Ribeira dos Desejos Brasileira

Autor(a): Rhai C. Almeida


Volume 2

Capítulo 21

Nota da autora: Boa noite, caros leitores! Não tenho certeza se próxima semana conseguirei postar capítulos novos de RD, então, encerro esta semana com este capítulo. Não deixem de apoiar a obra principal, se possível! É muito importante ajudar a autora, hehe. 

Boa leitura!

 

Atenção!

Este capítulo contém cenas e linguagem inapropriadas que podem gerar desconforto para certos públicos.

 

 

As roupas permaneciam intactas. O desejo de Timothy avançava sem hesitação. Ele a pressionou contra a cama, suas mãos pressionadas sobre as dela, o calor entre eles crescendo e o ar na sala ficando denso com cada respiração. Seus beijos eram demorados, possuindo-a por completo. Ele não se atreveu a retirar a camisola, não era necessário.

Mesmo que o suor melasse a roupa dela, continuava bela, olhos brilhantes exatamente como ele esperava. Desejando-o também. 

No entanto, quando o coração dela começou a bater descontrolado, Rose se forçou a inverter a posição, e num gesto rápido, ela ficou por cima, e o corpo dele tenso pela abrupta reação.

— R-Rose? — balbuciou, fixo no rosto dela.

Ela posicionou os dedos trêmulos no quadril dele, o calor subindo e se espalhando por suas veias. 

— Quando você… colocará uma aliança em meu dedo? — perguntou ela, a voz mais exigente do que antes, seus olhos queimando e as mãos pressionadas contra o peito dele.

Timothy piscou, sem entender, sentindo a respiração dela acelerar. A parte interna das coxas dela começaram a apertá-lo.

Ugh — ele gemeu. Dessa vez, era diferente. Mais intenso, engolindo-o por completo.

— Aliança? — Ele franziu o cenho, sua voz agora séria, mas calma. — Não precisamos disso, você já é minha.

Suas mãos deslizaram até a cintura dela, uma tentativa de retomar o controle, de trazê-la de volta à posição onde ele a queria. Ele esboçou um sorriso lento, cheio de confiança.

— Mas, se é o que deseja… posso providenciar uma para você — murmurou. Ele avançou, tentando reconduzir o momento.

Os corpos se chocavam, suas respirações se fundindo em um ritmo singular, os dedos entrelaçados em uma conexão aparentemente inquebrável. Rose arfou, o suor escorrendo pela sua pele, mas algo dentro dela permanecia inatingível, uma chama oculta que Timothy, por mais que se esforçasse, não conseguia alcançar. 

Era como se, a cada investida, ele se afastasse mais da verdade que ela buscava em silêncio.

A confusão a invadiu. Seria uma aliança realmente tão importante? Ou sua mente estava pregando peças, alimentada por promessas vazias e esperanças que nunca seriam atendidas?

Contudo, Timothy apertou-a, sua força se tornando mais selvagem, quase violenta.

Sem perceber, a voz dela vacilou.

— D-Devagar…

A mão esquerda de Timothy se mantinha firme em seu pulso, com a direita, ele a virou de repente. Ele ergueu a camisola acima do quadril dela, expondo as nádegas e toda sua intimidade apenas para ele.

— T-Timohty? — Ela tentou se endireitar, mas ele pressionou a cabeça dela contra o colchão. — A-Ai! — Ela sentiu as madeixas enroscadas na mão dele.

Então, o impacto.

Arh! — A voz dela ecoou novamente enquanto apertava o lençol. — Timothy, devagar, por favor… Edwynna pode acordar… — advertiu, apreensiva.

A cama rangia, sem parar.

Não, ela vai acordar! — pensou Rose, com as mãos firmes no tecido. Ela o puxou, movendo seu corpo para frente e para trás, ao tempo que som lascivo se intensificava.

Rose lançou um olhar nervoso para a porta, preocupada que a criança aparecesse a qualquer momento.

— Timothy… — ela chamou, num sussurro trêmulo, abafado pelo tecido da cama. — Você… está me machucando.

Ele continuou; profundo e intenso.

Dói...

— Me desculpe, Rose. — O quadril dele chocou-se contra o dela. — Mas…, eu não posso parar agora. 

Rose ouviu a voz dele por longos segundos, quase ininterruptos, ao som de seus corpos batendo um no outro e do ruído da cama.

Por que está doendo? — Ela não conseguia entender.

Hah… — Ele empurrou, e seu corpo estremeceu. Pela última vez, fez um movimento, aparentemente satisfeito. Timothy a abraçou por mais um tempo, permanecendo imóvel. O cansaço tinha se infiltrado em seus músculos, assim como a sensação prazerosa que se espalhava por todo o seu corpo.

— Isso… foi incrível. — Ele depositou um beijo suave em suas costas. — Espere, vou buscar uma toalha.

Rose mal conseguia processar o estado de seus quadris. Suas pernas estavam dormentes, entorpecidas pela posição desconfortável, enquanto sentia o calor úmido escorrer lentamente sob a camisola. 

— Ah… — suspirou, virando-se de barriga para cima, apoiada nos cotovelos. Seu peito subia e descia em um ritmo mais calmo, ao tempo que passava a mão pela testa úmida, perdida em pensamentos. 

Talvez, apenas uma vez, se ela tivesse tomado o controle… as coisas pudessem ter sido diferentes.

Timothy retornou alguns segundos depois, trazendo uma bacia de água e um pano úmido. Ele começou a limpá-la com movimentos delicados, esfregando suavemente as coxas dela. Seu semblante revelava satisfação, e, ao mesmo tempo, o olhar de Rose se fixava nas chamas das velas. 

A memória do desconforto, do puxão impiedoso em seus cabelos, era o que preenchia sua mente.

— Minha cabeça está latejando — murmurou, os olhos distantes.

Timothy erguia a camisola e afastava as pernas dela, tratando-a como uma peça de mobília delicada.

— Sinto muito, passei do limite — respondeu ele, atirando o pano de volta na bacia. — Mas você mencionou que queria que eu fosse mais… insensível. — Um sorriso insinuou-se em seus lábios, como se o ocorrido fosse uma piada entre os dois.

— Não sinto nada da cintura para baixo — retrucou Rose com um sorriso cansado e enviesado.

— Haha, prometo que serei mais gentil da próxima vez. — Timothy inclinou-se, beijando sua testa suavemente. — Vamos trocar essa camisola. Vou te deixar com mais espaço na cama esta noite. Você fez um bom trabalho.

“Bom trabalho.” As palavras ecoaram na cabeça de Rose, como se sua participação fosse algo a ser avaliado. 

Ela desviou o olhar para o teto, suas pálpebras pesando à medida que o frio da noite parecia se dissipar lentamente em seu corpo.

O vento sussurrava entre as árvores, fazendo com que o farfalhar das folhas ecoasse pela residência, como se a própria floresta estivesse inquieta. No interior da casa, Rony e Toph dormiam despreocupadamente sobre o colchão, enquanto Anthony balançava-se em uma rede improvisada, seus olhos fechados e o corpo relaxado. Os nós da corda, firmemente atados aos pilares da casa, mantinham a estrutura segura.

Lukas, entretanto, estava deitado na cama próxima ao sofá, onde Asher repousava, sua mão servindo de travesseiro enquanto metade da coberta caía para fora do móvel.

Na noite já avançada, o sono parecia fugir. A luz que vazava pelos cantos perturbava o silêncio que reinava ali. Então, sentindo sua garganta seca, Asher levantou-se sem fazer ruído, seus passos cuidadosos em direção ao brilho vacilante das chamas no fogo. Seus olhos varreram o ambiente, notando o trio adormecido, mas o movimento de Deron, sentado num banco junto ao fogo, atiçando-o, chamou sua atenção.

Sem dizer uma palavra, Asher aproximou-se do balcão, pegando um jarro e servindo-se de água.

— Não consegue dormir? — disse Deron, de surpresa.

Asher tomou um longo gole, seus olhos fixos no homem à sua frente.

— Eu poderia fazer a mesma pergunta — respondeu com a voz tão distante quanto seu olhar.

Deron se levantou, e seus olhos refletiam o brilho do fogo, a cicatriz mais evidente sob a luz tremeluzente.

— Me desculpe, por antes — expôs, direto.

Asher arqueou uma sobrancelha. Sua barba rala roçou contra o queixo, uma sensação estranhamente desconfortável no momento.

Após o silêncio, Deron deixou escapar um sorriso que não chegou aos olhos.

— Eu estava brincando, sobre aquela mulher.

Ah, aquilo. — O pensamento cruzou a mente de Asher, fugaz, insignificante. Ele soltou o copo, ainda sem se abalar.

— Não sei se entendi.

Deron o observou, cético, provocador.

— Ou finge que não sabe? — alfinetou, com um tom quase debochado. — Você me lembra do meu velho. Ele era apaixonado por uma mulher casada, mas acabou se casando com minha mãe. Nunca foi feliz, pelo menos não da forma que desejava. Então eu percebi, se casar é uma perda de tempo.

Asher não se comoveu com a confissão. Se era da intenção de Deron que aquele caçador simpatizasse com sua história, ele estava enganado. Asher, virando-se para adentrar o quarto, foi interrompido pela voz de Deron novamente, porém, cortante.

— Você já se imaginou possuindo aquela mulher?

Os músculos de Asher, de repente, tensionaram-se sob a pele, e num segundo os desejos mais profundos que ele escondia, forçaram-no a lembrar das vezes que a quis para si. Quantas noites silenciosas ele lutara contra a excitação que o invadia quando ela o tocava.

Seu corpo respondia, sem que ele pudesse evitar, cada movimento — o jeito como o quadril dela, sem querer, encostava no dele quando andavam a cavalo — fazia sua mente vagar para lugares onde ele nunca se permitira ir.

Era vergonhoso o quanto ele ansiava por tê-la, por sentir o calor de sua pele, por descobrir cada centímetro daquele corpo que ele só podia imaginar. Cada toque, cada olhar trocado, alimentava o desejo que crescia incontrolavelmente dentro dele, como uma chama que ele não conseguia apagar. Mas, no fundo, ele sabia que isso era apenas um desejo reprimido. Tudo o que ele poderia fazer era continuar a imaginá-la, fantasiar em segredo, sem jamais admitir a si o quanto a queria.

Ele manteve o controle. Seu objetivo era enterrar o passado, e apenas isso importava. 

O olhar de Deron queimava em suas costas, como se estivesse tentando decifrá-lo.

Ou provocá-lo.

— Está claro para todos nós que você tem sentimentos por ela.

Outra provocação! Mas ele manteve-se imóvel, o olhar fixo em Deron, sua expressão endurecida.

— Você está enganado — respondeu Asher, sua voz firme como aço. — Por que isso é importante para você?

— Porque… — Ele fitou Asher por um instante, avaliando. — Acreditamos que ela seja a esposa do homem à qual estamos procurando.

Ao ouvi-lo, Asher franziu o cenho, uma confusão momentânea se formando em seus pensamentos.

— O quê…?

Entretanto, Deron o interrompeu, dizendo:

— E talvez… — prosseguiu Deron, com um sorriso astuto em seus lábios —, se confirmarmos que é ele, eu faça dela minha. A minha prostituta.


Acompanhe também…

Príncipe de Olpheia

 



Comentários