Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 13

Capítulo 12: Aqueles que se Movem


... Uma cratera enorme foi criada no chão, e nela, com seus dois chifres dourados de pontas bifurcadas aparecendo, May deitava-se sem se mover.

Sua boca cuspia sangue, e seus olhos estavam vazios.

A culpada que criara essa cratera, Marina, respirava asperamente enquanto saltava até a May. Ela aterrissou, e levantando seu braço peludo para dar o golpe final, e estendendo suas garras...

... Pulou para trás, e se distanciou de May.

Cerrando seus olhos, ela soltou um rosnado.

“Gggrrrrrrrrrruuuuu.”

Com seus caninos estendidos, a forma licantrópica de uma fera em duas pernas. Os instintos de Marina, na segunda forma de sua Skill, era o próprio significado de selvagem.

May deixou seus chifres dourados brilharem, enquanto se levantava sem pressa. Ela cuspiu sangue, e após esfregar sua boca, espanou suas roupas para remover a sujeira.

— Tem bons instintos, moça. Você prosperaria na selva. É claro...

Uma única linha vermelha apareceu pelo rosto de Marina.

Um chifre de qilin brotou do chão. May havia estendido seu chifre de sua mão direita e enfiado no chão, esperando que Marina se aproximasse antes de começar o ataque.

— ... até eu tenho um ou dois trunfos. Fredricks me ensinou. Últimos recursos devem ser guardados.

Retraindo seu chifre, ela deu uma cambalhota, e transformou-se em sua forma qilin.

De uma garota de baixa estatura, a um cavalo de corpo largo. Uma crina dourada, com chifres afiados estendendo-se de sua testa. Ao mesmo tempo, havia também chifres dourados crescendo para trás de sua cabeça.

Pisando não no solo, ela criou chão no ar, e aterrissou nele, carregando ainda mais eletricidade que antes.

— Agora vamos começar logo com isso!

Chutando o ar, May investiu contra Marina. Incapaz de se esquivar a tempo, Marina cruzou seus protetores de braço, e tentou bloquear o ataque.

Mas no impacto, ela foi levantada no ar, colidindo contra uma árvore, e então outra, derrubando algumas em seu caminho, e quando finalmente parou, seu corpo surrado estava embutido no tronco de uma grande árvore.

— Você realmente é firme. Normalmente, teria virado carne moída.

 

Enquanto irritada com essa durabilidade, May também estava impressionada. Em sua forma não-humanoide original, esse era o poder que ela podia exibir.

E ainda enfiada na árvore, Marina soltou uma risada ao céu.

— Aha, ahahaha!!

Ela endoidou? Quando May pensou isso e olhou, o corpo de Marina havia começado a mudar mais uma vez.

— ... Indo pra terceira forma? Sem problemas, não me importo em lhe fazer companhia.

May observava Marina. Seu casaco voou, e seus músculos incharam a tal ponto que a costura de sua camisa começara a soltar. Suas partes feridas, e até seus ossos quebrados tinham começado a se regenerar rapidamente.

Suas botas estouraram, e seus protetores de braço e joelho também caíram. Talvez fossem mais pesados que pareciam, já que se fincaram no chão.

“Fwooh…!”

Seus pelos do corpo cresceram, e quando ela finalmente pensou que Marina havia tomado sua forma monstruosa final, aquele corpo foi imediatamente engolido por chamas, e pegou fogo. O que emergiu do fogaréu não foi a forma monstruosa de antes. Sendo só um pouco mais alta que a Marina normal... uma mulher-fera de proporções bem equilibradas.

Racionalidade podia ser sentida de seus olhos, e além disso, seu corpo havia sido aprimorado com Mana. Ela tocou seu pescoço com uma mão, e soltou um chiado, enquanto torcia suas costas para frente e para trás.

Sem vestir nada além de calças e camisa.

— Finalmente à altura.

Marina riu das palavras de May.

— Não é? É inevitável passar pelo segundo estágio para chegar aqui. E quando chego nesse ponto, a maioria dos oponentes já estão mortos, e a luta acabou. Mas se aquela forma perceber que não pode vencer, eu finalmente recupero meu raciocínio. É muito boa, essa Skill... me deixa apreciar a batalha. Garante que o oponente não seja um onde já está tudo acabado antes que eu perceba!

Pulando, Marina se aproximou de May em um instante. Mas May abaixou seu corpo, e tentou perfurá-la com seus chifres.

No momento que pensou que penetraria...

— ... Ei, você tá toda aberta.

Torcendo seu corpo no ar, suas garras afiadas passaram pelo flanco de May, e deixaram uma marca. Elas passaram por suas escamas, deslizaram pela carne, e fizeram fluir sangue vermelho.

Habilidosamente saltando entre as árvores, Marina começou a usar táticas de bater e fugir para desgastar May. Levando-a a crer que Marina estava carecendo de um golpe decisivo.

— Tsc!

May correu ao céu. Marina passou por ela por pouco, caindo e acertando o chá de pé, gerando uma grande cratera em sua volta.

Talvez ela tivesse ainda mais poder que seu estado irracional, já que o modo como ela havia escavado o chão abaixo de si era estranho.

Era uma cratera grande demais para apenas a Marina. E dessa cratera de dez metros de extensão, Marina olhou ao céu enquanto ascendia por ele, se aproximando de May.

Movendo seu corpo livremente pelo ar, ela acertou um soco, e um chute.

Impensável para um humano.

May foi lançada para longe, criando um piso no ar para recuperar sua postura. Caindo ao chão, Marina olhou para a forma de May, e riu.

— Garotinha... você não é nada especial. Se isso é tudo o que tem, então ainda é mais fraca que um dragão.

Entre monstros, a raça dos dragões carregava significado. Eles eram contados como o ponto mais forte dos monstros, e aqueles que derrotavam dragões eram heróis admirados por crianças de toda parte.

Além do mais, Marina era solitária... uma aventureira solo. Para ser capaz de exterminar um dragão sozinha, ela realmente era alguém que se podia chamar de monstro.

May falou:

— ... Então você é uma matadora de dragão. Mas você acha que nunca enfrentei um humano assim?

O corpo de May soltou luz de novo...

... Nas forças de retaguarda da brigada de mercenários.

Lá havia barracas preparadas, e em volta, os aventureiros olhavam excitados para o equipamento das Valquírias sendo trazido.

Os ferreiros e outros trabalhadores estavam extremamente ocupados com as armas quebradas.

Em uma das barracas, as Valquírias despidas de equipamentos tinham sido colocadas. As Valquírias que a brigada de mercenários tinha coletado eram jogadas e empilhadas como uma montanha.

As que foram coletadas pelo grupo de aventureiros estavam enfileiradas asseadamente. Mesmo todos sendo aventureiros, essas diferenças de manuseio apareciam.

E nessa barraca, um grupo aventureiro de dois entrou.

Nenhum tinha qualquer equipamento decente. Eles estavam trabalhando como subordinados na brigada, e tinham se esquivado dos olhos circunjacentes para entrar na barraca.

— Oy, se a gente pegar as partes delas e voltar, vai vender caro, não é?
— Pelo que ouvi, elas foram feitas por um ferreiro famoso. Então não seria estranho se forem vendidas por uma fortuna.

Os dois não podiam ser considerados particularmente espertos. Enquanto olhavam para a montanha de Valquírias despidas de tudo senão suas roupas íntimas, engoliram suas salivas.

— E-ei.
— Sim, isso mesmo. Não é como se alguém fosse descobrir se elas forem usadas. Pegar uma em boa condição e se divertir um pouco não é...

Os dois com um salário mínimo não tinham os fundos para visitar o bordel. E com exceção de seus braços e pernas, as Valquírias de bela carne eram existências que os dois não conseguiam resistir. Não sendo levados a sério entre seus companheiros, e zombados pelas aventureiras, os dois pegaram uma Valquíria.

— E-essa daqui tá boa?
— Então eu vou só...

Dizendo isso, e estendendo sua mão, seu braço foi agarrado pela Valquíria que de repente começou a se mover.

— Hã?

Agarrado e espremido. O homem ficou estupefato, talvez por não conseguir entender a situação por um momento. Os olhos das Valquírias empilhadas se abriram, e suas pupilas vermelhas brilharam enquanto começavam a se remexer na barraca mal iluminada.

Aquelas com pescoços dobrados em ângulos impossíveis.

Aquelas com espadas e lanças enfiadas em seus corpos surrados.

Os aventureiros não tinham ideia de como soltar seus braços e pernas, e as Valquírias, que ainda tinham seus membros conectados, se levantaram com movimentos inquietantes, e desceram sobre os dois aventureiros diante de seus olhos.

Atacados por muitos, eles perderam suas vidas sem serem capazes de proferir um único som.

— ... E-é... hora.
— Os movimemen tos estã o... com era de se esperar, nossos fluí...do...
— O Profess or... Damien e o chefe Letarta... vão re parar...

Soltando chiados metálicos, e com movimentos anormais, elas pegaram os cilindros de metal escondidos em seus braços para realizar suas ações programadas.

Depois disso elas pegaram alguns cilindros preenchidos de pólvora.

— ... A Fili al Leste... sobr evive.
— Uma porção... es... capa.

Clink clank, whirrrrrrr… Emaranhadas na barraca, e de dentro das montanhosa pilha de Valquírias, de uma a uma elas se levantaram para ir para fora.

Era noite.

Bem na hora, as Valquírias se moveram.

Acendendo as bombas em suas mãos, elas explodiram onde quer que houvesse materiais importantes, e atacaram os homens. Naquele lugar de mercenários e aventureiros reunidos, um inferno instantaneamente se instaurou.

As Valquírias que continuavam a se mover mesmo se fossem perfuradas com armas, ou queimadas por magias, começaram a fazer os aventureiros fugirem de medo...

... Sentindo uma irregularidade, o chefe dos mercenários se virou.

Ele tinha a sensação de que havia escutado um som estranho.

Seus subordinados próximos olharam para os magos disparando magia com o mesmo padrão para conquistar o terceiro forte que encontraram.

— Oh, olha, parece que colocaram algumas contramedidas. Acho que você se acostuma com isso depois de alguns dias.

Ouvindo as palavras de seu subordinado sorridente, o chefe levou uma mão ao seu queixo.

Alguns dias.

Nos últimos dias, Marina havia continuado lutando contra a qilin. Caso alguém se aproximasse demais, seria arrastado para a batalha, mas ele havia colocado pessoas para observar de longe, então não havia dúvidas da situação.

Pelo fato de que aquela qilin não fugiu, não havia dúvidas de que ela tinha algum tipo de relação com o grupo do Lyle. E após fazer a primeira fortaleza cair, eles fizeram preparações suficientes, antes de conquistar a segunda.

No terceiro forte, o inimigo havia visto através das táticas da brigada mercenária, e colocou contramedidas.

— ... Mesmo assim, elas aguentaram bem.

Não era só uma barreira mágica, elas estavam lidando com cada magia individual indo em suas direções. Empregando gelo da água para reduzir o momentum, parando as rochas com o gelo fortalecido pela água.

As chamas também não tinham efeito nenhum, e não importava quantas vezes tentassem, eram bloqueadas.

Com uma repetição de tais ações, a única coisa que avançava era o tempo. O chefe planejava esperar que suas inimigas se exaurissem. Afinal, no que se tratava de números, ele estava em vantagem.

Depois de fazê-las aguentarem e se cansarem, ele só precisaria dominá-las, era o que ele pensava. Mas foi o líder quem não foi capaz de aguentar mais.

— Isso não é estranho?! É verdade que tudo tem ido sem problemas até agora, mas agora nós estagnamos de repente. É assim que as coisas geralmente são?

Para eles, que se especializavam em serviços de Labirinto e nunca saíam para realizar trabalhos mercenários, maior importância era dada às informações e métodos que à situação. Mesmo se parecesse fútil à primeira vista, ou se fosse uma ação necessária, ele não gostava do quão ineficiente parecia.

— Nesse caso, você tem alguma boa ideia?

— Nossa ofensiva é monótona demais. Que tal tentarmos algo mais efetivo? Se tem gelo vindo... então não é só derreter?

O grupo aventureiro, tendo obtido algumas Valquírias, pensava que já haviam ganhado uma quantia satisfatória. Mas era diferente para o chefe dos mercenários.

Para manter uma força de larga escala, baixos rendimentos não eram o bastante. Queimar tudo com fogo pode fazê-lo perder seus preciosos tesouros.

— Rejeitado. Nós iremos esperar o inimigo se cansar desse jeito.

O líder deu de ombros. Vendo isso, o chefe se irritou. Um aventureiro sem ideia do campo de batalha não deveria abrir a boca sobre o assunto, pensou ele.

E irritantemente, a resistência do grupo do Lyle havia crescido a alturas que ele raramente vira antes.

— Maldição, é como se estivéssemos atacando um castelo fortificado. Tem realmente só algumas dúzias de pessoas?

Ante às palavras do chefe, seu subordinado riu.

— Bem, não importa o quanto tentem, o limite delas vai chegar. Já está na hora de caírem, não está?

Não havia sinal de tal coisa, então o chefe não pôde deixar de sentir que alguma coisa estava muito, muito errada...

... Uma forma humanoide.

Coberta dos braços às coxas em escamas azuis, May havia tomado a figura de uma mulher adulta. 

Seus longos cabelos dourados balançavam, e essa forma com chifres dourados parecia-se à assimilação de humano e fera.

Ironicamente, ela havia chegado ao mesmo ponto que a Skill de Marina.

Elas trocavam socos e chutes, mandando uma voando, sendo mandada voando...

Era praticamente uma luta daquelas além da humanidade.

Diferentemente do êxtase selvagem de Marina, May estava calma aos limites.

— Esplêndido, mocinha! Essa sua forma é igual à minha!

Poder velocidade, com todos os seus limites removidos, as duas colidiam, trazendo atrocidade à floresta circundante.

Mas quando a noite caiu, e May olhou para o ponto ardendo ao longe, ela soltou um suspiro.

— ... Pois bem, já é hora de eu acabar com isso?

Apesar de referida como igual, sua forma era mais curvilínea que o normal, e gabava-se de uma alta estatura. Seus trajes normais tinham passado de adoráveis a sensuais naquele corpo.

Olhando para Marina, May falou:

— Foi divertido. Mas não o bastante, moça... eu já lutei contra humanos como você pelo menos quatro vezes até agora. Você é só a quinta.

Marina chutou o chão, e May chutou o ar, as duas se encontrando no meio. Torcendo seu corpo, Marina lançou um chute.

Aquele chute que parecia que cortaria até mesmo o ar veio da combinação da forma humana de May em um ataque direto.

O impactou sacudiu o ar em volta, e Marina foi arremessada no chão.

O cotovelo de Marina que ela pretendia usar para atravessá-la não havia acertado nada.

— ... Esse foi sério, então vou elogiá-la por ter sobrevivido.

Seu corpo lentamente encolheu e uma vez de volta em forma humana, Marina olhou para May e riu.

— M-me mate.

Ela parecia completamente satisfeita. Dizendo que não tinha mais arrependimentos, ela era uma guerreira egoísta até o final.

May soltou uma luz cintilante aos arredores, enquanto começava a tomar sua forma humana menor. Voltando à May de sempre, ela soltou um bocejo.

— Foi mal. Você é da Filial Leste, então não posso te matar. Eu estava lutando com intenção de matar, mas realmente, você é forte.

Quando May falou isso com um sorriso, a expressão de Marina mostrou que ela não sabia o que estava acontecendo enquanto fechava os olhos.


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