forças aliadas se reuniam em Rhuvenns, uma após a outra.

O lugar preparado por nós era um campo aberto sem nada, ou melhor, uma planície relvada, mas agora parecia que uma cidade enorme tinha se formado. Havia filas de barracas, entre elas vendiam seus produtos e trupes realizavam seus atos.

Em um canto, algumas dúzias de Portadores de larga escala do Damien se enfileiravam. A fim de mover grandes números de itens, eles eram feitos especialmente para usar minério mágico como fonte de energia. No que se tratava de transporte, o Portador definitivamente facilitava consideravelmente as coisas.

O Damien segurava seu cajado enorme que não combinava com sua constituição franzina sobre seus ombros, bocejando enquanto olhava para um Portador especialmente grande.

— Não fui eu. Embora eu tenha ajudado com as plantas. E trabalhado com as autômatos na fonte de energia e coisas assim, mas quem propôs isso foi o velho Letarta.

Lancei um olhar para Letarta, com suas ferramentas em mãos enquanto dava ordens aos seus aprendizes. Ele levantou um polegar e me deu um sorriso.

— É um romance masculino. Ter uma fortaleza móvel é demais.

Realmente é demais.

... Digo, não!

— Quanto dinheiro que isso custou? E espera aí, no meio daquele cronograma apertado, você fez uma coisa dessas?

Damien parecia desinteressado na minha questão.

— Não está tudo bem? Ele chamou de fortaleza, mas na verdade é uma oficina móvel. Serve para manutenção de autômatos, manutenção de equipamentos, e produção. A única coisa extra que tem são alguns canhões.

Olhando para a bizarra fortaleza ambulante, notei que os soldados em volta a fitavam com bocas abertas, e minha vontade de dar bronca em alguém por isso não sumiu.

Damien sorriu.

— Tem espaço para o seu grupo também. Embora seja apertado. E dá para levantar um palco para te fazer chamar a atenção. Assim.

Damien levantou seu cajado, e a fortaleza ambulante lentamente começou a se mover. Um palco certamente subiu da porção frontal, e era bem chamativo.

Ele colocou seu cajado contra o ombro.

— Bom, não é? Suas táticas são fundamentalmente defensivas, então acho que esta máquina para criar um acampamento a qualquer momento vai se provar bastante útil.

Levantei os olhos para a fortaleza.

— Ao invés de útil, o gasto de minérios mágicos em primeiro lugar vão...

O Velho Letarta interrompe com um sorriso:

— Escuta só. Tá vendo aquela chaminé? Aquele é o motor locomotivo, foi feito para se mover usando o poder do vapor ao jogar pedras mágicas lá. Não conseguimos fazer isso lucrativo, mas não era nosso dinheiro para início de conversa, então não vimos problemas em nos esforçarmos aos nossos limites.

— ... Quem está pagando sou eu, não é? Quem tem a obrigação de pagar o final sou eu, não é!?

Damien e o velho Letarta desviaram seus olhos. Esses caras me fizeram de sacrifício para suas próprias fantasias. Isso é mal. Eles são do tipo que eu nunca devo deixar juntos sem supervisão.

O par solta umas vozes fracas.

— ... Nós atendemos adequadamente às suas demandas.

— S-sim. Nós atendemos elas perfeitamente. E também construímos outros adequadamente.

Eles não entendiam nada.

— Vocês não atenderam nada das minhas demandas na parte financeira! O que é isso, quando eu acho que as coisas estão começando a melhorar, no final é isso o que recebo!?

As Unidades Valquíria Um, Dois e Três vieram correndo com os meus gritos. Elas estavam usando uma armadura azul de maior qualidade que antes. As roupas que usavam por baixo eram brancas, e feitas de modo que me faria aceitar caso alguém as chamasse de verdadeiras Valquírias. Seus prendedores se pareciam ainda mais com asas que antes.

Bem, por dentro ainda não prestavam.

— Oh? Então ficou financeiramente acabado, afinal. Bem, sabia que isso aconteceria.

A Unidade Um falou como se soubesse, e as Unidades Dois e Três também assentiram.

Se sabiam, então que falassem algo.

Vocês todas vão receber punições por isso depois.

As três olharam para mim com sorrisos tranquilos, e a Unidade Um abriu sua boca como representante. Sua expressão era como se estivesse deleitada.

— Castigo! Nós... mal podemos esperar!

Nada bom. Não tem ninguém decente em volta de mim.

Nesse momento, a Vera veio caminhando até mim. Atrás dela havia marinheiros carregando pacotes e armas.

— Vera? Por que você está aqui?

Vera apontou para a fortaleza ambulante.

— Sou a financiadora daquela coisa. Na verdade é o meu pai, mas como as coisas estavam indo, nós percebemos que você não conseguiria carregar os custos então nós lidamos com isso. E isso não é basicamente um navio terrestre? Então somos nós os mais adequados para movê-lo. O combustível é basicamente o mesmo de todo modo.

Parando para pensar, o navio da Vera tinha um motor parecido. Certamente, se jogasse pedras mágicas na fornalha, ele...

— Eh? Você está vindo junto também? Não, é perigoso demais...

— É perigoso para todos. Além do mais, estou acostumada com batalhas, e todos os outros são engenheiros, então são amadores quando se trata de operação.

Letarta cruzou seus braços enquanto assentia.

— Ela não tá errada. Mas nunca soubemos que você viria, mocinha.

Vera soltou um suspiro.

— Não pretendo abrir mão desse direito para outros. Bem, eu tenho algum interesse quando penso nisso como um navio terrestre. E espera, essa escala é enorme.

Vera olhou em volta e ficou chocada com a escala. Mas essas não eram todas as nossas forças. Havia exércitos se reunindo em outros lugares também.

A força principal onde eu estava. E duas forças destacadas. Esses dois exércitos estavam só um pouco aquém de passarem de duzentos mil. Adicionando também a aliança e o aumento de nossas forças ao absorver os soldados fugitivos e os bandidos.

— O corpo principal está a cem mil. Além disso, há dois exércitos de cinquenta mil. O primeiro está a encargo do Baldoir e o outro, do Maksim-san.

— Oh, que surpresa. E quanto ao general Blois?

— Estou deixando o comando da força principal com ele. Como a parte leste vai basicamente terminar quando avançarmos, duvido que haverá uma grande batalha até Centralle se mover.

Isso... até agora, a derrota da Casa Walt estava fazendo sua mágica. Entre os nobres feudais, não havia um Senhor que houvesse oferecido uma batalha decente contra nós.

Mesmo se tentassem se reunir e lutar, pergunte se Senhores Feudais conseguiam simplesmente se juntar e lutarem direito, a resposta é “não”. Não querer servir abaixo de outro era uma razão, mas o maior problema era que não conseguiriam reunir um exército para combater duzentas mil tropas.

Bahnseim estava consideravelmente enfraquecida.

— Pelas investigações do Rauno-san, se forem capazes de realizar julgamento decente, se juntariam ao nosso lado. Afinal, a realeza de Bahnseim em Centralle não se moveu minimamente. Não importando quantas vezes solicitassem auxílio, não havia sinais de movimento.

Escutando a conversa, Damien falou de modo desinteressado.

— Isso não pode significar que há Senhores que escolheram não escolher? Veja, há um bocado de pessoas que acham que só se precisa se juntar ao lado que sair por cima no final.

Vera assentiu:

— Isso mesmo. Pessoas que não conseguem ver a direção do vento. Deve haver um número relativamente grande deles entre os nobres.

Respondi aos dois:

— Vejam, eu circulei o aviso para todos, para que deixassem claro com quem estão se aliando. E na verdade, houve alguns que ouviram os rumores e se juntaram a nós ou que fugiram. Depois de eu ter ido tão longe, não tomar lados é inútil, não? É uma pena para eles, mas vou tomar suas terras e tesouros. Caso tenham uma razão para não se moverem é diferente. Mas há Casas que escolheram se aliar a nós com o chefe ausente e cujo sucessor nem chegou aos dez anos.

Em comparação a essas Casas, o que posso dizer sobre as Casas que têm seus Senhores mas ainda assim estão só esperando e assistindo? E também há outro problema.

Há muitos querendo fazer a mesma coisa que Bahnseim fez quando Agrissa foi derrotada. Aqueles que estão tentando se vender para mim a um alto preço.

Eu sorri:

— Bem, eu gostaria de algumas terras pós-guerra, então preciso que um bom número de Senhores Feudais desapareçam. Com alguns cálculos leves, repartir Beim e Rhuvenns não chega perto do bastante. Se fatiarmos demais, não seremos capazes de competir com outros países, nossa autoridade vai sumir, e não conseguiremos silenciá-los com intimidação.

Vera olhou para mim.

— Você é bem seco quando se trata dessas coisas. Vendo sua conduta normal, achei que você fosse ser compassivo.

Recordo meu eu de não muito tempo atrás.

— Coisas aconteceram e acabei assim. Eu amo ideais bonitinhos, mas tanto eu quanto a Celes ganhamos ódio demais. Quero lidar com isso de modo que possa vencer e deixar as coisas para a próxima geração sem problemas.

De todo modo, eu queria pôr as mãos em uma base firme. Por causa dessa razão, havia Senhores Feudais demais no meu caminho.

O velho Letarta olhou para mim:

— Cara, que belo vilão você é.

Eu sorri:

— É aí que se engana. Afinal ... eu sou o grande vilão que terá o nome assim gravado na História. Bem, se eu vencer, serei um herói.

Afinal, eu arrastei o continente inteiro para essa batalha decisiva para garantir que Bahnseim não fosse a única nação exausta por isso.

... Rauno tinha se infiltrado em Bahnseim.

Ele estava em uma vila governada por um senhor feudal bahnseimiano, trocando informações com seus subordinados no bar. Bares deveriam ficar barulhentos com o cair da noite, mas pela comida oferecida e escassez de clientes, Rauno pôde sentir que Bahnseim estava consideravelmente exausta.

Um de seus subordinados disfarçado de viajante olhava em volta.

— Está tudo desgastado. E a comida que oferecem é terrível.

Havia uma sopa rala no prato e um pequeno pedaço de pão. Além disso, havia penas alguns restos de petiscos para acompanhar a bebida.

Um grupo de dois elfos bancava o papel de viajantes. Mesmo viajando pelos cantos, elfos não levantavam muita suspeita, além do mais, quando Rauno se tornou um Cavaleiro, os dois tinham se voluntariado para o serviço.

— De acordo com nossos irmãos, todo lugar está igual.

— Mas Centralle parece um pouco assustadora. Mesmo se cantarem suas canções e reunirem clientes, é quase como se não conseguissem sentir qualquer espírito deles... e como se não soubessem a definição de vivacidade. De acordo com ele, é como se o fogo houvesse se apagado. Era simplesmente tão assustador que ele fugiu assim que pôde.

Rauno organizou a informação coletada.

— Só há reclamações não importa que rota se escolha. As faltas de comida são terríveis. Há lugares demais que não sobreviverão ao Inverno.

Enquanto se preocupava, Rauno pensou em algo que se provaria ainda mais problemático que isso.

(Ainda assim, que razões têm os Senhores Feudais que não acredito terem sido fascinados para seguirem Bahnseim?)

Havia territórios que tinham sido fascinados e proclamado que ofereceriam resistência ao último suspiro. Mas por outro lado, havia vários territórios sem relação nenhuma com a Celes que não tentaram ir para o lado do Lyle. Ele tinha a sensação de que não era por um senso de justiça, ou porque o Lyle e Celes eram da mesma Casa Walt.

Rauno se dirigiu aos seus homens:

— Para terminar, iremos para Daliem. O plano é se reunir lá.

Vendo eles assentirem, Rauno se preocupou com o estado de seu destino final, Daliem...

... Indo para a unidade de transporte, as sobrancelhas de Clara tremeram enquanto via a cena se desdobrando em sua frente.

Batatas selvagens reunidas de Beim Norte eram carregadas e transbordavam dos caixotes de madeira no que, claramente, parecia ser um exagero. Transbordando vitalidade, eram um tipo de variedade de batata problemática que não pararia de se multiplicar se as deixasse em paz.

Em lugares fora do alcance de mãos humanas, elas existiam em quantidades enormes. Em lugares cuidados, elas eram eliminadas em moderação.

A razão de não se poder pôr muito as mãos nelas em Bahnseim era porque a maior parte da área tinha sido assentada. Ainda assim, quando Beim Norte começou a reunir batatas selvagens, a população da cidade encontrou várias e as trouxeram.

Combinava com a população de Beim, cujo nível de motivação mudava completamente quando sabiam que havia dinheiro envolvido.

E olhando para a montanha de batatas, Adele, que proclamara que pagaria por elas, estava de rosto pálido.

— ... É verdade que houve alguma confusão por causa do ano passado, mas em pensar que haveria tantas... o que eu faço? Nossos fundos... asseguramos a comida, mas nossos fundos estão...

Ao lado dela havia alguém que não deveria estar lá de modo algum... Maksim.

— Está tudo bem, Adele-sama. Este Maksim arrecadará dinheiro de todos aqueles que desejam trocar por comida.

Adele olhou para Maksim.

— Deixarei com você, Maksim. Caso contrário, nossos planos serão atrapalhados.

Clara olhava para nós dois.

— Não tenho obrigação de dizer, mas essa é sua despedida antes de uma grande guerra, então que tal sair do tópico monetário? E essa pilha de batatas selvagens... mesmo se prepará-las bem, ainda são consideravelmente terríveis, não é?

Adele e Maksim, de mãos dadas, se viraram para Clara.

— É a conclusão que pensei para resolver nossos problemas de comida. Podemos usá-las para sobreviver ao inverno, então não está tudo bem? É uma alternativa melhor que morrer de fome.

— Isso mesmo, Clara-dono. É uma grande conquista da Adele-sama.

Clara levantou um pouco seus óculos, deixando suas lentes refletirem luz.

— ... Os soldados estão ficando deprimidos, se preocupando com a noção de que isso pode acabar virando a refeição deles também. Você explicou direito, não foi? Nossa moral está sendo bastante reduzida.

A expressão da Adele enrijeceu com um “Eh!?” enquanto se voltava para Maksim com movimentos rígidos. Maksim sacudiu sua cabeça.

— Não ouvimos nada disso. Ou melhor, esse é um problema do exército como um todo, então não cai na jurisdição do Lyle-dono e da Lianne-dono?

Clara olhou para Adele.

— Ouvi que a Adele-san estava assumindo responsabilidade pela questão das batatas selvagens, e estava completamente encarregada do assunto. Eu estava preocupada já que nenhum informe veio, não importando quanto tempo se passasse... Parece que dessa vez você realmente conseguiu.

Quando Adele começou a suar frio, Clara sorriu:

— É por isso que te chamam de Lianne degradada.

Nisso, Adele berrou para ela:

— Você é a única que me chama disso! Está escutando? Eu estava ocupada com a administração e revitalização de Beim aqui!

Maksim veio em suporte dela:

— Isso mesmo! A Adele-sama estava ocupada!

Mas Clara zombou:

— Lianne-san estava administrando Rhuvenns enquanto de olho no todo. Bem, dê o seu melhor. E já não está na hora de notarem a atmosfera circundante. Com a batalha decisiva tão próxima, e vocês ainda ficam deixando essa atmosfera incerta a esse ponto... vão logo se casar ou coisa assim. Baldoir-san já se assentou com a Alette-san, e até já realizaram a cerimônia.

Ouvindo isso, Maksim começou a ficar inquieto. Enquanto ponderava sobre como não havia nada de adorável nisso quando um homem agia assim, Clara olhou para Adele.

Ela estava de cabeça inclinada.

— ... Quem está se casando com quem?

Quando ela falou isso, Maksim murchou. Clara pareceu espantada, se aproximando de Maksim.

— Dê o seu melhor. Estou torcendo por você. E também, a Ludmila-san está fazendo arranjos para enviar uma esposa para você. Se cuida aí.

No chão, após ter caído de joelhos, Maksim falou para a Clara.

— ... F-farei o meu melhor.

... Falou ele.


Não se esqueçam que ao ler diretamente no Batata Traduções vocês têm acesso aos capítulos mais recentes.

Também não se esqueçam que comentários e interação são o combústível que movem a tradução adiante, deixem seus feedbacks dizendo o que estão achando da história e da Tradução. 


Ei, se estiverem gostando do projeto e desejarem ajudar um pouco, vocês podem fazer isso acessando o link abaixo, solucionando o Captcha e aguardando dez segundos para ir à página de agradecimentos.

Podem acessar por aqui.

Ou Aqui.



Comentários