Volume 7
Capítulo 114
Vou ser bem sincero e admitir isso.
Eli é muito fofa.
Depois de acordar sem qualquer memória, a primeira coisa que me cativou foi a beleza dela. De lá para cá já me encontrei com várias outras mulheres e toda vez sempre acabo pensando a mesma coisa: Que Eli é a mulher mais bonita deste mundo.
Não há mais ninguém que possa se comparar a beleza dela, mas tenho muita vergonha para lhe falar isso. Embora com toda honestidade, muitas vezes acabo pensando que nenhuma mulher conseguiria se comparar a ela.
Mas afinal, porque decidi começar a falar sobre isso?
Porque pela primeira vez na vida, encontrei uma linda mulher que pode ser capaz de se comparar com a Eli. Sim, não mais bonita, mas certamente as duas poderiam ficar em pé de igualdade!
Isso aconteceu quando fui comprar uma fruta da barraquinha de uma senhora no mercado. Eu tinha acabado de dar uma mordida e estava pensando em como iria conseguir entrar no palácio. Ontem pensei em ir da maneira normal, mas os guardas me chutaram para fora dizendo que a minha aparência era muito suspeita.
Será que o melhor seria pular o muro que nem fiz na Companhia GAP?
O plano era bom, mas tinha um grande risco. Obviamente, passar pela segurança faria com que todos os cavaleiros me perseguissem. Não só isso, o que aconteceria se de repente o príncipe perguntasse quem diabos era eu? Apesar do que o Rail-san tinha dito, essa possibilidade existia, o que era bem perigoso.
Foi enquanto pensava nessas coisas e dava uma volta ao redor que um anjo veio diretamente dos céus.
Havia uma enorme multidão reunida em um canto, então pensei em dar uma olhada no que estava acontecendo e o que vi foi uma quase inacreditável mulher bonita sendo escoltada pelos guardas. Fiquei tão chocado que quase derrubei a fruta que estava comendo.
Ela era tão fofa quanto a Eli… Não, a Eli era ainda mais… não, as duas são igualmente fofas…
— Você parece bastante chocado, jovem.
Ugh, esse cara está certo.
Um velho desconhecido que estava no meio da multidão começou a conversar comigo.
— Está ciente de que não tem a menor chance, não é? Essa garota pertence a uma altura que está muito além de gente como nós.
— Eh, altura? Então ela é realmente um anjo?
— Como se! Ahahaha, esta é Iris-sama, a empregada pessoal do príncipe herdeiro. Até eu tenho uma pintura dela! Quer dar uma olhada depois?
Então esta mulher incrível era de quem Rail-san havia falando antes.
Hmm… preciso admitir, ela é uma gracinha. Além disso, a empregada pessoal do príncipe. Que inveja eu tenho desses dois.
Se nós dois formos realmente conhecidos, tudo bem se eu pedir a ela por um aperto de mão? Não, não! O melhor seria pedir para me ajudar a entrar no castelo!
Com os guardas encarando todo mundo ao redor, tive minhas dúvidas de que acabaria tudo bem e, se duvidasse, me cortariam na hora em que eu tentasse chegar mais perto.
— Iris-sama vem mostrar o seu rosto fora do castelo com frequência. Ela ouve as queixas e opiniões dos cidadãos com problemas, e então relata para o príncipe, que está sempre ocupado com seus deveres.
— Uau, que mulher admirável.
— Sim, realmente admirável. Mas ainda assim, muito, muito além do nosso alcance.
Muito, muito além, hein? — De fato, quanto mais a via, mais sentia que isso era verdade.
Oh, ela está se movendo. — E parecia que logo ela estaria chegando na nossa frente.
As pessoas que estavam mais perto, passaram a se mexer também para abrir caminho para ela. A medida em que ia passando pelas pessoas, Iris-sama ia acenando para todos.
Ah, ela está olhando para esse lado! Talvez quem sabe ela esteja acenando para mim também… merda, sou só mais um espectador agora!
No entanto, essa era uma boa oportunidade. Iris-sama estava agora perto da gente, bem próxima de mim, tão próxima que eu poderia tocar nela. Nossos olhos se encontraram, ela deu um sorriso encantador e continuou a acenar.
— Ah…
Sim, ela acenou para mim! Sou um cara de sorte! Ah não, merda, estou agindo igual a esses velhotes atrás de mim!
Em seguida, Iris-sama continuou a caminhar, se afastando de onde estávamos.
Isso foi incrível. Ela era uma mulher comum que ascendeu até se tornar a empregada pessoal do príncipe e agora estava aqui para ajudar as pessoas com que se importava. Que pessoa maravilhosa. Só ter tido a oportunidade de vê-la de relance já foi o bastante para ganhar o meu dia.
Iris-sama continuou andando no meio da multidão e suas costas foram ficando distantes, distantes, cada vez mais distantes.
Até que ela subitamente parou.
Parecia até que tinha congelado.
Suas costas pareciam bem tensas e ela inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse em confusão.
Subitamente, ela deu meia volta, fazendo seus sapatos darem um estalo alto contra o chão. Incapazes de acompanhar a mudança repentina, os guardas foram deixados para trás por ela.
Iris-sama correu até um determinado ponto, isto é, na minha frente.
— Ei, olhe! Iris-sama está olhando para a gente! — O senhor disse em voz alta.
Eu sabia disso perfeitamente, já que ela estava bem diante de mim. Nós dois ficamos cara a cara e olhamos bem nos olhos um do outro.
Uau, cara que mulherão. Me pergunto se ela vai me dar seu endereço agora ou coisa do tipo. Não, não, não, calma aí, melhor deixar esses pensamentos impuros de lado.
— IR-IRIS-SAMA! ACONTECEU ALGUMA COISA!? — Os cavaleiros que estavam com ela chegaram correndo. Eles a viram olhando diretamente para mim e começaram a me encarar de maneira suspeita.
O resto da multidão começou a se juntar aqui para ver o que estava acontecendo, mas como Iris-sama continuava em silêncio, ninguém mais se atreveu a falar.
— …Por favor, me diga, qual o seu nome? — Foi então que a ela decidiu quebrar o silêncio.
Hm? Ela está interessada em mim? Em mim!? EM MIM!!!
— Kururi.
Ela coçou os olhos e, depois de piscar um pouco, olhou para mim novamente. De repente, ela os fechou novamente e começou a dar tapas com violência nas próprias bochechas.
— EH??? IRIS-SAMA, O QUE ESTÁ FAZENDO!
TÁ MALUCA, MULHER!? NÃO ESTRAGUE UMA PELE TÃO BONITA!
— VOCÊ DISSE QUE SE CHAMA KURURI, NÃO É? MAS É O KURURI, KURURI MESMO!?
— Bem, eu acho que sim… meu nome é Kururi.
— Haaa….
Ela finalmente pareceu relaxar… ou, para ser mais exato, parecia que sua alma havia saído do corpo.
— Ah, aaaawawaawawaw, a-alguém! CAPTURE ELE!!!
Um segundo atrás parecia que sua alma havia escapulido, mas agora ela estava gritando feito louca pedindo para alguém me pegar.
Todo mundo em volta foi surpreendido por isso, mas os guardas não perderam tempo e decidiram pular para cima de mim com as espadas em punho.
COMO É QUE É!? QUE PARADA É ESSA!?
Joguei o velho desconhecido em cima dos cavaleiros e saí correndo na outra direção. Não tive escolha! Eu estava sendo perseguido por soldados armados!
— EI, ESPERA!
Como se eu fosse estúpido de esperar!
Empurrando a multidão para o lado, corri desesperadamente.
◇◇◇
No final das contas, consegui fugir, mas agora tinha cartazes de procurado espalhados pela cidade.
Eu estava vestindo o manto que usei quando vim para a capital real, só que agora precisei colocar o capuz para esconder o meu rosto. Dessa forma, consegui evitar de ser capturado.
Mas ainda assim, porque aquela senhorita tão distinta me queria preso? — Essa pergunta ecoou bastante em minha cabeça.
Naquela noite, fiquei em uma pensão bem vagabunda, onde me deixaram ficar mesmo estando com o rosto coberto.
No quarto, dei uma olhada no cartaz que escondi em minhas roupas.
“Procurado: Kururi Helan.
Por favor, venha para o palácio imediatamente. Ninguém irá ferí-lo, só queremos lhe fazer algumas perguntas.
Pedimos ajuda de qualquer um que reconheça esse rosto, mas por favor, não machuquem!”
A primeira metade provavelmente era uma mensagem para mim, enquanto a outra, para o restante do país.
Ninguém irá ferí-lo… CONVERSA FIADA! ESTÁ DE BRINCATION UITI ME!!!
Consigo avistar essa armadilha a quilômetros de distância! É a mesma coisa de gente que diz “não se preocupe, eu não vou ficar zangado”! Fala sério! Esse pessoal é assustador! Essa capital é assustadora!
Naquela noite, fiquei refletindo sobre que tipo de pessoa eu era. Pensei sobre a expressão chocada que Iris-sama fez e como ordenou aos guardas para que me prendessem.
E foi essa a conclusão que tive:
Antes de perder as minhas memórias, devo ter usado os meus status como nobre e tentado me aproveitar dela, que era apenas uma plebeia.
Só pode ser isso.
Agora que nossas posições mudaram, ela queria me fazer passar pelo inferno em punição ao meu mal comportamento!
Será o fim se me pegarem. Eu serei jogado na cadeia pelo resto da minha vida e, se descobrirem que escapei da prisão na Companhia GAP, com toda certeza colocarão um time de vigília 24h por dia em mim. Não tenho a menor dúvida.
Ah, cara. Isso é mal, muito mal. Preciso fugir da capital o mais rápido possível!
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