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Intervalo: Início – Arco da Celes
A existência de seu irmão estava no caminho.
Não importava com o que ele se deparasse, não importava que problemas encontrasse, seu irmão resolveria tudo com um sorriso... Lyle Walt era um incômodo.
A garota que pensava isso estava prestes a ter seu sétimo aniversário. Seu irmão Lyle, faria nove.
Um irmão dois anos mais velho. Algo repugnante.
O Território Weihs. A cidade em seu centro era uma das proeminentes cidades da Monarquia de Bahnseim. Era um território de antigos senhores feudais que tinham dado seu sangue para completá-lo.
Até mesmo a Casa Walt, uma vez chamados de emergentes, agora gabava-se de uma história de duzentos e cinquenta anos, junto a numerosas conquistas. Eles ascenderam até o posto de nobres mais proeminentes em Bahnseim.
Na Casa Walt... Celes Walt era mais outra da influente linhagem nobre Walt.
A mansão da Casa Walt estava ocupada com a celebração do aniversário do Lyle, mas apesar de atarefada, estava envolta em uma atmosfera alegre.
Quando Celes deixava seu quarto, ela botaria um sorriso na cara e passaria seus dias com esse sorriso engessado no rosto. Para assim não mostrar o que havia por dentro. Se ela se opusesse ao irmão, sabia que simplesmente seria derrubada.
Havia uma diferença de habilidades... mesmo entre irmãos, essa diferença entre Lyle e Celes era maior que uma enorme muralha, ou duas, ou três.
Ambos carregavam o mesmo sangue de Septem. Ambos tinham despertado às profundezas de seu sangue. E ainda assim, seu irmão, Lyle, não parecia dar a mínima para nada disso.
Enquanto olhava para fora da janela de seu quarto, uma ruga agraciava o cenho de Celes. Ela olhava para as pessoas trabalhando pela mansão.
— ... Que repulsivo. Cada um deles, todos, nojentos.
Colocando suas expectativas sobre seu irmão, Lyle, e louvando seu irmão Lyle. Isso era algo imperdoável para Celes.
Mas se ela deixasse isso se mostrar do lado de fora, ela não sabia o que seus pais diriam. Se descobrissem, havia a chance de enviarem a Celes para algum outro lugar a fim de proteger o Lyle. No pior dos casos, talvez ela até fosse passar sua vida toda confinada.
E isso em particular Celes queria evitar.
Então ela aguentou seu ódio, e passou todo dia cheia de sorrisos e risadas.
Embora ambos carregassem o sangue da Septem, era como se estivessem partidos em Yin e Yang, Celes e Lyle eram opostos.
E quanto mais o Lyle brilhava, mais sombria ficava a sombra de Celes.
Enquanto soltava raiva livre nos confins de seu quarto, ela ouviu uma batida na porta.
— Celes-sama, o mestre a chama.
Ouvindo a voz de um servo da mansão, Celes soltou uma voz fofa e adorável. Sua expressão era assombrosa, mas o que saíra de sua boca fora incalculavelmente adorável.
— Tô iiiindo~.
Antes de deixar o quarto, ela mudou sua expressão, e com um sorriso, acompanhou o servo até seu pai, Maizel.
Vendo o sorriso de Celes, o servo pareceu alegre. Ele acreditava que o sorriso falso de Celes era genuíno.
Um sorriso verdadeiramente alegre. Celes não tinha dúvida nenhuma de que todos viam dessa forma.
(Todos eles realmente têm buracos de fechadura no lugar dos olhos. Bem, não dou a mínima pra isso. Mais importante, o papai. Tenho certeza que é do meu aniversário. O que será que eu devo pedir.)
Seus amados pais. Apesar de tratar todos os humanos igualmente como lixo, Celes não queria ser odiada apenas pelos seus pais. Ela tinha um forte desejo de ser amada.
Isso também vinha do sangue da Septem em suas veias.
O corredor da mansão.
Com sua conversa com o Maizel terminada, Celes andava pelo caminho de bom-humor. Atualmente ela estava sozinha, mas estava tão feliz que podia ter começado a dançar.
(Montes de vestidos preparados especialmente para mim. Ele parecia meio sem jeito, mas se é o papai, ele definitivamente vai realizar meu desejo.)
Quando foi perguntada o que queria para o aniversário, Celes tinha pedido um vestido. Não só um vestido. Calçados e acessórios combinando. Ela tinha pedido vários conjuntos.
Maizel parecia atribulado, mas parecia pretender atender os desejos de sua adorável filha. Era esse fato em particular que deixava a Celes mais alegre do que qualquer presente seria capaz.
Nisso, do outro lado do corredor, Lyle veio caminhando.
O astral de Celes imediatamente mudou para o absoluto pior, mas ainda assim ela mostrou seu sorriso e cumprimentou o Lyle.
(Bem, hoje eu estou de bom-humor, então acho que posso dar um brinde. Essa coisa é problemática quando é enfurecido.)
— Querido irmão, está indo até o pai também?
Nisso, Lyle sorriu e assentiu.
— É, fui chamado. Acho que é sobre seu aniversário, mas... O que é isso? Parece que você está realmente feliz hoje. Geralmente você me dá um sorriso muito mais assustador, mas esse daí definitivamente combina mais com você.
Nesse instante, um calafrio correu pelas costas dela.
Lyle continuou sorrindo enquanto prosseguia e passou por ela. Ele a chamou, mas para a atual Celes, era como se não tivesse escutado nada.
— ... Não pode ser. Deveria ter sido perfeito. Meu sorriso foi perfeito... Esse daí... ele notou tudo.
Inexpressiva.
Celes foi assolada por inquietude, inveja, ódio. Várias coisas se pressionaram contra ela de uma vez só. Ela tinha sido completamente vista.
Quando pensou isso, Lyle tornou-se insuportavelmente assustador.
Mas ao mesmo tempo ele a olhava tão despreocupadamente, gerando um ódio tempestuoso.
(Eu estou sendo... você está me menosprezando, Lyle! Seu lixo! Estrume! Eu não vou perdoar! Eu definitivamente não perdoarei isso!)
Enquanto caminhava pelo corredor a passos rápidos, Celes desejava retornar ao seu quarto de imediato. Ela estava morrendo de vontade de berrar e quebrar algo.
Enquanto caminhava pelo corredor com isso em mente, encontrou sua mãe, Claire. Parando, Celes apressadamente abateu seus sentimentos e deu um sorriso.
(É perfeito. Meu sorriso é perfeito. Eu estou definitivamente bem.)
Ficando cada vez mais ansiosa, ela virou seu sorriso para sua mãe. Claire deu um sorriso caloroso de volta.
— Celes, falou pro Maizel o que queria?
— S-sim, mãe. Pedi alguns vestidos.
Nisso, Claire levou uma mão ao rosto.
— Se são vestidos, você já tem alguns. E já preparamos um para você, então você terá que vesti-lo. Mas você é uma garota no fim das contas, Celes.
Claire falou isso bastante atribulada, mas não via problema em comprar mais alguns vestidos para a Celes. Ouvindo isso, Celes ficou aliviada. Para Celes, uma bronca de seus pais era como desespero.
— E-eu fui egoísta.
— Está tudo bem. Você está dando o seu melhor, Celes. A propósito, viu o Lyle?
Ela foi elogiada. Mas logo depois o nome do Lyle surgiu.
Sua mãe estava procurando pelo Lyle.
— ... Ele foi até o pai.
— Entendo. Obrigada, Celes. Aquele garoto também está crescendo, então quero preparar algumas coisas para ele. Ele vai precisar de um cavalo e uma arma antes dos quinze anos. É mesmo! Celes, você quer escolher um presente para o Lyle comigo?
— Um presente?
— Irei preparar um cavalo ou armadura. O Maizel disse que queria dar um sabre com as próprias mãos, e não escutaria mais ninguém sobre esse assunto. Então decidi pelo cavalo ou a armadura. Quando a hora chegar, pode vir comigo?
A Casa Walt tinha usado uma arma diferente geração após geração. Eram um grupo com fortes características. Talvez não houvesse jeito nisso. Mas o Lyle tinha escolhido o mesmo sabre que seu pai.
Isso fora algo de muita alegria para Maizel.
Celes falava com Claire com um sorriso. Na realidade, ela queria recusar, mas se rejeitasse o amado Lyle de seus pais, ela tinha medo de ser odiada.
— S-sim! Estarei lá.
— Isso é bom. Ah, mas você tem que guardar segredo. Com esses tipos de coisas, eu quero que seja uma surpresa quando der o presente. Mas aquele garoto é esperto demais. Estou preocupada se conseguirei surpreendê-lo ou não. Celes, vamos juntas comprar o presente do Lyle na próxima vez.
Com essas palavras, Claire foi até o Maizel e o Lyle. Celes se despediu dela com um sorriso, mas quando ficou fora de vista, sua cabeça caiu. Não havia ninguém em volta.
— ... É o meu aniversário... mas eles só ficam falando do... imperdoável. Eu definitivamente não vou perdoar. Eu quero tirar tudo dele. É tudo... é tudo meu. Não darei absolutamente nada pra ele.
Celes mordeu seus lábios.
Mas ouviu uma voz.
『Essas são emoções bastante turvas. Mas nada mal. Nada mal mesmo... Celes.』
Celes olhou em volta. As únicas pessoas na mansão que podiam se referir a ela sem honoríficos eram seus pais, ou assim tinha ela decidido internamente.
Outra pessoa a chamando assim era algo que não podia ser permitido.
Mas não havia ninguém em volta.
『Não fique tão zangada. Eu sou sua aliada. Os sentimentos que dirige ao seu irmão... eu entendo. Isso mesmo. Nesse caso... eu posso até ajudar você caso queira.』
— ... Quem? Isso não é muito engraçado para uma piada.
『Não é piada nenhuma. Deixe-me mostrá-la evidência. Lembra do quarto da sua avó. Atualmente ele não está sendo usado. Vá até lá.』
Apesar de irritada, Celes foi até o quarto de sua avó, Zenoire. A voz vinha de uma mulher. Fascinante, mas apesar disso, era uma voz que ela nunca tinha escutado antes na mansão.
Talvez pertencesse a um assassino. Mas curiosamente, os pés de Celes foram até onde a voz designara.
Elas estavam conectadas por algo. Celes tinha notado a conexão.
E entrou no quarto. Naquele quarto que era limpo regularmente, a voz a guiou para debaixo do piso. Além do mais, escondido sob a cama.
Celes se arrastou sob a cama, e tateou pelo chão como instruída para encontrar a porção aberta. Havia várias coisas dentro.
『As outras coisas não importam. Vê uma caixa? Isso, essa daí.』
Era algo que parecia uma caixa de música. Realmente era uma caixa de música. Mas talvez estivesse quebrada, já que não emitia som.
— O que é que tem?
『Fufufu, na realidade há um compartimento secreto. Tem um truque. Tente abrir como eu instruo.』
Esgueirando-se para fora de baixo da cama, ela espanou o suor com as mãos, e tentou seguir as instruções da voz para abrir a caixa. Eram um mecanismo e método complexos. Mas a caixa em si parecia estranhamente pesada. Parecia ser feita de madeira, mas era como se tivesse sido rigidamente selada.
E quando ela desfez aquelas geringonças complexas, encontrou uma gema amarela de alguns centímetros de diâmetro. A voz que ela escutava vinha de lá.
『É um prazer conhecê-la, Celes. Eu conheço você, mas você não me conhece. Meu nome é Agrissa... Você pelo menos ouviu falar de mim antes, não foi?』
— ... Que piada!
Pegando a Joia Amarela na mão, Celes riu um pouco. Mas sentiu poder da Joia. O esplendor amarelo era como aquele da mais requintada gema, um charme que fazia parecer que ela estava sendo sugada.
『Não é uma mentira. Sua avó era minha descendente. Ela também era adorável, mas era teimosa, vê. Ela não queria nada comigo. Originalmente, essa caixa deveria ter sido confiada a outra pessoa para cuidar, mas aquela Zenoire... No final das contas, ela disse que não podia confiar em você, e a manteve escondida. Era um objeto que não poderia ser facilmente jogado fora. Parece que ela estava consideravelmente preocupada... e no final, a chama da vida dela se extinguiu.』
Celes escutou a estória que a Joia contava.
E quando ouviu o que a Joia podia fazer, sorriu amplamente.
Ela falou:
— Você vai me ajudar, não é? Então qual é o preço?
『Oh, não é de se espantar que a Zenoire estava alerta com você. Você parece comigo quando jovem. Isso mesmo... você precisa me entreter. E se chegar a hora que seu último suspiro for dado, ofereça seu corpo a mim. Eu quero reviver.』
Nisso, o sorriso de Celes se extinguiu.
— ... Isso é tudo? Isso é tudo que eu preciso dar para tirar tudo do Lyle? Isso realmente é suspeito. Eu estava certa de que você me diria para dar meu corpo imediatamente.
Ouvindo isso, Agrissa riu.
『Você é firme. Ainda há bastante coragem aí dentro. Entendo, então para você, seu valor é apenas uma ninharia. Mas se pensar no que o meu reviver significaria, seria um problema enorme para o continente.』
Celes escarneceu.
— Se esse é o mísero custo que devo pagar para ter o que quero, está barato. Muito bem, se eu morrer, então faça o que quiser. Isso é tudo que é preciso para obter poder capaz de superar o dele... mais barato impossível.
Enquanto Celes levantava a Joia, ela começou a emanar uma luz âmbar.
『Então que assim seja. Oferecerei meu poder a você. Primeiro, despertemos sua Skill.』
... Nesse dia, Celes pôs as mãos em um poder imenso. Esse encontro espalharia morte e destruição através do continente.
Esse também foi o início da batalha que envolveu todo o continente.
Claire (#゜Д゜): — Não importa como se veja, a criminosa de guerra aqui é a minha sogra! Cuide disso com mais rigor! E espera aí, pelo menos me conta a respeito disso!
Zenoire (#´∀`): — Ei, eu notei a anormalidade da Celes. A mãe que ignorou isso que é a criminosa de guerra. Ou melhor, eu não confiaria em você se minha vida dependesse disso. Além disso, eu te odeio.
Chefe de Oitava Geração (; ・`д・´): — P-pai!? Nessas situações eu fico do lado de quem...?
Chefe de Sétima Geração: (;゛゜’ω゜’): — Seu tolo! Não chegue mais perto! Nós não ouvimos nada. Nós não vimos nada. E a verdade é essa!