Ryota Brasileira

Autor(a): Jennifer Maurer


Volume 12 – Arco 4

Capítulo 59: Saber e Viver

Houve um tempo onde tudo era mais fácil e prático.

Para um homem cujas formações e vivências nunca foram realmente dignas de seu próprio nome, Sasaki ficou aliviado que ao menos pudesse seguir aquele caminho.

Na qual as pedras e até mesmo o ar que respirava não eram seus. Uma existência que não passava de um objeto de substituição, o receptáculo de um conceito ao qual esquecera seu significado há eras.

Entretanto, ele nunca parou. Ainda que o significado tenha se perdido, a sensação de um dever que tinha de ser cumprido o movia adiante.

Talvez fosse por isso que grande parte das pessoas ao seu redor o odiassem.

Seria justo julgá-las, quando foi o próprio quem tornou suas relações piores do que uma vez foram?

Suas mãos, cujas habilidades foram treinadas para curar e proteger, não serviam de nada para sua língua afiada.

Por vezes, gentileza e sinceridade eram armas letais. Gostaria de ao menos ter aprendido isso com ele enquanto ainda estava em vida.

Erguendo as íris negras para o céu, os cachos de seu cabelo esvoaçavam com o movimento do pescoço. Um resmungo escapou de sua garganta, o rosto se contorceu em uma careta.

— Eu devia arranjar um assento mais confortável…

Para alguém cuja profissão era a saúde, Sasaki estava longe de ser o melhor exemplo de bem-estar. Deitar a tarde inteira no banco de madeira e cochilar até o anoitecer não parecia uma atitude respeitável.

Não que os estudantes se importassem. Na verdade, estavam acostumados com a conduta preguiçosa dele. Nunca o viram trabalhando, mas por vezes Sasaki desaparecia como se nunca nem tivesse existido. Então, quando era visto novamente, estava deitado no mesmo lugar, ou andando descompromissadamente pelos corredores.

Sasaki não aplicava aulas ou provas como suas colegas. Scarlet e Amane tinham funções variadas, especialmente a mulher de cabelos ruivos, cujo tempo era passado essencialmente ao lado dos mais novos.

Diferente de outros membros da corte, ou até de outros líderes da nobreza, Sofia Megalos tinha um método próprio de aplicação e serviço. Raramente as ordens viriam diretamente de sua boca, por vezes o “acaso” exigia que estivessem presentes em algum local, sob alguma circunstância.

Eis um disfarce excelente para uma mulher que nunca se permitia ser vista de outras variantes. Seja em reuniões em Thaleia, seja em viagens a negócios ou quaisquer que fossem seus demais passatempos como reitora, aquela era uma donzela cuja inteligência sempre ultrapassava qualquer um.

Diziam que era uma prodígio desde a infância. Uma criança assustadoramente madura desde que se viu falando com menos da metade da idade comum. Mediante conflitos, era capaz de coordenar e organizar perfeitamente seus colegas de turma. Seu charme permitia a todos prestarem atenção única e exclusivamente nela.

Mas, se fosse necessário, Sofia poderia desaparecer em um piscar de olhos sem deixar rastros para trás. Como uma sombra que desaparece na escuridão e retorna no dia seguinte com o mesmo sorriso gracioso, porém sábio.

Alguns diriam que sua feição doce demais se aproximava da presunção. Como se no fundo daqueles olhos azuis esverdeados, houvesse um ar de superioridade que não se permitia ser abalado.

Para Sasaki, que a conhecia há tanto tempo, todos aqueles rumores eram tolos. Ainda que fossem verdadeiros, nada jamais poderia fazer jus ao verdadeiro “eu” de Sofia — ao qual sempre admirou em segredo, na distância, sem revelar seus verdadeiros pensamentos.

Desde o começo, ele era o garoto ingênuo, genérico e imaturo. O olhar de Sofia para ele nunca mudou, nem agora, nem quando ainda eram crianças.

— … Isso também é culpa minha, não é?

Era óbvio que fosse, mas não havia nada a ser feito. Ao menos, sua prioridade nunca foi chamar a atenção dela. Na verdade, sempre foi o oposto.

— Você tá sempre tão ocupado, né, não? Nunca mais saiu com a gente pra beber! Que chatice!

As reclamações de Scarlet nunca mudaram. No passado, em seu tempo livre, estava sempre frequentando os mesmos lugares com seus amigos. Eles bebiam até o amanhecer, jogavam juntos, faziam piadas sujas que virariam razão para sorrir ao acordar na ressaca na manhã seguinte, e então voltavam ao trabalho exaustos.

— Decerto, ao menos mais alguém está demonstrando diligência entre nós.

— O quê?! O que foi isso?! Uma ofensa, foi o que eu ouvi? Que dor, Amaneeee!

— Silêncio.

— Quêêê?

O único olho penetrante da assassina, que normalmente faria pessoas comuns caírem no chão com os joelhos fracos, apenas trazia sorrisos à Sasaki e expressões exageradas à bêbada Scarlet.

Enquanto estavam ocupadas com suas funções dadas por Sofia, não podiam interagir dessa forma como faziam agora. Em parte, por respeito à profissão de guardiãs e ao tipo de porte que deveriam ter perante aos outros.

A outra razão deveria ser simplesmente porque quando Scarlet abria a boca, nunca mais fechava. E Amane, por outro lado, era como uma estátua cujas feições nunca mudam. Assim como grande parte dos Akais, era assustadora ao ponto de te dar arrepios na coluna, mas sua lealdade a faria levar os maiores segredos de estado para o túmulo, não revelando independentemente do que aconteça.

Sasaki, por outro lado…

— Vamos, Amanezinha! Não seja assim. Vem cá, abre um sorriso.

— Me defende, Sasaki! A Amane sempre faz bullying comigo quando você tá fora.

— Afaste-se. 

… Entrava nas brincadeiras de Scarlet e provocava Amane em retorno. Por vezes, gostava de se unir ao outro lado para zombar da amiga bêbada, ou então se tornava o alvo das duas de uma vez.

Não importa qual fosse o dia ou o momento, estar com elas sempre foi o suficiente para lhe fazer abrir ao menos um singelo sorriso.

Sofia nunca se uniu às saídas noturnas, embora, por vezes, os convidasse para jantares mais recatados. 

— Eu queria que a senhorita Sofia aparecesse mais, sabe? 

— Scarlet.

— Eu sei, eu sei! Tô sabendo que ela tá sempre ocupada, mas nossa, nem uma paradinha? Nenhuma? Merecia ao menos uma folguinha.

O olhar de Amane foi afiado como uma lâmina, mas apesar de Scarlet se retrair no assento do bar, insistiu em seu ponto com a língua enroscando nos dentes.

Houve um pequeno silêncio no qual Sasaki e Amane trocaram olhares, então focaram sua atenção novamente na mulher que se debruçava na mesa, soluçando baixinho pela mestra sempre ausente.

— … A senhorita Sofia está em outro patamar. Não existe folga ou férias pra ela.

— Mas ela é a dona do instituto e também a líder da própria família… Não pode se dar um pouco de paz, de vez em quando?

Sasaki queria mencionar que havia muito mais por trás do que apenas isso, mas nem ele ou Amane eram permitidos a justificar a ausência de Sofia. 

— E você também! Por que você tá sempre tão longe da gente, hein?!

— Eu?

— E tem mais alguém que eu tô apontando?

Com o dedo trêmulo, a ruiva apontou o indicador para o peito de Sasaki, que ergueu as mãos em rendição com um leve sorriso brincalhão.

— Tem razão, estive afastado de vocês por muito tempo. Peço perdão por isso.

— Mentiroso! Que desculpinha esfarrapada!

Scarlet.

— Ai! Ai, ai, ai, não precisa partir pra violência, também!

Ignorando o beliscão de Amane em Scarlet por baixo da mesa, que se contorcia como uma criança, o curandeiro suspirou, suavizando as feições tensas.

Notando a alteração, a assassina deslizou o único olho vermelho em sua direção, cautelosamente murmurando:

— Clior, outra vez?

Scarlet, que escutou, ergueu os olhos cheios de lágrimas de crocodilo de uma para o outro com curiosidade, mas nada disse. Em resposta, Sasaki juntou as sobrancelhas e segurou o copo de bebida, encarando o gelo.

— … Vamos mudar de assunto, por favor? Por que não me diz você, Scarlet? Aquele cara que te vi saindo no outro fim de semana.

— … Hã? Eu? Ah. Aaaah! Aquele?

Em um piscar de olhos, ele abriu um sorriso disfarçando a preocupação anterior, e desviou o foco de si para Scarlet, que rapidamente comprou o novo diálogo com um riso nervoso.

O tagarelar da ruiva, bêbada e envolvida na própria história, rapidamente substituiu a tensão anterior. Como amigos de longa data, se havia algo que haviam aprendido pela convivência, era nunca insistir em um tema cujo o outro não estava confortável em discutir.

E, claro, nunca recusar uma mudança de assunto.

Havia preocupação uns pelos outros, mas acima de tudo, respeito pelo próprio espaço. Compartilhavam trabalhos e jogavam a conversa fora como passatempo, mas jamais ultrapassaram as linhas de uma intimidade maior que a necessária.

Os três foram unidos por objetivos diferentes, mas correspondidos pela mesma pessoa que os contratou. A profissionalidade de sua mestra refletiu em seus guardiões, que se adequavam ao estilo desejado na performance de seus trabalhos. 

Em suma: não incite para não ser incitado.

A menos que fosse requisitado.

Lembrar da noite anterior fez as têmporas de Sasaki doer, e por reflexo, cobriu os olhos da luz da janela. Respirando fundo, amaldiçoou a si mesmo por perder o controle e beber sob a influência de Scarlet quando Amane o aconselhou o contrário.

Sou mesmo um grande idiota… Mas, bem, isso também foi culpa minha.

O som de algo se arrastando o tirou de seus pensamentos, bem como o desaparecimento da luz anterior, que deu espaço à escuridão agradável aos olhos.

Passando os dedos pela testa até o cabelo, o curandeiro verificou a pessoa que entrou na sala. E não pôde deixar de sentir um aperto no peito.

— Tome mais cuidado, vai danificar a visão assim.

— … Desculpe.

O suspiro murmurado de Sasaki deveria ter chegado aos ouvidos de Sofia, porque ela desviou o olhar para a forma que ele estava sentado em sua cadeira. 

Estavam no escritório da reitora do Instituto Gnosis. Em geral, ele permanecia trancado e inacessível grande parte do tempo. Mas sempre que necessário, magicamente, ela estava ali. Os funcionários quase acreditavam que ela fosse algum tipo de anjo que sabia exatamente a hora de aparecer.

Talvez ela seja, mesmo.

Os olhos de Sofia se apertaram, e Sasaki soube que ela sabia exatamente o que se passou em sua mente. 

Após tanto tempo, estava acostumado com os olhares de desaprovação dela e a ausência de sorrisos. Para a sorte dele, não era de desgosto, muito pelo contrário.

Sasaki se divertia justamente porque Sofia sempre sabia no que estava pensando. Às vezes, pegá-la desprevenida e tirar uma reação, ainda que leve, de suas expressões faciais o fazia ficar pensando nisso durante uma semana.

Ela não era uma mulher fácil.

Em público, sua doce aparência era como uma isca atraente, tal qual uma planta carnívora que atraía insetos com seu néctar, abocanhando sem piedade.

Não parece nada mal, no entanto.

Provavelmente os pensamentos de Sasaki se sobressaíram novamente, porque Sofia estava o encarando intensamente ao ponto de queimar a pele. 

Um pequeno sorriso surgiu no cantos de seus lábios quando perguntou, baixo e casualmente:

— O que foi? 

Não houve resposta, mas pelo discreto espasmo de seu olho direito, sabia que acertou em cheio — tinha irritado a reitora com sucesso.

— … A que devo sua visita?

Com zero esforço, Sofia interrompeu a linha de raciocínio com outra questão. Terceiros diriam que seu incômodo era pelo curandeiro estar reclinado no assento que originalmente pertencia a ela, apoiando as pernas na mesa do escritório e cruzando os braços atrás da cabeça.

Entretanto, aquele sempre foi o olhar que lhe foi direcionado, sem mais nem menos.

— Estava apenas curioso pra saber como andavam as coisas. Você sabe, com a Ryota, e tudo o mais.

Sofia se calou, o que era uma raridade e tanto. Ela nunca perderia a oportunidade de exibir seus conhecimentos e usá-los para se sobressair sobre os outros de alguma maneira. 

Isso se Sasaki não fosse um de seus guardiões. Estar à mercê das ordens de sua mestra a fazia criar um pouco de consciência pelo quanto poderia se permitir explorar e usufruir.

— Esperei que fosse ouvir diretamente por ela.

— Por quê?

— Não faz mais sentido ouvir pela pessoa que experienciou, ao invés de mim?

— Mas eu quero ouvir de você… 

Endireitando a postura, Sasaki retirou as pernas da mesa e sentou-se adequadamente. Seus olhos não se permitiram desviar dos de Sofia, nem mesmo quando a própria se acomodou na beirada da mesa, recostando-se.

Os dedos esguios roçaram a superfície da mesa em um movimento circular, distraído.

— Por quê?

Você sabe o motivo.

Não havia nem necessidade de ler mentes para ver o que estava escrito no olhar do curandeiro.

Para Sofia, no entanto, a expressividade era a chave de uma conversa. Ainda que saiba, ela desejava ouvir, ver e vivenciar.

O conhecimento como uma existência vaga na mente não era o bastante para satisfazê-la. O valor dele sempre estaria na impregnação. 

“Qual dessas centenas de milhares de possibilidades se tornará real?”

Saber e viver eram bem diferentes.

Talvez aquela fosse uma das coisas que os diferenciava — para aprender, Sasaki tropeçou uma, duas, três vezes até entender. Em contrapartida, a mera consideração do possível ocasional que desenvolveria aquele tropeço era considerado por Sofia desde o começo, cinquenta passos antes de sequer se aproximar da pedra que a faria cair.

Em retrospecto, observar aquelas pessoas que viviam tolamente era o passatempo de Sofia. Apenas essas, que aprendiam após experimentar na pele, incitava seu desejo de saber.

— Tenho pena dela. 

Foi uma resposta honesta, vinda com um murmúrio silencioso dentro daquela sala fechada e escura.

Sofia não o interrompeu quando continuou:

— Passar por essas provações depois de tudo o que aconteceu não deve ser nada fácil.

— Era necessário.

— Eu sei, mas… Sabe, não está pegando pesado demais? Até os outros alunos notaram a instabilidade mental dela.

Um riso de escárnio veio de Sofia, que cruzou os braços e inclinou a cabeça. O olhar do curandeiro recaiu nos fios que escorreram pelas costas dela.

— Um comentário cômico vindo de você, que não se deu ao trabalho de apoiá-la sequer uma vez desde que chegou aqui.

Sasaki aceitou a pontada afiada das palavras com um suspiro, cruzando os dedos na barriga ao manter o leve sorriso no rosto.

— Essa doeu.

O assobio exagerado que deu em sequência certamente tirou um sorriso interno de Sofia, mas ela não se deu ao trabalho de expressá-lo.

Era o suficiente, no entanto.

— Tem razão. Não tenho o direito de conversar com ela, não depois do que disse antes.

A provocação foi além dos limites, e Sasaki se pegou magoando Ryota. Ainda que tivesse sido de propósito, eram ações que não justificavam quebrar a confiança já instável entre eles.

Não eram amigos, mas algo próximo de bons conhecidos. Houve uma época em que ele ajudou a melhorar suas habilidades, e outrora salvou a vida de seus entes queridos. Mas para além disso, sua relação estava fadada a se quebrar facilmente quanto mais tempo Ryota passasse ao lado de Sofia.

Era mais fácil cortar o mal pela raíz e esperar que se tornassem conhecidos distantes. O curandeiro estava acostumado com o próprio mal comportamento, e certamente aprendeu a piorá-lo ao longo do tempo.

— … Eu me tornei um lixo humano, não foi?

A pergunta sussurrada não foi direcionada a Sofia, que desviou o olhar ao vê-lo cobrir os olhos com a mão. Ele suspirou, o ar pesado e quente escapando de seus pulmões com o peso.

— Não. Apenas mais tolo do que de costume.

— Nossa, muito obrigado pelo consolo.

— Não há de quê.

A resposta sarcástica de Sofia tirou um riso dolorido de Sasaki, incapaz de vê-la revirando os olhos em zombaria. 

Mas por trás desse comportamento, havia o toque gentil disfarçado que ele conhecia bem. Era quando Sofia, desacostumada a expressar emoções que não fossem bem treinadas, tentava tornar o clima menos desconfortável.

Ria ou não, Sofia era estranhamente ruim nisso.

Por outro lado, Sasaki admirava sua tentativa, mesmo assim.

— Caso esteja se perguntando, a garota que você acha que o odeia, na verdade é bastante grata.

— … Por que não estou surpreso?

— Pelos motivos errados, eu diria.

Sasaki retirou a mão dos olhos, que, com a visão embaçada, visualizou a figura de costas da bela moça contra a mesa de escritório.

— Deixe-me adivinhar: a bobinha resolveu me perdoar?

— Deveria questioná-la, não a mim.

O estalo da língua frustrada de Sasaki foi tudo o que Sofia ouviu quando se endireitou, afastando-se com o vestido intacto.

Então, virou-se para o homem sentado na cadeira, suavizando o olhar anteriormente rígido pela desaprovação. Agora, algo como compreensão tomou seu lugar.

— Você, melhor do que ninguém, deve entender como é aceitar uma responsabilidade cujas consequências podem ultrapassar seus limites.

Prendendo a respiração, Sasaki desfez o sorriso. 

— … Permita-me corrigir. Nós entendemos. 

Parecia que a reação dele a fez reconsiderar a própria posição quando se adiantou até a janela, abrindo a cortina que fechara durante os poucos minutos de conversa.

— A juventude permitiu que déssemos espaço para essas escolhas. Não há arrependimento ou retorno.

Conforme as palavras eram processadas, a luz do sol penetrava pela vidraça da janela, iluminando o espaço.

Sasaki sentiu o fôlego fechar na garganta quando olhou para Sofia — para a beleza estonteante da mulher que amou por mais de duas décadas.

— Esse é um papel que não nos pertence, mas devemos cumprir a todo custo… Senão, o que nos resta?

Queria ter tido a força para se levantar e estender a mão até seu rosto, delicado como a pétala de uma flor. Não haviam lágrimas nos cílios longos, mas era como se estivesse chorando por dentro. A mulher sempre calma e estável, que oferecia a mão aos outros, era quem mais queria segurar e acolher.

— … Tem razão.

Ao vê-la virar o rosto para a janela novamente, fazendo os fios esverdeados reluzir, Sasaki gostaria de ter dito a coragem para responder com outra coisa que não uma concordância abrangente.

“Você tem a mim.”

Mas o que eu sou, senão outro dos tolos que ela apenas quer continuar a observar?

Talvez fosse melhor para seu coração covarde apenas manter as coisas como estão.

Ela poderia me descartar.

Um suspiro inaudível escapou de Sasaki, um pouco depois, quando abriu os olhos e notou que estava novamente sozinho na sala.

… Isso também é minha culpa, hm?



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