Ryota Brasileira

Autor(a): Jennifer Maurer


Volume 4 – Arco 3

Capítulo 32: Arcando com a Responsabilidade

Quando Edward abriu a porta, preparado para manter sua máscara de príncipe por mais algum tempo, sua mente ficou completamente branca. Isso porque uma pessoa que há quase três dias ficou desaparecida, sem dar qualquer sinal de vida, repentinamente, estava em sua porta. Usava o mesmo traje de guardiã que se lembrava de vê-la portar desde sua última conversa. Entretanto, ela parecia mais surrada e suja. Os cabelos negros estavam soltos e emaranhados, os fios enrolados e grudados uns nos outros formando uma bagunça completa. Quando a jovem ergueu o rosto e trocou olhares com Edward, ele pôde perceber que havia um curativo cobrindo seu rosto logo acima da bochecha.

— Pode me deixar entrar?

Percebendo que ele nada faria devido o choque, Ryota abriu os lábios rachados e falou. Sua voz saiu baixa e rouca, como se há tempos não falasse. Não, na verdade, como se a tivesse usado demais ao ponto de se desgastar.

— A-Ah. Claro.

O príncipe gaguejou e, finalmente acordando do transe, deu alguns passos para trás, liberando espaço para que ela entrasse. Ryota baixou o rosto novamente e caminhou para dentro do quarto, fechando a porta atrás de si. Ela parou de andar e assim permaneceu, o cômodo entrando em um silêncio profundo enquanto permanecia de costas para o rapaz. O príncipe hesitou em começar a falar, por mais que quisesse dizer muito mais coisas do que poderia realmente demonstrar. Em contrapartida, a garota não parecia muito afim de puxar assunto, embora ela também tivesse, ou devesse, ter ido até lá para conversarem.

— E então?

Ryota se virou quando Edward cruzou os braços e, ao invés de adotar um método que demonstrasse pena, decidiu levar mais à sério o fator dela ter desaparecido. Decidiu que a ouviria antes de tomar uma decisão do que fazer e, ao invés de afagar sua cabeça, lhe emprestaria o ombro para que contasse o que havia acontecido.

— Acho que temos muito o que conversar, mas, antes, parece que você precisa… Se cuidar um pouco.

Os olhos violetas de Edward falharam ao descerem de seu rosto manchado até suas mãos que vestiam luvas pretas. Ele uniu as sobrancelhas, pensando se estava realmente deduzindo o que havia acontecido a ela corretamente. Então, percebendo que a jovem nada diria, caminhou até um canto do quarto para lançar-lhe uma toalha e um par de seus próprios pijamas, ao qual ela os pegou perfeitamente no ar.

— Primeiro, tome um banho. 

Ryota olhou para a toalha, ergueu o queixo para Edward, baixou os olhos para o que segurava e voltou-se para o príncipe de novo. Então, seus olhos se encheram de lágrimas.

— H-H-Hã?! O que foi? Eu fiz algo errado?! — desesperado que talvez a tivesse ofendido, Edward disparou até ela e nervosamente sacudiu as mãos, tentando acalmá-la.

Em resposta às suas perguntas, ela apenas balançou lentamente a cabeça. Ryota sequer percebeu que estava chorando diante de outra pessoa, algo que raramente acontecia. Naquele momento, realmente não se importava com aquilo. Havia uma dor, um machucado profundo muito maior em seu coração que seu medo de preocupar os outros com seus próprios problemas nem passava por sua mente. 

Seu corpo e lábios tremeram um pouco conforme as lágrimas caiam e manchavam as roupas que segurava. Então, ela apertou a boca e inspirou fundo.

— … Me desculpa. 

— Você está bem?

— … Não. Mas vou ficar.

Ryota ergueu as sobrancelhas e tentou sorrir, mas foi tão fraco e sem qualquer brilho que pareceu tornar tudo pior. Seus lábios voltaram à posição normal quando baixou os olhos para o que segurava.

— Eu provavelmente… Não vou conseguir.

— O quê?

Suas bochechas coraram.

— Tomar banho sozinha.

Edward fez uma careta de confusão e segurou os tecidos quando Ryota os empurrou contra seu peito. Então, ela lentamente retirou uma das luvas pretas que cobriam suas mãos com os dentes, revelando uma visão tão horrenda que foi como se o príncipe tivesse recebido um soco no estômago.

A mão que se revelou estava em um estado horrendo. Haviam marcas de cortes por todos os lados, rasgando a pele e manchando-a em vermelho e roxo. Foram tantos machucados feitos um por cima do outro que a própria mão havia inchado de forma que apenas o toque direto podia ser capaz de disparar uma dor inimaginável para o cérebro. Só olhar para ela era doloroso, quem dirá qual era a sensação de estar de tal forma. O jeito que os dedos estavam posicionados, levemente dobrados pra dentro, sem mexer um milímetro, davam a impressão de que provavelmente não permitiam grandes movimentos. Seja pela dor ou pela incapacidade devido o inchaço. 

A garota ergueu os olhos azuis escuros para o rosto do príncipe e, vendo sua reação, vestiu novamente a luva para ocultar os ferimentos e escondeu as mãos atrás do corpo.

— Agradeço pela oferta, de qualquer forma.

— M-Mas, espera aí! O que foi que aconteceu? Quem fez isso com você? Antes disso, na verdade, precisamos cuidar desses machucados agora!

Perdendo completamente a vontade de manter a pose respeitável, Edward segurou o braço da garota e exclamou. Porém, fazendo uma careta e grunhindo, ela recuou alguns passos e se encolheu. 

O príncipe empalideceu, os olhos rosados subindo das mãos dela para os braços cobertos pela roupa.

— … Até onde machucaram você?

— Isso não importa. Eu não vim aqui pra mostrar meus ferimentos. Tem algo mais importante que precisamos conversar.

Ryota desviou o assunto e baixou a cabeça, encolhendo-se com o olhar analisador dele. A impressão que Edward tinha dela era o completo oposto da primeira vez que a conheceu. Antes, ainda que estivesse bastante ferida e com a mente bagunçada, ainda havia determinação e força em seus olhos e ações. Ainda que as palavras não fossem convincentes, mas se esforçassem para isso, o príncipe podia enxergar uma pessoa capaz de se esforçar pelo seu objetivo sem medo de nada.

Agora, a visão dele havia se alterado para uma das piores versões de Ryota. O brilho de vida e sua alegria contagiante foram substituídas por palavras de tom sombrio e frias, como água gelada. Não havia calor ao toque. Ela sequer parecia reconhecê-lo como alguém próximo. Houvera uma mudança grandiosa em seu estado mental para que chegasse a agir assim. 

Edward sabia que não foi decisão ou culpa dela, e a raiva que ferveu em seu sangue não deveria ser direcionada à garota que se afastava como um animal com medo de ser alvo de mais violência. Mas ele não conseguia conter o olhar afiado, e foi justamente isso que a fez se afastar, pensando que provavelmente o havia irritado.

— … Me desculpe — repetiu ela, então, a cabeça ainda abaixada — Cuidarei disso mais tarde.

— … Então, quer conversar primeiro? — inspirando fundo, Edward se esforçou para conter o tom da voz e assim convidou.

Ryota assentiu. 

— Está bem. Sente-se aqui.

O príncipe a guiou para duas poltronas viradas uma de frente para a outra e prontamente se sentou em uma. Ryota, por alguma razão, parou por um instante ao ver essa cena, com uma mesa entre os dois assentos e a lareira desligada, antes de sacudir a cabeça para os lados e se sentar também. Mantendo as duas mãos sensíveis no colo, a garota inclinou-se e manteve a postura torta, sem encostar as costas ou tocar os braços nos braços da poltrona.

Edward não havia percebido, mas até suas pernas tremiam ao andar. Ao menos isso ela tinha conseguido disfarçar corretamente.

Quando um outro momento silencioso permaneceu, Edward abriu os lábios para falar, mas parou e os fechou. Ele pensou que talvez fosse ser indelicado ficar fazendo perguntas, e, pela expressão e posicionamento dela, possivelmente acabaria somente a pressionando novamente. E, depois de ver que isso aconteceu tão facilmente ao ponto de fazê-la chorar, essa era a última coisa que queria. Com isso em mente, Edward manteve-se calado e aguardou até que Ryota estivesse confortável o bastante para começar a conversa.

— Me desculpa por não ter aparecido até agora. Eu devo ter causado problemas pra você, não é? 

— Não, não precisa se preocupar. Você deve saber perfeitamente que posso cuidar das coisas sozinho. Inventei algumas desculpas para sua ausência, então acredito que, ainda que suspeitem ou pensem algo a respeito, nada demais vai se espalhar. Então, pode ficar tranquila.

Ryota olhou para Edward e, percebendo que ele não mentia, relaxou os ombros. 

— Certo.

Era quase doloroso pensar que, antes de contar o que havia lhe acontecido, Ryota se preocupou antes com o estado dele graças à sua ausência. O peso que inundou seu coração foi bastante semelhante ao sentimento de ter estado presente com a garota cega que ela tanto desejava resgatar. Edward se perguntou qual seria o nome daquela sensação. De sentir os ombros tão pesado; o coração doendo ao ponto de disparar, parecendo estar prestes a explodir; de sentir seus olhos arderem como se fosse chorar a qualquer instante... 

Seria isso empatia? Ou, talvez, culpa? Ele não sabia dizer.

— Na noite retrasada, como planejamos, fui conversar com seu pai. E foi… Bem melhor do que achei que seria. Ele me recepcionou muito bem, me escutou e conversamos bastante. 

— … Entendo.

Ryota fechou os olhos e franziu a testa como se sua cabeça doesse.

— E… E então, eu não me lembro direito. Acho que me senti bastante cansada, de repente. 

— Bom, quando você saiu daqui, já havia passado das onze. Como costumamos dormir um pouco antes disso… E, também, depois do que aconteceu na Cerimônia de Benesse, não me surpreende que tenha ficado exausta.

Edward, ainda que tivesse se envolvido com o resgate de Marie, ainda acabou tendo uma boa noite de sono e refeição. Mas ele suspeitava que Ryota tivesse tido a mesma sorte.

— … E então? O que aconteceu depois?

Percebendo que ela hesitou em continuar a falar, Edward tentou encorajá-la.

— Perdi a consciência e… Acordei em uma sala escura. Eu não lembro de quase nada do que aconteceu. Lembro, só um pouco, de que haviam pessoas comigo. De que me perguntaram coisas, e de que respondi. Mas… Não me lembro direito quem era.

A garota, se esforçando muito para se lembrar, mas sentindo um peso horrível na cabeça, inclinou-se ainda mais e encostou suavemente a mão enluvada na testa. Edward empalideceu ainda mais ao ouvir aquelas palavras. Um suor frio escorria por suas costas quando falou:

— … E… Como você saiu?

— Eu não sei. Só me lembro de ter acordado na varanda do meu quarto. Eu sentia muito frio e muita dor. Ainda não entendo direito a razão, nem o porquê, mas tenho uma ideia — e olhou para as próprias mãos com seriedade.

— Mas eu entendi perfeitamente o que aconteceu.

Edward saltou com brutalidade da poltrona, a fazendo balançar como se fosse cair, e marchou a passos firmes na direção da saída do quarto. Porém, foi impedido por uma Ryota que correu desajeitadamente até sua frente e o parou. O rosto do rapaz tinha saído de uma palidez preocupante para uma expressão de puro ódio em segundos. Veias saltavam de sua testa, os punhos estavam cerrados, prontos para atingir alguém a qualquer instante. Os olhos violetas se tornaram perigosamente afiados, o aro dourado ao redor da íris cintilando ameaçadoramente.

— Espera.

— O quê?

— Aonde pensa que vai?

— Vou ter uma conversa com meu pai, ele querendo ou não.

Edward tentou ultrapassá-la, mas, apesar de sua raiva, não conseguia ter coragem de tocar a garota ferida, então quando Ryota ficou diante da maçaneta, ele parou novamente.

— Você não vai. 

— E por que não?!

— … Porque fui eu quem decidi passar por isso. Não é culpa do seu pai.

— O quê?

O príncipe paralisou por completo, sem entender o que aquilo significava. Ryota inspirou profundamente e explicou:

— Não foi Fanes que me… Que fez isso comigo. A pessoa que estava comigo naquela sala era outra. E ele me deu uma escolha. E eu optei por ficar.

— Ficar? O que isso quer dizer?

Ryota baixou os ombros e começou a explicar de forma reflexiva, mais como se falasse para si mesma:

— … Eu decidi que não envolveria mais ninguém nos meus próprios problemas. Ainda que eu peça auxílio algumas vezes, ainda que nos ajudemos, eu jamais poderia colocar a culpa de uma decisão minha nos ombros de outra pessoa. Foi minha decisão salvar a Marie, então eu… Eu decidi arcar com a culpa.

— A-Ainda assim-

— E isso também te envolve, Edward — Ryota ergueu os olhos e, pela primeira vez, suas íris não estavam mais tão escuras — Eu decidi proteger aquilo que é importante pra mim. Não importa se é justo ou não. O plano da Fuyuki deu certo, não é? Vocês ficaram isentos e seguros. Então está tudo bem. 

— Não está!

— É assim que deveria ser. Foi o que eu tinha planejado desde o começo. Por isso — delicadamente, Ryota segurou um dos punhos que estavam cerrados. Edward estremeceu ao toque — Não saia deste quarto, e nem fale com seu pai sobre mim. Está tudo bem.

A troca de palavras eram feitas como completos opostos. Uma voz se agitava, erguendo-se, outra mantinha-se baixa e rouca, incapaz de sequer ter forças para igualá-la. Entretanto, mesmo com tal calmaria, talvez, na verdade, com a certeza de ter escolhido o caminho que seu coração ferido desejava, Ryota conseguiu convencer Edward a parar. Ele pigarreou, relaxando os dedos das mãos e virando-se para o outro lado.

— Certo. 

— Obrigada — Ryota sorriu fracamente.

Edward caminhou até sua poltrona e sentou-se novamente, sem qualquer delicadeza. Ryota fez o mesmo. Ele sentiu que ainda havia raiva pulsando em suas veias, mas as conteria por enquanto. Queria ser capaz de acreditar na garota que tornou-se sua guardiã. Ainda que estivessem fazendo aquilo como fachada, ainda que os problemas aos quais ela se envolveu não tinham nada a ver com ele… Edward se sentiu impotente. Pela primeira vez na vida, ele sentiu que não poderia fazer nada, agora.

Como um príncipe, era natural que suas necessidades gerais fossem atendidas. Embora houvessem os problemas comuns como alguém da realeza, em geral, o príncipe jamais tivera que passar por um estresse tão grande ao ponto de sentir raiva. Ao ponto de explodir em segundos e querer socar alguém no rosto. Esse tipo de situação jamais seria tolerada. Não apenas porque não estava de acordo com o código de conduta, mas também porque geralmente outras pessoas teriam de fazer o trabalho sujo por ele.

Foi neste instante que ele percebeu. A sensação que pesava seu corpo e o incomodava tanto era o sentimento de impotência. De que não era capaz de fazer nada para ajudar a pessoa que tinha se esforçado tanto para atender suas necessidades mesquinhas. Uma pessoa que foi levada a fazer um contrato à força, ainda que ambas as partes saíssem ganhando de alguma forma. Quando viu o estado da garota que estava na prisão isso o atingiu com força. Mas, agora, ao ver até onde suas decisões e ações haviam levado a garota que deveria ser de sua confiança e segurança… Ele quase não pôde conter o mal estar. 

Edward se perguntou se era assim que Ryota esteve se sentindo em relação à Marie desde o começo. E, vendo-a agora, tendo aceitado a responsabilidade por sua própria decisão, tendo protegido não somente a garotinha, mas também a todos que se envolveram… Seu coração fez desaparecer o peso de antes e brotou ali um sentimento leve como uma pena, passando uma eletricidade gritante pelo corpo. Edward olhou para a garota diante de si e sentiu apenas pura admiração.

— De qualquer forma, o assunto que queria falar não era sobre mim. Como foram as coisas com a Marie? Vocês conseguiram resgatar ela? 

— Sim. Kanami levou ela e Luccas para um lugar seguro, eu suponho. Não os vi depois disso, e a senhorita Fuyuki não pareceu preocupada em relação a este assunto, então acredito que estejam bem. 

Ryota soltou um suspiro.

— Que bom. Fico feliz que deu tudo certo.

Com isso, ela recostou a cabeça na poltrona lentamente e fechou os olhos. Edward não conseguia imaginar qual deveria ser o nível de dor sentido por ela. Apenas encostar era o bastante para que fizesse uma careta. Ele se perguntou quanto mais a haviam ferido e Ryota não se recordava. 

— Enfim, acho que você deveria voltar ao seu quarto. Na realidade, deveria visitar um médico e cuidar desses machucados.

— Eu não posso fazer isso. Eles vão descobrir que algo aconteceu e perguntarão a razão. Não posso deixar ninguém saber de nada. Não posso deixar que eles saibam que fiquei fragilizada assim depois desses dias.

O que ela queria dizer é que não gostaria que Miura e os outros descobrissem que ficou sensível demais ao ponto de pedir mais ajuda. Era o natural a se fazer, porém, neste caso, para Ryota, seria o mesmo que falar em voz alta que foi vítima de algo, fazendo surgir por aí boatos problemáticos. Ninguém admitiria em voz alta que foi o responsável, e provavelmente aquilo só traria mais dor de cabeça.

— E a senhorita Eliza? A curandeira da duquesa Fuyuki?

— Menos ainda.

— Por quê? Vocês não são amigas?

Ryota torceu o rosto e mordeu os lábios, desviando o olhar para a lareira.

— Não quero que a Fuyuki saiba do que aconteceu. Ela não precisa saber, e nem nenhum dos guardiões dela. Nem a Kanami, nem o Sora ou o Zero.

— Então pretende ficar assim até quando?

Ela não respondeu.

Edward soltou um suspiro pesado.

— Sabe, eu até lhe daria uma folga, mas infelizmente não posso fazer isso. Você voltou em um momento bem oportuno e complicado.

— Como assim?

— Essa noite — o príncipe olhou para a janela, para o céu que escurecia — Vai acontecer o Baile de Máscaras. E é obrigatório a presença de todos, lá. Eu me sinto mal em fazer isso com você, mas realmente precisamos dar um jeito nesses ferimentos, Ryota.

Ryota piscou duas vezes para Edward e olhou para baixo.

— Um baile, né? Isso vai ser um problema, então.

— Por quê? Por que terá que usar vestido e tamanco?

— Isso também é um problema, e não só porque meus machucados vão aparecer. 

— Podemos dar um jeito nisso. Devem haver luvas que combinem com vestidos, e a máscara deve cobrir razoavelmente seu rosto, então esse outro corte não deve aparecer.

Edward tocou o próprio rosto onde estava o ferimento da garota e assim disse, tranquilizando-a quanto a essa situação.

— Não é por isso. É só que…

Ryota sorriu timidamente.

— … Eu não sei dançar.

Esse era provavelmente o maior problema na cabeça dela.



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