Volume 13
Capítulo 1: Gina Trēs
Gina Trēs
... Gina aguardava por sua irmã Vera, que havia retornado para casa do porto.
Chamando-a, dizendo que havia algo importante a ser discutido, ela preparou um cômodo para conversar sozinha com Vera. O quarto que era normalmente usado para negociações com visitantes era raramente utilizado pelas irmãs.
E tendo chamado Vera para tal lugar, Gina tocou seus cabelos vermelhos e fitou sua irmã enquanto falava.
Com o começo do pôr do sol, o cômodo estava ficando um pouco escuro.
— Vera, serei direta. Poderia parar de dar dinheiro para aquele cara de uma vez? Isso não é só problema seu.
Diante das palavras de sua irmã Gina, Vera separou um copo de sua boca.
— ... Isso não é pelas palavras do pai, certo? O que deu em você a essa altura? E eu não fui tão longe ao ponto de colocar as mãos nos bens da Casa Trēs, sabe.
Gina atacou e descartou essa opinião.
— Enquanto você o apoiar, faz parecer que a Casa Trēs está o apoiando! Além do mais, o pai está movendo uma quantia enorme... há alguns dos nossos que estão começando a se sentir ansiosos. Aumentando o número de navios, e desenvolvendo portos...
Vera cerrou seus olhos. A irmã mais velha de Gina, Vera Trēs sempre havia sido chamada de deusa da fortuna, contribuindo à casa com a mobilização de navios e carga. Então ela havia aprendido sobre assuntos de negócios enquanto trabalhava junto a seu pai, Fidel.
Não era como se a Gina não tivesse conhecimento, mas no sentido prático, não seria errado dizer que sua experiência era enormemente deficiente.
Mas mesmo na Casa Trēs, havia alguns que questionavam o suporte ao Lyle.
Vera falou desinteressadamente:
— Nós podemos monopolizar o uso comercial do porto. Além do mais, dois deles. Pensando na escala, mesmo você deve ser capaz de entender que é um lucro enorme para a Casa Trēs, certo?
O tom de vera fez Gina querer se opor. Era verdade que a Casa Trēs provavelmente cresceria mais, mas Vera muito frequentemente estava longe de Beim, negligenciando a coisa chamada “equilíbrio da cidade”.
A queda de facções e relações de poder eram coisas com as quais Gina tinha extrema cautela.
— ... Eu sei que será um lucro enorme. Mas por causa disso, o que os mercadores de Beim pensarão de nós?
Vera falou:
— Esse campo é trabalho do pai. Para que não sejamos os únicos com boas memórias, ele irá pelo menos negociar isso. Enquanto isso, vender favor para eles também é lucro.
Favores eram lucros. Por ser capaz de declarar essas coisas, era essa parte de Vera que havia mantido Gina quieta até agora. Mas dessa vez era diferente.
— Então o Lyle também? Você está realmente apenas calculando lucros e perdas com aquele homem?
Quando Gina chamou o nome do Lyle sem honoríficos, o olhar de Vera ficou grave.
— ... Não se esqueça do título dele. Eu só estou ajudando ele com o que posso. Só porque o pai é mole com as filhas, você deve estar ciente que ele não é do tipo de pessoa que patrocinaria alguém só por causa disso.
— E é por isso que eu quero que você e o pai parem logo. Seus olhos foram tomados demais por desejos imediatos. Mas Beim não é tão gentil.
Sua irmã Vera estava fixada no Lyle, enquanto seu pai Fidel, na monopolização de portos.
Então eles não conseguiam ter uma imagem clara do que Beim iria tentar fazer com o Lyle. Tal era o julgamento de Gina sobre a situação.
E de certo modo, ela estava correta.
— Me deixe fazer o que bem entendo.
Como pensava que persuadir Vera seria difícil, Gina deu suas francas impressões.
— Vera, aquele homem não é tão ingênuo também. Quando você não for mais útil, ele irá abandoná-la friamente. Você sabe o que ele fez em Zayin, Forte Redant, Galleria e Rusworth, não é? Aquele homem é perigoso. E você é apenas uma carteira para ele.
Ignorando o aviso de Gina, Vera se levantou.
— ... Eu entendo isso. Mas não lhe causarei problema algum. Nunca te censurei por causa do Roland, censurei? E agora... não, isso é o bastante.
Enquanto Vera deixava a sala, Gina fitava suas costas. Quando a figura de sua irmã não estava mais em vista, ela levou um copo à boca e cerrou seus olhos.
— Quando minha pobre irmã for expulsa de casa e abandonada por aquele homem, eu irei ajudá-la. Somos irmãs afinal... ficar a bordo de um navio combina bem com ela. Farei ela trabalhar duro pelo bem do Roland. Ela trabalhará duro pelo homem que uma vez gostou, então não é um destino ruim.
Gina estava agindo com o abandono de sua irmã como premissa, mas ela tinha uma razão para se mover. Se a Casa Trēs crescer mais, então, por causa desses méritos, a probabilidade de casamento do Lyle e Vera cresceria.
E conforme isso acontecesse, administrar a ampliada Casa Trēs seria demais para Roland. De raízes sérias, ele era sincero e trabalhador, mas só isso não era o bastante para ele governar uma Casa dessa escala.
Nesse caso, quem assumiria seria o Lyle, que já havia demonstrado tal proeza. E em essência, a Vera.
Somando ainda mais, para manter a Casa, Fidel pode até mesmo separá-la do Roland, e acelerar um casamento político.
Para Gina, isso definitivamente não era algo que ela queria que acontecesse. Então ela agiu...
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Sul de Beim.
Naquela região atrasada completamente não desenvolvida, eu esfregava o suor das minhas sobrancelhas.
Em questão de estação, ainda estava quente, ou melhor, por ser o sul, eu tinha a sensação de que era mais quente que Beim.
Novem e Clara, Eva e May estavam se movendo de modo separado para completar um pedido da Guilda. Havia subjugação de monstros, e reconstrução de um vilarejo, então as enviei naquela direção.
Eu, por outro lado, tinha vindo subjugar o labirinto que havia sido descoberto.
Sua entrada era o portão de uma antiga fortaleza, e o Labirinto em si era como se as passagens do forte continuassem a se estender dali.
Tochas alinhavam-se nas paredes, iluminando os caminhos com uma arrepiante chama roxa. Era melhor que não ter absolutamente nada, então eu estava grato.
Também havia vezes em que Labirinto se manifestaria nesses edifícios artificiais. Na maioria dos casos, eles se tornavam Labirinto com desmortos vagando seu interior, fadados a serem subjugados em pouco tempo.
A maioria dos desmortos desapareceriam ao serem derrotados, deixando apenas pedras Mágicas para trás. Eles não tinham materiais, mas mesmo assim quando se tratava de enfrentá-los, eram problemáticos, e excessivamente difíceis de se matar.
Havia até mesmo rumores de que rancores daqueles destruídos no campo de batalha eram o que davam luz a tais Labirintos.
Nós havíamos sido despachados para tal lugar, mas dadas tais circunstâncias, tinha sido determinado que não valeria muito dinheiro, então iríamos suprimir o lugar à força.
A entrada do forte havia se tornado um labirinto, mas os arredores estavam em farrapos. Numerosas árvores se espalhavam aleatoriamente, e a terra estava em um estado horrível.
Eu olhava para o Labirinto com a Miranda.
— O que você quer saber? Desafiá-lo com apenas nós dois seria possível, mas não iremos ganhar muito com isso. Além disso, a Guilda nem mesmo enviou ninguém para sondar a área... ei, eles não estão nos tratando cada vez pior?
A razão da irritação da Miranda era natural. Com quase nenhum suporte ou informação, nós havíamos sido ordenados a ir subjugar um Labirinto.
Era o quartel general, ao invés da Filial Leste, que realizara tais movimentos.
De dentro da Joia, o Quinto olhava para a atual situação.
『... Nesse caso, já é hora? Isso foi mais rápido do que pensei. Bem, é melhor que sermos capturados por eles, eu acho.』
Os ancestrais, que haviam antecipado isso, não estavam nenhum pouco em pânico. O Terceiro falou, sem nenhuma preocupação:
『Mais importante, sabe, se eles deixaram este lugar para nós, então você quer ganhar algum tempo enquanto sonda os movimentos deles? Eles provavelmente irão agir quando o Lyle retornar para Beim, afinal.』
Usando essas circunstâncias, ele queria investigar os movimentos de Beim. Como sempre, eles eram confiáveis, mas gente que eu não queria fazer de inimiga. Eu sentia um pouco de pena de Beim.
Me dirigi à Miranda:
— ... Um pedido é um pedido. Temos que fazer nosso trabalho direito. Levando todo o tempo que precisamos para sermos meticulosos. Que tal montarmos uma base firme antes da Novem e das outras chegarem aqui?
Irritada, Miranda olhou para mim, e pressionou uma mão contra sua testa.
— Mesmo que diga para tomarmos todo o tempo que precisamos, é apenas um aborrecimento, e não há muitos andares, certo? Os baús de tesouro estão apenas um pouco no lado alto, mas os monstros não são nada além de desmortos, então acabar com isso de uma vez seria...
Enquanto Miranda dava sua opinião. Mônica apressadamente correu para mim. Ela estava agitada, ou melhor, parecia como se ela estivesse competindo em algo.
Ela deslizou para o meu lado, assumiu uma pose, e reportou.
— Frangote! Eu, Mônica, descobri outro Labirinto por perto! Por favor, me elogie. Elogia esta Mônica! Agora, agora!!
Nisso, três punhos voaram nela. O impacto a lançou voando, enquanto fios se retraíam para trazer os braços de volta para suas donas.
As Unidade Valquíria Um, Dois e Três estavam segurando suas armas, em postura contra a Mônica.
— Fomos nós que encontramos!
— Sua ladra!
— Agora receba seu batismo de punhos!
Virei meu olhar para a Mônica das três autômato inexpressivamente fazendo pose. Vi ela se levantar, retirar uma enorme broca em mãos, e colocá-la em rotação de alta velocidade.
Acabei impressionado por suas marias-chiquinhas não se enrolarem nela.
— Suas pilhas de sucata degradadas... reportar ao frangote, ser elogiada por ele, e receber sua raiva, é papel apenas meu! Eu vou sucatear você agora mesmo!!
Elas começaram a lutar. Soltei um suspiro cansado, enquanto Miranda encolhia seus ombros. Nisso, as Valquírias... uma das modelos produzidas em massa, reportou a situação para nós. Enquanto as quatro autômatos lutavam, parecia que elas haviam produzido os papéis.
— Mestre, aqui está os dados sobre o Labirinto. Para você também, Miranda-sama.
Aceitando os papéis, Miranda agradeceu.
— Obrigada. Vocês têm mais consideração que a Mônica. O tratamento daquela garota para todas senão o Lyle é duro.
Dizendo isso, ela virou as páginas.
Eu também coloquei os olhos na minha cópia, confirmando que havia um Labirinto por perto. Nenhum pouco longe, um do tipo caverna, relativamente farto até onde se pode dizer com Labirintos.
— ... Esse daí é muito bom.
O reconhecimento só foi até o primeiro e segundo andares, mas não havia nada a se reclamar quando se tratava do tamanho das passagens. Era uma feitura que podia se chamar de padrão de Labirinto, e pessoalmente, achava certo reportar para Beim... Quando o Sétimo me impediu.
『Lyle, como pensei, você é um cara que entende bem. Bom, agora use essa informação para calar Beim.』
Lancei um olhar para Miranda. Ela viu como eu estava agarrando a Joia, e quietamente assentiu, virando seus olhos de volta para o documento.
Ela sabia das circunstâncias, então eu era capaz de conversar com a Joia na frente dela.
— Vai calá-los? Não tenho ideia do que eles terão a dizer sobre isso.
『Não se preocupe com isso. Apenas faça parecer que você está indo devagar. Rapidamente esmague o Labirinto fortaleza, e lentamente investigue o que é mais promissor. E veja... você não acha que esta área é realmente maravilhosa? Isso, é realmente digna de se construir uma segunda Beim.』
Eu podia entender mais ou menos aonde o Sétimo queria chegar, então assenti em concordância. Escalando um pouco mais alto, eu podia ver o oceano.
Milleia-san falou alegremente.
『Ora ora, tem um ponto onde você pode construir um porto.』
O Terceiro assentiu:
『É bom o bastante para ter um forte, então talvez este costumasse ser um ponto importante antigamente. Hmm, pensando no que está por vir, é bom, não é? Fazer este lugar como Beim, se forem aqueles mercadores, tenho certeza que recuperariam sua antiga glória dentro de um século... bem, seremos nós os regulando, todavia!』
Pensando que eles estavam considerando alguma coisa terrível de novo, minha expressão se amargou, e Miranda olhou para mim.
— Você sempre teve esse tipo de conversa com eles quando estava conosco?
Ela perguntou. Eu assenti, retirei minha mão da Joia, e dei ordens às Valquírias:
— Retornem à Beim e entreguem uma carta ao Damien. E continuem a inspecionar a caverna. Se formos usar nossas forças principais para esmagar o forte de uma vez só... vejamos, que tal realizarmos algumas construções para deixar a área mais habitável.
Olhei em volta, ignorando o conflito demasiadamente prolongado de Mônica e Cia. enquanto continuava dando ordens.
Lançando sua enorme broca de duas mãos, Mônica exclamou:
— Punho de Broca Duplo!
— Ingênua!
— Algo tão óbvio não... o quê!?
— V-você tinha uma coisa dessas na sua manga...!?
Parecia que elas estavam se empolgando ou algo assim, mas me virei para elas.
— Ei, todas vocês têm trabalho também. Venham logo aqui.
Nisso, Mônica, que tinha dois enormes punhos de metal equipados em suas mãos, parou de repente, e guardou suas armas. Ela espanou alguma poeira, e correu para mim.
— Sim~, porque ao invés dessas sucatas, meu querido frangote é mais importante. E continuando com aquele anúncio importante...
— ... Oh, eu já ouvi, então não importa.
Após recusar o relatório da Mônica, acompanhei a Miranda à nossa barraca. Mônica ficou congelada com sua expressão alegre, enquanto as Valquírias a cutucavam, fazendo gestos de zombaria.
Pensando que era inconveniente como elas não conseguiam fazer expressões, decidi me consultar com o Damien sobre esse assunto.
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... Na mansão do Lyle em Beim, Adele lia uma carta.
Maksim observava seu estado com preocupação.
— E então, senhorita?
O que preocupava Maksim era o estado da terra natal deles, o território de onde eles vinham. Assim, Adele estava periodicamente recebendo informação sobre ele.
— Eu estava nervosa porque não conseguimos entrar em contato por um tempo por causa daquela guerra defensiva, mas parece tudo bem. Talvez o interesse dela caia desde que você não ofereça resistência. Parece que ela atualmente está enfrentando outros nobres rebeldes.
Ouvindo isso, Maksim deixou seus ombros caírem.
— Não podemos fazer alguma coisa para parar a resistência? Eles só precisam aguentar por enquanto. E no mais cedo, alguns anos depois e...
Alguns anos, e o Lyle faria sua jogada. Quando Maksim estava prestes a dizer isso, Adele sacudiu sua cabeça.
— O maior número de tropas que a aliança de quatro países pode mobilizar, omitindo o suporte logístico, é quarenta mil, tirar ou pôr. Em alguns anos, mesmo se a situação interna for colocada nos eixos, não posso dizer com certeza que vá sequer chegar a cinquenta. Isso não é o bastante. Se chegar a enfrentar Bahnseim, pela menor das estimativas, cem mil seriam necessários. Mesmo assim, se o Lyle-san continuar ganhando com baixas mínimas, ele terá que reunir alguns dos Senhores dentro de Bahnseim... mas se esperarmos tanto assim, os Senhores de Bahnseim irão se exaurir.
Sentir o poder da superpotência que era Bahnseim fez Maksim coçar sua cabeça. Ele não tinha sentido quando estava dentro da nação, mas a diferença em poder era severa demais.
Mantido no centro do continente, o país de Bahnseim que havia continuado a crescer provavelmente podia reunir cem mil soldados apenas em seu distrito central. Se forçados, duzentos ou até mesmo trezentos.
Somando os exércitos de seus poderosos Senhores Feudais, eles podiam facilmente preparar dez vezes mais que a força atual do Lyle.
— Então a assistência de outras nações é indispensável, afinal. Mas não podemos arrastar mais nações para os problemas internos de Bahnseim.
Essa era a semente de preocupação de Adele.
— Eu entendo, mas é um momento de crise. Nós pelo menos teremos que dar às suas nações vizinhas as terras que lhe foram tomadas. Invadir, e trabalhar no ódio restante...
Os dois estavam se preocupando freneticamente, mas o que estava nos olhos do Lyle era a unificação do continente. Ignorando países pequenos, havia poucos que pudessem se envolver com Bahnseim.
Cartaffs era a maior ameaça para a nação. Falando de outros, havia Faunbeux, e um punhado que os seguiria.
Maksim soava preocupado.
— Senhorita... o Lyle planeja construir um império, mas isso é possível? Nós nem mesmo temos nossas próprias tropas. Autômato, não era? Apesar de serem excelentes, nós temos apenas a habilidade de preparar algumas centenas delas.
Adele também segurava sua cabeça.
— ... Isso... mesmo. As forças que o Lyle-san possui, mesmo que sejam de alta qualidade, são de número baixo demais. Teremos que fazer alguma coisa a respeito disso.
Ambos, Adele e Maksim, desesperadamente pensavam sobre algo para quebrar o impasse...