Volume 7 – Arco 3
Capítulo 72: Protegendo os Civis
— Aaaah… Vamos lá, estamos quase chegando.
— Moça, você tá bem? Não se esforça tanto…
— E-Eu tô bem, posso continuar.
Ryota abriu um sorriso amarelo para as palavras de preocupação de Dio. Poucos minutos haviam se passado desde que conseguiram escapar do bando de criaturas estranhas, mas a situação na cidade não pareceu mudar. Ou melhor, uma única coisa precisou ser alterada. Afinal, os efeitos das mordidas daquelas bestas repentinamente começaram a fazer efeito, sugando seus chis. A garota ainda estava conseguindo resistir às dores e fraqueza, as pernas que andavam perdendo a velocidade conforme seguia. Porém, ela não parou.
Afinal, quem seria capaz de carregar John se parasse? O garoto estava ainda pior, suando por todos os poros do corpo. Em algum ponto da caminhada, ele simplesmente perdeu a consciência, quase caindo de cara no chão. Foi por pouco, mas Ryota conseguiu impedi-lo de se machucar ainda mais.
Dio, que estava em seu colo, passou a mancar ao seu lado para que ela pudesse levar o outro menino. A velocidade em que seguiam diminuiu, o que foi um problema considerando o perigo que os rodeava. Entretanto, a cidade estava silenciosa demais, e Ryota realmente não sabia dizer se era algo bom ou ruim. Por enquanto, era seguro dizer que poderiam seguir daquela forma, mas sem perderem o foco na possibilidade de serem atacados na surdina.
— C-Chegamos… — sussurrou a garota, perdendo o ar, as íris azuis com o foco instável. Ela mal conseguia distinguir esquerda e direita, precisando apertar os olhos para se encontrar — Onde você tá, Liz?
— Moça, será que é ela?
Dio puxou sua roupa e apontou para a direita. Àquela distância, e com a mente quase branca, era difícil enxergar perfeitamente a silhueta pequena que andava de lá para cá.
— Parece que chegamos em uma rua cheia de pessoas machucadas… Ah! Espera!
— Vamos até lá.
Logo quando o garoto explicou para ela a visão, Ryota não perdeu tempo e avançou a passos bagunçados. Sua cabeça pesava e os olhos doíam. Mas mesmo que seu corpo praticamente exigisse descanso, não se permitiu levar. Não até que conseguisse chegar em Eliza. Precisava garantir a segurança daquelas crianças. Ao menos, dessas duas que sequer conseguiam andar sozinhas.
E foi quando passou por um grupo de pessoas sentadas na calçada, encostando-se contra as paredes, parecendo enfaixadas nos braços e com sangue aqui e ali em suas roupas, que ouviram uma exclamação alta. Veio de uma pessoa com voz aguda, que, interrompendo seus passos, olhou para trás com surpresa.
— Minha nossa! O que foi que aconteceu?!
— Liz…
— Sim, sou eu, Ryota. Minha nossa, vocês estão péssimos. Aqui, por favor, sentem-se.
— Não… Só cuida deles pra mim, por favor. Esse menino aqui… Precisa de ajuda. Ele tá quase perdendo todo o chi dele… Faz alguma coisa… Por favor.
— A moça e o John foram mordidos por aquelas coisas! Por favor, ajuda eles!
Eliza piscou, aturdida, para as palavras sem sentido vindas da garota e do menino ao seu lado. Porém, mudando a expressão para seriedade, assentiu.
— Venham comigo. Se apoia em mim, Ryota.
— Hmm.
Ryota soltou um grunhido quando a curandeira passou o braço ao redor de sua cintura, apoiando-a de forma que conseguisse carregar o garoto mais facilmente. Eles seguiram para um beco escondido e frio, nas sombras. Ali, mais pessoas estavam sentadas, descansando. Ela não podia ver, mas suas expressões variavam entre cansados, desesperados e pensativos.
— Parece que este lugar é seguro. Algumas dessas pessoas não vão conseguir fugir para os bunkers, então decidi criar uma barreira de proteção ao redor desta região caso uma criatura aparecesse. Por isso, me assustei quando vocês chegaram.
Eliza começou a explicar a situação aos sussurros enquanto sentava a todos em um espaço livre. Na sombra, era bastante agradável, e uma brisa fria balançava seus cabelos, refrescando o calor que permeava seus corpos. O suor que lentamente era secado a fez soltar um gemido. A exaustão ameaçava levá-la para a escuridão, mas Ryota lutou para permanecer acordada por mais tempo.
Ela piscou quando a curandeira começou a trabalhar, rapidamente invocando pequenos selos acima dos ferimentos e mordidas. Não demorou muito para que os machucados se fechassem. Era uma sensação calorosa e agradável.
A essa altura do campeonato, John estava completamente desacordado. Não importava o quanto mexiam com seu corpo, ele não despertava. Isso preocupou Dio, mas ver a curandeira trabalhando para curar seu machucado deixou seu coração mais tranquilo.
— Está doendo? — perguntou Eliza, com a voz doce ao observar a perna em estado terrível dele.
— … Um pouco — mentiu, pois doía horrores.
— Vou cuidar disso, então pode ficar tranquilo.
Outro selo brilhou de repente, bem acima do local ferido.
— Vai demorar um pouco, mas em breve estará curado. Pode descansar enquanto isso, se quiser. Algumas senhoras estão trazendo lanches para os feridos e esta região é segura.
— ,.. Obrigado, moça.
Eliza abriu um sorriso para o garoto que fechou os olhos, baixando os ombros.
— Ele estava exausto, também — comentou a curandeira se aproximando da amiga, e então dando um tapa no braço dela — E você, como sempre, cometendo loucuras…
— … Desculpe. Não conseguiria deixá-los lá.
— Eu sei. E eles sobreviveram por sua causa… — Eliza disse, então murchando a expressão, baixando a voz — Ou é o que eu gostaria de dizer.
Ryota ainda estava um pouco zonza, mas apertou a vista para a curandeira ao ouvi-la dizer aquilo. O ambiente era relativamente silencioso, com vozes aqui e ali murmurando em conversas paralelas. Os feridos, em geral, pareciam tirar cochilos ou dormir profundamente. Alguns olhavam para o nada, pensativos. Outros, conversavam um pouco alterados entre si, nervosos.
— O que quer dizer com isso, Liz? — sussurrou Ryota, de volta.
— Este garoto ficará bem. Ele apenas machucou gravemente a perna — disse ela, olhando de escanteio para Dio, que parecia ter caído no sono encostado contra uma pilastra. Era certamente desconfortável, mas em uma situação daquelas, eles poderiam dormir em qualquer lugar — Mas quanto ao outro rapaz… Não tenho tanta certeza.
— Ele está tão mal assim?
— Este também é o seu caso — afirmou a curandeira, voltando sua atenção para um dos ferimentos que estavam quase curados — Se fossem apenas mordidas comuns, era simples. Entretanto, como foram feitas por criaturas fora de meu conhecimento, não consigo dizer com certeza qual o futuro de vocês.
Eliza disse aquilo com um tom tão triste que Ryota sentiu vontade de abraçar a garota. Às vezes, se esquecia que aquela curandeira mal tinha feito catorze anos.
— Da forma que estão, posso dizer que você, pelo menos, terá um pouco mais de tempo para se recuperar. A velocidade em que seu chi está sendo sugado em comparação à produção natural de seu corpo é quase equivalente, mas continua instável porque você perdeu muito sangue.
As mãos no colo da curandeira se apertaram em punhos.
— … Mas o garoto… Infelizmente…
— … Ah.
— Eu sinto muito, Ryota.
Eliza imediatamente sentiu seu peito doer quando viu a expressão avoada da garota exausta murchou completamente. Os olhos azuis perderam o brilho, se fechando.
— Tenho certeza de que você se esforçou muito para protegê-los…
— … Mas não foi o suficiente — respondeu ela, em um murmúrio frustrado. Era quase possível ver que batia os dentes.
— Foi o suficiente — disse Eliza com força, enquanto segurava as suas mãos sujas de sangue — Graças aos seus esforços para chegar até aqui, fomos capazes de salvar esse garoto. Está vendo?
— Mas… — Ryota olhou para Dio, que repousava com uma expressão de paz. Então, lembrou-se dos sons de carne sendo rasgada, de ossos quebrando e gritos — … Mas, mesmo assim…
— Eu entendo o que você está sentindo agora. De verdade, eu realmente entendo.
Os olhos âmbar encararam os azuis.
— Porém, precisamos ser fortes. Se nós não formos… Como eles serão? — a garota apontou com o queixo para aqueles ao redor — Ainda que seja difícil, somos seus pilares de segurança. Nosso esforço jamais será em vão.
Ryota abriu um sorriso preguiçoso.
— Às vezes, parece que você sempre consegue dizer a coisa certa, Liz.
— S-Sério…? — de repente, ela corou.
Foi uma reação adorável e previsível. Como sempre, Eliza ficava constrangida quando o assunto voltava-se para ela ao invés de seu trabalho.
— Obrigada… Mas existe uma forma de lidar com essas mordidas?
— … Acho que consigo desfazer a marca que está sugando seu chi, mas vai demorar um pouco tudo bem?
— Sim, mas… Não pode fazer o mesmo com ele?
Eliza olhou para John e soltou um suspiro pesado.
— … Vou tentar, mas não posso garantir nada.
E assim, uma longa hora se passou. Eliza andava de um lado para o outro, atendendo as pessoas, mas estando sempre por perto para acelerar o processo de salvar a garota. A curandeira parou para ajudar a lidar com a condição de John, mas não demorou muito para que os selos sobre seu corpo parassem de brilhar e se desfizessem, misturando-se com o ambiente.
Eliza olhou para Ryota e balançou a cabeça em negação. A garota apertou os olhos e virou o rosto para o outro lado, contendo as lágrimas.
Durante esse processo que parecia estar em fase de finalização, elas ficaram em silêncio. Por vezes, trocavam algumas palavras, mas não o bastante para que pudesse ser chamado de conversa. Dio dormiu o tempo todo. Vê-lo como o único sobrevivente daquele grupo que conheceu no primeiro dia trouxe a ela um misto de emoções que balançaram seu coração. Eles não foram próximos, mas perceber que poderiam ter sobrevivido se tivesse feito mais… Tê-los visto morrer, quando estavam a um palmo de seu alcance… Ver o corpo de um deles ser comido e arrastado para longe… Ouvir o som dos rasgos da carne, do quebrar de ossos que ainda reverberavam em sua mente…
Os pensamentos apenas pioraram quando as memórias se conectavam com um outro atentado, com chamas e corpos carbonizados. Com gritos que vieram de longe e corpos destroçados pelas próprias mãos saltavam em seus olhos. Era como um misto de passado e presente, de novo. A exaustão física e mental bagunçavam tudo. Da mesma forma que confundiu a morte de Stella com a morte de sua família em Aurora, o mesmo acontecia agora. Era como se as dores e desespero se acumulassem cada vez mais, incapazes de serem suprimidos. A tristeza foi expressada em lágrimas que escorreram silenciosas por seu rosto enquanto Eliza cuidava de seus ferimentos.
E foi um pouco mais tarde, quando vozes assustadas se ergueram, que ela acabou acordando. As lágrimas salgadas secaram em sua pele, e Ryota se colocou de pé com dificuldade. Eliza não estava ao seu lado. Dio continuava a dormir, agora deitado no chão. O corpo de John havia sido removido. Ao andar na direção do lado de fora, seus passos soaram lentos e desajeitados. A exaustão deu lugar a uma preguiça deslocada, indicando que havia realmente tirado uma soneca agradável.
Porém, logo quando esfregou os olhos, tentando entender o caos que se instaurava do lado de fora, seus pêlos se eriçaram. O corpo ficou atento e aqueceu-se, fazendo-a correr.
— Para trás de mim! — exclamou Eliza, conjurando seu cajado e apontando a esfera na direção do bando de criaturas que surgiram — Vou protegê-los, então vão!
— Senhorita Eliza!
— Madame!
— Vão, logo! — exclamou Ryota, se aproximando para incentivá-los a se afastarem — Liz!
— Então, essas são as criaturas… Por que não estou surpresa?
Parecia que o olhar da curandeira perdeu a força por um segundo, mas logo foi recobrado quando as bestas começaram a se aproximar, rosnando.
— Acha que consegue contê-los com a barreira?
— Eles não deverão ser capazes de atravessá-la, mas estou preocupada…
— Com o quê?
Eliza não respondeu. Uma gota de suor escorreu por sua testa.
— … Estou achando que minhas capacidades atuais estão abaixo do nível da ameaça.
O sussurro não foi compreendido por Ryota, que não sabia a respeito do evento na Fortaleza. Dito isso, Eliza estava nervosa ao segurar seu cajado, perguntando-se se ela seria o bastante para protegê-los. Mais uma vez, suas habilidades seriam testadas, e não havia a opção de desistir. Precisava protegê-los.
— Eu cuido deles. Liz, leva os feridos daqui.
— Ficou maluca?! Não pode enfrentá-los neste estado! Perdeu sangue demais, e não tenho certeza se conseguirei cuidar de você se receber novas mordidas!
A curandeira segurou a garota pelo cotovelo, parando-a de andar.
— Não temos outra escolha, Liz. Eu vou segurá-los enquanto você reforça a barreira e foge com eles para um bunker.
— Mas-
— Por favor.
Eliza torceu o rosto em angústia. Ryota, em contrapartida, falava e olhava-a com uma determinação ardente. Era um sentimento enraizado que fazia parte de sua personalidade, mas agora parecia mais forte. Ambas estavam determinadas a lidar com a situação, porém, alguém precisaria tomar a dianteira da situação. E como estavam em apenas duas, era difícil, mas Ryota deveria ser essa pessoa.
A curandeira, então, apertou os olhos com força. Suas pálpebras tremeram. O som dos rosnados e rugidos chegaram aos seus ouvidos, cada vez mais altos. Eram criaturas dos mais diferentes tamanhos e formatos. A quantidade era aterrorizante. Se fossem pegos, era o fim.
Lentamente, a mão trêmula de Eliza foi solta pela da própria Ryota, que sorriu de volta para ela.
— Vai ficar tudo bem. Não foi isso o que você me ensinou?
— … Hã?
— Eu sei que consigo distraí-los a tempo. Afinal, você cuidou de mim. Então, agora, quero que cuide dessas pessoas, também. E de si mesma.
— Espera. Espera um pouco, Ryota!
Os gritos de Eliza chegaram aos ouvidos de Dio, que havia acordado e saído para ver o que estava acontecendo. Ele arregalou os olhos dourados ao ver que a garota atravessou a barreira, se apresentando diante do bando de criaturas. Como ela não estava com ferimentos abertos, não havia cheiro de sangue para provocá-los.
Ryota sabia que esse era o ponto importante. Caso algo desse errado, ela se mutilaria e chamaria a atenção deles. Ainda que se fizesse de vítima, era pressuposto que todos iriam para cima dela, comê-la. Assim foi com Oliver, que, ao sentirem o seu odor de presa pega, todos correram em sua direção.
Inspirou fundo, contendo para si os medos e inseguranças. Antes deles, havia o sentimento desagradável de frustração dentro dela. E Ryota percebeu, estalando os dedos, que queria descontá-lo ali mesmo. Ela sacou a jaqueta para amarrá-la no braço mais uma vez.
— Quem quiser brigar, cai pra cima, seus bostas!
Ao grito, que enfurece algumas criaturas, elas partiram para cima. Totalmente recuperada e ciente de que eles não eram realmente animais tão inteligentes, a garota rapidamente desviou dos ataques e matou alguns a chutes que criavam um buraco em seus corpos e socos que quebravam o pescoço. Uma das bestas bateu contra a barreira e foi ricocheteado.
— Liz! Vai logo!
— C-Certo!
Percebendo que aquilo seria o bastante por enquanto, a curandeira se virou e começou a encaminhar todos para longe. Estendeu os braços e sinalizou para que as pessoas começassem a andar, com os mais fortes levando as crianças e ajudando aqueles incapazes de se locomover.
Se eu tivesse marcado algum bunker, poderia teleportá-los… Que droga!
Eliza praguejou sua falta de preparo e se virou para o combate que desenrolava do lado de fora da barreira. Desta vez, Ryota estava simplesmente na vantagem. Os golpes eram dados com força o bastante para destruírem corpos e matá-los com apenas um único ataque. Os reflexos ficavam cada vez mais e mais velozes. Os olhos azuis deslizavam de um lado para o outro, os ouvidos atentos aos rugidos e grunhidos das criaturas, que sempre faziam som antes de atacar.
Ryota matou aqueles que se assemelham a cachorros, gatos, lobos e leões. E, então, desviou de um coice vinda de uma espécie de égua, fazendo-a cair no chão com uma rasteira treinada.
— Ryota! Aqui!
De repente, ela olhou para trás e viu algo brilhar contra o sol. Aquele objeto girou no ar desajeitadamente, tendo sido jogado por Eliza, que tinha pouca força física. Mas a garota segurou o cabo da espada perfeitamente antes de se colocar em posição de combate novamente.
Esse momento de distração foi o bastante para que uma criatura do tamanho de um lobo rasgar seu braço. Ela rosnou de volta com a dor, o sangue atiçando ainda mais as investidas das bestas. Neste segundo, quando uma mordida prestes a cravar-se em seu cotovelo seria atirada…
— Iá!!!
Uma espada grande e de lâmina pesada cortou o pescoço do lobo. O golpe e a chegada da pessoa foram tão impactantes que balançaram a terra. Ryota arregalou os olhos para o homem que trocou olhares.
— Eai, minha filha? Quer ajuda?
— … Não vai perder pra esses bichos, hein, tio Jaisen?!
Após o instante de choque se dissipar e Ryota decidir apenas seguir o fluxo, a dupla de combatentes sorriu um para o outro e voltou à luta. Portando espadas que facilmente rasgam os corpos de carne, fazendo sangue e tripas voarem, finalmente a vantagem pendeu somente para um único lado.
Ryota não era habilidosa com a arte da espada, mas ela foi bastante útil para os ataques e defesas. Jaisen, em contrapartida, portava uma espada semelhante a uma dadao, porém muito maior e mais pesada. Sua lâmina era extensa o bastante para picotar a cabeça de três criaturas de uma única vez. Sua movimentação, ainda que lenta, indicava experiência o bastante para que pudesse usar seus reflexos e estratégias rápidas.
O novo massacre chegou ao fim rapidamente. Dessa vez, porém, com a vitória das pessoas. Em verdade, as pessoas pararam sua fuga ao perceberem o show que se desenrolou. Eliza uniu as duas mãos acima do peito com lágrimas nos olhos, soltando um suspiro aliviado ao ver que ambos estavam bem e inteiros — com exceção da garota, que havia recebido um rasgão em seu braço.
Eliza se aproximou para dar outro tapa nela — desta vez, em sua nuca. Foi um golpe violento demais para ter vindo de uma curandeira.
— Ai!
— Sua… Sua… Bobona!
— … Eu deveria ter ficado ofendida com isso?
— Bobona! Bobona, bobona! Olha só isso! Ficou toda machucada! Poxa… — Eliza fungou e engoliu as lágrimas enquanto brigava com Ryota, que apenas riu de suas tentativas fracassadas de intimidá-la. Em seguida, ela gerou um selo para fechar o ferimento.
No fim, a missão de proteger os civis foi concluída com sucesso.