Volume 11
Capítulo 16: A Segunda Muralha
Abandonando a primeira muralha antes do programado, cambaleei para um quarto preparado na segunda muralha, e desabei.
Em cima da cama, removi meu equipamento, me deitei, e fechei meus olhos. Soldados corriam por dentro da muralha, e as preparações para esperar pelo exército de monstros estavam sendo realizadas. Os soldados que tinham retornado estavam assumindo suas posições.
Aqueles que foram forçados a recuar descansavam temporariamente.
Tendo usado mana demais, e forçado minha mente demais nas linhas de frente, eu também estava nos meus limites. Estava grudento e suado. As nuvens de poeira grudavam-se na minha pele, com uma sensação áspera... mas sem prestar atenção a algo assim, caí na cama.
A luta com o exército de monstros pesava na minha mente, mas se eu não descansasse, nunca seria capaz de demonstrar força.
Neste meu quarto, ouvi uma voz barulhenta.
As portas foram abertas de supetão com forte ímpeto, revelando uma animada Mônica sorridente, e três pessoas de armadura... não, golens, atrás dela.
— Ei, Frangote! Eu, Mônica! Sua Mônica veio cuidar de você! Sinta-se livre para descarregar seus desejos carnais acumulados através do campo de batalha estressante em mim! A empregada perfeita, Mônica, irá...
— Pra fora.
Antes que pudesse terminar, ela foi chutada do caminho e a golem que se parecia com ela... a primeira unidade Valquíria se colocou diante de mim.
— É meu prazer conhecê-lo. Nós somos a série Valquíria que o seguirá até a morte. Somos servas do mestre, que certamente serão muito mais úteis que esse pedaço de sucata~.
Ela balançou seu braço inexpressivamente, e as três unidades assumiram poses. A primeiro unidade tinha os mesmos cabelos loiros e olhos vermelhos que a Mônica. Suas aparências eram semelhantes, e eu tinha a sensação de que as havia encontrado quando Octō me sequestrou no Labirinto. Ela tinha os traços da irmã mais velha da Mônica.
A maior diferença entre ela e a autômato teria que ser o peito.
As três unidades mudaram suas poses.
— Maria-chiquinhas, Unidade Um!
— Beldade Morena, Unidade Dois!
— Quando sou exatamente igual a Unidade Dois, o que esperam que eu diga? ... Então rabo de cavalo será. Rabo de Cavalo, Unidade Três! Uma beldade que também tem rabo de cavalo!
Unidade três rapidamente fez um rabo de cavalo, mas apesar de levantar meus olhos para elas, meu rosto ainda estava enterrado no meu travesseiro.
Quando Mônica se levantou, ela tinha brocas equipadas em ambas as mãos. Um som grave ressoava pelo quarto, e mesmo se eu quisesse dormir, não conseguia.
— Seus pedaços de sucata degradados! Não saiam flertando com o meu frangote. Vou desmantelar vocês na hora!
Mônica enfrentava as três golens, pegando sua arma e montando uma postura. Arremessei o travesseiro.
— Caladas, todas vocês! Eu estou indo dormir!
Dizendo isso, envolvi o cobertor em torno de mim, colocando as três Valquírias em pânico. E recuperando o travesseiro, e coletando meu equipamento, Mônica falou.
— Ouviram ele, agora, seus pedaços de sucata sem valor feitas para mais nada além de batalhar podem se mandar e ir andando. Eu sozinha sou mais que o bastante para esse maldito frangote.
A sensação da minha consciência estava sendo sugada, e as vibrações implicavam que os monstros tinham chegado à muralha.
Uma voz veio da Joia:
Era a voz gentil da Milleia-san.
『Puxa vida... Lyle, envie sua consciência para cá um pouquinho.』
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... Apesar de a primeira muralha estar aguentando, a superfície da segunda muralha estava sendo manchada camada atrás de camada de materiais especiais.
Alette dava ordens sobre a muralha, enquanto assistia a cena diante de seus olhos.
Esse ponto era igual ao da fortaleza na retaguarda.
A primeira muralha tinha sido feita com sua destruição como premissa. Mas para suportar o exército de monstros, a segunda foi construída com muito mais firmeza.
A muralha era alta, e cerca de oito mil tropas se posicionavam lá,
Esses números incluíam Aria, Alette, e seu ajudante. Creit e Albano, todos os talentos estavam reunidos.
Damien também estava na segunda muralha. Com seus autômato e golens, ele era confiável o bastante como força de batalha.
Os monstros tinham começado seus ataques nessa muralha.
De seu topo, flechas eram atiradas, e magias disparadas, enquanto o lado humano empregava intensa resistência. Mas em uma situação onde o Lyle estava ausente, não conseguiam usar seus recursos otimizado.
Onde defender, e onde mirar.
Enquanto protegiam uma muralha muito mais grossa, a oposição estava bastante discrepante.
Em tal lugar, Alette agia como suporte da Aria.
— Muitos monstros problemáticos. Após derrotar tantos assim, em pensar que havia mais.
Aqueles em volta lançavam magias no troll agarrado ao portão. Mas o resultado tinha sido obviamente um exagero.
Não era culpa da Aria, que havia sido deixada na posição de comando, o Lyle simplesmente era absurdo.
Ele tinha uma compreensão do todo, e a velocidade de sua transmissão de informações era anormal. Dominando o comando de uma porção de Skills da classe suporte, suas ordens também eram precisas.
— Teria sido melhor se ele estivesse apenas comandando da fortaleza.
Ela sabia que não era possível, mas um campo de batalha sem o Lyle tornara-se dividido em um instante.
Os Cavaleiros e soldados de Zayin certamente seguiriam suas ordens. Ele era o herói que tinha recuperado o país com apenas cem homens. Os civis provavelmente também lutariam por ele. Essa era o quão alta sua popularidade era em Zayin.
Mas as coisas eram diferentes para os Cavaleiros e soldados de Lorphys.
Eles sentiam dívida até certo ponto. Até certo ponto, apenas.
O povo deles se opunha a lutar ao lado dos soldados de Zayin. Lutando ombro a ombro com aqueles que estavam planejando invadir há não muito tempo era algo que a própria Alette se opunha.
Se uma ordem não tivesse vindo do alto escalão, ela provavelmente teria protestado.
E na realidade, a maioria dos Cavaleiros protestou. Por que eles tinham que arriscar suas vidas por Beim?
Eles realmente tinham um favor a pagar, porém muitos não conseguiam entender por que tinham que ir tão longe.
Alette, que tinha ouvido os pensamentos do alto escalão, quis contestar ao ouvir que o despache das tropas era por conta de dívida financeira. Mas ter Beim espremendo uma quantia imensa deles no futuro também não era uma história divertida para se contar.
Movendo seus subordinados relutantes, e freneticamente enfrentando o exército de monstros, Alette ofereceu um olhar de relance para Aria.
(Muito pouca experiência. Como uma soldada liderando uma pequena força, ela pode ser capaz, mas e quanto a uma comandante suprema?)
Talvez Aria também estivesse sentindo o peso de sua falta de experiência enquanto fazia uma expressão vexada.
As garras de um grifo que aterrissou sobre a muralha perfuraram o peito de um dos soldados.
— Eu irei...
Quando Aria pareceu estar prestes a correr em seu socorro, Alette a segurou com uma mão.
— Um comandante não se move!
— Mas o Lyle...
Lyle podia dar ordens enquanto agia no campo de batalha. Mas não havia como a Aria ser capaz de fazer tal coisa.
— É impossível para você. Um comandante deve confiantemente se portar como um comandante.
A atual Aria podia vencer facilmente contra o Dragão Terrestre, e tinha provado sua força para os soldados. Mas sem a proeza para o comando, fazer ela se mover por aí seria problemático. Era melhor mantê-la parada.
— Despache um Cavaleiro. Prenda-o, e ganhe tempo!
O soldado falecido era um de Lorphys. Apesar de sua amargura, Alette continuou dando ordens.
Aria bateu seu punho contra uma parede próxima.
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Dentro da Joia.
Cambaleei pela sala da mesa redonda enquanto era exortado ao meu quarto de memórias.
Os outros ancestrais não estavam lá.
Eu queria ouvir a opinião deles sobre a batalha, mas ninguém saía.
— Hm, há muita coisa que quero perguntar.
Quando falei isso, Milleia-san se aproximou de mim, empurrou ambas as mãos contra minhas costas, e me empurrou para o quarto.
『Tá, tá.』
Sem minhas palavras alcançarem-na, fui empurrado ao meu quarto. E enquanto fiz a curva na passagem, um sol cálido e vento gentil trouxeram o cheiro de vegetação ao meu nariz.
Havia uma única árvore, e um pano estava aberto embaixo dela.
Uma cena que eu vira uma vez antes.
Com minhas costas empurradas, caminhei colina acima todo o caminho até onde a árvore fazia sua sombra. Milleia sentava-se no lençol, e batia a mão levemente contra seu colo.
『Aqui.』
— ... Pois não?
Enquanto eu falhava em compreender, ela sacudiu seus ombros.
『Almofada de colo. Sua irmãzona Milleia está lhe oferecendo uma almofada de colo. Está barulhento demais lá fora, então você preferiria dormir em um lugar quieto assim, certo?』
Ouvindo isso, escolhi me opor. Para ser honesto, me sentia embaraçado, porém o mais importante, havia uma guerra ocorrendo lá fora.
Está realmente tudo bem relaxar aqui? Era como eu me sentia.
— Hm, eu...
Como se tivesse entendido tudo pela minha expressão, Milleia-san puxou minha mão, e abraçou minha cabeça. Seu peito acertou meu rosto, mas por alguma razão, isso pareceu gentil. Meu coração não acelerou.
『Apenas descanse por enquanto. Lyle, se você se forçar demais, ficará todo desgastado. Apenas se solte moderadamente. Por que é que os homens Walt sempre tentam bancar os durões tanto assim?』
Enquanto dava risinhos para si própria, aceitei sua oferta para a almofada.
O vento era confortável, e eu sentia que iria relembrar algo. Quando eu fechei meus olhos, me senti ser levado por esse senso de conforto.
『A Primeira Geração se esforçou demais e a Segunda Geração teve seus problemas. A Terceira Geração arriscou sua vida para proteger o território. A Quarta Geração administrou o território desesperadamente. A Quinta Geração, especialmente, sofreu. Meu irmão... a Sexta Geração também teve sua própria porção de problemas. O Brod, dependeram dele, e isso o levou ao seu limite... não, errado. Estou certa que ele acreditou que era necessário, então deixou acontecer.』
Enquanto me deixava descansar em seu colo, ela acariciava minha cabeça. Sentindo algo nostálgico, eu escutava suas palavras.
『... Lyle, você poderia ter jogado tudo de lado. Você não precisava ter se forçado até aqui.』
Eu falei quietamente.
— Mas eu não posso mais voltar. Eu preciso seguir em frente.
Talvez a Milleia-san tenha notado meus sentimentos.
『É doloroso ver as mortes daqueles lutando por você?』
— Muitos morreram por causa de mim. E daqui em diante, bem... muitos mais irão morrer.
No momento em que jurei lutar contra a Celes, havia me decidido a proteger. Mas na realidade, era culpa minha que muitas pessoas agora estavam mortas.
Às vezes, eu me sentia perdido. Mas parar aqui não era algo que eu seria capaz de perdoar.
Milleia-san simplesmente ofereceu palavras gentis.
『Mas você se decidiu a lutar, certo?』
— ... Sim.
『Então precisa descansar quando é hora de descansar.』
E enquanto sentia minha mente se distanciando, ouvia sua voz:
『Lyle, eu mal posso esperar para ouvir sua resposta. Você vai erguer alguém, ou tomar posição pessoalmente? Todos nós não conseguimos deixar de...』
Eu não consegui captar o final. Mas relembrei a fonte dessa sensação nostálgica.
(Certo. Era o senso do calor de uma mãe... então tinha esquecido até mesmo uma coisa dessas.)
Nesse espaço com vento cálido e gentil, adormeci.
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Quando abri meus olhos, o quarto já estava escuro.
E me levantando, ouvi a respiração de alguém dormindo.
Criando uma luz mágica em minha mão esquerda, encontrei a Miranda. Miranda que se assemelhava a Milleia-san estava agora me oferecendo uma almofada de colo.
Impactos chegavam até o quarto onde eu estava, então fiquei curioso a respeito da situação exterior.
Havia água preparada por perto, então peguei a jarra, pus um copo para mim, e bebi.
Miranda abriu seus olhos.
— Oh, bom dia.
Ela me cumprimentou com uma expressão sonolenta. Por que ela estava aqui? Por que tinha me dado uma almofada de colo? Havia muita coisa que eu queria perguntar, mas ao invés disso, passei um copo de água para ela.
Enquanto ela aceitava e dava um gole, um choque chegou ao quarto de novo.
— Parece que estamos sendo bastante pressionados.
As Skills... Mapa, Busca... usando-as, conferi a situação nos arredores. Enquanto pensava ter descansado um pouco demais, Miranda deixou a cama, e se espreguiçou.
Ela vestia pouco mais que uma camisa sobre suas roupas de baixo, uma aparência inexplicavelmente indefesa.
— Agora, tenho certeza que está difícil para a Aria sozinha, então vamos fazer nosso melhor também.
Quando a Miranda disse isso com um sorriso, ofereci um pedido de desculpas:
— Desculpe. A Novem está na retaguarda. A Clara no Portador, focada no transporte. Eva teve que se retirar, e a May se moveu às próximas preparações, então...
Shannon estava na retaguarda auxiliando a Novem.
Nas linhas de retaguarda, a reorganização das tropas que tinham se retirado era realizada. Tenho certeza que serão despachados para essa muralha no futuro próximo. É claro, aqueles posicionados nesta muralha no momento, certamente também seriam enviados para trás em breve.
Miranda ofereceu um sorriso maroto.
— Bem apenas deixe as coisas para a confiável Miranda-san.
Foi o que ela disse.
Quando sorri, ela sorriu em resposta.
— Essa é uma ajuda enorme. Quando o esquadrão da Eva retornar, farei você recuar por um tempo. Depois disso, as coisas começarão para valer.
Nisso, Miranda chegou perto de mim. Ela envolveu ambos os braços atrás do meu pescoço, e trouxe seu rosto para perto do meu.
— Deixando isso de lado, os efeitos da sua Skill foram cortados, então posso contar com você para isso?
Desviei meus olhos um pouco, mas quando assenti, ela sorriu. Miranda trouxe seu rosto para perto, fazendo com que fosse eu a ser beijado.
De dentro da Joia, os ancestrais que estiveram assistindo silenciosamente começaram a vaiar.
Em ordem:
『Você está passivo demais, como sempre. Tente aprender alguma coisa do sr. lyle.』
『Aprenda um pouco mais a criar um clima, Lyle. Que lamentável é ter que deixar isso para a outra parte.』
『... Nunca faça isso na frente dos soldados. Exiba esse flerte no campo de batalha, e não vai acabar apenas com um pouco de sede de sangue.』
『Mas para um beijo ser necessário se a Skill for interrompida... Existe aquela história sobre como a manifestação de uma Skill é baseada nos desejos do indivíduo, certo? Lyle, será que você realmente estava querendo isso?』
Mas que momento esse que esses caras escolheram para falar? Beijado no abraço da Miranda, de repente comecei a me sentir embaraçado.
Enquanto sua língua entrava em minha boca, Milleia-san escolheu falar também:
『Lyle, passe seus braços em volta da cintura dela. Abrace-a forte! Abrace-a muito forte!』
Ela estava animada.
Eu estava começando seriamente a duvidar se ela era a mesma pessoa com quem estive interagindo antes.