Volume 15
Capítulo 18: Lyle Walt Ergue-se
Após explodir o quartel-general da Guilda, me dirigi à praça. Ela estava preenchida não só pelos soldados da aliança e de Cartaffs que cooperavam, mas também pelos soldados e residentes de Beim.
Céus nublados. Diante das pessoas reunidas tão cedo pela manhã, eu declarei:
— Senhoras, senhores, vocês agora provaram uma guerra em primeira mão. Como se sentem?
Houve alguns que ganharam malícia com minhas palavras de atiçamento junto ao crescente clamor. Eu podia sentir seus indicadores mudarem de amarelo para vermelho com a Skill do Sexto enquanto continuava a falar:
— Oh, estão zangados? Vendo vocês todos lutando sem a menor intenção de vencer, eu fiquei completamente convencido de que estavam apenas esperando para serem pisados.
Aria e Miranda que agiam como minhas guarda-costas por perto me lançaram olhares. Tenho certeza que estavam pensando em como seria insuportável se um motim eclodisse aqui. É verdade, seria mais fácil fazer Beim de aliada apelando à segurança, justiça, e miséria.
Que pobrezinhos. Ninguém poderia ter previsto uma coisa dessas. Na próxima estaremos lá para ajudá-los... Maravilhoso. Tão fácil que me faz querer rir.
Mas isso seria problemático. Atualmente, minha posição era aquela de estar simplesmente pegando soldados emprestados... da Aliança, e de Cartaffs, Djanpear e Faunbeux. Especialmente aos olhos de Zayin e Lorphys da Aliança, junto às antigas pessoas de Selva, Beim não era nada além de pura vilania.
A insatisfação das pessoas se espalhou, e dirigiram sua hostilidade para mim. Que maravilhoso.
— Voltando só agora! Você está atrasado demais!
— Devolva! Minha família... minha casa... devolva!
— Há crianças aqui que tiveram os pais mortos!
Ouvindo as vozes dos residentes de Beim, escarneci.
— E daí? Vocês fizeram essas coisas o quanto quiseram para colher dinheiro de terras estrangeiras, é isso que vão falar agora que estão do outro lado? Mas que bandinho egoísta. Tá bom, não querem minha ajuda? Então estamos indo embora. Sejam pisoteados com dignidade por Bahnseim. Acho uma boa ideia vocês se matarem antes de morrerem como entretenimento. Puxa vida, logo quando eu vim ajudar, foi tudo um desperdício.
Quando falei isso, ouvi algumas palavras incoerentes dos cidadãos:
— V-você vai fugir!?
— Covarde!
— Mas que merda de herói!? Sua fraude!
Que terrível. Qualquer pessoa decente estaria pensando em como palavras não estavam os alcançando. Mas o Terceiro ofereceu uns conselhos da Joia.
『Bem, é assim que as coisas são. Eles não conseguem manter a calma nesse tipo de situação. Não estão realmente pensando racionalmente sobre as palavras saindo de suas bocas.』
Chamei a Thelma-san para o palanque temporariamente montado na praça. O ruído em volta se aquietou um pouco com a aparição da antiga Donzela Sagrada.
Quando a dirigi um sorriso, ela assentiu. Eu nunca pretendi trazê-la junto, mas essa realmente foi uma bela jogada minha. Afinal, eu sou um homem que entende.
Abrindo seus braços, Thelma-san se dirigiu aos residentes de Beim.
— Pessoas de Beim. Esta batalha... realmente é uma situação terrível. Meu país de Zayin atendeu às palavras do Lyle-dono, e despachou soldados. Mesmo entre os soldados aqui reunidos neste dia, há alguns vindos de Zayin. Mas no momento que o envio de Zayin foi decidido, muitos soldados relutaram. Por muitos anos, eles foram atormentados pelos mercenários de Beim. Tivemos que pagá-los para ter alguma chance de luta, e fomos saqueados por países inimigos que os empregaram, nossos vilarejos foram atacados, nossas famílias foram mortas, e nossas terras foram saqueadas. O fato de termos enviado auxílio para Beim foi apenas por conta das palavras do salvador do nosso país, o Lyle-dono.
Ouvi algumas vozes de objeção dos residentes em volta, mas foram menos do que quando eu estava lá em cima. Os soldados armados de Zayin encararam os habitantes de Beim.
— ... A razão de termos vindo para Beim foi porque os líderes — os mercadores e os altos executivos da Guilda — fugiram de navio. Se não tivessem, nós sequer poderíamos vir correndo ao auxílio da cidade. Quem nos chamou à ação foi o Lyle-dono.
Como esperado, quando uma bela mulher estava os persuadindo, havia menos objeções. Quando tudo ficou quieto, decidi alternar ao meu discurso. Ao invés de conteúdo de conversa, eu queria dar uma surra.
— ... Escutem bem. Cavalheiros abandonados. Vocês irão me expulsar e serem pisoteados por Bahnseim? Ou contrariamente... seguirão minhas palavras, e entregarão Beim para mim? Deem tudo de Beim para mim. Se assim fizerem, eu vos garantirei a graça da vitória. Irei repelir Bahnseim, e reviverei Beim. Agora escolham-me e me recebam como seu Rei, ou preparem-se para morrer aqui! Permita-me dizer, repelir Bahnseim apenas uma ou duas vezes, quando se olha para o poder nacional do país, é mais que possível que enviem uma força de escala igual novamente.
Era possível, mas não digo que eles fariam isso. No mínimo, isso levaria alguns anos, mas eu não queria dar esse tempo para eles.
— Ou será que receberão de volta sua lei mercante, e colocarão aqueles que fugiram no topo? Irão deixar suas defesas para aventureiros, e serem pisados mais uma vez? ... Eu lhes digo. Não irei abandonar meu povo. Se vão me obedecer, ajoelhem-se!
Enquanto eu gesticulava, Eva tinha ativado sua Skill 【Linguagem Atodamente】nos bastidores... era um certo tipo de Skill similar à lavagem cerebral. Para Eva que queria suas canções escutadas, era uma Skill que podia ser vista como a mais forte. Seu significado era de sua voz ser transmitida de um modo que o ouvinte pudesse entender.
Ela ignorava a barreira de linguagens, entre várias outras coisas, e fazia as palavras ressoarem com o coração. Para uma cantora, não se podia encontrar uma Skill tão conveniente quanto essa.
Eva tinha hesitado em usá-la, mas nossa primeira prioridade atualmente era transmitir minha voz. Nada iria para frente se eles não me escutassem.
Como sempre, os atores ficaram de joelhos. Eu tinha um número considerável de infiltrados misturados, e enquanto eles se ajoelhavam um após o outro, seus números aumentavam. Eventualmente, apenas algumas centenas permaneceram de pé em confusão.
— V-vocês estão sãos!? Beim é a cidade independente de mercadores! Vocês vão se deixar serem manipulados silenciosamente por esse pirralho!?
— Ele é um homem da mesma Bahnseim que está nos invadindo agora!
— A irmã desse cara é a futura Rainha de Bahnseim!
Como imaginado, mesmo se eu usasse Skill e infiltrados, havia pessoa que resistiriam. Mas uma maioria tinha decidido me seguir.
Abri meus braços, e espremi minha voz:
— Muito bem. Deste dia em diante, Beim pertence à mim. Senhoras e senhores, esta é foi uma excelente decisão. Pois vocês estarão seguindo o maravilhoso eu! Fwahahaha!
Ah... sendo observado por dezenas de milhares de pessoas, soltei uma risada enquanto pensava:
Que maravilhoso que isso era.
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... O Cavaleiro liderando os soldados bahnseimianos da unidade reorganizada e de armas trocadas fitava a cena diante de seus olhos enquanto exclamava.
— Mas que infernos é isso!? Por que vocês todos... é o contrário, não é!!?
A estrada ocupada era de largura moderada.
Pensando que equipamento de batalha em campo dificultaria lutar na cidade, eles tinham abandonado as lanças longas que tinham segurado até agora para sua invasão.
Como não podiam estabelecer movimentos para uma força grande demais, eles estavam se movendo em números menores. Isso para combater aventureiros. Mas o que estava diante dos soldados de Bahnseim era uma cavalaria completamente blindada.
Segurando escudo e espada, eles começaram seu ataque na rua confinada.
O Cavaleiro disparou magia, mas foi facilmente defendida pelo escudo mágico implantado pela cavalaria. Ter um escudo mágico era uma tática fundamental para cavalaria, mesmo em Bahnseim. Mas eles não conseguiam acreditar que Beim estava realizando isso.
E vendo seu assalto, aos olhos do Cavaleiro, eles tinham de ser consideravelmente treinados.
— Vocês todos são, soldados de Beim, e...
Na estrada confinada... a unidade de Bahnseim atropelada pela cavalaria sofreu sérios danos...
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— Então eles bloquearam as estradas menores, e removeram o entulho das grandes. Nada mal.
De cima de um edifício, eu assistia admirado a investida da cavalaria encabeçada pela Aria.
Cercado pela Mônica, e pelas Unidades Valquíria Um, Dois e Três que tinham se encontrado comigo, eu conferia a situação dos telhados em volta com a Miranda.
Em armaduras verdes, Miranda removeu seu elmo, e encolheu os ombros.
— É algo que a Aria pensou. Ela é capaz quando está disposta, então eu teria preferido que ela tivesse feito isso logo.
Ela estava irritada, mas parecia um pouco aliviada também. Em outros lugares também, reforços chegavam um após o outro, e agora que a diferença em números havia sido preenchida, a superioridade de Bahnseim estava desmoronando.
Miranda esfregou seus cabelos.
— Então o que faremos a seguir?
Mostrei um sorriso destemido. Certamente combinava bem comigo.
— Repeliremos o exército de Bahnseim das áreas urbanas, e então os penetraremos de frente. Essa é a importante batalha da minha declaração de guerra contra a Celes. Não posso pensar em nenhum outro meio.
Miranda soltou um suspiro:
— Hah... jogar de modo justo e honesto a essa altura, mesmo que você diga de frente... do ponto de vista do inimigo, irão certamente protestar.
Eu sacudi meu cabelo.
— Isso não é culpa minha. Eu me dei ao trabalho de dar a volta às linhas de frente de Bahnseim. É culpa deles que dividiram suas forças em duas. Eu não sou o culpado.
O Sétimo na Joia concordava comigo. Como esperado do meu avô.
『Isso mesmo. Apesar de termos armado para isso acontecer, quem tomou a decisão foi, no final das contas, o lado de Bahnseim. Sim! Os culpados são os generais de Bahnseim!』
Puxei a katana pendurada em minha cintura. Miranda traçou minha linha de visão. Falei aos nossos convidados:
— Então vocês formaram uma unidade centrada em torno das elites restantes de Bahnseim? Nada mal, mas por causa disso, suas outras unidades terão problemas.
Diante de nossos olhos, estavam Cavaleiros totalmente blindados em placas.
Nós estávamos de pé em um lugar conspícuo, então eles tinham nos avistado. Um dos Cavaleiros falou:
— A Cavaleira de armadura verde... tem um azul ali também, mas ele não importa. Seremos nós que mataremos você!
Essas provavelmente eram Ferramentas Mágicas. Seus equipamentos estavam centrados em Ferramentas Mágicas, e avançavam contra nós com suas armas especializadas. Miranda colocou seu elmo, e acenou com sua mão esquerda.
Fios saíram da ponta de seus dedos. Esses fios grudentos... falharam em capturar os Cavaleiros.
— Acha que isso é o bastante!?
A armadura de um dos Cavaleiros ardeu, queimando os fios enquanto ele atacava. Essas eram as especificações de suas ferramentas mágicas, ou talvez uma Skill?
— Interessante. Então irei...
Quando dei um passo para frente, um Cavaleiro empunhando uma larga espada atacou da minha esquerda. A Valquíria pegou o ataque com seu apetrecho similar a uma asa.
— Eu não vou deixar!
— Essa cadela!
Facilmente recebendo os ataques daquele Cavaleiro, que gabava-se de velocidade e poder, a Unidade Valquíria Um puxou sua própria espada de seu acessório. Ela enviou o Cavaleiro inimigo para trás deslizando, enquanto as Unidades Dois e Três empunhavam suas armas também.
Enquanto isso, a Mônica...
— Hmph, parece que não há necessidade nenhuma de eu participar.
Ela sacudia sua cabeça enquanto assistia as Valquírias lutando.
Miranda soltou seus fios das pontas dos dedos de ambas as mãos.
— 【Estrutura Arame】... Consegue queimar esse?
Miranda enrolou seus fios, e lançou uma arma feita deles ao Cavaleiro que havia os queimado. A adaga perfurou atravessando a armadura ardente e Miranda imediatamente puxou o fio preso na adaga, arremessando o Cavaleiro em um edifício.
Todos estavam fazendo o melhor que podiam, então eu retornei a Katana à bainha relutantemente, agarrando a Joia.
— Não tem jeito. Vamos logo ao anúncio?
Mudei a Joia em minha mão esquerda à forma de um arco, diferente de antes, nas suas pontas prateadas... havia ornamentos. A porção que agarrei tinha um ornamento como a cabeça de uma águia, e havia se tornado uma arma digna do caçador que era o Segundo.
Mônica olhou para ele.
— A forma mudou em comparação à última vez.
— Não é maneiro?
Dizendo isso, puxei seu fio, formando múltiplas flechas de luz. A forma era diferente do que era antes. Ao soltar as flechas nos Cavaleiros vindo contra mim, as flechas giraram enquanto avançavam.
— Dispersem!
Quando o suposto líder disse isso, os Cavaleiros começaram a se mover separadamente. Talvez tivessem determinado que as flechas de luz eram perigosas, mas...
— Que pena. Essas daí são especiais.
A flechas rastreadoras seguiram os Cavaleiros sem desacelerar. Os perfurando, com um deles até mesmo sendo atirado por um edifício diferente.
No caso do Cavaleiro que sacrificou seu braço para bloquear de algum modo, a flecha de luz o atravessou, e explodiu.
O líder correu para mim. Talvez ele possuísse uma Skill similar à da Aria, já que era capaz de encurtar a distância em um instante para descer sua espada em mim.
— Ingênuo!
Balancei o arco em minha mão. Os ornamentos nas duas pontas eram afiados, fazendo-os capazes de cortar inimigos. Ele cortou sua armadura e chegou ao corpo, e a arma de prata começou a absorver a Mana dele.
Mônica olhava meu estilo de luta.
— Ficou ainda mais poderoso. Parece fácil de se usar.
Apoiei o arco de prata contra o meu ombro, olhando em volta.
— Parece que terminamos. Pois bem, vamos começar a coletar as ferramenta mágicas deles. Eu não posso usá-las, mas dá-las àqueles que ganharem méritos pode ser bom.
Miranda olhou para mim:
— Não se importando com Ferramentas Mágicas, você está bem fora do normal, Lyle.
Eu falei para ela:
— Deixe-me dizer algo. É tudo sobre dominar as próprias Skills. Mesmo se você mantiver uma porção de ferramentas mágicas, não haverá ponto algum se não puder dominá-las. E veja... como é de se esperar, elas ainda ficam aquém de portadores de Skills que chegaram às suas Skills de terceiro estágio.
Isso. O ponto forte de Ferramentas mágicas era que podiam dar Skills a qualquer um, mas havia muito poucas pessoas capazes de usar ferramentas mágicas com poderosas Skills gravadas.
Tal como eu em tempos passados, era frequente o caso em que a arma sugaria a maior parte da Mana deles, e os deixaria inúteis.
— Bem, também é o caso de eu ser simplesmente forte demais.
Nisso, Miranda removeu seu elmo, e me encarou intensamente.
— E nós somos fracas, é o que quer dizer?
Olhei para Miranda, revertendo o arco prateado à sua forma de Joia, e pendurando novamente em volta do meu pescoço.
— Não seja estúpida. Eu fiquei forte porque queria proteger vocês todas, não foi? Apenas pense nisso como uma blefe de coragem de um garoto e deixe passar. Eu te amo, Miranda.
Mônica e as Valquírias assobiaram.
— Ele abre a boca e jura seu amor. Puxa vida, como o frangote é suave. Por favor, fala pra mim também. Irei gravar na maior resolução e taxa de quadros. Irei repetir pela eternidade, enquanto me gabo o tempo todo com as minhas irmãzinhas. Agora! Jure seu amor a mim!
Eu não me importo em dizer, mas pode ser divertido provocar uma garota que estava querendo. Me virei para a Mônica.
— Não seja tola, está me fazendo corar. Você deve ser capaz de dizer mesmo sem que eu diga. Agora voltem aos seus trabalhos.
Mônica falou:
— Vejo que está se divertindo brincando com os meus sentimentos! Esta Mônica já lhe disse que gosta desse jeito também! É uma recompensa, por favor, me provoque mais!
— Você com certeza é fofa! Tá bom, quando isso terminar, vou te deitar no meu colo. Que tal, Miranda? Foi bastante popular dentro do navio.
Miranda pareceu um pouco perturbada. E me fitando...
— ... Irei te pedir quando recuperar sua sanidade.
Soltei uma risada.
— Pode vir a qualquer hora. Cumprirei o meu dever de aceitar todo o seu amor. Meu amor é grande o bastante para envolver o mundo!
Aplaudido pela Mônica e as Valquírias, eu soltava uma grande risada ali.
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