Volume 15
Capítulo 11: Decessos
... Ao mesmo tempo que evitava as estradas mantidas, Breid conseguiu marcar seu exército até o ponto de destino
Mas quando finalmente pensou que estava chegando perto de Beim Sul, o que viu foram mais de quarenta mil inimigos prontos e em espera.
Era pleno meio-dia e a arena para a batalha tinha sido preparada, e as elites e soldados coletados de Senhores Feudais estavam exaustos. Graças aos ataques diários e altos barulhos, eles não tinham sido capazes de obter qualquer repouso satisfatório. Seus cavalos tinham sido soltos, então para carregar seus suprimentos eles colocaram pessoas no trabalho, gerando ainda maior exaustão.
Em meio a essa situação, Breid olhava em volta de si. Antes que ele percebesse, os dois Baronete que tinham se aproximado dele na Fortaleza Redant — e os Cavaleiros que os seguiam — tinham inventado uma desculpa e se retirado das forças, com suas unidades e tudo mais.
A pior parte disso era que eles tinham partido com valiosos suprimentos. Flechas, além de equipamentos extras. Mas ainda assim, não era a um nível em que eles seriam incapazes de batalhar. Além disso, Breid tinha poder o bastante para superar essa desvantagem numérica.
Pois esses soldados que trouxera consigo eram as elites que tinham jurado lealdade absoluta à Celes. Esses homens facilmente jogariam suas vidas fora por ela.
Com uma diferença numérica desse nível, mesmo com essa grande desvantagem, eles tinham perseverança o bastante para superar essa situação facilmente. No entanto, havia algo imperdoável para Breid.
Que ascendendo o declive, nas defesas acima solidificadas como uma fortaleza, Lyle se erguia, olhando-os de cima em uma armadura azul e branca.
— ... Então você armou isso! Você me enganou... Seu!!
A raiva de Breid era imensa. Ainda mais que os Baronete que o traíram, ele não podia perdoar o fato de que esteve dançando na palma da mão do Lyle. A razão sendo que para Breid, Lyle era seu detestado ídolo de desprezo.
O mero pensamento dele ser de uma Casa de Condes o fazia ser detestável. Além do mais, ele havia o ridicularizado quando ouviu que era um incompetente que tinha sido expulso. Mas havia derrotado um Grifo, e agido como se não tivesse interesse nenhum nessa conquista. Ele abrira mão dos méritos que Breid estava morrendo para obter.
Parecia-lhe que estava apenas recebendo as sobras... não, era fato que Breid havia obtido seu status atual por acaso. Por acaso, ele havia apunhalado pelas costas o Cavaleiro que Celes havia falhado em matar.
Sua armadura negra era a armadura que aquele Cavaleiro vestira. Aquele galante Cavaleiro que balançava sua lança de seu cavalo... o Cavaleiro que Breid aspirava ser. Por desejo de ser mais próximo àquele Cavaleiro, ele havia consertado a armadura e a usava.
Trajando aquela armadura com uma coloração contrastante àquela do Lyle, Breid estendeu sua mão ao cabo de sua espada. Ele estava cansado, mas com o inimigo diante de seus olhos, seu espírito de luta não ficava aquém ao daquelas elites descartáveis.
— Seu incompetente inútil!! O capitão da guarda real... Breid Vamper irá lhe ensinar o que significa ser um verdadeiro Cavaleiro! Atacaaaaaaaaar!!
Não havia estratégia nenhuma. Breid escolheu simplesmente investir contra o inimigo diante de seus olhos. Mas isso em si era o estilo de batalha com as maiores chances de sucesso à disposição dessas elites!
— OooooOOOO!!
Todos estenderam a mão para as drogas escondidas em suas bolsas... abrindo a tampa, todos mastigaram e engoliram as massas sólidas no interior...
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Nas linhas de defesa que havíamos preparado para casos de emergência, nossas flechas e magias foram superadas pelos soldados que tiveram sucesso em penetrar a primeira muralha.
A visão de mais de trinta mil pessoas atacando era impressionante, mas agora não era hora disso. Eu murmurei enquanto assistia a cena:
— Mas... mas o que está acontecendo com eles!?
Soldados que alegremente pulavam na frente de armas carregadas. Os soldados de trás que, usando esses outros soldados como escudo, se colavam nas muralhas. Enquanto penetrados por lanças ou cortados por espadas, parecia como se a única coisa em suas mentes fosse penetrar essa muralha.
Sem morrer facilmente mesmo com ferimentos fatais, eles agarravam nossos soldados, criando uma brecha para seus aliados. Eles estavam dispostos a usar um estilo de luta que facilmente sacrificava seus aliados.
Eu não podia chamar a perseverança deles de nada além de anormal.
— ... Por acaso eles não sabem o que é medo?
A unidade posicionada na vanguarda era atacada pelos inimigos que tinham penetrado a muralha enquanto ensanguentados. Além do mais, todos eles estavam rindo enquanto lutavam.
De dentro da Joia, o Quinto estalava sua língua.
『Tsc... Lyle, faça as forças recuarem. Isso é pior do que eu pensei.』
Eles eram mais perigosos do que o Quinto havia antecipado. Decidi fazer as forças recuarem. A fim de criar uma abertura para isso, enviei aquelas duas.
— Enviem a Gracia e Elza. Não deixem os soldados se aproximarem de maneira alguma. Apenas exploda-os!
Originalmente, o meu plano era fazer essas duas aparecerem quando os inimigos fossem parados na muralha, mas ao invés disso, iríamos usá-las para criar algum tempo para as forças de vanguarda recuarem.
Montando seus cavalos, elas lideravam seus próprios batalhões em seus flancos para providenciar folga aos nossos aliados. Quando disparavam suas magias nos inimigos, soldados eram mandados voando pelo ar.
Mas os inimigos não paravam mesmo ao testemunhar essa cena. Eles empregavam um escudo por magia para manter suas perdas baixas, mas não mostravam medo nenhum às magias que facilmente os atravessavam.
Soldados queimavam com as chamas pálidas de Gracia. E enquanto pulavam pelo buraco criado, os outros deixavam seus corpos serem envoltos em chamas enquanto continuavam avançando.
E quanto aos soldados inimigos congelados pelo gelo de Elza... os soldados vindo de trás não lhes prestavam qualquer atenção enquanto os destroçavam sob seus pés.
Apenas avançando... apenas matando os inimigos em sua frente... Cerrei meus punhos diante de uma força inimiga com essa mentalidade.
Eles supostamente deveriam estar exaustos, mesmo assim essa força não parava seu assalto mesmo ao cair da noite. Normalmente, nós deveríamos ter uma vantagem esmagadora, mas estávamos sendo encurralados psicologicamente.
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Noite.
Enquanto as linhas de frente ainda batalhavam, eu recuei um pouco e reuni todos os membros principais.
Dentro da barraca, eu buscava as opiniões daqueles que tinham testemunhado a força de nosso inimigo.
— Mesmo com nossos números maiores, estamos sendo rechaçados. As baixas inimigas são maiores que as nossas. Mas estamos perdendo psicologicamente. Eu quero fazer algo a respeito disso.
Ouvindo isso de mim, Maksim-san cruzou seus braços.
— Colidi com os soldados inimigos algumas vezes. Mas eles são realmente decessos. Para um enorme exército de trinta mil atacar enquanto decididos a morrer... nossa vantagem numérica e de terreno pode acabar sendo superada. As baixas inimigas ainda não chegaram a dez mil, e mesmo se chegar, o coração deles não se dobrará. Se tivermos ainda mais perdas antes disso...
Nossos espíritos seriam os primeiros a quebrar, embora o Maksim-san não tenha dito isso até o fim. Todos que tinham estado no campo de batalha entendiam isso. Eu havia me preparado com o pensamento de que seriam um exército com poder de superação, mas nunca pensei que seriam anormais assim.
Não, se fosse mera anormalidade, não seria um problema, mas todos os seus soldados indubitavelmente eram elites com um certo nível de habilidade.
Gracia, que havia derrotado muitos inimigos, fazia uma expressão sem ânimo.
— Todos os soldados de Bahnseim são desse jeito? Isso é pura bizarrice. Para simplesmente seguirem em frente sem sequer pensar nas mortes que sofreram...
Elza compartilhava de sua opinião.
— Posso entender quando alguém sabe que é ali que vão morrer. Mas é realmente anormal ser capaz de realizar isso com esses números. Celes, é disso que você a chamou? Ela realmente é perigosa.
Tentei pensar no que a Celes tinha feito com essas elites. É verdade que homens decessos eram um perigo. Mas eu não conseguia entender como isso gerava tamanha aptidão de superação.
Nisso, Mônica entrou na barraca.
— Com licença. Frangote, preciso informá-lo de algo.
— O quê?
Olhei para a Mônica. Ela endireitou suas costas, e falou sem nenhuma de suas piadas de sempre.
— ... Sobre os soldados do lado de Bahnseim, foi determinado que eles ingeriram um tipo de droga. O resultado da análise mostra que é algo que os coloca em um estado de excitação. Análise mágica está fora da minha especialidade, mas de acordo com o Professor Damien, há uma possibilidade de estar outorgando a eles com um efeito de pseudo-skill.
Os olhos de todos se arregalaram. Mesmo em Beim, eu nunca tinha ouvido da existência de uma droga dessas. E se uma droga conveniente dessas existisse, todo país por aí estaria atrás.
Mas a Mônica falou:
— Ao mesmo tempo, parece ter uma estrutura tóxica. Pode-se considerar que eles não estejam mostrando mais de dez a vinte por cento da Skill, ainda assim, após o uso, seus corpos não serão capazes de se adaptar, e perecerão como resultado. Há uma alta probabilidade de materiais de monstros estarem sendo usados como ingredientes.
Eu tinha ouvido sobre materiais de monstros serem usados em drogas antes. Mas pelo tom da Mônica, estavam usando coisas que não eram para propósitos medicinais, e guerreando enquanto reduziam seus tempos de vida.
Vi a expressão de Novem se distorcer enquanto cerrava seus dentes.
— ... Quanto tempo até eles morrerem? Um ou dois dias?
Mônica sacudiu sua cabeça.
— Não, no mínimo, levará três meses. Eles são literalmente soldados marcados para morrer.
De dentro da Joia, ouvi as vozes do Terceiro e do Sétimo.
『... Dessa vez ela realmente conseguiu. Quem infernos vai tão longe? Suas unidades de elite são descartáveis.』
『Planejando matar trinta mil dos seus soldados desde o começo...』
A voz do Terceiro estava mais baixa que o normal, e assustadora. O Quinto parecia estar pensando em algo enquanto falava comigo:
『Lyle, arrume um pouco de tempo. Já vai acabar.』
Milleia-san soltou uma voz surpresa.
『Pai!』
O Quinto falou:
『Não me impeça! Agora é a hora certa... parece que uma razão para o meu modo de viver apareceu.』
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... Um navio de Beim tinha chegado a Beim Sul.
Era um navio da Casa Trēs, e quem estava a bordo eram Roland e Gina. Esses dois que traziam um executivo da Guilda de Beim tinham vindo buscar reforços de Beim Sul.
Fidel e Vera realizavam negociações com os três na Mansão Trēs preparada em Beim Sul.
Eles estavam frente a frente em uma mesa, cada lado sentado. Roland e Gina estavam de olhos baixos, enquanto o executivo explicava desesperadamente a situação atual.
— Fidel-dono, por favor resgate Beim de seus apuros atuais. Essa adorável dama aí disse que é amante do Lyle-dono, não foi? Essa é uma chance para a Casa Trēs retornar a Beim!
Os oponentes prometiam reintegração como aventureiro, tratamento preferencial, e uma enorme quantia monetária se o Lyle oferecesse alívio para Beim. Ao mesmo tempo, disseram que revogariam a sentença de exílio da cidade da Casa Trēs.
Vera manteve-se em silêncio. Mas foi diferente para Fidel. Ele lidou com eles sorridentemente.
— Parece bom. Se retornarmos para Beim, não seríamos sequer comparáveis ao que éramos antes, mas teríamos uma base mais estável do que temos aqui. Será mais fácil fazer negócios.
Vendo Fidel sorrir, o executivo também sorriu. Mas o rosto do Fidel então ficou sério.
— ... Mas simplesmente devolver o status que eu perdi em Beim não tem significado nenhum. Os mercadores com quem lidei durante meus longos anos, e os clientes, já partiram para longe. Está dizendo que podem trazer tudo de volta ao que era antes?
— I-isso seria difícil. Mas empregaremos nossos máximos esforços para...
— ... É óbvio dizer que irão se esforçar. E daí? Estão querendo ser avaliados com base em um fato tão óbvio?
Enquanto ele causava problemas à outra parte, Vera olhou para Gina e Roland e abriu sua boca:
— ... Eu ouvi rumores no porto. Vocês dois têm sido muito bem abusados por aqueles em volta. O que estavam tentando fazer deixando a Casa Trēs em escala mediana mesmo em Beim?
Gina, em resposta a ela:
— Você quer a posição de número um tanto assim!? Eu não queria me casar com alguém que eu nem mesmo amo para manter aquilo! Eu só queria viver com o Roland em uma casa à altura dele!
Vera respondeu:
— Realmente consegue dizer isso para os subordinados trabalhando para você? Você já está em uma posição em que tem que proteger aqueles trabalhando para a sua Casa!
— V-vocês duas podem parar com isso?
O executivo acalmou Gina, e falou com Fidel mais uma vez.
— Nós não temos mais tempo. Eu gostaria de chamar o Lyle-dono de volta. Beim precisa do poder dele.
Fidel colocou ambos os cotovelos na mesa, e cruzou as mãos para ocultar sua boca.
— ... Lamento, isso é impossível.
— Fidel-sama!
Roland se levantou vigorosamente. Seus olhos pareciam dizer: “Você realmente está de acordo com Beim, a sua cidade natal, ser envolta em um mar de chamas?” Mas ele tinha racionalidade o bastante para não expressar isso em palavras.
Fidel conteve sua risada.
— Hmph, eu não tenho o direito para decidir. Isso não é Beim. Tudo aqui é administrado por aquele pirralho. E quem o representa atualmente é...
— ... Perdoe minha interrupção.
Com seus esvoaçantes cabelos rosas, uma mulher cercada por empregadas de cabelos negros abriu a porta, e entrou na sala. A mulher se pôs diante dos três, e ofereceu seus cumprimentos.
— A administração de Beim Sul atualmente foi deixado para mim; chamo-me Lianne. Meu sobrenome... eventualmente se tornará Walt, então não faz sentido dizê-lo.
Fidel virou-se para o executivo da Guilda.
— Este lugar não segue as mesmas regras que Beim. Então não importa o quanto me implore, é impossível. Mas preparei sua oportunidade. Por que não tenta defender seu caso aqui?
Fidel e Vera se levantaram de seus assentos, enquanto as Valquírias vestidas de empregadas sentaram a Lianne diante dos três visitantes. Lianne inclinou-se para frente e sorriu.
— Estamos desperdiçando tempo, então vamos direto ao assunto. Pois bem, quanto exatamente planejam fazer por nós?
O executivo, enquanto agitado:
— C-como acabei de declarar, a reintegração do Lyle-dono como aventureiro, e...
— ... Rejeitado. Para que iríamos querer status de aventureiros a esse ponto? É um problema que vem antes mesmo das negociações. Por favor, retorne imediatamente, e diga a eles... para nos darem tudo. Dinheiro, status, honra, terras e autoridade! Deem-nos tudo, e na próxima vez que vierem, Beim inteira se ajoelhará diante de Lyle Walt. Entendido? Agora vá embora e passe a mensagem. Não iremos negociar. Ou podem aceitar nossas condições, ou rejeitá-las e morrerem. Escolham a que mais gostarem. Não vemos problemas em Beim ser destruída. Ao invés disso, seria melhor para nós se isso acontecesse. Digo... foram vocês que expulsaram eles em primeiro lugar, não foram?
Enquanto o executivo tentava dizer algo, Roland falou para Lianne.
— Entendemos isso. Então Beim prometerá o tratamento máximo e...
Lianne reclinou as costas em sua cadeira.
— ... Se isso é o máximo, então Beim não é nada de especial. Se não conseguem se proteger sozinhos, então que sejam destruídos. Não se pode sobreviver no mundo tão facilmente. Os fracos perecerão. Subestimar seus arredores, falhar em obter a cooperação deles, e a traição de seus antigos aliados, tudo isso é responsabilidade de vocês. E está tudo perfeito quando os responsáveis assumem a responsabilidade.
Diante do sorriso de Lianne, os três abandonaram esperanças de qualquer negociação mais...
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