Volume 15
Capítulo 3: Fama
... Um pequeno edifício preparado em Beim Sul.
Construída próximo ao Labirinto de Beim Sul, a guilda dos aventureiros era menor que qualquer filial em Beim, e o número de recepcionistas trabalhando nela era muito pequeno.
Aqueles despachados pela Guilda começavam pela Marianne, seguida por Rühe e algumas outras pessoas. E estava lidando com o problema contratando pessoas locais.
Muito poucos aventureiros estabeleciam Beim Sul como sua base.
Mas isso não significava que não havia trabalho.
Hoje mais uma vez, os residentes da cidade levavam seus pedidos para a Guilda. Marianne falava para esses residentes:
— Eu realmente lamento. Nossa filial de Beim Sul ainda não está pronta para aceitar pedidos. Então no momento não podemos aceitar seus pedidos.
Ela estava lidando com uma mulher de meia-idade.
— Isso seria um problema. A gente tá ocupado aqui com a mudança e criar um filho. É um pedido simples, então é só mandar logo alguém!
A esposa de um artesão que havia se mudado de Beim. Ou talvez uma mulher de um vilarejo próximo. Marianne explicou a mesma coisa várias vezes, antes de finalmente se levantar e partir. Mesmo havendo um número de aventureiros de primeira classe quando se tratava do Labirinto com exceção disso, havia apenas Erhart, e alguns jovens sonhadores que tinham vindo dos arredores.
Não sabendo os fundamentos de se aventurar, era impensável que eles fossem capazes de completar pedidos ainda. Somando-se a isso, a filial havia acabado de ser lançada, e havia vários problemas para se lidar.
— Marianne-san, uma reclamação dos mercadores dizendo que os materiais são insuficientes...
Quando um dos funcionários se relatou apologeticamente, apesar de cansada, Marianne respondeu com um sorriso:
— Eles terão que aguentar. Se quiserem algo, ou terão que fazer um pedido pessoal para algum aventureiro, ou aumentar o preço para reduzir...
Dessa vez, quem entrou na Guilda foi a Rühe.
— Marianne-san, sobre as Pedras Mágicas em nossa custódia, no ritmo atual, há a possibilidade de ficarmos esgotados...
Quando o inverno chegava, o gasto de Pedras Mágicas disparava. Atualmente, artesãos estavam gastando uma quantidade enorme delas em suas artes. Então inevitavelmente as pedras gerenciadas por essa pequena guilda eram insuficientes.
Soava bem quando ela era chamada de Chefe de Filial, mas era esperado que Marianne trabalhasse mais duro que qualquer um nessa recém-criada guilda dos aventureiros.
Nesse momento, foi a vez do Damien entrar. Acompanhado de suas três empregadas autômatos e apoiando seu enorme cajado contra os ombros, ele levantava seus óculos com a ponta dos dedos.
— Você parece estar bastante ocupada. Ou melhor, o que exatamente está acontecendo aqui? As pedras mágicas que solicitei ainda não foram entregues, sabe? Nesse ritmo, minha pesquisa ficará atrasa...
Letarta, o anão, apareceu atrás dele.
— Ei, vocês tem algum Metal Raro? Se for dinheiro, aquele filhotinho Fidel ou o filhotinho Lyle estão me devendo, e disseram que arrumariam qualquer quantidade, então gostaria de tudo o que têm.
As pessoas que traziam um problema atrás do outro eram sempre aqueles relacionadas ao Lyle.
(Aah... socorro... eu realmente vou conseguir aguentar isso aqui...?)
Toda vez que Marianne lidava com uma onda de problemas, elas sentia a fadiga se esgueirando...
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Uma reclamação da guilda de aventureiros de Beim Sul.
Enquanto eu lia os amargos choros de partir o coração transcritos no papel, eu escutava os relatórios. Os relatórios eram da Mônica, que havia posicionado as Valquíria por vários pontos para conferir a situação da guerra.
— Frangote. O exército de Bahnseim se aproximou das muralhas da Fortaleza Redant. Estão realizando alguns simples assédios, enquanto fazem o interior da fortaleza acumular cansaço. Estão se aproximando de pouco em pouco, e até foram vistos coletando as flechas de seus inimigos.
Me espreguicei no escritório.
— A Fortaleza não mostrou nenhum movimento efetivo, não é? Como está o interior da fortaleza?
Mônica respondeu imediatamente:
— Parece que solicitaram reforços. Mas os movimentos em Beim parecem letárgicos.
Ouvindo isso, decidi retirar as Valquírias.
— ... Retire as Valquírias se esgueirando em Beim. Precisamos apenas continuar observando a Fortaleza Redant.
A lerdeza nos movimentos de Beim pode significar que os mercadores estavam divididos. Desde que não houvesse alguém claramente no topo, ouvi que divergência de opiniões eram problemáticas. Mesmo havendo um Senhor ou Rei, ainda era problemático quando a visão dos vassalos e conselheiros não se alinhava.
Então e quanto aos mercadores que priorizavam seus próprios lucros? Eu havia antecipado isso desde o começo, mas ainda terrível demais.
— Tenho pena dos soldados de Beim.
Mônica encolheu os ombros para mim.
— O frango que só assiste Beim afundar no inferno do seu poleiro é culpado do mesmo pecado. Esplêndido, não é? Já está assegurada sua ida ao inferno depois que morrer.
Eu ri.
— Desculpe. Eu já sei do meu destino há algum tempo, isso não vai me assustar a esse ponto.
Desde que decidi enfrentar a Celes, matei muitas pessoas em prol da minha própria fama. A esse ponto, duvido que qualquer historinha de “eu não quero ir pro inferno” teria algum valor. É claro, apenas uma história de “se o inferno realmente existir”.
Mônica segurou as bordas de sua sala com a ponta dos dedos, e se curvou. Em contraste com a podridão de sua boca, seus gestos eram perfeitos.
— Neste caso, esta Mônica irá acompanhá-lo ao inferno. Que bom para você; agora sinta-se aliviado, seu triste exemplo de homem que se sente solitário à toa... essa é a parte em que você deveria se alegrar, sabe?
Isso não me deixou nada feliz... tá bom, talvez tenha deixado, mas pessoalmente eu tenho dúvidas se autômatos tinham qualquer relação com o pós-vida.
— Pois bem, encerremos as piadas aqui. Chegou uma reclamação da guilda. Além da falta de aventureiros, estão dizendo que estão sendo cobrados demais. Quem eu deveria enviar?
Mônica imediatamente corrigiu sua postura, e olhou para mim.
— Por que não a Eva, May e Marina, essas três? A May não tem nenhum negócio urgente para tratar atualmente. Desde que a Eva chame pelo seu povo, é de se esperar que ela consiga reunir pessoas e desafiar o Labirinto.
Eva vinha de uma famosa tribo entre elfos chamada 【Nihil】, e era relativamente confiada. Além dos elfos menestréis, as tribos de elfos negros vivendo nas florestas conservadas também assumiam uma atitude favorável com ela.
— Então façamos elas darem as mãos para o desafio. Vamos reunir algumas pessoas com tempo de sobra e as colocarmos para trabalhar no Labirinto. Além disso...
Enquanto pensava sobre quem mais enviar, Milleia-san me fez um raro pedido:
『Lyle, você tem um minuto?』
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... Conselho de mercadores de Beim.
Quando a guerra com Bahnseim começou para valer, todos os membros principais se reuniram. O líder dos soldados que tinha visto a batalha da fortaleza que fora chamado, estava no meio de apelar por reforços aos mercadores.
— O exército de Bahnseim, apesar de estar se movendo devagar, está desarmando as armadilhas enquanto avança. Estivemos atacando-os, mas empregaram contramedidas, e não há sinal nenhum de que a marcha deles será interrompida. Nesse ritmo eles chegarão na primeira muralha. Por favor, enviem reforços!
Um dos mercadores apresentou uma questão referente ao apelo desesperado do líder dos soldados. Apesar do pânico do soldado, os mercadores ainda tinham de mostrar qualquer pânico. Isso porque eles tinham muitos soldados para se defenderem, e confiavam nas muralhas da cidade de Beim.
— Quais são as baixas dentro da fortaleza, você não fez menção nenhuma disso?
O líder do soldado fez uma expressão complicada.
— Dentro da fortaleza, há apenas alguns feridos, e ainda há de haver quaisquer mortes. Mas nesse ritmo...!
Nisso, um dos mercadores soltou um suspiro.
— Mesmo que tenhamos realizado algum trabalho na fortaleza, mesmo seus números atuais já excedem sua capacidade máxima, não é? Mesmo que enviemos reforços agora, isso apenas estreitaria o espaço para lutarem.
Daí, várias opiniões em recusa dos reforços saíram.
— Reforços quando não houve uma única baixa?
— Da última vez, a situação era ainda mais terrível, mas a fortaleza ainda derrotou um inimigo várias vezes maior, correto? Acho que tem um pouco de covardice envolvida nisso.
— Enviamos produtos em massa para lá. E devemos estar lutando em condições favoráveis.
Recebendo aqueles olhares de reprimenda dos mercadores, o líder os soldados persistiu que reforços ainda eram necessários. Ele sabia que isso aconteceria se solicitasse reforços antes de qualquer baixa. Foi por isso que não as incluiu em seu relatório.
Mas as tropas de Bahnseim estavam desarmando as armadilhas como se estivessem cientes de sua localização com antecedência, e sua aproximação firme era mais que o suficiente para saber que eram perigosos.
Os berros do homem entravam por um ouvido e saíam pelo outro. Porém, um soldado mensageiro correu para dentro dessa sala de reuniões.
— O que é isso? Estamos no meio de uma reunião importante...
Quando um dos mercadores criticou o corredor, esse correu até o líder dos soldados. Talvez houvesse corrido com pressa de seu cavalo, já que o mensageiro estava terrivelmente cansado.
— Qual o problema? O que houve!?
O mensageiro falou, sem fôlego.
— A-a primeira muralha foi penetrada! Dos cerca de vinte mil soldados estacionados nela... menos da metade foi capaz de retornar à fortaleza.
Em meros dias desde o começo da guerra, a primeira muralha tinha sido penetrada...
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... Fortaleza Redant.
Acima da primeira muralha capturada, Blois se espreguiçava por um serviço bem feito. Seu Cavaleiro ajudante tinha removido seu elmo, e o segurava sob seu braço direito.
— Sabendo que nossa informação é tão precisa, os outros generais também começaram a mostrar motivação. Os chefes de brigadas de Cavaleiros até perseguiram as forças em retirada até a fortaleza estar diante de seus olhos.
Durante todo o trajeto à captura da muralha, Blois esteve nas linhas de frente, e com sua captura, os generais confirmaram que não havia erro nenhum nas informações, agora se voluntariavam para as linhas de frente para competir por conquistas.
Eles já tinham obtido a informação, e apenas precisavam superar a pequena resistência esporádica que Beim era capaz de oferecer. Eles não eram páreos para Bahnseim.
— É porque há poucas chances dos Cavaleiro atuarem em cercos. Apenas quando invadimos, ou a cavalo quando estão perseguindo, talvez? Parando para pensar, houve um bom número de chances. Mas duvido que Beim sairá para uma batalha nas planícies, então posso entender porque eles estariam ardendo por méritos.
Vendo Blois tão relaxado, o assistente limpou sua garganta. Porque havia soldados de Bahnseim em volta, e eles estavam olhando para seu general.
Blois também limpou sua garganta.
— Bem, também temos aliados dentro da fortaleza, e eles lançarão ataques de dentro conforme planejado. Beim certamente é luxuosa. Eles têm montanhas de produtos naquelas muralhas. Se é assim, então nós que estávamos preocupados com nosso próprio suprimento poderemos lutar em paz.
Desde o início, Blois planejava roubar os suprimentos de Beim enquanto marchava. Suas flechas insuficientes eram suplementadas com aquelas recuperadas de Beim, e ele planejava coletar comida e armaduras de modo similar pelo caminho. Porque se não o fizesse, os Senhores Feudais que entraram em Beim imediatamente começariam a atacar as vilas e vilarejos nos arredores.
— Temos amplos suprimentos em mãos. Espero que isso reduza os saques um pouco.
O ajudante inclinou sua cabeça.
— Fomos capazes de distribuir muita coisa, não fomos? Tenho certeza que os Senhores entendem que mais que isso é inútil...
Blois parou essa opinião com uma risada ominosa:
— É isso o que pensou? Você ainda é verde. Todos eles têm condições diferentes, mas para Senhores Feudais, saque em guerra é uma valiosa fonte de renda. Tenho certeza que eles ouviram sobre a abundância de Beim, e estou certo que isso se virará algo terrível. Além do mais, os mercenários de Beim sabem as localizações dos vilarejos, e até os mínimos detalhes deles. Eles disseram que não têm faturado há algum tempo, então o que acha que virá disso?
Enquanto Blois pensava sobre as ações que o exército de Bahnseim cometeria quando ficasse livre da fortaleza, ele soltava um suspiro. E sentiu-se desapontado em sua confiança de que seria incapaz de impedi-los.
— ... Fomos ordenados a aguardar aqui, mas isso foi algo bom ou ruim?
Vendo Blois se preocupar, o ajudante pôde apenas observar ao seu lado...
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Beim Sul.
Peguei Eva, May e Marina-san, e mergulhei no Labirinto.
Era um labirinto que se expandia para baixo, e outro grupo aventureiro já havia chegado na camada mais profunda. Ele tinha mais de dez andares, mas era relativamente fácil de se conquistar, com abundância em uma vasta variedade de monstros.
Portanto, era um Labirinto fácil de se gerenciar.
Era precisamente por isso que havíamos deixado ele persistir.
Eventualmente, se tornaria uma importante fonte de renda para Beim Sul.
Eva olhava para mim preocupada.
— Lyle, não falou que estava ocupado? A Mônica não teve um ataque quando você disse que estava partindo para o Labirinto?
Mônica tinha trabalho, e removê-la disso seria problemático, então deixei-a para trás. E quando fiz isso, ela meramente declarou que viria junto também.
— Não houve ataque nenhum. Ela simplesmente foi irritante demais quando tentou exibir todas as suas funções quando a deixei para trás. E não planejo passar mais que alguns dias lucrando aqui.
Eu não era um aventureiro, e não estava ganhando uma recompensa por isso. Embora eu planejasse pagar a Eva, May e Marina-san que me acompanhavam.
— Ou melhor, você está bem, Marina-san? Eles tentaram mantê-la em Beim, não tentaram?
Marina-san, com um casaco de pele como habitual, protetores metálicos em seus braços e pernas, encolheu os ombros.
— Eu quero lutar contra os fortes. Perdi para a May, mas quero lutar com você também.
Ela tinha passado a se referir à May pelo nome, ao invés de garotinha. Pelo visto ela era uma brutamontes que obedeceria por ter sido derrotada.
Uma mulher cada vez mais como o Primeiro. Tenho certeza que eles se dariam bem se conversassem.
May olhou para mim:
— Mesmo assim, o que quer fazer neste Labirinto a este ponto? Do seu ponto de vista, não seria fácil demais, Lyle?
Ofereci uma simples explicação do atual estado da guilda, quando ela disse que não entendia o que eu queria realizar.
— A Guilda veio chorando. Parece que a Marianne-san está no limite, então tenho que dar uma mão... Ficarei em apuros se ela cair.
A única pessoa decente que tínhamos com o conhecimento sobre para gerenciar um Labirinto era a Marianne-san. Rühe-san também tinha vindo, mas mesmo sendo boa no trabalho, ela era uma recepcionista e nada mais. Uma pessoa com quem eu poderia contar no futuro, mas não estava em um nível em que podia mover pessoas.
May sacudiu sua cabeça. Mas por alguma razão parecia um pouco triste.
— Não foi isso o que quis dizer. O que estou tentando dizer é que mesmo se você não viesse, qualquer pessoa teria servido. Haverá muitos problemas com você escapulindo do seu trabalho, Lyle.
Caminhei adiante silenciosamente.
Na Joia... o pedido da Milleia-san foi para que eu passasse algum tempo no Labirinto com a May. Na verdade, a questão da Guilda era apenas a razão oficial. Eu estava acompanhando a May a pedido da Milleia-san. Era fraco, mas até eu era capaz de compreender.
— ... Está quase na hora. Alguém está prestes a desaparecer. Então eu queria arranjar algum tempo antes disso.
May pareceu entender, já que ofereceu uma curta resposta.
— ... Então é isso.
E murmurou para si:
— Entendo... então iremos nos despedir de novo. A próxima... Duvido que haverá uma próxima vez.
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