Volume 15
Capítulo 4: Traição
... Fortaleza Redant.
A primeira muralha tinha sido tomada, e os exércitos de Bahnseim estavam em formação diante delas. Eles se enfileiravam em um espaço estreito, mas se certificavam de evitar os tiros de canhão.
O comandante da fortaleza, um oficial comandante de Beim cerrava seus dentes enquanto assistia.
— ... Mas como d...
As armadilhas que tinham preparado foram completamente desarmadas, e não eram capazes de causar muitos danos a Bahnseim. As rochas que eram para cair dos penhascos eram removidas antes de Bahnseim passar por baixo, inutilizando-as completamente.
— Como infernos estamos perdendo!?
Em um espaço apertado, uma tática de números não funcionaria. Então certamente Bahnseim estava lutando em desvantagem. Era senso comum nesse mundo que o lado defensor tinha uma vantagem sobre os atacantes.
E ainda assim, diante do avanço de Bahnseim, a fortaleza já havia perdido cerca de metade de seus números. Mortes e ferimentos. Mesmo tendo suprimentos em excesso, eram incapazes de sequer usá-los para atrasar o inimigo.
A qualidade de seus equipamentos não estava aquém daquele de seus inimigos. Além do mais, o deles era de maior qualidade que o de Bahnseim. Quando a primeira muralha foi penetrada, um esquadrão de resgate tinha sido enviado da fortaleza. Mas eles perderam para os Cavaleiros de Bahnseim.
Eles eram numerosos. Tinham melhor equipamento. E ainda assim perderam. O subcomandante aconselhou o comandante.
— Comandante, nesse ritmo, estamos em uma estrada só de ida de perda de moral. Por que não movemos os feridos para a retaguarda, e trazemos mais para as linhas de frente?
— Nós já fizemos isso! É por causa dos mercadores serem tão mesquinhos que chegou a isso!
O comandante com uma armadura cara sobre seu corpo era o terceiro filho de uma casa mercante. Seu corpo era grande. Quando descobriu que não tinha habilidade nenhuma de negócios, e era incapaz de ajudar sua casa, ele pretendeu se tornar um soldado. Dali, ele recebeu o suporte de sua Casa através de promoções, e agora era o comandante da fortaleza.
O comandante cujo coração dançara diante do prospecto de mover mais de cinquenta mil. Mas a realidade era cruel.
Um mensageiro irrompeu na sala de conferências da fortaleza.
— O exército de Bahnseim se infiltrou na fortaleza! Os dois lados estão se enfrentando sobre as muralhas, mas há tantos soldados de Bahnseim escalando que não temos como lidar. Reforços, por favor! Por favor, enviem reforços!
Parecia que ambos os lados tinham tropas em combate corpo a corpo em um espaço limitado. Mas os soldados de Bahnseim estavam derrotando os soldados da fortaleza e avançando.
— Faça os aventureiros lidarem com eles!
Diante dessas palavras, murmurou com pesar:
— Bem... a maioria dos aventureiros já foram derrotados. Alguns tiveram seus líderes assassinados dentro da fortaleza, e por isso foram imobilizados.
Junto com o começo do ataque, os mercenários se esgueirando no interior realizaram suas ações. Assassinando os principais aventureiros, eles trouxeram vantagem para Bahnseim.
— A-assassinatos... como? Como o inimigo nos infiltrou!?
A seguir, um mensageiro surrado caiu na sala. Ensanguentado, e de respiração fraca.
— O quê foi!? O que houve!?
O mensageiro tentou soltar sua voz. Mas talvez não tivesse força para tal, já que apenas um pequeno som saiu. Quando o irritado comandante se aproximou descuidadamente, o mensageiro abriu um sorriso. Ele se agarrou ao comandante, e enfiou uma espada por entre as brechas de sua armadura.
— Muito obrigado. Nunca pensei que seria o comandante quem se aproximaria.
Logo depois, homens com a armadura do lado de Beim surgiram um após o outro.
— Tsc, então foi ele quem obteve a cabeça do comandante. Acho que vou ter que me virar com o resto.
Mesmo a sala de conferências da fortaleza sendo ampla, ainda era uma sala. Com adaga e escudo, os mercenários tomavam a sala de comando de Beim. E as armas dos soldados comandantes eram espadas e espadas longas, e outros armamentos longos demais para a situação.
— Bastardos, vocês nos traíram!?
Ouvindo essas palavras, os mercenários hesitaram por um momento, antes de explodirem em gargalhadas.
— Trair? Errado. O outro lado tinha melhores condições. E já que senti que eles venceriam, escolhi me aliar com eles, isso é tudo. Desde o começo, nós estávamos do outro lado. Mas sua ingenuidade realmente foi uma enorme ajuda. Então... morram por nossa recompensa.
O comando superior enfrentou os mercenários na sala de conferências. Os soldados de guarda tentaram cercá-los e derrotá-los. Os mercenários certamente tiveram baixas, mas sem ligar para tais coisas, eles continuam fatiando.
O subcomandante foi esfaqueado pelas adagas de três homens e caiu no chão. Derramando sangue, e com um rosto pálido, ele levantou os olhos ao homem comandando os mercenários diante dos seus olhos.
— Vocês sabem o que estão fazendo? Beim... a Guilda nunca os perdoará.
Os mercenários riram ainda mais diante dessas palavras. Enquanto o subcomandante olhava em volta, um dos mercenários se abaixou para olhar seu rosto.
— Oh, que medinho. Escuta aqui... a guida que você tá falando é a Guilda de Beim, não é? Será que você seriamente acredita que ninguém pode colocar as mãos na Guilda? Bahnseim veio para esmagar Beim seriamente, sabia?
O subcomandante arregalou seus olhos.
— Não pode ser, vocês não podem estar... Beim... Vocês entendem!? Se Beim sumir, vão ser vocês que ficarão em apuros!
O subcomandante foi chutado de lado pelo mediador mercenário.
— Mas tu é barulhento com esses olhos arrogantes. A gente não é cão dos mercadores da Guilda. Ajudamos eles quando as coisas estavam indo bem entre a gente, negócios. Se não der pra gente ganhar nossa grana em Beim, então só temos que ir pra algum lugar que dê, não é...? Oh, já morreu?
Perdendo interesse no silencioso subcomandante, o mercenário deu ordens para estabelecer contato com o lado de Bahnseim.
— Oy, fala pra Bahnseim que derrotamos o general. Com isso, isso vai deixar nossa recompensa ridícula.
Os mercenários riam. Ironicamente, a fortaleza da cidade dos mercadores e aventureiros tinha caído pelas mãos de aventureiros... os mercenários...
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... Quando Blois se moveu para a fortaleza, tudo já havia acabado.
Havia traços de sangue onde quer que se olhasse. Isso mostrava o quão intensa tinha sido a batalha, mas mesmo assim, tinha sido bastante unilateral. Olhando para os resultados, era a vitória completa de Bahnseim. Sem ter nenhuma grande perda, e obtendo uma grande quantidade de suprimentos do lado de Beim, o exército de Bahnseim podia marchar diretamente para os distritos da cidade de Beim sem perder nada de valor.
Entrando na sala de conferências limpa, Blois ofereceu suas desculpas aos generais que já haviam chegado.
— Foi mal~ parece que cheguei tarde. Desculpa.
Um dos generais ignorou sua atitude e atmosfera casual.. Sua vitória o deixara de bom humor.
— Você estava na primeira muralha, afinal. Inevitável ter se atrasado. Pois bem, continuando a conferência.
O general supremo comandante abriu sua boca.
— Marcharemos diretamente para Beim. E também. Os Senhores Feudais fizeram suas exigências. Iremos adquirir produtos dos arredores.
Diante dessas palavras, Blois pensou:
(Então a ganância humana nunca acaba, não é? Como esperado, chegou a isso.)
Todos os Senhores de Barão para baixo que participaram regojizaram com as conversas de pilhagem.
— Mesmo havendo suprimentos dentro da fortaleza, somos um exército de mais de trezentos mil, afinal. Ainda há carência se desejamos tomar Beim.
Um conde que esteve cruzando seus braços silenciosamente expressou sua aprovação às palavras sem vergonha do visconde.
— Mantivemos os soldados esperando. Se os mantivermos contidos tanto tempo assim, estará fora de nosso controle caso eles corram soltos.
Um barão ainda jovem imediatamente se ofereceu.
— Nesse caso, daqui prosseguiremos ao norte.
Nisso, os outros Senhores expressaram vozes de desaprovação.
— O norte é a parte mais desenvolvida, não é? Um barão certamente será derrotado. Por que não nos deixar assumir o comando disso?
— Que rude. Vocês viram os fracos homens de Beim, não viram? Perder para aquilo seria a desgraça de um Senhor Feudal.
Vozes joviais regiam a sala. No meio de tudo isso, apenas Blois parecia deprimido. Os Senhores riam, mas o que está para acontecer era uma história que não podia ser redimida com risadas. Com base em como as coisas fossem, alguns podem até queimar vilarejos inteiros, e matar sua população.
A razão dos Senhores estarem tão sérios com a questão era porque eles tinham escutado que Beim era uma terra sem quaisquer Senhores, onde cada vilarejo tinha prosperidade garantida. Eles eram incapazes de oferecer qualquer resistência, e os aventureiros de quem dependiam estavam ocupados defendendo a cidade. Não era por muito, mas eles não conseguiam pensar que perderiam.
Pelo que Blois havia pesquisado, era o perfeito campo de caça.
(Isso realmente não me é agradável. Mas não é como se falar vá impedir alguém. E nossa capital realmente planeja aniquilar Beim. Se eu falar fora de hora, serei eu quem será punido.)
Blois não achava que o mundo girava apenas em torno de belas palavras. Mas ainda mantinha-se o fato de que ele se sentia insatisfeito consigo mesmo.
E o supremo comandante olhou para Blois e abriu sua boca.
— A propósito, General Blois. Atuaste maravilhosamente bem em batalha previamente. Reportarei a Centralle que suas contribuições foram grandes. Estarei contando convosco na captura de Beim também.
Blois sorriu.
— Não, apenas fiz o que pude. Os outros generais foram melhores que eu...
No momento que ele tentou se fazer de humilde, e passar na avaliação dos outros. A porta para a sala de conferências se abriu. Breid estava lá.
Os olhos de desprezo dos generais, Cavaleiros e Senhores se concentraram nele. O supremo comandante levantou sua cabeça, e realizou um gesto grandioso de sacudi-la.
— Puxa vida, que lamentável. Não só ignoraste a oposição para se mover independentemente, sequer chegares a tempo para a batalha. O completo oposto do General Blois.
Blois pensou internamente.
(Sério, para com isso. Breid-dono está me furando com os olhos. Com isso, você definitivamente me fez de inimigo dele.)
Até mesmo para Blois, era difícil dar cobertura para Breid, que pulou para fora do campo de batalha dizendo que faria um desvio e não chegou a tempo. Se havia alguma coisa que ele pudesse dizer...
— Supremo comandante, duvido que qualquer um pudesse imaginar que conseguiríamos tomar a fortaleza em tão pouco tempo. O trabalho dos outros generais na queda foi brilhante. Não penso ser justo culpar apenas o Breid dono por essa inoportunidade. Além do mais, não é responsabilidade de todos por realizar um trabalho tão sensacional de tomá-la?
Quando Blois disse isso, os generais em volta, chefes Cavaleiros e Senhores caíram na gargalhada.
— Certamente. Se eles soubessem que o inimigo seria tão fraco, tenho certeza que a guarda real e elites teriam ficado para trás.
— Eles atravessaram uma montanha tão traiçoeira. Seria cruel tratá-los tão friamente. Eles devem ter sofrido baixas consideráveis também.
— Isso mesmo, não foi o caso deles não terem conseguido, nós simplesmente fomos fortes demais. Nada de bom virá em criticar o chefe da guarda real.
Em meio às risadas circunjacentes, Breid fitava Blois mais e mais. Blois queria apenas um pouquinho de sua gratidão por ter mudado de assunto. O supremo comandante disse para Breid sentar-se. O único assento livre era aquele mais distante dele.
— Pois bem, nos moveremos como programado. E dispersaremos nossas tropas, todavia certifiquem-se de manterem as mãos firmes nas rédeas. Não poderemos fazer nada se eles perderem o controle. Não se esqueçam de reuni-los no ponto de encontro na hora marcada para marcharmos em uníssono.
Quando supremo comandante se levantou, os Senhores e generais reunidos para a reunião seguiram o exemplo, e deixaram a sala de conferências. Enquanto olhavam para Breid.
— Bom trabalho em chegar para a reunião.
— Se fosse eu, teria ficado envergonhado demais para continuar vivendo.
— É por ele ser o favorito da Celes-sama. Só por isso ele foi feito de capitão. Não é um pouquinho cruel demais dependermos da competência dele?
Blois foi o último a deixar a sala, e enquanto passava por Breid:
— ... Seu general idiota que apenas se tornou um por nascimento. Não fique tão metido por um mérito momentâneo.
Levantando-se logo depois, Breid passou por Blois de empurrão, e deixou a sala primeiro. Blois soltou um suspiro.
— Não importa o que eu faça, ele me odeia. Puxa vida, por que estou em uma posição tão problemática de novo?
Encolhendo os ombros, ele deixou a sala por último.
Havia um único baronete observando o estado da sala de conferências...
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... Breid chutava seus pertences pessoais no quarto que lhe fora delegado na fortaleza.
— Todos aqueles caras! — Isso não foi culpa minha! Me atrasei porque os guias e mercenários foram hesitantes demais! Se não tivessem sido assim, nós teríamos, não, eu teria...
A mobília deixada no quarto estava em pedaços. Breid não sentia sua raiva se acalmar minimamente. Mas ele planejava continuar sua violência até que fosse contida.
Houve uma batida na porta do seu quarto.
— Quem é!?
A porta se abriu, e no portal havia dois baronetes. Do ponto de vista de Breid, eles eram inimigos que não eram dignos do seu tempo. Os soldados que trouxeram para a querela no máximo chegavam a duzentos. Como não eram nada especial, ele não se incomodou em cumprimentá-los.
— Quais são os seus assuntos? Estou ocupado!
Esses dois Baronetes. Um dos quais era o Baronete que havia feito uma promessa com Adele.
— ... Há algo que gostaria de transmitir aos ouvidos do capitão da guarda. Embora eu estivesse ponderando sobre quem seria a melhor pessoa para informar.
Uma carta tinha sido apresentada. Breid tomou como se estivesse arrancando da mão do homem, e conferiu seu conteúdo. Enquanto lia, ele gradualmente a levantou em ambas mãos, o canto de seus lábios se levantando.
Essa carta com o selo ainda intacto, ainda havia de ter sido lida por qualquer pessoa. Ele falou para os dois que tinham lhe mostrado a carta.
— Isso é... uma carta de traição.
Escrita nela era um pedido de cooperação de um membro do grupo do Lyle conhecida como Adele. Com sua dívida passada com o Lyle, a carta pedia por sua cooperação como ele havia prometido.
Breid olhou para os dois baronetes.
— Julgando pelo conteúdo da carta, assumo que os dois já sejam conspiradores.
O outro Baronete... aquele que havia forçado um pedido impossível para Adele, explicou a situação.
— Trair um exército de trezentos mil, e entrar no lado do Lyle com apenas um punhado de gente? Não somos tão tolos.
O Baronete que tinha uma longa relação com a Casa da Adele falou:
— Já distribuímos essas cartas para uma porção de Casas com posição de Cavaleiros. Bem, haveria umas vantagens para nós se eles concordassem com a cooperação. Mas não há necessidade nenhuma de sequer pensar em qual lado ficaremos quando pensamos em nosso próprio futuro. Sendo esse o caso, você já cooperou com ele uma vez antes. Então gostaríamos de perguntar se irá interferir em Centralle.
O grupo do Lyle havia o traído. Com isso em mente, Breid escutou os dois.
— Muito bem. Irei intervir do meu lado. Eles irão me oferecer sua própria cooperação para a tarefa?
Os dois Baronetes assentiram.
— Mas é claro. Entretanto...
— Entretanto?
Enquanto levantava sua guarda para o que o Baronete estava prestes a dizer, os dois começaram a falar sobre os planos do Lyle.
— Pode haver aqueles que fingirão traição, e entregarão cartas. Os conspiradores do Lyle fazem uso de alguns métodos bastante sujos. Eu só gostaria de lhe avisar sobre isso.
Breid se perguntava se isso era tudo. Mas ao mesmo tempo, achou que era possível. Os dois haviam lhe entregue a carta sem cortar o selo. Não haveria problema confiar neles um pouco.
— Então no momento que passam essa história para outros, é certo que são traidores, huh. Entendido. Lidarei com isso. E sobre esta carta... gostaria de continuar em correspondência daqui em diante.
O Baronete pareceu perplexo.
— Irá continuar?
Breid tinha um plano flutuando em sua mente. Expor o grupo do Lyle, cercá-los, e abatê-los. Vendo os homens em sua frente falhando em compreender isso, ele caçoou deles internamente:
(São incapazes de sequer pensar em algo tão simples?)
— Sim, isso mesmo. Porque é um plano importante. Gostaria que vocês dois cooperassem. E mais alguém sabe disse.
Eles sacudiram suas cabeças. E mencionaram o nome de Blois:
— Aquele general chamado Blois não serve. Bem, os outros generais estão mais ou menos no mesmo barco. Mas imaginamos que o capitão da guarda real poderia entender o valor dessa carta. Conseguiu realizar o cruzamento de uma montanha que ninguém mais tentaria. Embora não tenha conseguido chegar a tempo, isso foi meramente por Beim ser frágil demais. Sob circunstâncias normais, terias criado uma oportunidade para pinçar, e suas conquistas teriam sido maiores que qualquer outra.
Sendo posto de bom humor, Breid sorriu e assentiu.
— Pois bem, terei que pensar em uma resposta. Caso uma carta chegue, por favor informe-me imediatamente.
E assim, a batalha de Breid e Lyle tornou-se inevitável...
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