Volume 15
Capítulo 6: Obrigação
... Próximo à fronteira de Beim e Zayin, o lado de Zayin tinha enviado forças.
Creit Benini tinha sido deixado no comando de mais de mil tropas. Com seu penteado asseado, ele montava seu cavalo em aguardo na fronteira. Isso por causa das previsões de que Bahnseim havia entrado em ação, e estava saqueando os arredores.
Mas eles não foram implantados para proteger os vilarejos de Beim. Eles estavam lá para proteger o território de Zayin... as pessoas de Zayin.
O subordinado de Creit se aproximou cavalgando.
— Capitão Creit!
— Qual o problema?
— Há mais pessoas vindo de Beim. Eles parecem estar querendo proteção.
E eles também estavam lá para bloquear a entrada de pessoas de Beim. Não era como se estivessem os rejeitando. Mas o tratamento das pessoas em Beim e Zayin era diferente. Isso era algo que o lado de Beim não entendia.
— Mande-os de volta! Não podemos nos mover mais de nosso posto.
Vendo a expressão lamentável de Creit, o subordinado disparou em seu cavalo. A princípio, Zayin havia tentado oferecer alívio para as pessoas vindo de Beim. Mas Beim tinha uma característica nacional particular. Sendo governados por mercadores, com seus armamentos sendo aventureiros... seus sensos de valores eram diferentes demais.
A proteção de que eles falavam era um pedido para o exército proteger seu vilarejo. E achavam que desde que pagassem a recompensa, receberiam ajuda.
— ... Nós já somos Cavaleiros de Zayin. Por que não podem entender isso?
A contrário de Creit, que desejava cavalaria, as pessoas de Beim sabiam pouco de Reis e Cavaleiro, ou de questões de outras terras...
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... Templo de Zayin.
Ali, Aura Zayin sentava-se em uma cadeira extravagante como a Donzela Sagrada. De um lado sentava-se a Donzela Sagrada anterior, Thelma Zayin. Do outro lado, o Sumo Sacerdote Gastone Bonini. Era um espaço similar a uma sala de conferências com uma mesa no centro, e diante deles estava um mercador que tinha uma grande loja em uma vila de Beim.
Ele também tinha um papel similar ao de um chefe da vila, e era alguém que realizava negócios em uma vila relativamente larga no quadrante norte de Beim. Com o setor da cidade de Beim sendo o mais distante dentre os dois, ele viera buscar ajuda de Zayin.
Pensando não querer seu status caindo abaixo de qualquer mercador que realizava negócios com a tal Donzela Sagrada, e nunca tendo negociado com lugar nenhum fora de Beim, havia um problema com a sua atitude.
— Mas por quê!? Nós pagaremos a recompensa. Os vilarejos em volta já foram atacados, e alguns até mesmo foram completamente massacrados! Não estou pedindo por milhares. Até mesmo quinhentos são o bastante. Eu quero que envie tropas!
Ele estava desesperado para proteger sua vida e fortuna. Aura enfiou seu cotovelo no braço da cadeira, e repousou seu rosto na mão. Suas postura se desfez, e apesar de Gastone condenar sua atitude, ela ignorou.
Aura pensava que desrespeito deveria ser retribuído com desrespeito, isso é tudo.
— Eu compreendo a severidade de sua situação. Nós despachamos tropas para nossa fronteira e nos preparamos. Essa é a nossa situação, então não podemos poupar tropas para vocês. Somando-se a isso, se me permite... mas nem f**endo que vamos despachar tropas arbitrariamente pro território de Beim! E cara... pra que eu precisaria enviar tropas pra você para início de conversa?
Nisso, Thelma que estava ao lado dela, a parou.
— Aura! ... Sinto muito. Mas por favor entenda nossa posição. Atravessar a fronteira por nossa própria conta será desvantajoso para Zayin. Pessoas que perderam seus lares entraram em Zayin, e também podemos aceitar o seu vilarejo em nossa situação. Mas isso é o máximo que podemos fazer.
O mercador, insatisfeito com a explicação de Thelma, bateu na mesa e explicou a situação.
— Por que não podem entender!? Quando Beim cair, eles podem visar Zayin a seguir! Ignorar a barbárie de Bahnseim é a vontade de sua deusa!?
Havia alguma razão às suas palavras.
Se Bahnseim fosse ignorada, Zayin seria exposta ao perigo. Mas salvar uma vila e talvez alguns vilarejos no território de Beim realmente mudaria isso? Não.
Gastone abriu sua boca:
— Compreendo seus sentimentos. E é verdade que não podemos ignorar esse problema. Não podemos, mas... foi Beim quem atraiu a ira de Bahnseim. O que está querendo fazer nos arrastando para isso? Você acha que podemos enviar tropas e derrotar um exército de mais de trezentos mil? Nós não queremos realizar nenhum ataque desnecessário a Bahnseim. Por favor, compreenda.
O rosto do mercador tornou-se um vermelho brilhante.
— Então o que eu deveria fazer!? Querem que eu apenas espere para ser morto!? Está nos dizendo para simplesmente morrer enquanto cantam louvores de sua deusa!?
Aura bufou para o mercador. Afinal, as palavras saindo da boca dele eram corretas. E foi precisamente essa retidão que a fez rir.
— ... Mas que ousadia. Depois de fazer de Zayin seu campo de batalha e mina de dinheiro por tantos anos, quanta diferença quando é a vez de Beim. Está nos dizendo para ir lutar uma batalha sem quaisquer chances de vitória. Quando você é tão arrogante assim, chega a ser revigorante de se ver, sabia?
O mercador desviou seus olhos dela. Talvez tudo que eles tivessem feito a Zayin houvesse passado por sua cabeça.
Nisso, Thelma lançou-lhe um salva-vidas.
— ... Mas não podemos continuar ignorando a brutalidade de Bahnseim desse jeito. Então permita-me oferecer uma condição.
— Uma condição? Qual? Se for dinheiro, a quantia que somos capazes de preparar de imediato é...
Thelma manteve seu sorriso, e falou:
— Aceite o governo de Zayin. Se o fizer, criará uma razão para os soldados de Zayin se moverem. Já que será para proteger sua pátria.
Ouvindo as palavras de Thelma, o mercador se encontrou incapaz de abrir sua boca...
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... A marcha das forças de pilhagem havia parado diante da vila que tinham definido como próximo destino, e uma discussão começara.
Uma barraca fora preparada, e aqueles conversando eram um Barão e seu vassalo. Um chefe de brigada mercenária fora chamado para verificar a situação.
— Isso não era parte do território de Beim? Por que posso ver a bandeira de Zayin?
O mercenário sacudiu sua cabeça:
— Até pouco tempo atrás, indubitavelmente era Beim! E a travessia do rio que marca a fronteira. Cruzar isso depois de tanto tempo é estranho!
Ouvindo essas palavras, o Barão ouviu o seu vassalo.
— Pois bem, é assim que parece ser, mas... se eles realmente forem parte de Zayin, isso se tornará algo problemático.
O Cavaleiro vassalo deu uma opinião beligerante.
— Só precisamos atacá-los. Temos um exército de mais de trezentos mil. Não há necessidade nenhuma de nos preocuparmos com um paisinho como Zayin.
Porém, um vassalo diferente... um Cavaleiro idoso, aconselhou o contrário.
— Deveríamos nos retirar. Temos soldados de um país ali. Se lutarmos, além de enfrentarmos baixas, Zayin aparentemente está atada em um pacto chamado de Aliança de Quatro nações. E o que temos aqui não é um exército de trezentos mil, temos apenas nós mesmos.
O chefe mercenário falou aos Cavaleiros.
— É um blefe. Apenas ataquem. E com o quão perto aquela cidade está das fronteiras de Zayin, certamente deve ter feito uma fortuna.
Mas a resposta dada pelo Barão foi a segura:
— ... O dia que precisaremos nos reagrupar não está longe. Atraso está fora de questão. Se é para se tornar uma batalha extensa, então priorizaremos nos reunir com a força principal.
— O quê!?
O chefe mercenário pareceu insatisfeito com sua inabilidade do saque à vila com que esteve contando...
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Tendo retornado para Beim Sul, ouvi a informação de que Bahnseim havia se dispersado por Beim para saquear, e segui para a próxima fase do plano.
Chamei a Miranda e Aria para a sala de reuniões, tendo também a Adele-san e o Maksim-san em participação.
— Algum pedido de auxílio dos vilarejos nas redondezas?
Adele-san sacudiu sua cabeça.
— Porque você fez os mandachuvas de inimigos. Não acho que os vilarejos em volta pedirão qualquer ajuda.
Aria parecia um pouco vexada.
— Por que isso? O rumor já se espalhou.
Ela parecia irritada por não poder ajudá-los, mas do nosso ponto de vista, havia necessidade que o povo de Beim derramasse sangue. Emoções individuais eram um problema à parte. Salvá-los era possível. Se buscassem por refúgio, nós os aceitaríamos.
Mas as pessoas de Beim não aceitariam isso. E seus movimentos eram surpreendentemente lerdos. Miranda suspirou.
— Acho que é por eles terem tido paz demais. Talvez estejam lerdos porque ainda não acreditam, ou estão subestimando a situação.
Maksim-san cruzou seus braços.
— ... A situação deles é diferente de Bahnseim, onde têm alguma escaramuça em algum lugar mais ou menos todo ano. Mesmo assim, cerca de cento e cinquenta mil soldados não estão saqueando, huh? Atacar a força principal deles não funcionará.
Eu não planejava fazer isso desde o começo, mas isso realmente era problemático. Se as pessoas da força principal permaneciam, então os cento e cinquenta mil se movendo pelos arredores devem ser os exércitos de Senhores Feudais. Perfeito para tomá-los de um por um. O Sétimo olhava para as peças postas no mapa que cobria a mesa.
『Se nos movermos esmagando as unidades de saque, a força principal se moverá contra nós primeiro, ou enviarão um número que não seremos capazes de lidar... se possível, eu gostaria de derrubar adequadamente as elites da guarda real. Não seria estranho eles se moverem a qualquer momento...』
Enquanto o Sétimo aguardava por um movimento, algumas Valquírias entraram na sala de reuniões. Todas as Valquírias produzidas em massa compartilhavam armadura azul e cabelos negros. Porém, eu podia ver mais variações em suas armaduras e partes mecânicas que antes.
Por causa do Damien e do velho Letarta, suas especificações estavam subindo. Ao lado da Valquíria estava Shannon, que trouxera chá para a reunião. Todos estavam ocupados, e a Shannon também estava ajudando.
— Essas coisas, elas são autômatos, e ainda assim estão me colocando para trabalhar.
Shannon dirigiu olhos lacrimejantes para Miranda. Mas Miranda sorriu.
— Então trabalhe, Shannon.
Shannon colocou o chá que havia trazido na mesa.
— Eu tôooo trabalhando! Deusas, eu estou trabalhando pra caramba!
Inflando suas bochechas em raiva, ela serviu copos o bastante para aqueles reunidos antes de partir. As Valquírias falaram, após todos se despedirem de Shannon com um sorriso:
— Mestre, carta da fortaleza.
— Então chegou!
Aceitando, li seu conteúdo em voz alta.
— Primeiro contato com sucesso. Objetivo: isolação... alvo atualmente está buscando méritos! É isso!
Em minha alegria, virei um sorriso para Aria e Miranda.
— Vamos salvar os vilarejos próximos. Aria, Miranda, e... enviemos o Baldoir também! Vamos inventar uma desculpa para um inimigo sedento por méritos vir em nossa direção. Preparem-se para cercá-los e derrotar o inimigo! Preparem armadilhas também.
As Valquírias olharam para mim.
— E quanto aos nossos aliados na Fortaleza? Caso não os informemos, há risco deles se envolverem.
Eu nem mesmo precisava pensar nisso.
— Informe-os do posicionamento das armadilhas, e faça-os realizarem um desvio. Caso reagrupem com a força principal nesse estado, poderemos reduzir bastante a força militar de Bahnseim!
Nisso, a Adele-san pareceu preocupada.
— ... Isso realmente irá tão bem assim? Pessoalmente, devo dizer porque me encontrei com eles antes, mas há muitas pessoas perigosas.
Adele-san estava preocupada. Todos na sala de reuniões olhavam para o Maksim-san. Nisso, o Maksim de repente percebeu algo, e moveu-se para animá-la. Nestes tempos de cruéis batalhas iminentes, me senti um pouquinho aliviado.
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... Fortaleza Redant.
Lá, cortando o selo na carta de Lyle, Breid riu diante dos dois Baronetes.
— Parece que o Lyle está se movendo porque não pode ignorar essa situação. Talvez ele ache que estejamos em pânico, já que calculou que não seríamos capazes de mover uma força muito grande. Ele até foi educado o bastante de escrever o posicionamento das armadilhas.
Os dois Baronetes elogiaram Breid.
— É tudo graças a você, capitão. Os Cavaleiros que se moveram pelo plano do Lyle, e também parece que houve efeito em espalhar o rumor de que o General Blois está tentando dispersar os outros generais.
— Com o aparecimento desse rumor, o general Blois será suspeitado. Tenho certeza que só isso é o bastante por enquanto. Se o capitão da guarda real assumir os créditos e preparar alguma prova oficial...
Breid sorria enquanto levantava uma mão para silenciá-los.
— Estão fazendo parecer que estou forjando evidência. Seria problemático se entendessem errado. Quem recomendou que eu cruzasse aquela montanha foi o Blois, afinal.
Pelos planos de Blois, ele havia escolhido a travessia da montanha, e tinha sido culpa de Blois ele não ter sido capaz de chegar ao campo de batalha, essa era a silhueta que Blois havia traçado.
Eliminando os Cavaleiros que tinham realizado contato com os generais quando ouviram sobre uma carta do Lyle, e a isolação de Blois. Na carta estava escrito que se fossem até cerca de cinco mil, eles seriam capazes de lidar, e vendo isso, ele não pôde parar sua risada.
Breid olhava para essa carta marcada com as posições de emboscada do Lyle, tocando seu queixo com a mão.
— ... O grupo do Lyle irá se mover, e quando os nobres feudais sofrerem baixas, eu me voluntariarei para subjugá-lo. É claro, vocês irão me seguir, não irão?
Os dois Baronetes assentiram e sorriram.
— Mas é claro. Desde que reporte nossas conquistas para Centralle também.
Breid jurou que definitivamente honraria essa promessa enquanto ria por dentro.
(Lyle, essa é a diferença entre você e eu. Você perdeu sua cabeça em suas artimanhas. Estou certo que pensa que tudo está indo bem, mas estou vários níveis acima de você.)
Sabendo o plano do Lyle, e imaginando-se saindo por cima, Breid ficou excitado. Levantando-se para preparar seu assalto, ele levou junto os dois Baronetes para se mover...
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Ou Aqui.
Nota do Tradutor:
A falta de comentários aqui dói, povo comenta bem no blog, mas também queria ver alguns comentários por aqui... E aproveitando para fazer propaganda, que tal darem uma conferido no meu outro projeto do mesmo autor de Setes:
Sou um Lorde Maligno em um Império Intergalático!
"Liam Sera Banfield é um reencarnado.
Ele reencarnou em um universo de fantasia de espadas e magia, mas em uma época em que a civilização já estava realizando avanços no espaço sideral.
A história se passa em um império intergalático, um universo de ópera espacial onde armas humanoides e espaçonaves batalham.
Liam, que reencarnou em uma família aristocrata em uma sociedade monárquica, tem a ambição de um dia tornar-se um Senhor Maligno.
Em sua vida passada, Liam infelizmente perdeu tudo e morreu em desespero.— É tolice viver pelos outros.
— Eu viverei por mim mesmo.
Carregando esses sentimentos em seu peito, ele avança rumo a sua segunda vida, mas ao invés disso é venerado como um governante virtuoso devido às suas diferenças de valores.
Será que Liam será capaz de virar um Senhor Maligno com sucesso?"
A Obra é bastante divertida, lembra um pouco "Kage no Jitsuryokusha/ The Eminence in Shadow" no começo, mas as diferenças se tornam claras logo.
Como em toda obra do Wai, a sinopse não faz justiça ao que a obra realmente é, e sempre há mais coisas escondidas por trás da superfície, e essa não é diferente.
Existe o lado da comédia com os mal-entendidos, mas também tem o fato de que os personagens secundários tem uma compreensão muito mais precisa de quem o protagonista é, muito mais que ele próprio em vários casos.
E mesmo sendo através das lentes da comédia, é bastante interessante ver os conflitos internos do protagonista, dividido entre o trauma e sofrimento que passou antes e a pessoa que ele realmente é por dentro.
Existem mais outros pontos, como o caso do vilão e et cetera, mas não vou falar para não dar spoilers.
E é claro: