Volume 8 – Arco 3
Capítulo 94: Graça
Quando o rei, portando sua espada, reparou na existência do anel, a surpresa estampou seu rosto. Era apenas uma reação natural, pois aquele acessório deveria estar sob seus cuidados, guardado em seu quarto. Entretanto, ali estava ele, em um dos dedos de Edward.
Muitas perguntas rondavam sua mente, mas ele decidiu que o tomaria de volta. Após resolver aquela questão, poderia conversar adequadamente com Sofia Megalos, a responsável por entregar tal cimélio. Com isso determinado, concentrou-se em continuar correndo atrás de seu objetivo através de suas palavras e atos serenos,
Mas, mais uma vez, sua postura desmanchou quando algo inacreditável aconteceu diante de seus olhos. O príncipe, incapaz de segurar sua própria espada pela fraqueza e dor que corroiam seu corpo, optou por retirar o anel e mostrá-lo a Fanes. A princípio, o monarca suspeitou que ele planejava negociar a vida de sua guardiã, que ainda tinha espasmos no chão, mas quando viu a expressão de concentração em seu rosto, percebeu que não seria esse o seu objetivo.
O anel começou a brilhar e sua forma mudou, tornando-se comprida e fina. Lentamente, a forma de uma flauta nasceu, e finalmente sua característica principal chamou a atenção do monarca, que reconhecia perfeitamente aquele instrumento. Afinal, além de ser aquela usada por Teresa anos atrás, havia também o nome daquela flauta, gravado em letras cursivas como “Marie”.
Edward ficou igualmente surpreso quando a transformação terminou, e analisou o instrumento que segurava. Era uma flauta simples e gasta, parecendo até um pouco velha para os padrões atuais. Entretanto, por alguma razão, sentia certo apreço por ela. Como se sentisse um calor nostálgico, uma conexão entre objeto e pessoa inacreditável demais para ser colocado em palavras.
— … Como?
— Eu não sei — respondeu o príncipe ao pai, igualmente aos murmúrios — Estive sentindo essa conexão com o anel desde o início da semana, mas não dei a devida atenção. Mas, agora, antes de chegar até aqui, senti que deveria levar isso comigo…
Edward passou o dedo pela extensão do instrumento, por cima do nome gravado em letras cursivas prateadas, e sorriu.
— Você… Sabe a quem pertenceu essa flauta?
O príncipe balançou a cabeça com sutilidade.
— Não, mas… Por alguma razão, consigo deduzir.
Fanes franziu a testa, refletindo em silêncio.
— No passado, ela costumava tocar sempre a mesma música.
Edward observou seu pai deslizar os olhos nublados para a janela, como se pudesse observar o cenário lá embaixo.
— Me lembro de sempre vê-la rodeada por essa melodia, atravessando o palácio com a música. Mas, ainda que a conhecêssemos como se fosse parte de nós, a tonalidade de seu som mudava conforme suas emoções. O talento de Teresa era…
Fanes interrompeu suas palavras e calou-se. Edward não era capaz de ver a expressão que ele fazia, mas percebeu que seus ombros se abaixaram ao falar. A hesitação e o tom das palavras indicavam que pensava sobre o passado com certo carinho e saudade.
Ver aquele lado mais frágil de seu pai fez o príncipe congelar no lugar. Em geral, Fanes era uma pessoa que alternava entre a alegria completa ou se tornar completamente reservado sobre seus pensamentos.
— Está falando sobre a minha mãe, não é? — deduziu ele em voz alta, sabendo que estava correto, mas apenas desejando que Fanes confirmasse.
Para sua frustração, ele não respondeu. No entanto, virou seu rosto na direção do filho, mais uma vez mostrando uma expressão passiva de emoções.
— Disse que esteve sentindo uma conexão com o anel… Com esta flauta, correto? — Fanes disse, com tranquilidade.
Aos seus pés, após um longo tempo, Ryota finalmente recuperou a consciência. A dormência em seu corpo a impediu de se mover imediatamente, então ela apenas relutou internamente contra aquela sensação de desconforto e com o calor que atravessava seu ser. Enquanto isso, observou que o príncipe segurava um instrumento nas mãos, Marie estava inconsciente contra uma parede e Fanes estava de pé ao seu lado.
Então, incapaz de mover o rosto para vê-lo apropriadamente, apenas ergueu os olhos ao ouvi-lo falar.
— Não sei como ou por que dona Sofia tomou o anel de meus aposentos para lhe entregar durante a Cerimônia de Benesse, mas… Neste momento, não é importante.
Ryota franziu a testa.
… A Sofia?
— Queria respostas, certo? — a expressão de Edward se iluminou ao ver o pai dizer aquilo — Lhe farei o favor de contar a respeito, ao menos, da flauta que carrega.
O monarca inspirou fundo e ergueu o queixo, como se preparasse as palavras adequadas para iniciar a explicação. Edward segurou ainda mais firme o instrumento em suas mãos, sentindo o calor queimar seu pescoço. Entretanto, a ansiedade de descobrir mais sobre seu passado o fez ignorar aquele turbilhão.
— Ao contrário de seu pai… Do antigo rei, Roger Fiore, suspeito que sua afinidade não seja com a espada.
— … O quê?
Por um instante, o príncipe baixou os ombros. Mas, então, deu um passo adiante.
— Mas… Mas a Graça da Espada-
— Sim, ela lhe pertence. A Graça da Espada sempre será passada entre gerações, lhe permitindo manejar perfeitamente qualquer arma branca e, exclusivamente, portar Gore — o monarca deslizou os olhos para a espada sagrada que permanecia intocada — Entretanto, ainda que você possua essa graça, não significa que seu corpo está preparado para usá-la.
Não era sobre dignidade ou poder. O que o monarca tentava lhe dizer era que a presença de uma habilidade de nascença exigia que não apenas a pessoa fosse capaz de usá-la adequadamente, mas que preparasse corpo e mente para tal. Saber manejar uma espada era uma coisa, mas ter força para erguer e psicológico para brandi-la contra um adversário eram coisas totalmente diferentes.
— Roger era um homem digno da Graça da Espada. Ele tinha uma mente que fervia por desafios, um físico digno de soldado e a vontade de ir ao campo de batalha. Porém, seu desejo jamais pode se concretizar, e até seus últimos dias, nunca foi capaz de enfrentar algum adversário digno de seu poder.
Fanes lamentou a perda do antigo rei dando um suspiro e continuou:
— Em contrapartida, você e sua irmã herdaram, para minha surpresa, grande parte da genética de Teresa — ele abriu um sorriso triste — Ela era uma mulher fraca em corpo, mas mentalmente resistente. Sua paixão pelas pessoas e pela arte a fizeram lutar contra tudo e todos, mas jamais se rebelar contra o mundo.
Chocado demais para interrompê-lo, Edward apenas escutou as palavras de seu pai. Ele segurava a flauta com alguma força, como se pudesse extrair o calor de sua mãe dali. Ou, pelo menos, os resquícios do que sobrou dela.
Ao seu lado, Marie tremeu seu corpo. Nenhum deles percebeu que ela estava acordada havia um tempo, e escutava a conversa em silêncio. Mesmo que quisesse se levantar, se viu incapaz de fazer tal movimento. Então, guardando energia, apenas continuou naquela posição.
— Ainda não sei a razão da transformação do anel em um instrumento, mas não acho que seja importante. Desconfio que sua aparição, agora, seja o verdadeiro problema…
O tom de voz de Fanes se tornou duro e ele fechou a cara, cerrando os punhos. Então, ergueu lentamente a mão que segurava o leque na direção do próprio rosto.
— Cuidado, Edward! — gritou Ryota, tentando se erguer.
Imediatamente, o monarca fez um movimento com o braço e, abrindo o leque, criou uma ventania que os impedia de se mover. Com vidro em seu corpo e sangue escorrendo de sua cabeça, a garota lutou para se colocar de pé, mas sentiu uma dor aguda invadir seu cérebro como se lhe desse um choque.
… O que é isso? A marca do voto tá ficando cada vez pior…! Ela tá piorando toda a dor que tô sentindo, ou algo assim? Que merda! Doí tanto que não consigo nem concentrar meu chi direito…
Se fosse capaz de fazer aquilo, poderia impedir Fanes. Ela seria capaz de concentrar huo em sua mão para queimá-lo, ou usá-lo para se mover mais rapidamente. Aquilo poderia permiti-la atravessar a barreira de vento, mas… Era tão difícil, tão dolorido… Quase tão complicado de lidar quanto nas primeiras vezes que aprendeu a concentrar o poder, treinando com Sasaki e Kanami.
Merda, merda, merda! Levanta, corpo! Levanta, corpo!
Lutando consigo mesma, Ryota apenas ergueu o pescoço e se arrastou pelo chão, os membros amortecidos, enquanto via o corte invisível atravessar o espaço na direção das mãos de Edward. O príncipe observou o ataque e escutou o aviso da guardiã.
E, então, levou a flauta aos lábios.
Edward não sabia tocar. Ele conhecia o básico de alguns instrumentos, aprendidos para entreter convidados e chamar a atenção de mulheres que futuramente se tornariam — ou não — possíveis noivas. Entretanto, flauta era certamente algo que jamais teve a oportunidade de ver ou tocar.
Mas, mesmo assim, quando seus dedos alcançaram os orifícios dela e seus lábios se fecharam ao redor do bico, o ar saiu de seus pulmões.
Como que automaticamente, sem pensar duas vezes, os movimentos de seu corpo entenderam como o instrumento funcionava. Da mesma forma que a Graça da Espada permitia bradir a espada como se treinasse há anos, a melodia soou através da flauta… de Marie.
A melodia atravessou o ar e alcançou todos os ouvidos. Transpareceu e atingiu o coração como um abraço de mãe. Acertou o cérebro com uma sensação agradável, tal qual uma brisa de verão. Tão gentil e calorosa, a melodia colapsou todos os corpos presentes e se extendeu, neutralizando a Lâmina de Vento, que desapareceu antes mesmo de alcançar o príncipe.
— … Impossível — sussurrou Fanes, e então, fazendo uma expressão de raiva, abriu ambos os leques, criando mais e mais rajadas de vento.
A ventania se tornou poderosa o bastante para balançar as vidraças restantes e estourá-las, fazendo vidro voar e se espalhar. Poeira e sangue se misturaram, e o cheiro terrível alcançou as narinas. Lâminas de Vento foram criadas, uma após a outra, e lançadas contra o príncipe.
Edward, erguendo as íris violetas, com o aro dourado ganhando um brilho sobrenatural ao som da música, continuou a tocar. E, vez após vez, a menos de um metro de alcançá-lo, viu os cortes se tornarem nada. Os esforços do rei foram completamente em vão.
Ele retirou os lábios do bico da flauta e suspirou. Então, ainda com o corpo doendo e a queimação atravessando o pescoço, sorriu.
… Entendi. Agora, eu entendo a razão de ter me pedido para levá-la comigo… Mãe.
Pensando sozinho com a própria flauta nas mãos, Edward viu a expressão de irritação e surpresa de seu pai. Então, mostrou uma face de determinação. Ainda se sentia fraco, os membros estavam moles e não poderia se mover tão bem quanto originalmente esperava. Porém, se não era capaz de erguer sua espada, pelo menos, poderia ser capaz de neutralizar os ataques de Fanes.
— Vou repetir mais uma vez — disse o príncipe — Renda-se, pai. Se fizer isso, não precisarei machucá-lo.
— … Por que insiste em me dizer isso?
— Não tá óbvio, seu lerdo? — disse Ryota, apoiando-se contra a parede ao se colocar de pé — Ele se importa com você, e ainda tá esperando a sua redenção.
— Isso é ridículo.
— Bom, o amor é meio ridículo, mesmo.
Fanes ficou em silêncio com as palavras dela.
— Vocês não podem me parar. E eu não vou interromper meus passos até alcançar o meu objetivo… Não importa o que digam.
Um sorriso maldoso se desenhou em sua face, e o monarca riu baixinho.
— Não podem me parar, e não vão! A marca do voto começou a atrasar seus sistemas nervosos e cérebro, que vão afetar diretamente tudo o que sentirem e fazerem. Em breve, serão incapazes de se mover e pereceram diante de mim.
Fanes abriu os braços e se afastou, dando passos em direção às escadas. Ele começou a subir de costas, ainda com os olhos sobre eles. Ryota se aproximou de Edward, retirando os cacos de vidro que ainda estavam em seu corpo, e ambos pararam no centro do salão.
Aquela não era uma batalha que exigia poder ou grandes habilidades — era um teste de resistência. Edward e Ryota estavam debilitados, e nada poderia impedir aquilo. Em breve, assim como Fanes dissera, eles cairiam. Em contrapartida, estava claro para os dois que o monarca também não era invencível, e estava longe de ser uma pessoa extremamente poderosa. Para os padrões de Ryota, pelo menos, ele sequer alcançava o nível de Miura.
Dito isso, eles apenas precisavam imobilizá-lo. Precisariam resistir aos seus ataques e às consequências do voto até que tudo aquilo chegasse ao fim.
Enquanto viam o rei alcançar o topo da escadaria, conversaram baixinho:
— Você está bem? Está cheia de sangue…
— Eu tô legal, fica tranquilo — sorriu ela — Mas parece que a marca do voto vai ferrar com a gente. Eu tô sentindo que meu corpo tá ficando mais lento, e acho que minha concentração de chi não vai ficar tão boa…
— Ele está sugando nosso chi e nossas forças. Vai continuar a queimar e interromper nossos esforços até nos fazer ceder… Eu quase perdi a consciência um tempo atrás. Todo cuidado será pouco, e considerando que meu pai sabe disso, vai tentar nos nocautear com algum golpe consideravelmente doloroso.
Se apenas um pequeno corte na bochecha era capaz de fazê-los rolar no chão, se um teleporte que remexia o estômago fez Edward vomitar… O que será que aconteceria se ele fosse capaz de perfurá-los com uma espada ou causar um estrago grandioso em seus corpos?
— Mantenha a calma e não permita que os sentimentos lhe subam à cabeça — alertou o príncipe, arrumando o cabelo dela com a mão livre. Ele parecia pálido e fraco, talvez até um pouco mais magro — A marca está afetando nosso raciocínio lógico… Nem eu fui capaz de escapar disso.
Ele suspirou ao perceber que tomou atitudes baseadas na emoção e falou coisas sem pensar. Entretanto, não havia o que ser feito em relação a isso. A partir dali, deveriam apenas ter cuidado.
Enquanto o príncipe arrumava a aparência dela, a garota levou a mão ao rosto dele e passou o dedão por baixo de seus olhos.
— Você tá todo acabado também, então vê se não se esforça demais — alertou-o de volta, ainda sorrindo. Ela reparou que o dourado nas íris violeta dele estava mais forte, brilhando como o sol — E cuidado com essa flauta. A gente não sabe quanto chi ela toma de você quando usa, e vai saber o que pode acontecer depois que tudo isso acabar…
— Tomarei cuidado.
Os dois finalmente viram Fanes alcançar o topo da escadaria.
— Eu vou pra cima dele e você cuida da minha retaguarda, pode ser?
— Esse era meu plano desde o início.
Os dois assentiram com o acerto de ideias e começaram a subir as escadas também. O príncipe, logo atrás, mantinha a flauta no alcance dos lábios. Ryota, à frente, estalou os dedos da mão e preparou-se para o combate. Amarrou a jaqueta vermelha na cintura e limpou o sangue que escorreu entre os olhos, afastando a franja.
O tempo passava, e a marca do voto ficava mais e mais forte. O céu se tornava colorido conforme a tarde seguia, e Fanes atravessou a passagem, ficando de costas, na entrada, para uma enorme sacada. Ela era espaçosa o bastante para que pudessem se enfrentar, e sem qualquer cobertura para impedi-los de sentir o sol diretamente em seus corpos. Para proteção, havia apenas um parapeito na altura acima da cintura.
Era um ambiente perigoso. Afinal, devido aos terremotos e explosões, partes do palácio racharam e se desfizeram, caindo como grandes blocos. E, por estarem na torre mais alta de todas… Se caíssem, era morte certa. Ryota não seria capaz de driblar sua própria queda, de novo.
Enquanto via a dupla se aproximar, a mente de Fanes continuou a pensar e pensar. Ele refletiu, observou e considerou. E, por fim, percebeu que esteve errado desde o início. Sua presunção em achar que a Graça da Espada, unida ao conveniente caso da marca do voto, criada por impulso, seria o bastante para pará-los, foi um erro.
Roger fora um guerreiro nato, sendo capaz de brandir a espada como ninguém. Teresa, apenas uma doce jovem da classe baixa, que subira ao posto de rainha amando as pessoas e a arte da música.
Ele sabia que a habilidade de teleporte nascera com a união do yang de Roger, de seu controle sobre a luz, com a habilidade inata de Teresa. Primeiro, acreditou que, ao privar Edward de treinar aquela capacidade, poderia ser capaz de fazê-lo esquecer dela. Entretanto, ao ver Marie usar da mesma técnica, mas com ainda mais controle, percebeu que fora ingênuo.
Estivera claro para ele desde o início que a garota era filha de Teresa. Afinal, assim como nos olhos da rainha, o aro dourado beirava as pupilas de seus dois filhos. E não era apenas uma representação física do sangue que corria em suas veias e a prova concreta que pertenciam à realeza, mas a prova de que o poder de sua mãe chegou até eles.
Teresa foi uma mulher doce, gentil e que, com sua música, foi capaz de incapacitar qualquer mal que corroesse os corações das pessoas ao redor. Sua música as fazia esquecer da dor e da tristeza. Tão próxima da vida e do amor, sempre tão amada e desejando ajudar os outros, sua vontade fez nascer um poder que gravou-se na melodia de sua amada flauta. Assim, quando portada por seu filho, ao tocá-la, a música era capaz de proteger o portador de qualquer male que viessem lhe fazer.
Como uma verdadeira barreira musical.
Fanes pensou que era bastante semelhante ao que um selo protetivo poderia fazer. Mas, ao contrário de um selador, que precisava de tempo para treinar e aperfeiçoar aquela habilidade, o que permitiu Edward despertar aquele poder e usá-lo ao seu favor foi nada mais, nada menos, que seu próprio coração.
A vontade de salvá-lo, de ainda encontrar algum resquício de bondade nas palavras do monarca, de ser capaz de ajudar seu pai, mesmo depois de tudo o que descobrira e ele fez contra seu próprio filho, ainda o fazia se mover. E, graças a essa paixão, essa gentileza passada através de gerações, o príncipe era capaz de tocar como sua mãe uma vez fizera.
Fanes, vendo Edward subir as escadas, percebeu que eles eram muito parecidos. Sim, eram de sexos diferentes, e visualmente falando, não se pareciam tanto. Porém, quando o via levar a flauta aos lábios, não podia deixar de se lembrar da postura usada por Teresa.
O monarca conteve um suspiro.
Naquele momento, Edward Fiore havia se tornado uma verdadeira graça da luz e da música.