Volume 1

Capítulo 18: O Planejamento da Cidade do Castelo

Eu derrotei o Rei Demônio Sabnock e tomei suas terras.

Seu castelo foi destruído e tomei seu povo, mas havia um problema.

O súbito aumento da população significava que não havia espaço suficiente na cidade do Castelo.

Atualmente havia barracas montadas na praça da cidade, semelhante a um campo de refugiados, mas isso não podia continuar por muito tempo.

Eles precisavam ser postos em casas e colocados para trabalhar.

Algo assim poderia ser feito expandindo a cidade. Mas para isso exigiria muito material.

Eve logo opinou:

“Você não acha melhor usar tais Materiais para fortalecer o Castelo e seu Exército?”

“Bem, isso seria a coisa certa a se fazer. Mas quero me concentrar primeiro na cidade.”

“Hm…”

“Você parece insatisfeita.”

“N-Não é verdade.”

“Está escrito em todo esse lindo rosto. Você quer que eu use os Materiais para o Exército.”

As sobrancelhas de Eve se estreitaram, então ela disse honestamente:

“Seu exército está muito menor depois dessa luta. Seu aumento deve ser prioridade.”

“Certamente, mas acredito que o bem-estar dessas pessoas é mais importante. O povo deve ser forte para que seu país seja forte. E só assim poderei manter um exército forte.”

“Isso não é errado, mas…”

“Com imigrantes será mais fácil contratar Mercenários também. Os monstros são o núcleo central do exército, porém quero acrescentar Mercenários a esse núcleo.”

“Você quer contratar soldados humanos!?”

“Quero, sim.”

“Os humanos são traiçoeiros.”

Oh? Ouvi dizer que os outros Reis Demoníacos também contratam soldados humanos.”

“Mas isso é parte de uma estratégia. Os soldados humanos geralmente ficam estacionados na frente com um grupo de comando atrás deles, prontos para matá-los se mostrarem sinais de traição. E seu exército não é forte o suficiente para fazer isso.”

“Bem, então, teremos que ganhar a confiança dos Mercenários. Creio que criar uma cidade confortável para se viver seria uma maneira eficiente de fazer isso.”

“Suponho que seja verdade…”

Eve ainda estava longe de ser convencida, e por isso senti que tinha que lhe mostrar o que era real: A visão de demônios, monstros, humanos e demi-humanos coexistindo e sendo produtivos.

E assim usei os recursos restantes para a construção. E todo o resto que precisávamos foi comprado de comerciantes com o ouro e prata vindos tesouro saqueado.

Começamos a construir logo após de conseguir todos os materiais, porém, decidi fazer as coisas de maneira diferente.

A maioria das cidades de castelos tinham estradas complicadas.

Estas estradas e vielas tortuosas claramente não eram muito eficientes.

Eram muito parecidas com um labirinto, e foram construídas assim por uma razão.

Era para que eles pudessem ganhar tempo durante uma invasão, e para que fosse mais fácil impedir que os inimigos chegassem ao castelo.

Não era apenas aqui, mas também um método que eu vi ser usado em outros mundos.

Muitas cidades dos castelos no Japão também tinham estradas estreitas que eram difíceis de navegar.

Os senhores dos castelos podem ter precisado de tais defesas, mas eu tinha uma perspectiva diferente.

O desenvolvimento econômico da cidade era muito mais importante.

E assim a nova cidade central seria planejada como uma grade, tornando o transporte e a distribuição mais fáceis.

Quando contei a Eve sobre esses planos, ela estava novamente hesitante, mas acabou concordando com meu ponto de vista.

Não, ela até elogiou.

“É bastante incomum para um Rei Demônio buscar agressivamente ganhos econômicos em vez de correr em direção a defesas e poder. No entanto, admiro sua visão diferente.”

E assim ela entendeu meu objetivo e obedeceu às minhas ordens.

A construção da nova cidade foi feita principalmente sob sua supervisão.

Eu tinha também um comandante capaz chamado Hijikata Toshizou, mas ele estava perto de ser inútil quando se tratava de qualquer outra coisa que não fosse a guerra.

Ele normalmente podia ser visto lendo um livro na biblioteca, ou no salão do Castelo, ou andando pelos arredores da cidade e bebendo durante o meio-dia.

Entretanto, ele tinha muitas coisas a dizer a respeito de um canto da nova cidade que seria a àrea de libertinagem.

Em sua mente, as prostitutas de cama não eram suficiente. Ele queria beber com mulheres bonitas, conversar e dormir junto até de manhã.

Seu pedido era que eu construísse um bordel em estilo oriental.

Eu sabia que ele não era um santo desde o início, e podia ver o valor em tal estabelecimento, e assim eu concordei.

Eve ficou sem graça, mas eu expliquei:

“Não há nenhum país respeitável na história que não tenha tido isto. Penso nos piores momentos de uma União Soviética devastada ou da revolução cultural na China. Bem, tenho certeza de que você não entende o que estou dizendo.”

“Eu não conheço esses países, mas entendo seu significado. Talvez eu só tenha ficado aborrecida por vê-lo planejando sobre isso tão alegremente com Hijikata.”

Eve disse com um pouco de frieza.

“E entendo que foi planejado com antecedência, mas proíbo que você visite. Se algum dia desejar por algo assim, chame por mim…”

Interessante, deveras interessante. Mas eu não levei a conversa adiante e saí com Toshizou.

Já tínhamos terminado de falar sobre tal zona, e agora precisávamos discutir sobre a nova casa de treinamento para os soldados.

Eu queria seus conselhos sobre como fazer isso da maneira mais eficiente possível.

Bem, talvez isso fosse apenas desculpas também… Eu evitar uma certa mulher que estava claramente de mal humor.

Vivi várias décadas, incluindo minha vida passada, mas sempre achei as mulheres difíceis de lidar.

Elas pareciam estar de bom humor em um momento e do nada mudavam.

Eu disse o mesmo a Toshizou, ele levantou uma garrafa de saquê em uma mão e concordou.

“É um mistério para mim. É muito mais fácil seguir o caminho da espada.”

“Sim. Seria muito mais fácil estudar magia.”

Olhamos um para o outro e rimos.

Eve não demorou muito para recuperar sua atitude normal, e derramou um delicioso chá numa xícara para mim no meu retorno ao escritório.

Numa mesinha havia também torta de mirtilo e uns pastéis.

Se supervisionar a construção de uma cidade enquanto assa pastéis não a fizesse a empregada perfeita, eu não sabia o que faria.

“Sou uma estrategista e uma secretária, mas acima de tudo, sua empregada.”

Ela declarou.

Suas ações e palavras faziam jus as cinco estrelas que seu status tinha.

Ter uma demônio tão brilhante como ela sendo minha primeira subordinada talvez tivesse sido a melhor coisa que me aconteceu.

Isso foi o que eu pensei.



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