Volume 7
Capítulo 115
Desde o dia em que me encontrei com Iris-sama, cartazes de procurado com meu nome estavam circulando pela Capital Real. Não apenas circulado, a seriedade deles era tamanha que o conteúdo foi sendo atualizado diariamente.
Algumas vezes mensagens da própria Iris-sama.
Outras vezes eram mensagens do Príncipe Arc.
E então, mensagens que pareciam ser enviadas pelo Príncipe Lahsa.
Que magnífica amostra de capacidade dessa turma. Eles queriam tanto me pegar que até o nome de príncipes foram envolvidos. Considerando o tanto de esforço que colocaram nisso, estava claro o quão profundo seria o inferno que eu iria enfrentar caso fosse capturado.
Os meus dias se passaram confinado dentro daquela hospedaria imunda. Eu estava esperando a poeira baixar, mas a impressão era que as coisas estavam piorando. Esse lugar parecia tão suspeito que nenhuma pessoa decente pensaria em colocar os pés aqui, ainda assim, os cartazes começaram a chegar anunciando que eu poderia estar cobrindo o meu rosto.
Ouvindo a conversa dos vendedores nos arredores, descobri que a capital inteira estava sob forte esquema de segurança. Qualquer que quisesse entrar ou sair, deveria passar por uma rigorosa inspeção e, enquanto eu era o principal alvo das procuras, os soldados aproveitaram a situação para pôr as mãos em alguns outros importantes foragidos. Para todos os vilões que estejam por aí, eu sinceramente peço desculpas pelo inconveniente!
Cara, isso tudo porque fiz a merda de assediar uma única dama…
A segurança estava tão apertada que nem mesmo um rato conseguia passar e eu sabia que tentar fugir era o mesmo que ir de braços abertos ao suicídio.
E as coisas só pioraram a partir daqui.
Descobri que até a Companhia GAP estava trabalhando junto com a polícia real a fim de me pegarem.
Eles não estão exagerando muito por causa de um pequeno comportamento inapropriado? Se bem que é de Iris-sama que estamos falando, para um mulherão daqueles, talvez este nível de punição seja apenas o normal.
Em todo o caso, eu precisava fugir.
Ao invés de diminuírem com o tempo, o número de cartazes foi aumentando com o passar dos dias e até adicionaram uma recompensa, dizendo que pagariam uma gorda quantia para qualquer um que desse informações concretas sobre o meu paradeiro.
E pasmem! O pôster dizia que até eu seria recompensado se me entregasse espontaneamente às autoridades.
No primeiro dia, eles me ofereceram um banquete. No segundo, seria pago em ouro e agora prometem até mesmo uma espada famosa.
Porra, esse pessoal me conhece bem! Não posso deixar de parabenizar sua brilhante estratégia!
Para ser bem sincero, eu estava num beco sem saída. Não tinha como deixar a cidade e nem me esconder em outras hospedarias. A comida estava acabando também e a cada nova proposta que eles faziam, mais tentado eu ficava em me entregar no palácio.
No entanto, algo que mudaria tudo aconteceu em um certo dia.
Na praça principal da cidade, Rail Rain estava para ser executado em frente ao público. Ele estava cercado por numerosos cavaleiros e tinha uma aparência miserável, com um enorme e pesado aviso pendurado no pescoço.
“Kururi, por favor, se entregue agora! Se entregue por mim!” — Era o que dizia.
Ele já estava carregando aquele aviso há um dia inteiro.
Que lamentável.
Provavelmente haviam descoberto que ele abandonou os seus deveres em me capturar pelo meus atos vis. Por isso, assumo que Iris-sama ou o Príncipe decidiram lhe dar um castigo.
Eu sinto muito, Rail. Eu realmente sinto muito que toda a bondade que você me mostrou em carregar esse segredo tenha sido desperdiçada por causa da minha burrice.
Me desculpa Rail! Juro que um dia irei retribuir!
Eu só queria voltar para Eli o mais rápido possível e viver uma vida quieta e tranquila. Claro, planejo pagar pelos pecados que cometi com a pobre Iris-sama à longo prazo, mas primeiro precisava dar o fora daqui agora.
Obviamente, alguma coisa tinha que dar errado e acabei rapidamente sendo descoberto pelos cavaleiros. Nós atraímos um monte de atenção e logo os soldados se juntaram a eles para me perseguir. Para piorar as coisas, eles tinham a vantagem de conhecer o terreno, tornando as coisas ainda mais difíceis para mim.
No final, antes que eu pudesse perceber, cavaleiros a cavalo e mesmo dragões de escamas acinzentadas surgiram por todos os lados.
Para escapar deles, rapidamente subi no telhado das casas, mas isso não me ajudou fugir dos olhos dos dragões voando.
— Aqui está ele!
Quando ouvi o grito animado do exército, percebi que estava tudo acabado para mim.
Eu estava a um passo mais próximo do futuro onde seria acorrentado nu em uma parede, enquanto chicoteado pela própria Iris-sama.
Pulando de telhado em telhado, consegui escapar deles por um fio de cabelo.
Entretanto, finalmente atingi o meu limite.
Isso porque, por um erro de cálculo, acabei pulando no telhado mais baixo da área, então 10 cavaleiros montados em dragões me cercaram por cima e, se descesse, uma centena de soldados estariam me aguardando no chão.
Não dava para subir e nem poderia ir mais para baixo, e eu sabia que tipo de futuro me aguardava se apenas esperasse que me prendessem. Se este era o meu fim, ao menos partiria deste mundo com estilo, pensei. Eu saquei a espada feita com escamas do dragão da vida.
(Assobio), até que é bem romântico partir desse mundo segurando a última espada que forjei.
No entanto, podia ser que eles não estivessem com vontade de cruzar espadas comigo, visto que nenhum dos dragões acima desceu até onde eu estava e nenhum dos soldados em baixo carregavam espadas. Talvez quem sabe, ainda houvesse espaço para uma negociação.
— Você é o Kururi Helan, não é? Por favor, ouça o que tenho a dizer.
— Posso até ouvir, mas não prometo que irei atender às suas demandas.
— Ainda assim você tem minha gratidão. Iris-sama, não, o país inteiro deseja recebê-lo como convidado de honra no palácio real. Desse modo, o senhor poderia, por favor, vir conosco sem oferecer resistência?
Como convidado de honra? O taradão aqui? Mas não tem a menor chance! Nem em sonhos! Mentira, tudo mentira! Nenhum molestador seria recebido num palácio!
— Chega de conversa mole! Vamos, diga logo quais são os meus crimes!
— Crimes? Nós fomos instruídos a pegá-lo sem encostar um só dedo.
Saquei. Então eles não querem que nem mesmo uma unha acabe escapando das sessões de tortura. Você tem uns interesses bastante peculiares, minha cara Iris-sama. — Se isso era verdade, talvez fosse interessante se eu mesmo me cortasse, só para fazer raiva a ela.
Ainda assim, se eu derrotasse os dez cavaleiros no ar, quem sabe haveria uma chance de fugir. Sinceramente a ideia de matar uma pessoa não me agradava, mas basta que eu pague por isso mais tarde também. Se conseguir lembrar!
— HAAAAAAAA!
Disparei com tudo para frente e tentei cortar o cavaleiro diante de mim. Ele ainda tentou fazer o dragão se afastar, mas o animal resistiu inesperadamente, ficando completamente imóvel. Entrando em desespero, o homem puxou sua espada, mas infelizmente para ele, a minha já havia chegado em sua garganta. Claro, isso foi com o lado cego da lâmina. Meu ataque foi tão duro que o cavaleiro caiu inconsciente do dragão.
Beleza! Se for assim, posso conseguir!
Tomei imediatamente as rédeas do animal e tentei cavalgar ele como fazia com um cavalo, mas… bem, o bicho nem se mexeu. Dragões e cavalos são realmente tão diferentes assim quando montados?
Eu chutei sua barriga, mas não houve qualquer reação e, no meio tempo, os outros dragões fecharam o cerco em volta de mim. Não, não apenas os dragões, os soldados lá em baixo também estavam escalando o prédio.
Bora, desgraça! Voa!
Ficando realmente puto com aquele bicho, apontei a minha espada para ele e foi aí que finalmente voou. Por causa disso, quase perdi o equilíbrio, mas, quando percebi que não era tão diferente assim de um cavalo, consegui me recompor. Era legal que estávamos no ar e tudo, mas não era como se os arredores fossem um espaço aberto para mim.
Os outros dragões se aproximaram, então eu desesperadamente balancei minha espada de um lado para outro.
Pode vir, neném! Vou cortar vocês tudim!
Entretanto, nenhum deles se aproximou e não que estivessem com medo de serem cortados, mas que haviam perdido o controle sobre seus dragões, criado uma abertura para mim por alguma razão. Eu não ia deixar uma oportunidade dessas escapar, então atravessei no meio deles com tudo.
Dragões são criaturas fantásticas com bastante velocidade, o que rapidamente me fez tomar uma distância considerável do prédio onde estávamos. Minha figura agora já parecia bem pequenininha para eles.
Caramba, escapei da execução pública!
Esse dragão me permitiria escapar da segurança apertada da capital. Quem diria que a desgraça acabaria se tornando uma benção? Meu coração estava realmente agradecido à ele.
Enquanto voávamos, um pensamento passou pela minha cabeça sobre a estranha reação dos cavaleiros. Quero dizer, dadas as possibilidades, essa era a única que parecia plausível.
Olho para a espada do dragão da vida em minhas mãos e lembro que, apenas quando ameacei o dragão com ela, foi que ele decidiu me obedecer e, além disso, os outros também agiram conforme o meu desejo.
Isso foi uma sorte inesperada, quase como se intervenção divina, mas não era hora de ficar eufórico por causa disso. Eu poderia investigar as causas desse acontecimento mais tarde.
E então, continuei a cavalgar em meu dragão enquanto os raios do sol me banhavam.
Eu já podia ver a borda da capital agora! A segurança estava restrita como sempre, mas isso não tinha nada a ver comigo que estava atravessando a via aérea.
Bwahahah! Fuga triunfal! — … ou foi o que pensei.
Alguma coisa estranha aconteceu com o clima, pois de repente parecia que o céu havia ficado nublado. Aquilo me deu medo, mas segui em frente.
Eita porra!
Essa era a pior situação possível. Um dragão enorme, pelo menos duas vezes maior do que o que estava comigo, sobrevoou acima de nós. Tive a impressão de ver alguém montado nele.
O enorme dragão com escamas escarlates facilmente alcançou o meu, que estava voando a toda velocidade. Com um som estridente, ele passou por nós e bloqueou nosso caminho.
Como havia pensado, tinha um cavaleiro nele. No entanto, algo estava diferente. O cavaleiro tinha uma aura refinada, como se fosse uma pessoa nobre e digna, ou pelo menos foi o que achei naquele instante.
Aquele cara era jovem, mais jovem do que eu, pude ver isso assim que olhei em sua face. Até agora, todos os outros cavaleiros que encontrei pareciam bem mais velhos, mas esse definitivamente era mais jovem.
— Já faz três anos, Aniki. Estive procurando por você com tudo o que eu tinha.
— Aniki?
Até parece. Como poderia alguém como eu ter um irmãozinho de aparência tão distinta? Ah, irmãozinho, sinto muito. Seu irmão está agora fugindo pelo crime de assediar sexualmente uma garota.
— Aniki! Você não lembra de mim!? Sou eu, Lahsa!
— Foi mal irmãozinho, não lembro de você. Mas vem cá, a gente não se parece em nada. Por acaso as nossas mães são diferentes? Ah, esqueça, seu irmão está ocupado agora, por isso tenho que ir. Algo terrível irá acontecer se eles me pegarem.
— Aniki, tenho tanta coisa para falar para você agora, mas por enquanto, o mais importante é que não há a menor possibilidade em deixá-lo escapar! Por favor, me deixe capturá-lo!
— Ah, não! Eu não quero ser crucificado!
— Eh? Do que está falando!?
Já estava farto de conversa. Peguei a minha espada e balancei na direção do dragão daquele cara que se chamou de Lahsa.
— …
— …
A lâmina fez um belo som no ár, mas foi só isso.
Hã? Hein!? Eu achei que o dragão iria abrir caminho com isso… Que estanho. Talvez haja alguns deles que sejam imunes!
Depois de um momento de vergonha, tomei as rédeas do meu dragão, o fiz mergulhar fundo, por baixo da barriga do grandalhão, e então disparei com tudo para frente.
No entanto, a sombra enorme rapidamente voltou a me cobrir. Quando decidi olhar para cima, o dragão que supostamente eu deveria ter deixado para trás, estava planando tranquilo lá em cima. Isso tudo foi uma grande perda de tempo, não tinha como ganhar daquela coisa enorme em termos de velocidade.
Puxando firme as rédeas do meu dragão mais uma vez, ao ponto de fazer as mandíbulas do pobre animal levantarem, ele acelerou e acelerou, até se aproximar do animal acima de nós. Quando a distância diminuiu o suficiente, saltei para cima do dragão vermelho.
Olhando para trás, vi que o meu dragão ofegando, parecendo incapaz de suportar a altitude em que estávamos.
Mas bem, ele já cumpriu o seu dever.
Eu estava em cima do dragão vermelho agora, por isso, acenei com a espada avisando ao meu dragão que ele podia voltar para a casa agora. Dando a impressão de ter entendido o meu comando, o dragão deu meia volta e voou na direção de onde estavam os cavaleiros.
Ótimo, agora somos só eu, o dragão vermelho e meu irmãozinho de outra mãe, Lahsa!
— Aniki, o que vocês está tentando fazer?
— Sabe, eu percebi que seria difícil de fugir naquele dragão. Não gosto da ideia de lutar com meu próprio irmãozinho, mas preciso desse dragão aqui de qualquer jeito.
— Maldição, Aniki! Você sempre foi muito descuidado! Mas já que essa é uma oportunidade rara, muito bem, irei enfrentá-lo já que não parece que você irá vir comigo para o palácio se não for através da força.
— Desculpa, não consigo lembrar dos meus descuidos porque perdi a memória.
— Eh? A memória? Droga, isso explica tudo.
— Mas sabe de uma coisa? Entendo perfeitamente que sou forte, muito forte. Provavelmente.
Afinal eu estava tocando o terror lá na caverna do dragão da vida.
— Sei que você é forte, Aniki. Mas saiba que passei os últimos três anos fazendo um treinamento infernal. Hehehe, no passado, eu sentia que nunca chegaria aos seus pés, só que agora me pergunto quem é mais forte?
Então três anos atrás eu era o mais forte?
Entretanto, enquanto estava dormindo, o meu irmãozinho treinou como um louco.
Isso era péssimo. Ele passou por todo o tipo de sofrimento para superar a pessoa que admirava e, antes que percebesse, conseguiu. Provavelmente esse era o padrão onde ele se desapontaria comigo e me cortaria em um acesso de fúria, certo?
Droga, ninguém vai me cortar depois de ter chegado tão longe!
— Farei de tudo para fugir daqui e voltar à minha vida normal. Vou começar a usar magia agora, então peço para que não fique com rancor de mim.
— Voltar a sua vida normal? Vou querer ouvir mais sobre isso depois que voltarmos para o palácio.
O primeiro a atacar foi Lahsa. Ele veio com um corte diagonal, então conectou um novo ataque lateral, bloqueou a minha técnica, usou seu corpo para me empurrar e veio para cima de novo.
Contra essa magnífica demonstração de habilidade com espada, tudo que pude fazer foi me defender. Lahsa era forte, sem sombra de dúvidas e, além disso, era um rapaz bonito. Isso me deixava muito puto.
— Aniki, melhor prestar atenção direito ou isso vai acabar em um piscar de olhos!
Ele me empurrou de volta a uma velocidade surpreendente. Para minha sorte, fui capaz de lidar com todos os seus ataques, mas, por outro lado, não havia qualquer abertura para retaliar.
Por causa disso, usei a minha mão livre para disparar um feitiço de fogo contra a queima-roupa. Isso pode tê-lo deixado com algumas queimaduras graves, mas eu tinha que fazer alguma coisa.
Com o impacto da explosão, Lahsa foi jogado para trás. No entanto, ele rapidamente se recompôs e correu de volta para mim. Não havia muitas marcas nele e seu corpo estava coberto por alguma substância viscosa.
Ah, entendi! Ele usou um feitiço de água para se proteger!
— Incrível. Eu lancei aquele ataque no momento perfeito, mas ainda assim você lidou com isso.
— Eu te falei, não falei? Não pense que sou o mesmo de três anos atrás!
E eu sei lá como você era.
Sem perder sequer um segundo, Lahsa partiu para cima de mim novamente. O que aprendi depois de colidir espadas algumas vezes foi que nossa habilidade em esgrima estava praticamente no mesmo nível, mas ele claramente vinha treinando de maneira consistente todos os dias, sendo muito confiante em sua própria força. Se as coisas continuassem assim, qualquer vantagem que eu poderia ter seria perdida.
Por outro lado, a minha mão ainda era superiora em termos de magia, por isso que Lahsa estava sempre tentando ficar perto de mim. Assim, não haveria espaço para lançar um grande feitiço.
Mas a coisa mais perigosa até agora era aquela espada que estava usando, sem sombra de dúvidas. O seu manejo era aterrorizante, mas o impacto daquela coisa era ainda pior. Cada vez que nossas espadas se colidiam, a pancada fazia o meu pulso ficar dormente.
— Esse espada é assustadoramente afiada, não é, Aniki?
— Sim, embora supostamente a minha deveria ser também.
Isso não era uma mentira. A minha espada era uma aberração em si, mas de alguma forma, a cada troca, continuei a ser empurrado.
— Heheh, então você não se lembra. Bem, dado à sua amnésia isso não é nenhuma surpresa. Essa espada foi sua última criação antes de sumir, Aniki. Sinceramente acredito que você colocou um montante enorme de emoções quando criou essa espada santa, Excalibur. Esse foi o nome que demos a ela.
Eu criei essa monstruosidade? Se isso for verdade, que porra eu tinha na cabeça quando forjei uma besta dessas? Só pode ter sido em um grande estado de bizarrice.
— Hm, tive a impressão de que cada vez que colidimos, o peso de cada golpe dessa espada fica um pouco mais forte. Já que você disse que é uma espada santa, então não foi só impressão minha, não é?
— Como esperado de você Aniki, então percebeu.
Com uma risada de ânimo leve, Lahsa me respondeu enquanto ainda trocando golpes comigo.
— Excalibur é uma espada de crescimento contínuo. Quanto mais poderoso for o oponente, mais rápido ela se desenvolve. Só para que saiba, um cara forte como você é o oponente perfeito para o crescimento dela!
Monstruosidade não é suficiente para descrever isso! Essa coisa aí só pode ser chamada de trapaça!
Lahsa já tinha mais vigor o que eu e ainda por cima a sua espada ficava mais forte. Se as coisas continuassem, a minha captura seria certa e, o que era pior, a vingança de Iris-sama me aguardava.
— Lahsa, a brincadeira acabou!
— Então você pretende acabar com a luta aqui. Ótimo, vou te mostrar o trunfo que estava escondendo!
Dizendo isso, Lahsa ergueu a espada com as mãos. A Espada Santa Excalibur, começou a emitir um brilho em resposta.
— Essa é uma magia diferente de qualquer outra. A [Dança da Lâmina de Luz] só pode ser usada com esta espada e se for atingido por isso, vai ficar uma semana em coma. Eu tenho esperado por três anos, Aniki. Uma semana não fará muita diferença, certo?
Este menino diz umas coisas terríveis com um sorriso no rosto!
E assim, um montante sem igual de magia se concentrou na ponta da lâmina.
Não posso deixar essa coisa me acertar!
Este era o momento de usar o meu trunfo também. Infelizmente, não poderia evitar de acontecer casualidades, mas ainda seria melhor do que me deixar ser pego.
O poder mágico insondável que havia se reunido na ponta da espada se condensou no formato de uma lâmina. Lahsa então, balançou-a com toda sua força, disparando a magia contra mim.
— ELA IRÁ PERSEGUÍ-LO ATÉ ATINGIR O SEU ALVO, ANIKI! NA PRÓXIMA VEZ QUE NOS VERMOS, SERÁ EM UMA CAMA NO PALÁCIO REAL!
— EH!? ACHA MESMO!?
Era chegada a hora de mostrar o meu movimento especial.
Tomando em mãos algumas das ervas que recebi na Companhia GAP, ativei minha magia suprema.
— DESPERTEM FORMAS DE VIDA MÁGICAS!
De alguma forma eu sabia que poderia usar esse feitiço. Assim como a minha esgrima ou minha magia, fui capaz de usar esse poder misterioso como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Ao som do meu comando, a sombra de uma criatura se libertou no meio do espaço. O que antes não passava simples ervas, várias criaturas mágicas eclodiram.
— UI~♪
— UI~♪
— UI~♪
Uma cenoura surgiu energicamente do solo e colidiu no mesmo instante com a lâmina mágica de Lahsa, transformando a minha criatura mágica em pó.
Adeus, cenouras. Jamais esquecerei do sacrifício de vocês.
Alguma coisa estava errada. Não só não senti qualquer remorso pelo que fiz, como ainda tive a sensação de que aquela não era a primeira vez que estava sacrificando eles.
Lahsa ficou chocado ao ver que a sua carta na manga havia sido completamente inutilizada pelas cenouras e, obviamente, não o deixei sair impune de seu descuido.
Agora era a minha vez. Usando a palma da mão, absorvi a mana contida no feitiço que ainda estava ocupado fatiando as cenouras no ar. Aquela energia atravessou os meus braços e armazenou no meu corpo.
— Agora é hora de mandar isso de volta.
Normalmente, apenas tomar esse poder para mim seria o suficiente para pôr um fim na disputa, mas agora que eu tinha toda essa energia deliciosa nada melhor do que aproveitar a chance de usá-la.
Lahsa tentou bloqueou o ataque, mas ele acabou tomando a maior parte direto em seu corpo, sendo jogado para longe. Aparentemente, ele havia perdido a consciência.
Agora tudo que precisava fazer era pegar as rédeas do dragão e escapar… ou ao menos o plano era esse, mas por causa do impacto, Lahsa foi jogado para fora do dragão, indo em direção ao solo. A menos que alguém fizesse alguma coisa, seria o fim dele.
Eu não queria que a pessoa com quem estive lutando até segundos atrás morresse dessa maneira. Além disso, aparentemente nós éramos irmãos.
Tentei puxar as rédeas do dragão, mas ele nem reagiu. A mesma coisa quando balancei a espada.
DROGA!
Era o momento perfeito para escapar. Tudo terminaria bem se eu escapasse, mas antes que percebesse, eu já tinha pulado de cima do dragão vermelho.
Usando um feitiço de aceleração, consegui rapidamente chegar até Lahsa, mas apenas para experimentar o terror de ver o chão se aproximando em uma velocidade aterradora. Em poucos segundos, nós dois estaríamos atingido o aquele chão duro.
NÃO!EU NÃO POSSO DEIXAR AS COISAS ACABAREM ASSIM!
Com todo poder mágico que tinha dentro de mim, criei uma magia de vento e a disparei contra o solo. O forte vento soprou e colidiu contra o chão, criando uma onda de choque que absorveu a maior parte do impacto.
A maior parte, mas não tudo. Lahsa e eu ainda batemos forte contra o chão, mas isso foi o bastante.
Cansado, sem magia e ainda ferido, tudo que pude fazer foi continuar ali, caído no chão, enquanto os soldados chegavam da direção do palácio
A minha consciência começou a vacilar, mas eu sabia que estava sendo colocado em um cavalo. Será que eles iriam nos levar direto para lá?
Ah, droga, eu falhei! Agora está tudo acabado!
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