Volume 1

Capítulo 17: Empregada Doméstica – Diário de Eve

Anotações diárias da Empregada Doméstica:

 Várias semanas se passaram desde que Milorde Ashtaroth me deu vida. Fui convocada aqui com o propósito de compartilhar o conhecimento sobre este mundo, que lhe faltava. 

E desde então ocorreu uma sucessão de eventos surpreendentes.

Embora ele não tivesse conhecimento deste mundo no início, foi capaz de se adaptar muito rapidamente.

Milorde tem o tipo de calma que faz você pensar que, de fato, ele nasceu aqui.

Ah, sua graça e elegância não passaram despercebidas pelos monstros femininos do Castelo. As Súcubos têm sido menos tímidas em demonstrar interesse em ganhar seus afetos.

…Terei que aumentar a segurança em torno de seu quarto.

Embora muitas coisas me tenham surpreendido até agora, a mais surpreendente é a maneira de como ele pensa.

Meu Milorde, o Rei Demônio Ashtaroth era o mais fraco dos 72 Reis Demoníacos.

No entanto, ele foi capaz de aniquilar um Rei Demônio mais forte em apenas uma semana.

Foi capaz também de tomar suas posses e expandir seu próprio Exército.

Tudo isso em tão pouco tempo.

Primeiro, ele fingiu demonstrar reverência ao Conde Ysmaria. Depois fingiu que queria servir ao Rei Demônio Sabnock, no fim colando ambos os lados para batalhar.

Isto lhe deu tempo para atacar a base de Sabnock.

Tudo tinha corrido muito bem. E eu não tinha motivos para reclamar.

Depois disso, ele foi capaz de aceitar o pedido de vingança vindo do Rei Demônio Sabnock, e dar a volta por cima. 

Quantos outros Reis Demoníacos já mataram um deles dentro de um mês após o seu nascimento? Eu, alguém que é chamado de “Banco de Dados Ambulante”, não tenho lembranças disso acontecendo antes.

Uma vez que Sabnock foi morto, meu Milorde imediatamente começou a se mover.

Enviando tropas em direção ao castelo de Sabnock e saqueou os Materiais e Tesouros restantes. Após isso, sem hesitar, destruiu o castelo.

O certo deveria ser manter o castelo uma vez que foi tomado, mas quando lhe perguntei sobre, ele respondeu friamente.

“Eu não posso proteger dois castelos com meu atual poder de luta. E, portanto, este castelo deve ser destruído. Não queremos que outro Rei Demoníaco ou humano o reivindique.”

Muitos dos monstros ainda discordavam dele, mas ele declarou calmamente:

“Atualmente, não estou interessado em áreas, castelos e cidades. Mas as pessoas que vivem lá, são também sua fortuna. E por isso levarei comigo as pessoas que vivem na cidade de Sabnock.”

Ao ouvir isso, eu e os outros monstros sensatos ficamos muito impressionados.

Até mesmo Hijikata Toshizou ficou surpreso.

A população que vivia na cidade ao redor do castelo dos Reis Demônios era geralmente vista como tendo pouco valor fora do trabalho.

Havia Demônios, Humanos, Demi-Humanos, Bestas e muitos outros tipos de pessoas vivendo nelas, e até havia uma hierarquia estabelecida, mas todas eram exploradas por um Rei Demônio.

Os povos eram frequentemente tratados como escravos, mas meu Milorde atualmente trata o povo de Sabnock mais como cidadãos.

Eles foram forçados a se mudar para a cidade ao redor do Castelo Ashtaroth, mas autorizados a manter seus pertences e status de plebeus.

Em outras palavras, não havia escravos sob o Castelo Ashtaroth.

Eu sabia, de fato, que esta era uma exceção entre os 72 Reis Demoníacos.

Não, até mesmo entre as cidades dos homens.

Fiquei tão curiosa, que uma vez lhe perguntei sobre isso.

“Milorde, por que você não tem uma classe de escravos?”

Seu rosto parecia um pouco perturbado com esta pergunta, e ele respondeu.

“…Eu… acho que é pena. Afinal, enquanto todos eles continuarem a ser plebeus, este castelo operará fora de impostos já que vamos receber de seu trabalho.”

“Então é para o lucro?”

“Algo assim. Havia também escravos no mundo em que vivi um dia. Por isso eu não acredito que seja eficiente. A produtividade deles também precisa do incentivo como uma renda.”

“… Entendo.”

“Vivemos das custas de seus trabalhos, mas em troca, eu trabalharei ainda mais. Acho que é meu dever criar um ambiente de trabalho decente para eles.”

Ele declarou, e havia algo de digno nas palavras dele na época.

E por isso respondi sem pensar.

“Então dedicarei meu corpo e minha alma a ajudá-lo a realizar este ideal.”

Ele parecia um pouco embaraçado com isto, mas disse:

“Obrigado.”

E continuou a desfrutar da xícara de chá na qual eu havia preparado para ele.



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