Volume 1
Capitulo 8: A caçada parte 2
Eric suspirava de maneira forte.
As gotas de chuvas deslizavam por seu corpo, lhe causando uma forte coceira incômoda. Ao fundo, os relâmpagos rugiam, iluminando seu adversário, uma mulher coberta por uma armadura feita de ossos.
Ela rosnava, como um animal encurralado, contudo, não demostrava sinais de que ia recuar, estava pronta para um combate até a morte. A mulher em questão era Isabela, uma serva e aluna da antiga vida de Eric.
Por contar de está utilizando uma pequena parcela de seus poderes originais, o garoto pode observar o estado da alma da mulher, notando algo preocupante.
“Ela está consumindo muito rápido a sua energia elemental…”, murmurou o garoto, em seus pensamentos.
Para um mortal, a energia elemental é era considerada algo semelhante a um combustível, extremamente importante para o funcionamento do corpo. A falta de tal energia, fazia o que o corpo estivesse semelhante a está sobre influência da zoonose da raiva, a agressividade aumentava, beirando a insanidade, e no fim levava a morte cerebral
Eric tinha que agir rápido, pois estava com dois problemas naquele momento. Além da segurança de sua serva, tinha que lidar com sua própria segurança, já que seu corpo não conseguia suportar uma exposição prologada de seus poderes originais.
— Espero que esses dois anos que passei na moleza, não tenham me enferrujado… — murmurou Eric, preparando-se para atacar.
Isabela deu a iniciativa do combate, partido para cima de Eric, atacando-o com suas garras. O garoto desviou, atingido-a em seguida com um chute certeiro em sua face. O golpe atordoo a mulher, rachando sua máscara de cranio de lobo no processo. Infelizmente, Eric acabou por também sentir seu golpe.
“Ai!! Caralho, acho que quebrei a perna”, Choramingou Eric, em seus pensamentos.
Entretanto, não a esperou recupera-se do impacto. Começando uma nova uma série de golpes que consistia em chutes que lembravam uma dança, para evitar sentir a dor de seus próprios golpes, Eric utilizou de seus poderes para envolveu-se com a terra do local, formando uma armadura de lama em seus pês.
A mulher não conseguia defende-se da velocidade dos golpes do garoto, sendo atingida inúmeras vezes em seus rosto e corpo, com partes de sua armadura de ossos sendo quebrada no processo.
Griaaa.
Rosnava a mulher.
Angel, que observará tudo de longe de trás de uma árvore, encolhia-se a cada barulho dos ossos quebrados pelos golpes que se irmão dava. A boneca imaginava que tais sons vinha dele, deixando-a preocupada.
— Fique bem maninho… — murmurou.
Mesmo assim, ela não conseguia esconder a surpresa daquele confronto, nunca imaginava que seu irmão conseguia lutar daquele jeito, era como se estivesse dançado ao golpear seu inimigo.
Isabela tentou usar suas garras, mas Eric colocou-se de cabeça para baixo e fez uma espacate, abrindo suas pernas para o golpe da mulher o atravessar. O garoto então agarrou-se aos braços da mulher, tentando utilizar de seu peso a fim de derrubá-la, contudo, Isabela o levantou facilmente, jogando-o longe.
Eric deslizou sobre a lama como uma prancha ao mar, atingido alguns arbustos.
— Péssima ideia… Me esqueço que esse corpo ainda é de uma criança de trés anos… — Ao gemer de dor, Eric murmurou.
Ele olhou ao redor até parar nos arbustos que havia atingido, tirou então uma de suas luvas, tocando as folhas da vegetação com sua mão ensanguentada.
— Sirva sua rainha — ordenou o garoto.
De repente, os arbustos começaram a balançar como se estivessem vivos, atacando Isabela com suas raízes, prendendo-a. A mulher tentou escapar das cordas que a prendiam, congelando-as, mas nada adiantou, seus braços foram agarrados, sua mandíbula presa, deixando-a acima do chão.
— Estou curiosa para ver sua evolução enquanto estive fora, minha pequena. Entretanto, este corpo inútil me impede — comentou Eric, aproximando-se da mulher.
Isabela rosnava, tentado fugir das amarras que a prendia, mas, quanto mais tentava se soltar, mais forte os cipos enrolavam-se em seu corpo.
— Se acalme, você sabe que não irei lhe fazer mal — falou Eric, ao tocar a face da mulher.
O toque de seus dedos, marcaram a face da mulher com seu sangue. Eric notará que o desiquilíbrio de sua energia elemental estava em um estado quase serio, ele então começou a acariciar a face de sua aluna, fazendo uma expressão gentil em seu rosto
— Não temas pequena, eu estou aqui para curar suas feridas… — com falas calmas, o garoto murmurou, ao abraçá-la
A mulher parou de tentar escapar de suas amarras, era como se estivesse desistido de lutar, desabando-se aos braços do garoto como uma criança ao ver sua mãe, ao fim da creche.
De repente, Eric notou que preso em um dos braços de Isabela, havia um objeto metálico. O objeto lembrava uma espécie de Opilião, suas oito patas estavam presas aos braços de Isabela, com suas quelíceras fincadas em sua pele, era evidente que tal objeto injetava algo na mulher.
O garoto tentou tirar o objeto delicadamente, a fim de não a machucar mais, contudo, o objeto soltou-se de uma vez, caindo ao chão com forte baque metálico.
Eric estranhou, pois parecia que só entrar em contato com seu sangue, fez com que ele desprende-se. Ao mesmo tempo que pensava na situação, a armadura óssea de Isabela, desfazia-se em pó.
Outra hora, uma figura macabra, deu lugar a uma bela mulher, que despencou aos braços de Eric, desacordada. O garoto quase caiu ao chão na tentativa de segurá-la, suas narinas foram impregnadas pelo doce perfume de rosas vindo do corpo da mulher.
— Você está pesada… — murmurou.
Angel, acreditando que tudo havia resolvido-se, aproximou, dando uma boa olhada em Isabela. Ela era bela, quase como uma pintura, seus longos cabelos negros debruçavam dos ombros de seu irmão, estavam ensopados pela chuva, ganhando um certo brilho.
— Parece que ela não irá acordar tão cedo, acho melhor eu a levar para um local seguro — comentou Eric, ao pegar o Opilião caído. — O que será essa coisa?
Longe dali, na cidade.
Uma figura encapuzada caminhava pelas ruas deserta devido à tempestade, o silêncio era tanto que apenas podiam-se ouvir seus passos nas poças de água, adentrou então um corredor onde duas pessoas a aguardavam, uma mulher e um homem
A mulher estava encostada na parede, vestia-se com um vestido social de bolinhas, em sua cabeça havia um chapéu Cloche que escondia seus cabelos longos de cor prateada.
Ao seu lado estava um homem sentado em uma caixa de madeira, vestia-se com uma roupa social de cor verde com uma calça cinza. Ao perceber a chegada da figura encapuzada, o homem falou.
— Reporte!
— Perdi o contando com o rastreador a alguns minutos, acredito que a Dama gélida o quebrou — falou a figura encapuzada.
O homem reagiu com uma expressão de desgosto a notícia, enquanto a mulher sibilou.
— Ha! Era de ser imaginar, sabia que não devíamos cofiar tal tarefa a uma híbrida! — Ao fazer um sorriso malicioso. — Você foi confiada honra de servir ao Império, e mesmo assim falha em rastrear um simples alvo…
A figura encapuzada a encarou de maneira agressiva, pequenas faíscas elétricas podiam serem vistas saindo de seu corpo.
— Estamos lidando com uma empregada de Nephrite, acreditou que esqueceu dessa informação, Turmalina! — Rosnou a figura encapuzada. — De simples ela não tem nada!
— Calem-se vocês duas! — Ordenou o homem.
Um silêncio envolveu o trio por um momento, onde apenas os trovoes podiam serem ouvidos.
— Não podemos retornar ao império de mãos vazias… Deve haver uma maneira de encontra a carga que o alvo tirou de nos — comentou o homem.
— Mesmo que estivéssemos com a carga, não íamos conseguir voltar de qualquer forma… Pelo menos não com o mundo reagindo dessa forma — respondeu Turmalina, dando de ombros.
A figura encapuzada então tirou o capuz, revelando seus cabelos curtos de cor azul.
— Posso tentar localizar a dama gélida com meu elemento de eletricidade — ao por mão em seu peito, a mulher se ofereceu. — Acredito que com essa chuva irá se fácil.
O homem então a interrompeu.
— Não, foque apenas na carga, Malachita. Ela é nossa prioridade por agora — Ordenou.
— Entendido, comandante — respondeu Malachita, saindo.
Enquanto se distanciava. Turmalina a chamou ao fundo.
— Ver se não falhe dessa vez, hibrida. O motivo de perdemos a carga é sua culpa! — comentou Turmalina, exalando um sorriso malicioso
Malachita olhou para atrás, era possível ver sua fúria em pequenas descargas elétricas.
— Eu não irei falhar!
A mulher esperou Malachita sumir de sua vista, para poder remusgar.
— Não entendo o porquê da Imperatriz a manter… Ela destrói a honra do Império Prisma — Ao juntar seus braços, suspirou.
— Infelizmente ela é importante para os planos da Imperatriz — respondeu o homem, ao deixar as gotas de chuva caírem sobre sua mão. — Turmalina, acho melhor nos procuramos a carga também.
A mulher o encarou curiosa.
— Enquanto Nephrite estiver dormindo, a dragão da forja não poderá nos prejudicar — Ao juntar seus dedos, o homem comentou. — Mas sinto que ela tem planos para lidar com essa inconveniência.
O homem então levantou-se, andado até a saída do corredor, sendo seguido pela mulher, com ambos sumindo entre a forte chuva.
Eric abriu a porta do armazém.
Com dificuldade, arrastou o corpo de Isabela para dentro, ao seu lado, Angel caminhava, ficou curiosa sobre o local que adentraram.
— Que local é esse maninho? — Ao mexer em uma caixa cheia de parafusos, Angel perguntou. — Está uma sujeira…
— É meu esconderijo… Não tive muito tempo para vim arrumá-lo ultimamente, então releve a sujeira — respondeu o garoto.
Utilizando de seus poderes fez surgir um amontoado de plantas em um cantinho, utilizando-o como um local improvisado para Isabela repousa. De repente, o garoto desabou ao chão, ofegante.
Ao notar, Angel correu desesperada até ele.
— O que houve maninho!? — Ao abraçá-lo, a boneca exclamou.
— Parece que meu combustível acabou — respondeu o garoto.
Ele então mostrou suas mãos, revelando que suas feridas feitas pelos alfinetes estavam totalmente cicatrizadas.
— Irônico né… Só consigo utilizar meu poderes quando sangro, contudo, o mesmo acaba por me curar no processo — comentou — Muito conveniente… Pelo menos podia curar a dor também…
Eric levantou-se com dificuldade, sentia seu corpo pesado como se a qualquer instante pudesse desmaiar. Angel agarrou-se aos seus pés, preparando-se para segurá-lo caso caísse.
O garoto então mancou até próximo da mulher adormecida, sentando de joelhos ao seu lado. Começou então a acarícia os longos cabelos negros de Isabela.
A boneca notou que seu irmão possuía um olhar vago
— Isso é tudo culpa minha, não devia ter aceitado aquela sugestão…— Murmurou Eric.
Notou que Angel o encarava curiosa sobre sua fala.
— Desculpe pequena, não poderei lhe explicar… Assunto complicado… — Ao coçar os ombros, Eric falou.
Angel ficou desapontada, não gostava de seu irmão, fica escondendo as coisas dela, sentia como se tudo aquilo fosse muito importante, algo que ia fazer entender mais dele e de seu passado como rainha. Contudo, a boneca permaneceu em silêncio, seu irmão estava fraco tanto fisicamente como mentalmente, não achou correto tentar o fazer contar.
— Descanse minha pequena, você está em segurança — Em um tom gentil, Eric falava para Isabela.
Começou então a examinar o corpo da mulher, era possível ver as feridas feitas pela armadura de ossos, também era possível ver as contusões feitas pelo combate que tiveram. Eric determinou que a mulher não estava em perigo, o que fez suspirar em alívio.
“Não sei quando ela vai acordar, acho melhor deixá-la aqui por enquanto”, em seus pensamentos, comentou.
Havia outras coisas o preocupando no momento, precisava cuidar de Isabela, mas não sabia como fazer isso e lidar, ao mesmo tempo, com sua vida pessoal. Eric nunca contou a Angel, mas para chegar até esse corpo teve que mentir para as pessoas que considerava sua família.
O garoto estava receoso que quando Isabela acordasse e descobrisse o que tinha feito, ia a acabar o odiando, não era de demostrar, mas sentia a carência da atenção de suas servas. O garoto não sabia se conseguiria lidar com a rejeição ou ódio de Isabela por suas ações.
— No fim terei que ir a fundo para ver no que vai dar… — murmurou o garoto.
Ao enrolar a mulher adormecida com pano que tinha levado em uma de suas visitas ao armazém, o garoto encarou a boneca.
— Angel quero que você fique de olho nela enquanto eu não estiver por aqui, pode fazer? — ordenou Eric.
A boneca confirmou com a cabeça.
— Pode contar comigo maninho! — Ao bater continência, a boneca exclamou.
Eric sorriu gentilmente, mas logo retornou a sua face triste. Sua mente estava um caos naquele momento, sentia-se preocupado sobre Isabela e dúvidas do que ocorreu para chegar aquele estado, mas também sentia-se assustado sobre o futuro.
Achava tudo irônico, ele era a rainha do tecido dos mundos, um ser da mais poderosa e nobre especie, os dragões, mas sempre sentia-se fraco e um peso inútil, e ao ver a sua aluna desacorda em sua frente, o fez relembra de velhos sentimentos, temores de perde aquilo que era importante para ele, sua família.