Volume 14
Capítulo 5: Jovem Fredricks
Em Bahnseim, nobres de verdade era um termo para denotar barões e acima.
Cavaleiros e Baronetes eram posições que existiam abaixo disso. Mas não eram desprezados ou nada assim; considerando a escala do território e responsabilidade, não era errado dizer que nobreza de verdade começava de uma Casa baronial.
A população sob seu comando, além do tamanho das terras que tinham que ser administradas.
Eles tinham obrigação de proteger tudo, e dessa necessidade, as posições vassalas de Cavaleiro e Baronete tinham nascido.
Mas eles não tinham gasto longos anos para obter esse título. Aqueles em volta tinham insatisfação para com a emergente Casa Walt.
O Terceiro foi um Herói, e o Quarto se dava bem com o Rei... Aqueles tempos foram bons. Mas então chegou a era do Quinto.
Começando aquela época, o país de Bahnseim começou a ficar tempestuoso. Invasões de potências externas estavam em queda. Desnecessário dizer, eles tinham recuperado o poder nacional que gastaram na época do Terceiro, e era uma época onde suas reclamações restantes, e os problemas de dentro do país estavam vindo à superfície.
No quarto de memórias do Quinto...
A cena projetada lá era algo que eu não conseguia acreditar.
Era uma mansão desconhecida, não a da Casa Walt. O Quinto de sua infância, com cabelos esverdeados... Fredricks tinha suas melhores roupas manchadas de sujeira, cercado por garotos e garotas em um canto isolado.
Fredricks chorava.
『E-eu não fiz n...』
Ele era diminuto desde jovem, e não tinha o ar indiferente que tem agora. E vendo seu eu do passado, o Quinto cobriu seu rosto com sua mão direita.
『... Eu achei que você não precisasse ver. Mas se a Milleia não estiver satisfeita, então nunca serei capaz de confiar minha Skill a você.』
As garotas e garotos reunidos chutavam ele.
『Cala a boca, arrivista de merda!』
『Por causa da sua casa, a nossa está sofrendo!』
『Ficando tão metidos porque são chamados de heróis, mesmo sendo só uma Casa inferior!』
As garotas risonhas pareciam realmente apreciar a vista de Fredricks sendo chutado.
Incapaz de aguentar, estendi uma mão à perna indo na direção dele, mas passei através, incapaz de tocá-la. Era uma projeção de uma memória, e Fredricks foi arremessado contra a parede.
O Quinto explicou.
『Foi por causa da sucessão do trono. O Rei que se sentia em dívida com a Casa Walt... ou melhor, o que temia o Terceiro, já era um idoso de uma geração passada. A situação tinha mudado. Será que essas crianças sentiram algo em suas visões de mundo infantis?』
— O que foi culpa da Casa Walt?
『Hmm? Ah~, é aquilo. A habilidade do Quarto em questões domésticas realmente era alta, provadamente. Ele convidou artesãos para um lugar sem nada, e os elevou. De acordo com a mamãe, ele estava administrando o território via tentativa e erro, e colocando as mãos em várias coisas, mas... os resultados apareceram.』
Os resultados apareceram. Conforme começavam a aparecer, a Casa Walt começou a se destacar dos seus arredores, pelo visto.
Apesar dos impostos serem os mesmos, caso ajudasse em projetos, receberia uma isenção, ou recompensa, e isso trazia à tona a motivação das pessoas.
Como resultado, uma situação foi gerada onde havia menos impostos na Casa Walt em comparação a qualquer lugar em volta.
『Eu entendo o ódio deles, sabe. Se os impostos forem extremamente baixos em algum lugar, as pessoas escoarão para lá. Tanto o lugar para onde as pessoas correm quanto o local de onde elas correm acabam com problemas, não é? Então após algumas conversas dessas, colocamos as coisas em ordem até certo ponto. Embora pareça que o Quarto tenha tentado recomendar seus métodos para os outros também. Mas ninguém consegue ficar motivado se isso significar reduzir seus prospectos. Mesmo havendo um grande exemplo de sucesso logo ao lado.』
Mesmo se soubessem que teria sucesso, havia muitas pessoas que não desejariam mudar o modo com as coisas sempre haviam sido, falou o Quinto. E foi aí que a Casa Walt teve um enorme problema.
『... A Casa Walt que sempre tinha sido considerada de baixa classe de repente tinha o maior poder. Mas se todos trabalhassem juntos, seria possível suprimir a Casa. Nós estávamos em cima de um questionável balanço de poder indescritível por palavras.』
As crianças do lado atacante provavelmente tinham sido criadas vendo o medo e ódio para com os Walts.
『Parando para pensar agora, eles provavelmente estavam com medo. Com medo da Casa Walt que não parava de crescer.』
Enquanto o Quinto dizia isso, as crianças começaram a partir. Com olhos lacrimejantes, Fredricks esfregou seu rosto com a manga, se levantou, e espanou a sujeira de suas roupas.
E seus vassalos foram trazidos pelos servos da mansão.
— ... os servos também estavam envolvidos?
A expressão desses servos ia de conflituosa, a contendo risadas. Talvez eles tivessem sido trazidos para a conspiração pelo herdeiro da Casa, mas provavelmente tinha mantido os vassalos ocupados.
『Fredricks-sama! O que aconteceu com você!』
『Ah, i-isso f...』
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, um servo da mansão falou.
『Você caiu? Que terrível. Prepararemos uma muda de roupas para você imediatamente.』
Falou e o levou para longe.
Tendo visto isso, eu não soube o que dizer. Eu não pensava que o Quinto teria esse tipo de passado.
O Quinto falou:
『... Lyle, vamos encerrar aqui por hoje. É bastante difícil para mim também.』
Assenti às suas palavras, e parti para a sala da mesa redonda. Na sala, Milleia-san elevando e abaixando seus ombros em profundas respirações, com uma mão no chão.
Ela era assistida pelo Terceiro, que se sentava em seu próprio assento.
『Lyle, conseguiu aprender algo?』
Ele bocejava, e não parecia ter se movido um passo dali. Eu olhei para a Milleia-san e o Terceiro enquanto falava:
— Será que você manteve a Milleia-san longe de propósito.
O Terceiro riu.
『Todo mundo tem um passado que não quer que os outros vejam. Imaginei que a Milleia que ama seu pai um pouquinho demais poderia expressar desejo de ir junto. Ela também tem um complexo pelo irmão ainda por cima. Mas que bisneta problemática que eu tenho.』
Milleia-san se levantou, e olhou para mim.
『... Lyle, você viu o passado do Quinto? Se aprendeu alguma coisa disso ou não depende completamente de você.』
Sacudi minha cabeça para o lado.
『Milleia-san, por favor não venha com esse tipo de frase como se nada disso aí tivesse acontecido.』
Quando falei isso, a boca do cano da arma se virou para mim, então fugi para o mundo da realidade.
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A manhã em que partiríamos de Cartaffs.
Eu olhava para a atmosfera estranha cercando minhas companheira.
A Shannon era a mesma de sempre. Ela estava na ponta do recém-renascido compartimento de carga do Portador, balançando suas pernas enquanto apreciava o cenário de fora.
Mas a Clara estava agindo de modo um pouco estranho.
Ela estava falando com a Ludmila-san, que veio de despedir de nós, mas sua atitude era como se a conversa delas fosse uma de amigas juradas.
Ludmilla-san falou:
— Aqui o item em questão. É bom termos deles em Cartaffs, mas são relativamente raros. Por favor, trate-os com cuidado.
O item que a Clara assentiu e aceitou parecia ser um tipo de bala.
— É uma ajuda enorme. Balas são valiosas.
Ludmila-san entregava essas valiosas balas em massa.
— Sem problemas. Você estar segura é vital para mim. E também é necessário para proteger o Lyle.
Dizendo isso, Ludmila-san riu.
É verdade que seria uma ajuda enorme a Clara ter os meios de lutar. Para monstros ou bandidos, ataques de armas de fogo tinham algum efeito.
Mas apenas a Aria, assistindo as duas, fazia uma expressão conflituosa. E havia uma estranha distância entre elas. Não, parecia que ela estava se distanciando da Shannon também.
Mônica, que estava perto de mim, olhava para esse senso de distância.
『Oh? Parece para mim que uma nova facção realizou sua jogada. Agora se esmaguem. Eu, Mônica, sou mais que o bastante para o Frangote.』
Vendo ela surgir com histórias de facções, eu zombei.
— Que facções? Você faz isso soar tão grandioso. Muita coisa ocorreu da última vez, mas duvido que tenha ido a esse nível. Puxa vida... mesmo assim, achei que seria a Aria quem se daria bem com a Ludmila-san.
Como guerreiras similares, achei que a Aria e a Ludmila-san certamente teriam muito com o que simpatizar. Mas após irem se banhar juntas, parece que a pessoa que se tornou amiga dela foi a Clara.
A dupla estranha me fez inclinar a cabeça, mas aceitando que esses tipos de coisas ocorriam, decidi partir.
De dentro da Joia, a Milleia-san, que esteve em silêncio em seu mal-humor abriu sua boca.
『... Uma poderosa inimiga apareceu. Nunca imaginei que aquela menina iria para esse lado.』
A voz do Terceiro estava um pouco mais baixa que o normal.
『Se alguém colocar uma mão na minha favorita Clara-chan, eu vou ficar zangado.』
Ouvindo a conversa deles, quis inclinar minha cabeça mais uma vez, quando o Sétimo falou:
『Que inesperado. Achei que a Ludmila e a Aria teriam muito o que conversar... similares se repelem, não é?』
Dentro disso tudo, apenas o Quinto se dirigiu a mim:
『... Lyle, fale com a Aria. Você pode apenas puxar conversa enquanto se movem. E você precisa ter um pouco mais de tensão.』
Nós estaríamos indo para Bahnseim daqui, então era nisso que eu estava pensando, mas parece que eu estava errado.
『Isso é mal. Uma esposa que sabe de facções. Ela pode ser mais problemática que a Novem.』
Ele parecia estar sinceramente se preocupando com isso.
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A jornada no Portador renascido foi agradável.
Na maioria das estradas, ele podia se mover com pouca agitação. Enquanto viajávamos em um monte de ferro, bandidos e monstros não sabiam o que era, e estavam cautelosos demais para aparecerem.
Vendo de longe, eles viam como nossa velocidade de movimento era ainda maior do que originalmente, e desistiam de nos perseguir.
Sentado nos assentos semelhantes a sofás no compartimento de carga, eu falava com a Aria ao meu lado.
— Ficou bastante confortável. Embora seja um problema como as estranhas novas adições deixaram ele um pouco mais estreito.
Aria compartilhava da opinião.
— Não sacode tanto quanto antes, e ficou mais confortável, mas é apertado. Seria bom se tivéssemos um maior. Como aquele do Damien...
Aria estava rindo. Mas quando o nome do Damien apareceu, a Mônica, que estava tricotando, reagiu. Ela se levantou, e abriu seus braços.
— Está dizendo que prefere aquele falso Portador que não tem nada além de tamanho!? Está fazendo pouco desta massa de paixão em que eu até adicionei funções de transformação, prova do amor entre eu e o frango... ai!
Peguei a lança da Aria emprestada para bater levemente com o cabo contra sua cabeça. Uma lacrimejante Mônica se sentou no chão, com ambas as mãos pressionadas à parte acertada. Suas marias-chiquinhas caíram graciosamente pelo chão.
Ela estava calculando, e se fazendo parecer fofa propositalmente, a Unidade Valquíria Um havia me informado recentemente, então para mim isso parecia bastante ardiloso.
— Mônica, se aquieta um pouco. Você vai acordar a garota babando enquanto dorme do seu lado.
Vendo a Shannon dormindo alegremente, Mônica pegou um pano, e esfregou a baba.
— Por favor não manche o Portador do Frangote.
E após dizer isso, ela se sentou de novo, e voltou a tricotar. Já era quase hora do inverno chegar. Parece que ela estava fazendo várias coisas para se preparar para isso.
Inverno passado, ela havia colocado amor demais em um pesado suéter e cachecol, e luvas. Eu estava um pouco curioso do que ela inventaria este ano.
Soltei um suspiro, enquanto devolvia a lança da Aria.
— Pensando de volta no passado, ganhamos um bom número de pessoas a mais. Eu costumava deixar a Zelphy-san zangada em Daliem enquanto tentava me tornar um aventureiro. E agora, nós fomos expulsos da Guilda.
A Zelphy-san era a aventureira que havia nos guiado logo que nos tornamos aventureiros. Em uma vila cheia de aventureiros novatos, ela era uma veterana.
Ela costumava ser de uma família a serviço da Casa da Aria, e um tipo de irmã mais velha para ela, pelo que parecia.
— Se ela olhasse para mim agora, o que a Zelphy-san diria... se for apenas em aparências, eu me tornei uma aventureira esplêndida, não?
É verdade que a Aria tinha a presença de uma aventureira. Além dos equipamentos com os quais tinha se acostumado, seu estilo de luta faria homens passarem vergonha.
Mas mesmo assim, do meu ponto de vista, tendo vista suas várias falhas em seus dias de novata.
— Você ficou mais selvagem, mas não mudou demais. Animada, com passatempos surpreendentemente femininos.
Aria falou constrangida:
— Eu sei, eu sei, eu sou bruta afinal.
Falou ela, mas não parecia estar se importando muito pessoalmente. Ela deu uma leve risada. Mas sua expressão imediatamente escureceu.
— Lyle, eu queria pedir algo a você.
— Pois não?
Ela olhou para o teto, e confirmou que a Clara dirigindo lá em cima não podia ouvir, antes de falar em uma voz baixa.
— Eu sabia. Eu, você sabe... como pode ver, eu ainda te ajudo, mas... acho que vou desistir de me tornar sua esposa.
O que a Aria falou, foram as palavras de que me ajudaria, mas não se casaria comigo. Mas parecia que alguma parte dela estava buscando pela minha aprovação.
Qualquer que fosse o caso... Eu queria que a Aria encontrasse felicidade, e se essa era a escolha dela, então...
Mas então, alguém ofereceu uma opinião oposta de dentro da Joia. Surpreendentemente, foi o Quinto.
『Lyle, não importa o que você precise fazer, detenha ela. Serei claro. Ela definitivamente será necessária para você.』
O Quinto estava seriamente me dizendo para impedir a Aria. Em minha confusão, Aria pareceu nervosa enquanto aguardava pela minha resposta.
Eu abri minha boca:
— Posso perguntar a razão?
— É-é, você sabe! Eu sou, tipo, não tão forte quanto as outras, e não posso oferecer dinheiro como a Vera, e não posso oferecer auxílio como as outras. Eu não sou esperta como a Novem ou a Miranda... até mesmo magia, apesar de eu poder usar, não sou boa nisso. Eu sei muito bem que sou apenas um incômodo.
Ouvindo as palavras da Aria, o Quinto falou em um tom mais forte que o habitual de dentro da Joia.
『Lyle, não deixe a Aria escapar. Essa menina tem algo que você definitivamente precisará no futuro. Algo que nem a Novem, nem a Miranda possuem. Ao contrário da Vera ou Ludmila, ela é uma absoluta necessidade para você.』
Eu escutava com meia atenção a opinião do Quinto, enquanto pensava sobre o que dizer para a Aria. Mas internamente, eu pensava... se ela continuasse ao meu lado, a Aria seria realmente feliz? ... pensava nessa questão.
Eu posso realmente apenas seguir as palavras dele, e buscar apenas a minha própria felicidade?, pensava eu.
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