Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 15

Capítulo 10: O Pior dos Homens


... O número de refugiados entrando em Beim crescia a cada dia.

Hoje mais uma vez, um grupo ia até o portão estrito e firme para buscar ajuda. Vendo isso, um jovem aventureiro em dever de guarda cerrava seu punho.

— Por que os abandonamos? Se nós saíssemos, aqueles bahnseimianos covardes não teriam conseguido fazer o que desejassem em Beim!

Apesar de correto, ele estava igualmente errado.

É verdade que havia montes de aventureiros habilidosos em Beim. Comparados individualmente, a maioria deles possuía habilidades superiores aos soldados comuns. Mas aventureiros que nunca tinham experimentado o campo de batalha eram incapazes de entender.

Aquele no portão com o jovem rapaz era um aventureiro de uns quarenta anos considerando sua aposentadoria. Ele era um aventureiro sem nada particularmente especial, mas estava cheio de vários tipos de experiências.

Ele tinha pisado no campo de batalha por necessidade monetária, e tinha visto como as coisas eram. Ele fora comandado a liderar alguns jovens aventureiros, e a Guilda havia dado a ele o papel de reunir alguns grupos. Mas pelos olhos do homem, os jovens aventureiros em volta eram completos amadores.

Eles tinham enfrentado monstros no Labirinto. Eles tinham realizado pedidos e partido para abater monstros. Com apenas esse nível de experiência, eles realmente não podiam entender um campo de batalha.

Era difícil mesmo quando ambos os lados tinham uns mil, enquanto quando se tratava de uma guerra excedendo cem mil... O homem olhou para os jovens aventureiros.

— Que bem virá de dispersar nosso potencial de guerra? Quantas pessoas você planeja levar para salvá-los?

O jovem aventureiro falou:

— Isso é óbvio. Desde que haja uma centena, seremos capazes de fazer isso. Salvar os vilarejos, e virar a mesa naqueles cães de Bahnseim!

Eles tinham aprendido com os aldeões que tinham se refugiado na cidade que as forças de saque agiam em unidades de algumas centenas. O homem sacudiu sua cabeça ante as palavras do jovem aventureiro que ouvira isso dos aldeões.

— ... Se sair com esses números, você simplesmente será cercado pelo dobro disso, e esmagado.

Bahnseim tinha números maiores desde o princípio. E seu lado tinha mercenários que conheciam o terreno de Beim. Pensando nisso normalmente, Beim estava encurralada.

Mas havia muitos dentre os aventureiros que não entendiam isso. Era como se não pudessem compreender que não estavam contra monstros, mas sim contra sua mesma espécie de humanos.

Não, a escala era tão grande que eles não conseguiam processar isso completamente.

— Nós lutamos e chegamos ao vigésimo andar e sobrevivemos a tudo! Nossa habilidade é o bastante para nos levar até o trigésimo. De modo algum nós perderíamos tão facilmente.

Vendo o jovem aventureiro transbordando confiança, o homem tocou o elmo de ferro sobre sua cabeça, e o abaixou para cobrir seus olhos.

— ... Vocês sabem quem é que está no comando aqui?

Nisso, os aventureiros olharam para o homem.

— O quê? Tá dizendo pra gente fazer o que você mandar? Foi mal, mas não importa o que um aventureiro incompetente diga, a gente não...

O homem falou aos jovens aventureiros em sua frente que o menosprezavam.

— Errado. Estou dizendo do cara encarregado daqui. O cara acima do cara acima de mim. Aquele responsável por este portão.

Enquanto os aventureiros faziam faces que mostravam não entender o que ele queria dizer, o homem confirmou suas suspeitas enquanto se resolvia...

(Vocês acham que nós temos um cara lá que já esteve em uma guerra desta escala? Logo quando nosso inimigo é um que guerreia pro café da manhã, almoço e janta?)

... O centro de Beim.

Ali onde os mercadores e executivos da Guilda se reuniriam, reclamações dos aldeões que tinham se refugiado chegavam todo dia.

Exigências para oferecerem dinheiro para os vilarejos que tiveram prejuízos se recuperarem ainda eram os melhores. Os mais problemáticos eram as reivindicações de que eles eram as vítimas, e por isso, deveriam ser melhor tratados.

Eles tinham alugado a maioria das pousadas, não importava quantos quartos preparassem, não era o bastante. Se enfiassem pessoas em edifícios não usados, reclamações chegariam. No meio dessa situação terrível, a coisa mais problemática de todas era...

“Por que o Lyle foi exilado?”

Ou assim eles protestavam. Fora recentemente que ele havia defendido contra um enorme exército de monstros e realizado o que estava sendo referido como o milagre de Redant, e isso estava fresco na mente das pessoas.

Agora a Fortaleza Redant tinha sido facilmente atravessada, as vozes pedindo que eles tomassem responsabilidade por essas perdas se acumulavam a cada dia.

A sala de reuniões... Ali, eles deveriam estar realizando uma discussão sobre como lidar com essa situação de agora em diante.

Mas a realidade:

— Não é minha responsabilidade! Foram vocês que concordaram com esse veredito de exílio!
— Mas é verdade que foi a Filial Sul que forçou!
— E os mercenários da Filial Sul até mesmo tomaram a iniciativa de trazer Bahnseim para dentro! Não vou deixar vocês falarem que não têm responsabilidade nisso!

O executivo da Filial Sul estava sendo condenado pelos outros executivos e mercadores participantes. Se alguém ouvisse que quem estava guiando Bahnseim eram principalmente os mercenários da Filial Sul, qualquer um iria querer berrar com ele.

E dia após dia, essas reuniões nunca se organizavam.

— Agora não é hora para isso! Precisamos pensar em como lidar com Bahnseim imediatamente!
— Os refugiados que entraram na cidade irão causar uma rebelião antes mesmo deles chegarem aqui. Então precisamos que alguém tome responsabilidade por isso!
— Ouvi que estão saqueando os arredores. Por que não enviar de dez a vinte mil para o resgate?
— E quem irá liderá-los? E o exército de Bahnseim já se reuniu, e começou sua marcha para a cidade.

Como suas reuniões não iam a lugar nenhum, a resposta deles foi retardada. A fim de proteger suas empresas na cidade de Beim, os mercadores não queriam enviar soldados.

A Guilda tinha sua honra, então queria enviar aventureiros para auxiliar os residentes do território de Beim.

As opiniões estavam divididas, e no final de cada reunião, a mesma frase apareceria...

— ... Por que não enviamos um emissário a Beim Sul? Se usarmos rotas marítimas, Bahnseim não será capaz de fazer nada a respeito.

Vozes em busca do auxílio de Lyle estavam crescendo, e quando suas próprias posições finalmente começaram a parecer incertas, as opiniões se voltaram para buscar ajuda de Beim Sul... de Lyle.

Mas todos em Beim entendiam. Foram eles quem tinham exilado o garoto, e aos olhos de terceiros, Lyle era completamente a vítima.

Os mercadores iniciando novas empreitadas em Beim Sul também tinha sido exilados. Realmente viria ajuda se fosse solicitada?

E o mais importante era...

— Mesmo se buscarmos ajuda deles, Beim Sul não possui essa quantidade de tropas. E o que eles exigirão em troca?

Tahnia, a guarda do executivo da Filial Leste, assistia isso se repetir toda reunião. O Chefe da Filial Leste... o superior de Tahnia, falou:

— Essa situação também é perigosa para Beim Sul, então existe a possibilidade deles cooperarem. Não, talvez eu devesse dizer que havia uma. Agora que chegamos a esse ponto, eles não chegarão a tempo.

Tahnia, ao seu superior:

— Não é bom dá-lo reintegração e tratamento favorável da Guilda junto com uma recompensa adequada?

O superior deu uma leve risada:

— Por acaso aquele homem se moverá por uma coisa dessas? Tahnia, o que Tanya, a recepcionista, acha?

Tahnia pensou um pouco antes de sacudir sua cabeça. Seus sedosos cabelos negros que se estendiam aos seus ombros balançaram.

— ... De jeito nenhum. Não importa o que ofereçamos a ele, não posso dizer com certeza que Lyle salvará Beim.

Seu superior assentiu. Uma notícia chegou a tal sala de reuniões. Um funcionário da guilda sem fôlego violentamente abriu a porta.

— Beim Sul esmagou as forças saqueando as regiões ao sul com um exército de cerca de dez mil!

Eram as melhores notícias que Beim poderia ter esperado...

... Breid estava irritado com os ataques que chegavam todo dia.

Quando a noite chegava, ele de repente ouviria altos barulhos. Os relinchares de cavalos, e o colidir de metal. O badalar de um sino. Além disso, com os ataques sob o manto da noite, eles estavam ficando sem suprimentos.

Não era como se não tivessem o bastante para seguir a jornada. Olhando como um todo, era algo trivial. Mas a exaustão dos soldados se acumulava a cada dia.

O Baronete estava a cavalo, em fila próximo a Breid. Breid lançou-lhe um olhar.

— O grupo do Lyle está realmente despreparado para isso?

O Baronete respondeu ousadamente à sua voz misturada com incerteza.

— É o contrário. Diante de tais números, não tendo nenhum outro método adequado para escolher, ele pode apenas realizar esse assédio esporádico. Tenho certeza que sofrerá baixas se baixar sua guarda, mas não mudará o resultado de sua vitória inevitável. Eles apenas não têm nenhum outro método. Se tivessem, teriam nos atacado há muito tempo.

Breid pensou:

(É verdade que há sentido às palavras dele. Se eles podiam atacar, então não atacaram. E estão apenas no nível de assédio.)

— Entendido. Irei aumentar o número de vigias durante a noite.

Aumentando a vigília noturna ainda mais era a contramedida de Breid para o assédio de Lyle...

... Noite.

Vendo o aumento nos guardas, Eva pensou um pouco.

Os elfos em volta dela — o esquadrão de assédio — aguardava suas ordens. A elfa negra chamou:

— Pois bem, o que devemos fazer, Princesa?

Eva ficou surpresa.

— Espera, o que é isso de Princesa?

— És da tribo Nihil. E nossa estrela brilhante de esperança. Ser uma princesa não é nada mal, certo?

Eva pensava um pouco diferente, enquanto estufava seu peito, e colocava uma mão nos enormes seios que se destacavam com esse gesto.

— Chega disso de Princesa. Isso, vamos com diva. A melhor diva do mundo.

Ela estava brincando, mas, todos os elfos negros de uma vez...

— Entendido, diva.
— Diva,huh. Que grandiosa, diva.
— Bem, pra uma elfa, talvez esse seja o melhor, diva.

Eva sacudiu sua cabeça para os elfos que honestamente tentavam fixar “diva”. Sua expressão estava envergonhada.

— Me desculpem. Isso foi uma piada, então parem. Erro meu.

Nisso, a elfa negra falou para ela:

— Pois bem, o que faremos hoje, diva? Soltar uma voz alta ou barulho com sua Skill? Ou talvez um assalto com flechas?

Vendo que “diva” não iria para lugar nenhum, Eva deixou seus ombros caírem. Ela falou para os elfos negros:

— ... Com os números inimigos, isso é o bastante por hoje. Acho que assediamos eles o bastante. Vamos avançar e descansar um pouco.

— Tem certeza?

— Não importa. O Lyle disse para criar umas folgas moderadas para fazê-los se sentirem seguros. Parece que assim é mais efetivo.

O esquadrão de assédio da Eva estava gradualmente exaurindo o exército de Bahnseim...

Enquanto aguardávamos de tocaia pelo exército de Bahnseim, realizávamos uma reunião com as forças que tinham se juntado a nós enquanto nos preparávamos.

As forças que tinham se juntado a nós eram o corpo principal da aliança. Uma porção deles não sabia dos movimentos de Bahnseim, então não podiam abrir mão de valiosos potenciais de guerra.

Porém, como Bahnseim estava fazendo apenas Beim de alvo, as forças enviadas foram capazes de chegar rapidamente por mar. Principalmente graças ao trabalho duro dos navios da Casa Trēs e dos outros mercadores.

Gracia-san deixava seus cabelos prateados balançarem enquanto se aproximava de mim. Não, Gracia. Ela estava fazendo uma expressão um pouco severa, mas quando lhe dirigi um sorriso, a pele pálida de suas bochechas se corou.

— Estou feliz por podermos nos encontrar, Gracia.

Abri meus braços, e a abracei quando ela se aproximou timidamente. Isso era para indicar minha existência e posição para aqueles em volta. Algo extremamente favorável para mim.

Mas Baldoir que havia ingressado recentemente, arregalou seus olhos. Ao lado dele — apesar de não ter sido encarregado a educá-lo — Maksim-san explicava várias coisas.

"— Maksim-dono, mas quantas mulheres exatamente o Lyle-sama pegou para si!?

— Acalme-se, Baldoir-dono. Ele não pegou elas. Elas que o pegaram. Não seja rude. Afinal, ela está oferecendo um número considerável de tropas. O país dela está emprestando dez mil, o mesmo nível que a Elza-sama de Rusworth.

Dentro da aliança, Galleria e Rusworth estavam oferecendo dez mil. Zayin emprestava oito mil, enquanto Lorphys emprestava seis mil. Apesar da escala deles ser a menor, isso era porque eles não conseguiam encontrar pessoal de sobra para isso.

Um exército de trinta e quatro mil tinha se reunido em Beim Sul.

Da parte dos soldados de Cartaffs, mesmo estando cansados, nove mil ainda estavam aptos a se moverem. Esses quarenta e três mil além de minhas próprias forças e Beim Sul... Estávamos capazes de mover cerca de quarenta e cinco mil.

Apesar do abraço leve com a Gracia-san, a ampla sensação de seus seios era...

『Lyle, ficar se deixando levar não dará um bom exemplo para os outros. Seja firme. Se ainda não está acostumado com mulheres, então apenas dê um toque na Miranda, ela tirará sua virgindade de imediato...』

Milleia-san fingiu me aconselhar enquanto fazia forte propaganda da Miranda. Mas a opinião do Quinto era diferente.

『Beleza, ignoremos ela. Decida-se na Novem ou Aria. Aquelas duas não acenderão fagulhas em volta, então são relativamente seguras.』

O Terceiro se opôs a essa opinião:

『Epa, seria problemático se esquecesse da minha número um, Clara-chan. A Aria-chan não é nada mal, mas a personalidade dela não mente. É óbvio que a informação vazará dela... nesse ponto, você deveria se decidir pela Clara-cham ou a Novem-chan!』

Mas o Sétimo espremeu sua voz.

『Seus tolos. Tudo isso está ligado à questão vital da esposa legal! Lyle, tome algumas medidas com a Ludmila ou Lianne.』

Mas o que é isso? A opinião deles não se alinhava minimamente. Era a mesma coisa desde o começo, as opiniões na Joia eram sempre divergentes.

Me separei da Gracia, e falei com ela enquanto seu rosto se avermelhava.

— Por favor, me dê uma mão de novo, Gracia.

Nisso, atenta aos olhares em volta, Gracia esfregou seus cabelos.

— Conte comigo. Brandirei minha lança por ti. I-isso... como sua mulher, é meu...

Quando ela falou isso, Elza surgiu às pressas. Em contraste com Gracia, ela trajava roupas brancas. E seus cabelos azuis claros transmitiam uma expressão fria aos arredores.

Agradeci à Gracia antes de me virar para Elza.

— Estive esperando por você, Elza.

— S-sim! Eu quis vir com pressa, mas meus vassalos não deixavam. Mas, agora que estou aqui, pode ficar aliviado.

Quando ela abriu seus braços e me abraçou, Baldoir falou novamente:

— ... Lyle-sama, eu gostaria de pensar que não, mas poderia ser...

Maksim-san soltou uma risada seca.

— O que acha? Ele não é incrível? ... É nossa salvação haver tantas mulheres regentes na nossa época. O Lyle-dono é incrível. Ele pode abater qualquer presa que coloque os olhos sem falhar. Estou preocupado pela Adele-sama, então nunca deixo eles ficarem sozinhos no mesmo cômodo.

Baldoir olhou seriamente para o rosto do Maksim-san.

— Não poderia ser que Lorphys e Zayin...!

— Infelizmente...

Quando Maksim-san disse “infelizmente”, Baldoir pareceu aliviado. Porém as palavras seguintes do Maksim-san o fizeram agarrar sua cabeça.

— ... Zayin é um trabalho em progresso, melhor dizendo, eu nem sei o que vai acontecer lá. Pelos rumores, parece que ele tem relações com as Donzelas Sagradas da geração atual e da anterior. E a Princesa Real de Lorphys foi recusada pela Novem-dono. Ótimo, não? Eu não sei o que é isso de preceitos, mas parece que todas atenderam às condições, menos Lorphys.

Baldoir murmurou:

— ... Os preceitos da Casa Walt, não é? Certamente, desde que tenham atendido a todos, e a Novem-dono da Casa Forxuz reconheça isso, não deve haver nenhuma dúvida. Mas definitivamente haverá um problema com a sucessão... igual como na geração anterior à minha... pai, o que eu devo fazer...?

Por que será...? Está começando a ficar interessante observar as reações do Baldoir. Será que devo simplesmente apresentá-lo a algumas pessoas também? Ou assim comecei a pensar.


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