Volume 11
Capítulo 12: Exército de Monstros
Quando fui ao depósito da mansão para ver o trabalho do Damien, o neto do velho Letarta veio até mim.
Ele carregava um caixote de madeira, e tinha trazido uma muda de roupas para o velho Letarta, que havia ficado noite após noite para trabalhar.
O que o velho Letarta puxou da caixa era arma chamada de Katana, aparentemente.
— Então está finalmente completa!
Mônica pareceu deleitada, mas o neto do velho fazia uma expressão bastante cansada.
— Encomendar uma arma customizada da qual nunca ouvi falar em uma época tão ocupada... agora escuta aqui, você nunca me disse quantos passos seriam necessários para fazer só uma, falou? Que infernos de polimento?
A razão de sua fadiga provavelmente era porque o exército de monstros estava prestes a se manifestar. Os ferreiros tinham sua porção de coisas a preparar.
Mesmo assim, com uma encomenda de forja para uma arma inédita, o jovem anão havia feito seu melhor para completá-la... sozinho.
Sentindo-se bastante apologético, olhei para a caixa, encontrando cinco espadas de formas ligeiramente diferentes. Letarta olhava para uma delas.
— Posso ver?
— Não me importo. A arma é sua. Tenho certeza que precisa de alguns ajustes, então use meu neto como bem entender.
O jovem anão deixou seus ombros caírem.
— Como você espera que eu ajuste uma arma desconhecida...
O velho Letarta retornou a lâmina à sua bainha. Estendendo sua mão para outra, ele conferiu cada katana, uma após a outra.
— Bastante considerado da sua parte em usar cabos de sabre para elas, mas... não tem algo errado?
Quando ele inclinou sua cabeça, apenas a Mônica parecia feliz, enquanto recém virava sua cabeça para nos olhar.
— É assim mesmo.
— Não, não importa como se veja, isso é...
Enquanto o velho Letarta parecia confuso, peguei uma em minhas mãos, e a desembainhei. Ela tinha uma curva gentil, e havia belas ondulações perto do fio.
Só de olhá-la me fez sentir absorvido, mas ela utilizava um cabo fechado de sabre destinado a uma mão, e só em segurá-la já me fez sentir sua dificuldade de uso.
Corte, estocada, postura, como resultado de testar essas ações, eu... retornei ao depósito, e desci meu punho na cabeça da Mônica. Suas marias-chiquinhas douradas balançaram.
— É para um uso completamente diferente! Mas que parte disso é similar o bastante!? Essa é uma arma completamente diferente! Além do mais, ela é definitivamente feita para duas mãos!
Mônica segurou sua cabeça com ambas as mãos.
— Está tudo bem. Porque ela é legal.
Agarrei as marias-chiquinhas, e as puxei em direções opostas.
— Espera! Minhas preciosas marias-chiquinhas serão arrancadas! Meu precioso cabelo! Para! Mas, se você quer elas tanto assim, eu posso fazer ele crescer de volta em um instante, então não me importo em dá-las para você... não é como se eu gostasse de você ou nada do tipo.
Então ela está zangada, feliz, ou o quê?
Entreguei a “katana” ao jovem anão.
— O que devemos fazer? Você quer que eu a encurte um pouco?
— Não, mantenha assim. Enfim, eu tenho outro pedido para você, então gostaria que priorizasse isso.
— ... Eh? Nunca ouvi nada sobre isso.
O jovem anão olhou para Letarta, enquanto o velhote terminava de olhar a lâmina final.
— Estou ocupado, então você vai pegar o pedido. O que foi? Há horas onde você pode experimentar crescimento através do trabalho. Tenho certeza que aquele meu genro está ocupado, então faça seu melhor.
O jovem deixou seus ombros caírem mais uma vez.
Acima da mesa de trabalho do velho Letarta, havia uma porção de braços femininos, com as partes de cima dos braços se ramificando em engenhocas mecânicas. Algumas partes de coxa e pés estavam penduradas na parede do depósito.
Elas tinham silhuetas femininas, e estavam sendo seriamente desenvolvidas.
— As coisas estão indo favoravelmente por aqui?
Quando olhei para a mesa e confirmei, o velho Letarta assentiu.
— Quando aquele moleque Damien terminar o corpo principal, tudo o que teremos que fazer é montá-las. Já terminei a blindagem também, mas ainda estou ponderando se asas de pássaros reais ou asas mecânicas são melhores.
Eu queria dizer a ele para não se preocupar com uma coisa dessas, mas parecia que ele estava seriamente ponderando isso.
— Desde que termine em duas semanas, pode ponderar o quanto quiser.
Nisso, o velho Letarta olhou para mim.
— Oh? Então os monstros virão em duas semanas? Tem certeza que deveria estar aqui então, irmão?
Cocei minha cabeça.
De acordo com a informação do Rauno-san, os monstros já estavam saindo do Labirinto. Ele havia sido aprofundado de modo inábil, então era de se esperar que as estimativas dos números chegassem a algumas centenas de milhares.
Alguns aventureiros de Beim haviam partido para realizar uma inspeção, e a maioria dos monstros mostrava sinais de estar indo na direção de Beim ao invés de seus vizinhos.
— Meu transporte já está em ordem. O trabalho está favorável daquele lado também. Quanto a mão-de-obra... estou obtendo toda a ajuda que posso conseguir de Zayin e Lorphys ao invés de Beim.
Dessa vez, Clara estava realizando consideráveis contribuições com transporte, e adições ao forte.
Ela propôs a melhor fortificação em seu conhecimento. Com isso como base, preparei fundos, e reuni os materiais e ferramentas necessários.
Depois disso, pude apenas deixar com os artesãos.
Nesse momento, de uma parte isolada do depósito, Damien emergiu vestindo um jaleco de laboratório. A empregada autômato Nº 1 estava ao seu lado, e por alguma razão, parecia bastante contente.
— Huh? Você voltou de novo?
— Eu tinha alguns negócios aqui.
Damien removeu seus óculos, e limpou suas lentes.
— As coisas estão se movendo favoravelmente por aqui. Acho que teremos que iniciá-las no forte, mas devemos conseguir por pouco, eu acho?
— Elas vão se mover direito, não vão?
Autômato.
Ao contrário da espécie da Mônica, era algo muito mais primitivo, ou assim disse Damien. Mas podia-se chamá-las de autômatos básicos especializados em batalha.
O velho Letarta falou:
— Elas devem se mover, mas o problema é que não sabemos a extensão das habilidades que podem exibir. A força de um golem dependia totalmente do humano controlando-o. Mesmo se criar golens que possam se mover por conta própria, como devemos saber o quão alta sua performance será?
Damien colocou seus óculos de volta.
— Nós conseguiremos, então fique tranquilo. Eu sempre quis um teste de performance em batalha real. Então por que você voltou dessa vez?
Eu soltei um suspiro:
— ... Para pegar as armas de fogo. Também preciso obter munição e coisas assim na Vera.
A vera disse que iria ao Forte Redant também, mas como esperado, isso era demais para o Fidel-san permitir.
Os valiosos marinheiros não podiam ser emprestados pela Casa Trēs também, então teria que ensinar como usar as armas por lá.
Eu queria preparar tantos arcos e bestas quanto possível, mas Beim também estava reunindo essas armas, então era uma situação onde não se podia comprá-las, mesmo tendo o dinheiro.
— Ouvi que você provocou bastante aquele fedelho Fidel. Você não se importa com a sua vida? Aquele fedelho é um mercador de Beim. Se estiver com vontade, pode enviar um povo esforçado.
Letarta soava preocupado, mas eu apenas dei de ombros.
— Estou abanando as chamas dele apenas até o limite, então está tudo bem. E ele não é do tipo de pessoa que ataca em uma hora dessas.
Sabendo que eu iria para o forte, ele ficou bastante alegre no começo. Por ele ter prometido suporte, alguns outros mercadores enviaram ajuda porque a Casa Trēs estava fazendo isso.
Dentre as katanas deixadas na mesa, peguei uma em mãos.
— ... Irei pegar uma emprestada.
O velho Letarta riu:
— É sua de qualquer jeito.
Mônica havia arrumado suas marinhas-chiquinhas, e me vendo pegar uma katana e pendurá-la em minha cintura, ela ficou bastante animada.
— Frangote, mas que legal!
Ela falou isso com ambas as mãos no ar. Isso me irritou, então belisquei suas bochechas.
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Montando a May em forma de qilin, eu olhava para o chão de cima.
A entrada da caverna que uma vez fora um Labirinto se abria amplamente, e dela saía um monstro após o outro. Uma corrente ininterrupta de monstros. O vilarejo próximo já havia sido queimado.
Eu estava vendo de longe então não podia ter certeza, mas aquilo não era o trabalho de monstros.
Parecia que eles haviam recebido retribuição por mãos humanas.
Atrás de mim, a Shannon se segurava em mim com uma corda amarrada em seu corpo. Ela tremia, e considerando a altura em que estávamos, ela estava devidamente usando um casaco.
— Está com frio?
Quando perguntei, ela se virou para mim.
— Estou com medo! Por que você está tão calmo tão alto assim no céu!? Não se esqueça que eu agora consigo enxergar através da linha entre nós!
Uma choramingante Shannon compartilhava a informação visual que eu recebia.
A razão para tê-la levado junto era que seus olhos eram necessários para reconhecimento. Minhas Skills... a Dimensão do Quinto criava um mapa tridimensional, e acima disso, a informação da Busca do Sexto cobria o chão em vermelho puro.
Não havia sentido em contar números a esse ponto, mas não importava como se visse, isso não estava em uma escala de dez mil... Centenas de milhares de monstros saíam do Labirinto, com seus números ainda crescendo.
May estava de bastante alto-astral, e sua atitude era a de estar prestes a partir para atacar a qualquer momento.
— ... Não tenho companheiras algumas nesta região, mas enviei uma mensagem, então devem se reunir depois de um tempo. Mesmo assim, tem certeza que deve apenas deixar isto como está?
Monstros se amontoavam sob meus olhos. Suas ominosas vozes chegavam ao céu, e confirmei a forma de um grifo.
Não só orcs e ogros. vi um dragão terrestre também.
Eles ainda não haviam partido em nossa direção, mas havia muitos monstros capazes de voo.
Um dos maiores medos de um Labirinto fora de controle era o fato que seu exército de monstro nunca recuaria. Sua maioria se moveria para atacar grandes cidades humanas, e após destruí-las, se espalhariam pela área.
Se fosse um Labirinto onde ninguém havia posto os pés antes, mesmo se saísse de controle, a escala se manteria pequena. Mas nutrido por mãos humanas, um Labirinto descontrolado podia produzir legiões sobre mais legiões massivas.
E essa escala de números partia para grandes assentamentos sem nunca parar, e os pisoteava ao chão.
— Isso é um pesadelo... May.
Agarrei a Joia em minha mão esquerda, e a transformei no arco prateado. Quando movi meu corpo, Shannon me abraçou desnecessariamente forte.
Alto no céu, puxei o arco, e produzi uma flecha de luz. Começando como uma forma vaga e brumosa, quando assumiu a clara forma de uma flecha, usei uma Skill.
— Seleção...
Com a Skill do Segundo, fiz minha mira nos monstros abaixo.
Eu queria cuidar dos problemáticos antecipadamente. Aquele que eu deveria esmagar não é o dragão terrestre É o grifo.
E os monstros alados.
Os monstros que apenas podiam ser vistos como pontos ao longe, travei minha mira naqueles capazes de voar, e disparei as flechas.
Bati o pé contra a barriga da May, e continuei disparando flechas enquanto ela corria.
Quando disparei cinco flechas, a primeira acertou o grifo de frente. Logo depois disso, os movimentos do monstro aceleraram, e os monstros alados no céu ascenderam, e alçaram aos céus.
Cem, duzentos, quinhentos...
A horda de monstros alados crescente moveu-se de um lado para outro a fim de nos encontrar. Com eles em nosso encalço, imediatamente começamos a fugir.
Eu disparava flechas, abatendo cerca de cinco outros monstros, e observei um grifo e hipogrifo caírem ao chão.
Shannon olhou para os monstros, e berrou:
— O que você fez!? Agora ele estão nos perseguindo!
May ainda achava pouco.
— Você deveria acabar com eles mais explosivamente.
Continuei a atirar nos monstros nos perseguindo, e continuei abatendo eles. Eles não eram capazes de acompanharem a velocidade da May enquanto ela corria pelo ar.
Mas um dentro os monstros...
— Uau, um problemático apareceu.
Me virei para verificar inimigo que a May chamou de problemático.
Um corpo negro, com um bico longo e amarelo, um monstro semelhante a um pássaro se aproximava de nós rapidamente.
Suas asas abertas era adornadas com padrões oculares vermelhos. Enquanto olhava para aqueles olhos se sugando, Shannon beliscou meu rosto.
— O que foi!?
Segurei minha bochecha, e ela soltou sua mão direita.
Shannon olhava para mim com olhos lacrimosos.
— É porque você estava prestes a ser sugado, maldição!
Eu não entendi porque ela soava como se isso fosse literal, mas May explicou:
— Esse é o tipo de monstro que ele é. Esqueci que do que vocês humanos passaram a chamá-lo, mas antes que perceba, não será capaz de se mover.
Nisso, o Terceiro me ofereceu conselhos.
『Eu não conheço. É raro? Bem, deixando isso de lado... Lyle, não é como se o único ponto positivo da minha Skill fosse seus efeitos em inimigos, sabe?』
O Terceiro falou isso, então relembrei e usei a Skill... Mente.
Era uma Skill que gerava interferência mental, então podia bloquear esses tipos de ataques psicológicos.
Pus minha respiração em ordem, puxei o arco com toda a minha força, e lancei uma flecha no inimigo se aproximando em ritmo alucinante.
O inimigo mergulhou de nariz para esquivar-se, mas sem perder velocidade, a flecha perseguiu.
— É rápido.
— É por isso que são problemáticos. Até para qilins, ele às vezes come os pequeninos.
Enquanto May dizia isso, testei outra flecha. O monstro continuou a esquivar a flecha perseguidora, e girou para evitá-la no ar.
Sem acertar seu alvo, a flecha de luz desapareceu.
— Ele esquivou logo antes de acertar? Esse daí realmente é problemático.
Disparei uma terceira e quarta, e o monstro correu pelo céu perseguido de múltiplos lados. Após livrar-se delas, começou a subir de novo em nossa direção.
Seu corpo era maior que o da May, e as garras em suas pernas pareciam extremamente afiadas. Negras, com roxo nas pontas, essas garras emanavam ares de serem venenosas.
— Elas têm um veneno forte, então se cuide. Humanos podem morrer só de tocar naquele líquido, sabe.
Ouvindo o conselho da May, Shannon se grudou em mim, e berrou:
— Por que você me trouxe junto!?
Pensei que ela podia cumprir sua parte do trabalho com reconhecimento, mas sua explosão chorosa não nos fazia bem algum.
Ouvi o suspiro da Milleia-san, enviando um leve calafrio pelas minhas costas.
『Puxa vida. Como ela pode ser tão inútil quando tem o poder desses olhos... Ela é fofa, vou admitir, mas vai precisar de um pouco... esquece isso, de muito treinamento.』
Ouvindo isso, o Quinto silenciosamente...
『Acho que a Shannon é melhor do jeito que está, sabe.』
Disse isso.
(Que tal vocês se preocuparem comigo também!)
Levemente irritado, respirei fundo, e puxei o arco. Com minha respiração em ordem, fitei o monstro sobre a May em aceleração.
— ... Cima&Baixo.
Quando use a Skill do Quarto, a velocidade da May subiu ainda mais. Em contraste, os movimentos do monstro repentinamente ficaram torpes.
Mas ele usou algum tipo de Skill para se livrar dessa interferência.
— Esse daí realmente é forte.
Pensando ter encontrado um monstro e tanto, carreguei minha mana no tiro seguinte.
O monstro moveu-se para esquivar, mas a flecha explodiu no caminho, partindo-se em uma dúzia de projéteis.
Cercado, sem ter para onde fugir, o monstro foi perfurado por dúzias de flechas, e partiu-se.
Ele caiu ao chão em pedaços.
Esfreguei meu suor, antes de sondar os arredores para ver se havia quaisquer outros monstros do mesmo tipo. Não parecia haver nenhum, mas esse era um monstro bastante terrível de se encontrar.
E olhei para a Shannon que se agarrava às minhas costas. A linha havia sido cortada em algum momento, então me perguntei o que havia acontecido...
— Ela perdeu a consciência agarrada às minhas costas.
Vendo o branco de seus olhos, soltei um suspiro.