Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 15

Capítulo 19: Menino Prodígio da Casa Walt


... Na barraca central de Bahnseim, ele agarrava sua cabeça diante da contínua corrente de relatórios que chegava.

— Por quê? Por que não conseguimos forçar o avanço com números!?
— O número de nossos inimigos deve ser muito menor que o nosso!
— Espere, eles ficarão sem fôlego logo. Este é o ponto em que devemos reorganizar os soldados dos nobres feudais, mesmo que precisemos forçar um pouco...

A razão de sua confusão era que Beim finalmente havia oferecido uma ofensiva unificada. Para uma batalha dentro da cidade, não importava o quão grandiosa fosse a vantagem dos aventureiros, seus números eram diferentes. Eles inevitavelmente tinham pensado que conseguiriam que abririam caminho na marra com números.

Eles logo reorganizaram suas forças, trocaram seus equipamentos, e atacaram de novo. E mesmo assim, o relatório que receberam foi o da aniquilação de suas forças.

— ... Será que receberam reforços? Tal como Beim Sul havia recebido reforços de Cartaffs, Beim também não poderia?

O Conde feudal que foi forçado a se retirar assentiu em resposta às palavras do general. Mas ele parecia consideravelmente irritado.

— Não foi por isso que reportei!? Foram vocês que ignoraram. Não esqueçam que foram vocês que disseram que a aliança nunca despacharia uma força muito grande!

A aliança de quatro nações... era um agrupamento de pequenos países. Toda sua força militar podia numerar umas dezenas de milhares, mas do ponto de vista de Bahnseim, eles não eram qualquer ameaça. Mas em sua guerra com Beim, eles eram um inimigo cuja intervenção não era bem-vinda.

— Como se meros dez mil reforços pudessem nos derrubar assim! Deve haver a possibilidade deles estarem recebendo reforços de outro lugar também. Se Cartaffs ficar séria, seriam capazes de enviar cem mil...

O supremo comandante desceu seu punho cerrado na mesa.

— Pare com suas desilusões. Você acha que é possível Cartaffs transportar uma força dessa magnitude? É verdade, se usassem cada navio em Beim isso seria possível, mas Cartaffs está encarando Bahnseim no norte. Eles não têm a folga para despachar essas forças para alguma terra estrangeira!

A barraca ficou quieta. Eles já tinham investigado a situação em volta antes de sua invasão. A aliança era extremamente fria com Beim. Tanto que não seria estranho se uma guerra eclodisse entre eles.

Mesmo que tivessem acordos com Cartaffs, não se podia considerar que iriam tão longe por Beim.

— Qualquer que seja o caso, não podemos ficar parados sem fazer nada...

— Mensagem! Uma força de larga escala começou a marchar dentro de Beim! E-eles estão... planejando atacar este ponto!

Os generais e Senhores posicionados... tal como o supremo comandante, se levantaram. Imediatamente iniciaram preparações para interceptar, mas suas expressões eram bem variadas.

— Então ficaram impacientes e vieram até nós. Se é uma batalha campal, temos a vantagem! Hora de fazer picadinho deles.

— Por quê? Por que eles saíram... por que descartariam seu campo de batalha vantajoso...

Cada um deles tinha suas próprias impressões enquanto deixavam a barraca.

Nisso, a unidade na frente do portão foi rompida pela cavalaria de Beim. Seus números continuaram passando sem qualquer sinal de parada.

Porém o mais importante, o estandarte que balançavam era um que os generais não conseguiam acreditar.

— Por que... mas por que Cartaffs e a aliança... e até Djanpear estão participando!?

Uma enorme bandeira com um círculo azul cercado por um brasão prateado no meio, tremulava no centro das outras bandeiras...

Acima da muralha de Beim, eu montava a May, descendo os olhos ao campo de batalha com o inimigo que ultrapassava cem mil diante de mim.

Em contraste, nossos números eram de menos de cem mil. Olhando apenas os números, tínhamos uma pequena desvantagem. Mas agora que reforços tinham chegado de Djanpear, não fazia sentido ganhar mais tempo.

Ao meu lado, um general de Djanpear de pele bronzeada me falou.

— Beim realmente é fria. Parece que precisarei vestir algo mais grosso.

Eu ri.

— É verdade que não é tão ao Sul quanto Djanpear. Pois bem, está na minha hora de partir.

Não é como se eu fosse para as linhas de frente lutar. Eu não tinha essa necessidade.

Agarrando a Joia, arranquei-a de sua corrente para formar uma alabarda em minha mão direita. Era a arma com o menor consumo de Mana, e a mais chamativa.

E enquanto eu a levantava em minha mão esquerda, a Joia azul embutida na arma emanou luz.

— Preciso fazer bom uso dessa de vez em quando... 【Seleção】

Usando a Skill 【Seleção】 do Segundo, fui capaz de designar meus aliados que atacavam, e usar minhas próprias Skills neles. Eles eram numerosos demais, então eu não podia usar nenhuma Skill que fosse poderosa demais, mas...

— 【Ao Máximo】,【Velocidade】.

Usei a 【Ao Máximo】 do Primeiro, e a 【Velocidade】 do Quarto em todas as forças aliadas. Mesmo que minha reserva de Mana tivesse crescido, o consumo era considerável quando se usava em um exército de dezenas de milhares. Porém, o meu eu atual era capaz de suportar isso.

De pé no lado oposto de mim e do general de Djanpear, Novem levantava seu cajado.

— Está vindo. Irei defender.

Novem empregou um escudo mágico para defender nossos aliados, e talvez minhas Skill houvesse elevado suas habilidades, já que havia bloqueado as magias e as flechas inimigas. Sob a cobertura do extensivo escudo mágico, nossas forças aliadas atacavam o acampamento inimigo.

A força de penetração era formidável.

— Parece que tem algumas peças talentosas em seu controle, Lyle-dono. Aquele homem chamado Maksim... mesmo em Djanpear ouvi falar dele, mesmo que apenas por nome.

Maksim-san era quem estava abrindo o caminho na liderança. Além da Aria e Miranda, as Valquírias também estavam participando.

— Estamos em uma força aliada, então não tenho escolha senão não escolher qualquer formação militar complicada. Não podemos fazer nada além de ataques diretos. Eu queria aumentar a coordenação deles um pouco mais antes de começarmos para valer... Partamos.

Novem falou para mim:

— Lyle-sama, não ficará tudo bem mesmo se você não for pessoalmente para a frente?

Eu assenti.

— É completamente desnecessário. Mas é importante deixar o lado de Bahnseim saber desta minha existência, não é? E também... apesar de ser desnecessário, quantos mais resultados tivermos, melhor.

Com uma leve batidinha em sua barriga, May levantou suas patas dianteiras e correu para frente. Vendo-me correr de cima da muralha, o general de Djanpear ficou um pouco surpreso. Mesmo se soubesse que qilins podiam correr pelos céus, a surpresa era inevitável.

— Eu só continuo indo reto?

— Isso mesmo. Se for agora, nossos aliados estão devorando a força principal deles, e não há preocupação nenhuma de sermos cercados!

— ... Lyle, não está agindo como alguém pequeno?

— Pequeno? Chame de covardice.

Enquanto eu tinha essa conversa com a May no ar, ela traçava uma linha reta até o quartel general inimigo. As Skills do Quinto e do Sexto me transmitiam precisamente a situação do campo de batalha.

Balancei minha alabarda para cortar os Cavaleiros protegendo a barraca. Após a May explodir o teto com magia. O supremo comandante do exército de Bahnseim se punha diante de mim.

Erguendo minha alabarda nas costas da Qilin, eu olhava de cima ao comandante.

— Me desculpo por falar daqui de cima. Sou o novo governante de Beim... Lyle Walt. Vim aqui para tomar suas cabeças. Vejamos... alguém querendo se render... acho que não.

Quando os outros generais me viram, puxaram suas armas em indignação. Soldados se reuniam, mas nossos aliados se aproximavam da barraca e era apenas uma questão de tempo até serem cercados.

O supremo comandante se levantou, pegando uma espada ornamentada próxima em mãos.

— Ouvi que era o irmão mais velho da Celes-sama, agora entendo... então é você a pessoa por trás disso.

Era a mesma coisa para os generais em volta. Quando ouviram meu nome, proferiram o nome da Celes.

— ... Então estão sob o charme dela.

Como esperado. Tenho certeza que as peças centrais do exército também estão sob o comando dela. E as pessoas em Centralle naturalmente estavam sob a influência dela. Pulei das costas da May, girando a alabarda e a balançando no supremo comandante.

Bifurcando-o junto com sua espada ornamentada, imediatamente prossegui, balançando a alabarda nos generais que se aproximavam. Os arredores foram tingidos em sangue, e a alabarda sugava Mana.

Os soldados em volta não se moviam.

Isso tinha acontecido em um instante, mas o supremo comandante que eles deveriam proteger estava morto. Confusão começou a se espalhar imediatamente.

Enquanto eu ponderava a situação, Aria correu para a barraca com aliados em sua cola.

— Ei! O que você está fazendo na frente de novo!?

Talvez ela houvesse se forçado a vir para cá às pressas, já que estava sem fôlego pelo esforço.

— Não se preocupe. Não perderei. Mais importante que isso... está na hora de soltar nosso brado de vitória.

Respirei fundo antes de espremer minha voz:

— A cabeça do supremo comandante de Bahnseim... foi tomada por este Lyle Waaaaalllttt aqui!!

Um soldado se escondendo atrás do pilar da barraca arruinada deu uma espiada para cá, então lancei a alabarda. Ela girou enquanto cortava o soldado que fazia mira em mim, antes de retornar à minha mão.

Aria espalhou meu brado, com os Cavaleiros e soldados em volta acompanhando. Conforme faziam isso, os soldados de Bahnseim começaram a correr, se rendendo... ou atacando resolvidos a ter uma derrota honrosa.

Olhei para o supremo comandante de Bahnseim.

— ... “Amaldiçoe sua má sorte por me fazer de inimigo”, é isso o que eu deveria dizer?

Desmontando de seu cavalo, Aria comandou seus subordinados a me proteger. E talvez tivesse escutado meus murmúrios.

— Você definitivamente vai se arrepender disso.

... Novem assistia a força dominada de Bahnseim de cima da muralha.

Um vento soprou, e ela soltou o cabelo preso contra seu rosto com um dedo, seus olhos violeta se focavam no lugar onde Lyle estava.

— Lyle-sama... você realmente cresceu.

Portando uma Joia com Skills dos chefes de primeira a sétima gerações gravadas, e capaz de manusear as armas de seus ancestrais, o atual Lyle era o orgulho e alegria da Novem.

Para que ele sucedesse a Casa Walt, uma Casa com significado especial para Novem, ela viu que ele tinha crescido como um digno rapaz.

— Ficando sobre os próprios pés. E aquela forma em batalha... Lyle-sama, esta Novem está feliz.

Dezenas de milhares de baixas ocorreram. Novem estava sorrindo enquanto olhava para tal campo de batalha...

Noite.

Na Guilda de Aventureiros de Beim... em sua Filial Leste, eu havia pego uma sala de reuniões.

Baldoir reportava a presente situação para mim.

— Algumas dezenas de milhares de soldados de Bahnseim fugiram. Não acho que todas as forças sobreviventes serão capazes de se reagrupar novamente, mas atualmente, acho que o número de bandidos na área subirá ridiculamente. E também, os soldados de Beim que absorvemos estão usando violência nos soldados Bahnseimianos que tomamos como prisioneiros de guerra. Os soldados da aliança não parecem ter bons sentimentos para com o lado de Beim... as brigas não estão parando. Hm, Lyle-sama?

Baldoir olhava para mim com um olhar perturbado em seu rosto.

— O que foi?

— ... Não, bem... eu não estou muito certo do que pensar dessa aparência. Hm, eu compreendo que estejam cansadas, então se possível, gostaria que retornassem aos seus quartos, ou melhor... Eu não sei para onde devo olhar.

Vendo o rosto avermelhado de Baldoir, olhei para os meus lados.

Tendo ido aos banhos para lavar a sujeira, Aria e Miranda estavam sentadas aos meus lados em trajes próximos a roupas íntimas. Eu me sentava no sofá que havia trazido, e havia duas mulheres deitadas no meu colo.

— Não são fofas? Quer que eu te apresente alguém? Ah, acabei de pensar em uma coisa. O que acha da Princesa de Lorphys?

— Por favor, pare. Isso está muito além da minha posição. Ou melhor, sério, o que irá fazer a respeito de Lorphys? Dentro da aliança, Lorphys é a única nação que não tem ninguém que se casará com o senhor, não é?

— Novem rejeitou ela. Nem mesmo eu posso forçá-la a ser minha noiva. Não posso me opor à Novem. E espera, aquela lá... é, ela não presta.

— Por favor, não tente forçar pessoas que não prestam para mim! ... Espero que o Maksim-dono volte logo.

Relembrei o Maksim-san. Ele tinha se trancado no quarto segurando o elmo de seu amigo em uma mão, e uma garrafa de cerveja na outra. A Adele-san tinha ido animá-lo, mas não sei o que aconteceu com as pessoas em questão.

Baldoir olhava o relatório.

— Dentro dos próximos dias, as forças sobreviventes deles devem se reagrupar, e se reorganizarem. O que fará, Lyle-sama?

Olhei para os dois rostos se reclinando contra mim.

— ... Não posso deixar Beim ainda. No estágio atual, preciso esmagar aqueles mostrando ações inquietantes. Porque será problemático se atraírem os mercadores para o seu lado.

Baldoir pareceu levemente impressionado ao ouvir minha opinião.

— Estou um pouco impressionado. Eu estava preocupado com isso, mas você fará o que precisa ser feito. Como esperado da Casa Walt, eu acho.

— Eu não odeio belas palavras, sabe. Sempre mantenho meus ideais no coração. Eventualmente, irei unir o continente, reduzir as guerras, e buscar a paz mundial!

— ... Hm, isso é um pouco...

— Você precisa sonhar alto! E estou dando o primeiro passo. Você odeia belas palavras?

Baldoir riu um pouco.

— Eu amava elas quando era criança. Mas honestamente, quando me tornei um adulto, fui ensinado o quão impossível era os meus ideais serem realizados. Você ainda acredita nelas, Lyle-sama?

Olhei para o rosto do Baldoir.

— Até eu sei que é impossível do jeito que as coisas estão. Mas em algumas centenas de anos. Ou até milhares. Estou dando o primeiro passo pelo que está por vir!

Eu não acho que guerras sumirão. Mas não acho que é ruim desejar pela paz.

— E também. Eu não preciso de um ideal grandioso assim? Digo, esse é o tamanho da minha grandiosidade como homem. E veja, um homem desses precisa fazer o seu melhor pelo mundo.

Baldoir deu um sorriso amargo. Ouvi algumas vozes de risada contida da Joia, mas eram muito menos do que tinham sido antes.

— Milhares de anos, não é? Não posso sequer imaginar isso.

O Sétimo concordava com a opinião de Baldoir.

『Bem, nossas vidas foram gastas lutando, do nosso Fundador ao Lyle. Mesmo se você falar sobre paz... o fato é que posso apenas pensar nisso como situações de tensão.』

O Terceiro riu. Mas não era me fazendo de bobo.

『Paz, hm. Realmente depende de que estado o Lyle chame de paz. Na realidade, Beim que espalhava fagulhas aos seus arredores em busca de lucros poderia ser chamada de pacífica se assim quisesse chamá-la.』

Certamente, mas tenho a sensação de que esse tipo de paz era diferente.

Se tivermos tanto tempo assim, certamente teremos o mundo dos nossos ideais.

Assenti enquanto Baldoir dizia isso. Mas olhando para Aria e Miranda...

— Bem, independentemente de tudo, estou enfrentando uma guerra no meu harém todos os dias. Preciso fazer uma coisa a respeito dessa situação primeiro. Baldoir, tem algum conselho?

Baldoir olhou para mim:

— ... Por que você não pode simplesmente deixar a conversa terminar em uma nota positiva? Não tenho nenhuma ideia boa. Digo, é gente demais. Exerça um pouco de prudência, por favor. A antiga Donzela Sagrada já está nos trinta, não está?

Olhando para Baldoir, inclinei minha cabeça.

— Oy, oy, amor não discrimina idade. E meu amor é infiiii...!

Enquanto eu ria, meu corpo foi agarrado dos dois lados. Parece que Aria e Miranda estavam acordadas. Oh, é tão fofo como elas ficam com ciúmes assim. Baldoir cobriu seu rosto com sua mão esquerda.

— Por enquanto, eu entendo que será difícil realizar seus ideais, Lyle-sama. Para começar, trabalhe duro para remediar seus próprios arredores.

O que foi isso? Baldoir soltou um profundo suspiro.




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