Sessão 3
Capítulo 71 — Takayanagi Obtém as Provas
— Perspectiva de Takayanagi —
“Eu sempre assisto aos seus vídeos. Continue com o bom trabalho!”
Disse isso ao Tio Gourmet. Parecia que ele já havia terminado de gravar o vídeo do dia, pois respondeu com um sorriso acolhedor.
“Oh, sério? Fico muito feliz em ouvir isso. Obrigado!”
“Ah, desculpe se isso soar meio repentino, mas... no seu último vídeo, o senhor mencionou ter testemunhado uma briga entre alguns adolescentes…”
Ele pareceu um pouco confuso, mas assentiu.
“Sim, eu mencionei isso.”
Não havia motivo para esconder nada ali. Até a mãe do Aono, que estava ao meu lado, ficou com uma expressão surpresa.
“Sou Takayanagi, professor do ensino médio. Um aluno da minha turma foi atacado mais ou menos nessa mesma época. Quero envolver a polícia, mas sem provas, não consigo sequer iniciar uma investigação. O senhor poderia me mostrar o vídeo desse incidente? Só para confirmar se o garoto que estava apanhando era mesmo meu aluno.”
Para ser sincero, eu não tinha certeza se ele aceitaria. A atenção pública sobre streamers tem sido intensa nos últimos anos, com preocupações sobre privacidade e conformidade. O Tio Gourmet, em especial, segue uma política rigorosa — obter permissão de gravação com antecedência e evitar horários movimentados para minimizar qualquer incômodo.
Mas, se houvesse ao menos uma mínima chance, eu faria o que fosse preciso para esclarecer tudo. Especialmente se fosse pelo bem dos meus alunos.
“Hmm, o que eu devo fazer…”
Rapidamente, ofereci meu cartão de visita.
“Eu sei que isso não é uma prova objetiva, mas aqui está meu cartão. Se for necessário, posso mostrar minha carteira de motorista também. Além disso, este restaurante pertence aos pais de um dos minhas alunos…”
O Tio Gourmet olhou em direção à cozinha, e os donos — os pais da Aono — assentiram firmemente.
“Se você insiste… Eu ainda tenho os dados do vídeo. Por favor, espere um momento.”
Soltei um pequeno suspiro de alívio, embora meus ombros ainda estivessem tensos.
“Aqui está.”
Os sons de uma cidade movimentada preencheram o ar quando o vídeo começou a ser reproduzido. Um grito agudo ecoou: [Kyaa!!]
Alguém gritou: [Está acontecendo uma briga!] A câmera se virou na direção da confusão.
Não era uma briga — era uma violência unilateral. Um garoto enfurecido golpeava outro com agressividade descontrolada.
O garoto que apanhava foi arremessado ao chão. Embora o áudio estivesse fraco, a voz do agressor carregava um tom inconfundível de raiva.
Ao lado do agressor, uma jovem permanecia calma. Ela não interveio, nem tentou detê-lo. Falou algumas palavras baixas antes de sair andando com o agressor.
A câmera focou brevemente no garoto ferido.
[Ei, você está bem? Não deveria tentar andar agora. Talvez devesse se deitar um pouco... Ei, ei, garoto!]
Cambaleando, o menino conseguiu se levantar e saiu do local.
A voz do Tio Gourmet permaneceu suave: [Espero que ele fique bem…]
O vídeo terminou ali.
Engoli seco. Na tela estavam rostos inconfundíveis — Aono Eiji, Amada Miyuki e Kondo Seiji, do time de futebol.
“O que acha? É o vídeo que você estava procurando? Eu já enviei essa gravação para a polícia. Talvez consiga mais informações se falar diretamente com eles…”
“Muito obrigado. Eu já suspeitava que fosse meu aluno. Poderia, por favor, me dizer a localização da delegacia para que eu possa ir até lá?”
Depois de conseguir o endereço, virei-me para a mãe do Aono e contei os detalhes do que tinha visto.
“Como eu suspeitava, era o Aono. O vídeo mostra claramente ele sendo atacado.”
A voz dela ficou fria, afiada, carregada de raiva contida.
“Sensei, talvez eu cause problemas para a escola, mas eu nunca vou perdoar quem machucou o Eiji. Nunca vou perdoar.”
Um professor comum talvez tentasse defender o futuro do agressor. Mas nossa escola é diferente.
“Não, Aono-san, essa é uma decisão que cabe à senhora. A escola não tem autoridade sobre isso. Mais importante, é nosso dever como professores garantir que os alunos compreendam quando cometeram algo errado. Um estudante que se desvia assim pode um dia fazer algo realmente irreversível. Também é nossa responsabilidade guiá-los e oferecer uma chance de redenção.”
“Obrigada. Desculpe, Onii-chan. Eu vou com o Takayanagi-sensei. Por favor, não conte nada ao Eiji ainda. Quero confirmar tudo primeiro.”
Sem perder tempo, seguimos para a delegacia onde os dados do vídeo haviam sido entregues.
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