Volume 12 – Arco 4
Capítulo 55: Mudanças
O cheiro que vinha de dentro do aconchegante bar de esquina era de carne assada. Em especial, a visão de uma churrasqueira pequena aos fundos da construção podia ser vista, e Ryota reparou nos movimentos atentos do funcionário que remexia na carne para deixá-la no ponto ideal.
Ela teria se distraído um pouco mais com o chiado familiar aos ouvidos caso as outras duas figuras sentadas com ela na mesa não tivessem lhe chamado a atenção.
— Que surpresa te ver por aqui, Ryotinha! Nem acredito que alguém com a sua cara apareceu em um lugar desses.
— Isso não é educado de se dizer, Scarlet.
— Eita, não é? Não é que eu tava julgando o livro pela capa, mas sabe como é, né?
Scarlet, uma mulher de cabelos vermelhos flamejantes, riu de seu próprio comentário girando a bebida em seu copo, o gelo tilintando. Diante dela, a sombra de íris vermelha, Amane Akai, pareceu suspirar, mas ela sempre se mantinha tão impassível a tudo ao seu redor que era como se tivesse congelado no tempo.
Aquelas eram as mulheres responsáveis por ajudar Ryota a passar durante a terceira provação. Em um estado de desespero por informações, ainda que estivessem limitadas dentro daquele outro mundo e possivelmente sequer se lembrassem dele nesta realidade, suas personalidades e ações não mudaram.
Esse foi um detalhe que manteve Ryota mais calma. Se em ambas as situações suas personalidades e comportamentos se mantiveram iguais, significava que não estiveram mentindo durante a provação. Ainda que não as conhecesse bem o bastante para julgá-las de forma adequada, era um fato de que estava agradecida pelas palavras que ouviu.
— Não se preocupe, está tudo bem. É verdade que não costumo frequentar bares, mas acho que de vez em quando não faria mal.
— Olha só como é educada! Como esperado da Ryotinha. Tá vendo, Amane? É assim que se deveria ser.
A assassina manteve-se em silêncio. Como que comemorando, a ruiva deu um grande gole no próprio copo de bebida. Ryota, em contrapartida, ciente de que não era forte para o álcool, apenas apreciou uma dose consideravelmente menor. Ela não estava com vontade de beber, mas achou que seria falta de educação sentar-se à mesa sem compartilhar da mesma refeição, então tomou a decisão mais por estética.
Isso pareceu agradar Scarlet, que certamente era uma fanática por álcool. Amane, em contrapartida, nunca foi vista bebendo, mesmo sempre estando na companhia da outra. Ryota imaginou que apenas o esforço de estar ali era uma forma de demonstração de respeito ou de afeto.
Ainda que não compartilhem dos mesmos gostos, ficar ao lado de um amigo desfrutando de um hobby era um ato bem gentil. Isso deveria ser uma surpresa para a grande maioria das pessoas que conheciam os Akai, ou os rumores sobre eles serem todos guardiões natos de sangue frio, treinados para serem leais aos seus mestres sem quaisquer limites impostos.
— E como andam as coisas no instituto? Ouvi falar que você é uma figura e tanto, sabia? Suas notas sempre são boas, fora que seus últimos passos em Thaleia deixaram todos bem empolgados pra te conhecerem.
Ryota mostrou um sorriso amarelo para a pergunta de Scarlet. Ela não gostava nem um pouco de receber aquele tipo de atenção excessiva por algo que não fez. Na verdade, as verdadeiras pessoas que mereciam tais reconhecimentos estavam espalhadas pelos quatro cantos do país agora, e Ryota não era uma delas.
Foi uma das razões pelas quais se isolou tanto nos primeiros meses. Ainda que fosse reconhecida e lembrada como uma salvadora, uma heroína, ou seja lá a forma como a chamavam, estava longe da verdade e do que desejava para si.
— Eu apenas fiz o que era necessário. Tenho certeza que teriam feito o mesmo em meu lugar… Quanto ao instituto, as coisas andam bem agora. Obrigada por perguntar.
Scarlet abanou a mão livre no ar.
— Relaxa, garota. A gente fica preocupada com você, sabe? Você veio de tão longe por seus próprios motivos e entrou no curso regular só pra conversar com a senhorita Sofia, mesmo quando ela está sempre tão ocupada.
— Eu a vi poucas vezes em Gnosis desde que cheguei. Ela não trabalha no instituto?
— Hã? Não, não, claro que não.
— Retificando, ela trabalha sim. Entretanto, a mestre não permanece no instituto com tanta frequência.
— Poxa! Eu ia explicar isso. Amane, sua ladra!
Amane corrigiu Scarlet, o que deixou a ruiva irritada e fazendo beiço com os lábios. A expressão magoada não incomodou a assassina, que desviou o olhar como se não tivesse nada a ver com ela.
Mas Ryota continuou o tópico, interessada:
— Ela passa muito tempo fora? A Sofia, quero dizer.
— Hm? Ah, bem, ela é parte da corte real de Thaleia, então tá sempre precisando fazer alguns trabalhos aqui e ali. Então de certa forma, sim. Ela nunca pára apenas em um único lugar.
— A senhorita Sofia sempre foi bastante atarefada. Ela carrega um grande peso em seus ombros ao qual nós nunca poderemos entender.
Por um instante, o que pareceu pesar surgiu na íris de sangue de Amane, mas aquele sentimento desapareceu tão rápido quanto surgiu.
Ryota não sabia o quanto as guardiãs de Sofia sabiam sobre sua verdadeira identidade, mas dado o quão naturais elas pareciam discutindo sobre o assunto, era como se fossem bem próximas de sua mestre. Na verdade, era quase como se possuíssem alguma afeição por ela, um sentimento que muito se viu entre Fuyuki e seus guardiões.
Eram contratados a trabalho, mas isso não queria dizer que eram menos gratos pelas ações daquele que os permitia trabalhar. O caso de Sofia era consideravelmente diferente por ela ser, por trás de tudo, uma Entidade, mas era preciso reconhecer que suas ações no mundo sempre trouxeram mais benefícios do que malefícios. Independentemente de suas intenções por trás, foi graças à pessoas como ela que grandes gênios como Bellatrix e Alexandre ganharam a oportunidade para encontrarem um lugar para si mesmos no mundo.
Observando a interação entre Scarlet e Amane e à forma como se referiam a Ryota, não lhe pareceu que estivessem mentindo ou fingindo. Ela tinha um bom olho para isso agora, e os sentimentos das duas parecia genuíno. Não apenas isso, como ambas nem mesmo pareciam tentar mencionar a terceira provação que Ryota esteve presente, o que deveria significar que ambas não tinham lembranças de nada.
Ainda assim, para Ryota era um caso diferente. E com memórias ou não, haviam coisas que precisavam ser ditas para que pudesse estar em paz consigo mesma.
— Scarlet. Amane.
Quando seus nomes foram chamados, apesar da falta de formalidade, Ryota tentou não medir esforços ou distância sociais entre elas ao falar. Afinal, antes de ser alguém que salvou o rei de Thaleia, ajudou uma duquesa ou se tornou membro da nobreza, ainda era ela mesma. Uma garota que gostava de ser sincera em suas palavras quanto aos seus sentimentos para com os outros tanto quanto possível.
Especialmente se esse sentimento fosse gratidão.
— Receio que não se lembrem disso, e talvez me achem um pouco estranha pelo o que vou dizer, mas sinto que preciso falar mesmo assim — Ryota fez uma pausa, inspirou fundo e ergueu o rosto, olhando para as duas mulheres com uma atenção que fez suas íris azuis ganharem um pouco de luz — Muito obrigada por tudo.
Tocando a mão direita acima do próprio coração, ela murmurou aquelas palavras com todo o sentimento que guardou dentro de si durante aqueles dias. Estivera buscando pela oportunidade de fazê-lo, e agora que se tornou capaz de demonstrar, Ryota não perderia nem mesmo um segundo a mais o guardando dentro de si.
Fazia parte de seu processo de perdão próprio, também. Ser capaz de demonstrar emoções tão simples, mas tão importantes, como o respeito e a gratidão.
— Não nos conhecemos por tempo o bastante, e sinto muito por não ter me esforçado nem um pouco para conhecê-las melhor durante esse tempo. Ainda assim, durante esse pequeno período em que passamos juntas, vocês me ensinaram e ajudaram muito, ainda que não saibam disso. E, por isso, quero agradecê-las.
A voz de Ryota não falhou, mas seu coração batia tão forte que seu rosto certamente estava um pouco quente — ou talvez fosse influência do álcool?
Seja o que for, suas palavras foram transmitidas o mais sinceras quanto possível, e elas aceitando ou não, era sua própria forma de mudar. Com isso, mais uma vez, o peito dela pareceu apenas um pouco mais leve. Como se respirar se tornasse mais fácil a cada passo, e a tensão sob seus olhos gradualmente desaparecesse.
Era um processo lento, e certamente não terminaria em apenas alguns meses. Poderia levar muito mais do que isso, mas se fosse pouco a pouco, em pequenas porções de esforço, Ryota sabia — e sentia — que faria a diferença. E ver isso sendo posto em prática a deixava mais determinada a continuar.
— Caramba, quase que eu tive um infarto agora! O que foi isso, assim tão de repente? Não faça essas coisas sérias assim, minha pressão vai baixar.
— … O quê? Ah, hã, certo. Desculpe, eu acho.
Aquela não foi a reação que Ryota esperava, e seu rosto corou ainda mais. Talvez não fosse a hora certa para essa conversa?
Mas diante dessa resposta tensa, Scarlet gargalhou e bateu o copo na mesa.
— Minha nossa, você é mesmo tão bobinha! Vem cá!
— Hã? O quê? Não, espera-
— Scarlet, essa não é uma conduta educada à quem acabou de tentar nos agradecer. Não tem algo que precisa dizer antes?
— Hmmm, é mesmo? Tipo o quê? Ah, de nada! E vê se tenta não deixar a gente tão sem graça falando essas coisas fofas do nada.
— … C-Certo. Bem…
A ruiva bêbada, de repente, tinha abraçado Ryota ao ponto de quase fazê-la cair da cadeira, bagunçando seus cabelos com a mão em um cafuné atrapalhado. Com a intervenção de Amane, Ryota foi solta um pouco depois, mas o estrago em seus fios havia sido feito.
Quando olhou para as duas mulheres, ainda com o rosto vermelho da interação, encontrou o cenário mais surpreendente de todos — ambas estavam sorrindo. Scarlet bem mais do que Amane, mas era visível que até mesmo a assassina expressou um pouco de respeito pelo agradecimento que recebeu.
Isso fez Ryota sorrir também, e enquanto arrumava o cabelo, murmurou novamente:
— … Eu apenas senti que precisava dizer isso. Quero dizer, eu fui muito arrogante com vocês quando cheguei aqui pela primeira vez, e devia não só agradecimentos, mas também um pedido de desculpas.
Uma das coisas que mais se arrependia era, com certeza, destratar a gentileza de alguém que se apresentou de bom grado. Se com duas pessoas que mal acabou de conhecer foi ruim, com as pessoas que eram ainda mais importantes era ainda pior.
Ryota nunca conseguiria se perdoar o suficiente com o jeito que tratou Dio, Alex e Bella um dia. Mas não apenas eles — ainda haviam vários outros que precisavam ouvir seu pedido de desculpas. Ainda que o repetisse centenas de dezenas de vezes, não seria o bastante.
— Eu quero mudar, e continuar para melhor todos os dias, um pouco de cada vez. Vocês me inspiraram a isso também.
— Escuta só, Amanezinha! Viu, só? Eu inspirei a nova geração! Posso colocar no meu currículo?
— Não.
— Aaah! Que cruel! Foi a primeira vez que recebi um elogio tão fofo e você recusa isso desse jeito?
Apesar de Ryota estar sendo um pouco séria em suas palavras, isso não impediu Scarlet de brincar para aliviar a tensão. Foi algo que a deixou agradecida, e Amane era o peso ideal para equilibrar o clima sem deixar passar despercebido as intenções de Ryota.
A ruiva, tamborilando as unhas na mesa, então olhou para Ryota novamente.
— Você tá indo muito bem, mas ainda tem uma coisa que pode fazer pra melhorar ainda mais.
— Hã?
— Sabe, esse negócio de mudar e tudo é muito legal, mas tem algo que você precisa fazer pra ficar ainda melhor.
Como Amane concordou parcialmente com Scarlet, Ryota prendeu a respiração e assentiu.
— O que posso fazer?
— Bem, isso é…
***
Alexandre saiu de casa pela manhã, logo antes do sol raiar no horizonte. O silêncio do apartamento em que vivia era agradável, especialmente pela manhã quando ainda estava um pouco de mau humor. Ele era uma pessoa ranzinza ao despertar, e precisava de um pouco de tempo para recuperar o bom ânimo antes de chegar ao instituto.
Era por isso que Alex sempre saía mais cedo para andar um pouco por Celestia, inspirando o ar um pouco frio da manhã. Não o incomodava estar sozinho, afinal ele dificilmente conseguia se manter longe das outras pessoas. Por bem ou por mal, ele sempre chamou muito a atenção, e estava acostumado a conversar com todos que cruzassem seu caminho.
Alex, o prodígio do Instituto Gnosis. Alex, que se formou em todos os três cursos e era um dos estudantes mais velhos, mas apenas porque permaneceu mais ali do que ninguém. Alex, que saiu de casa bem cedo porque os pais o rejeitaram e desprezaram seus sonhos. Alex, que foi salvo por Kakia e encontrou uma razão para não se envergonhar de quem era ou do que gostava. Alex, que era reconhecido por todos, menos por aqueles que mais gostaria que olhassem para ele. Alex, que fez amizades mais do que podia contar nos dedos, mas de alguma forma passou mais tempo ao lado de um certo grupo nos últimos tempos porque parecia divertido.
Alex, que caminhava para o instituto a passos lentos com um par de fones de ouvido nas orelhas. O ritmo da música apreciava o coração um pouco de paz antes da correria do dia, e a rotina cheia de tarefas, interações animadas, esforços e flertes casuais com outros jovens de sua idade estava longe de ser algo que descartaria.
Ele desferiu piscadelas e acenos com a mão ao passar pelas ruas e pelos corredores de Gnosis. Sua popularidade atingia os céus, e não podia evitar de se sentir feliz com isso. Parte do ponto alto de seus dias era receber os sorrisos, as palavras de admiração e os cumprimentos. Querendo ou não, as pessoas reconheciam Alex, o prodígio.
Notas perfeitas, desempenho perfeito, aparência perfeita, carisma perfeito — o que havia para não se elogiar nele?
Mas quando uma comoção aconteceu em uma sala de aula ao qual estava acostumado a visitar, com estudantes passando correndo por ele para ver o que estava acontecendo e o ignorando completamente, algo despertou dentro dele.
Curiosidade, interesse e quase uma certa inveja — mas uma estranhamente saudável. Não porque estava enciumado com a falta de atenção, pois ele não era mesquinho a este ponto. E sim porque a pessoa que naturalmente conseguia receber aquela atenção que passou tanto tempo se esforçando para ter era, também, alguém que ele não podia evitar de admirar.
— N-Não acha que ficou um pouco exagerado, Scarlet? Estão todos olhando pra mim…
— Jamais! Olha só pra você, parecendo uma bonequinha madura e adorável!
— Ei! Só eu posso abraçar a Riri!
— Vai amassar o cabelo dela, cuidado!
— … Eu vou desmaiar de vergonha.
— N-Não se preocupe, moça. Estou aqui com você.
Mais risadas e comentários alegres se espalharam, e quando Alex observou por cima das cabeças curiosas, as vozes familiares chegaram aos seus ouvidos.
Seus olhos se arregalaram diante da cena, e um sorriso largo e caloroso desenhou-se em seu rosto.
A roda de estudantes criou uma comoção quando Scarlet trouxe para dentro da sala de aula uma garota bem vestida. Na verdade, não houve grandes alterações em sua aparência, mas as pequenas mudanças foram o bastante para respeitar a beleza natural escondida por trás da falta de cuidado e da exaustão de meses a fio.
O que Alex reparou primeiro foi no descarte do capuz preto desgastado. Em geral, Ryota ia para as aulas com o uniforme, mas naquele dia ela parecia ter sido forçada a se vestir à escolha de Scarlet, orgulhosa dos resultados de seus esforços. A capa foi substituída por outra, mas esta tinha um tecido leve, limpo, macio e de cor vermelha. A cor caiu como uma luva ao lado do restante das roupas pretas, realçando a cor de seus olhos azuis brilhantes como o céu.
Não apenas isso, pois os cabelos dela também sofreram modificações. Os fios, que antes eram presos de qualquer jeito, sofrendo de frizz e quedas de cabelo, agora pareciam cortados, hidratados e arrumados em um penteado que mostrava mais da pele por baixo deles. Os fios pretos como a noite foram cortados um pouco perto dos ombros, prendendo duas mechas atrás da cabeça de forma que seu rosto e orelhas ficassem à vista. A franja foi aparada também, permitindo que um pouco de luz chegasse ao rosto feminino que antes era escondido.
O que talvez surpreendeu Alexandre ainda mais foram as raízes brancas. Isso sempre o deixou curioso a respeito, mas jamais chegou a mencionar para Ryota sobre a diferença de cores em seu cabelo. Agora, entretanto, era impossível não notar. Afinal, o que antes eram apenas alguns fios na raiz, se tornaram longas e discretas mechas entre os fios negros, dando um pouco de luz àquela escuridão capilar.
Scarlet, com um sorriso de orelha a orelha, discutia com Bellatrix, que reclamou dos toques extras na amiga, e Dio continuou segurando a mão de Ryota, que parecia querer desaparecer naquele mesmo instante.
Por perto, os outros dois guardiões de Sofia, que Alex reconheceu como Amane e Sasaki, observavam a cena com expressões leves, quase se divertindo também enquanto trocavam murmúrios silenciosos. A mudança de Ryota era perceptível a todos, e não apenas no exterior, como em seu interior, também.
Afinal, as íris azuis como céu irradiavam com um brilho de vida refletido por seu constrangimento, mas também alegria e satisfação com o caos dentro da sala de aula. E ao observar aquele cenário caótico, não demorou muito para que ela o visse do lado de fora da sala de aula, apenas assistindo.
Por um momento, Alex achou que Ryota fosse desviar os olhos envergonhada, mas ao invés disso, a garota sorriu timidamente e moveu os lábios com palavras sem som. Mas para ele, que era um prodígio em todas as artes, foi imdiatamente fácil entender seu significado.
— Socorro, me ajuda aqui.
Uma explosão de gargalhadas saiu de dentro de Alexandre, e alguns estudantes olharam para trás, em sua direção. O som da risada chegou aos ouvidos de Ryota, e o sorriso dela se alargou um pouco mais, quase rindo em sintonia.
Você não tem jeito mesmo, não é?
Com um suspiro exasperado, Alex atravessou o mar de pessoas e invadiu o caos, disparando comentários sobre a discussão entre Scarlet e Bellatrix. E, claro, fazendo provocações sobre o constrangimento de Ryota, mas também elogiando por trás de suas palavras um pouco ácidas.
Não foi necessário qualquer esforço de sua parte para que Ryota relaxasse um pouco mais com a presença dele no ambiente. Afinal, grande parte da atenção disparou na direção do prodígio logo quando ele entrou na sala, e assim Ryota sentiu-se menos pressionada com o foco excessivo.
Ryota arqueou as sobrancelhas.
Obrigada.
Alex piscou um dos olhos em resposta.
À disposição.
Com isso, os dois estudantes sorriram um para o outro antes de serem, novamente, mergulhados no mar de conversas, risadas e discussões calorosas dentro do Instituto Gnosis.