Sessão 3
Capítulo 67 – Destino e Coincidência
— Perspectiva da Ai —
Deixei Amada-san para trás como se estivesse fugindo.
Afastei-me com uma sensação esmagadora de autoaversão por ter cruzado uma linha que não deveria.
Eu havia contado a ela sobre a tentativa de suicídio — algo que jamais deveria ter revelado. Achei que Senpai quisesse manter isso em segredo.
Minhas emoções saíram do controle, e eu não consegui contê-las.
Porque a pessoa que salvou minha vida foi levada ao desespero. O Senpai, que sempre foi tão gentil, foi empurrado até o limite por causa da malícia de outra pessoa — e, ainda assim, ela agiu como se fosse a vítima. Isso é imperdoável. Eu não sou uma santa o bastante para ver alguém tão bondoso ser distorcido pela crueldade dos outros.
Autoaversão e raiva — emoções tão negativas me engoliam por completo.
Mas, estranhamente, eu não me arrependia.
Considerando o quão bondoso Eiji-senpai é, talvez ele a perdoasse se ela se desculpasse.
Eu sabia que havia falado com Amada-san em nome dele. Mesmo que ela passasse a me odiar, pelo menos eu havia me erguido em seu lugar. Talvez, dessa pequena forma, eu pudesse retribuir um pouco.
Se não tivéssemos nos encontrado naquele telhado, Eiji-senpai teria morrido ali. Alguém como ele não deveria ter encerrado sua vida em um lugar frio e solitário, sem que ninguém soubesse. Ele merecia viver plenamente — com amor, uma família e felicidade.
Ele está em um nível completamente diferente de alguém como eu, que sobrevive se apoiando nos outros.
Ele merece ser feliz. Uma pessoa como Aono Eiji é alguém digno da alegria.
“Ai. Você é a única que deve ser feliz.”
“Desculpe. Deveria ter dito de outro jeito. Perdoe-me por ser uma mãe ruim, que só consegue dizer isso no fim. Eu sempre vou te amar.”
“Não se preocupe, você vai encontrar alguém que te ame.”
“Sua mãe sempre estará com você. Se eu tivesse um arrependimento, seria não poder te ver vestida de noiva.”
As últimas palavras da minha mãe ecoam na minha mente — palavras que tentei enterrar por tanto tempo. Elas se repetem, de novo e de novo.
Obrigada, mãe. Eu estava prestes a desistir, mas agora finalmente entendo o significado das suas palavras.
Me desculpe por tentar fugir. Me desculpe por ter buscado o caminho fácil.
Mas, finalmente…
Encontrei alguém que amo. Encontrei alguém que se importa comigo mais do que eu mesma.
“Quero ver o Eiji-senpai.”
Estou plenamente consciente do meu amor por ele. Amores do ensino médio costumam ser passageiros, mas quero acreditar que meus sentimentos por ele são eternos.
Começo a correr de volta para meu apartamento o mais rápido que posso. Mas, mesmo agora, o deus do destino sorri para mim.
À distância, vejo um homem acenando. É Aono Eiji. Eu, que finalmente aprendi o que é amar, não consigo deixar de acreditar que este momento fugaz é o destino.
“Senpai!”
Quase o abraço de tanta emoção. É só uma coincidência, mas o fato de eu ter desejado tão profundamente vê-lo de novo faz parecer que o destino nos uniu.
“Ichijou-san, que coincidência! Eu estava indo comer ramen no jantar. Gostaria de vir comigo?”
Ele ri suavemente. Percebo que se lembra de como, durante nosso encontro ontem, mencionei que nunca tinha ido a uma loja de ramen, mas tinha curiosidade.
Minha boca responde antes que minha mente perceba.
“Tudo bem? Eu adoraria ir!”
Mais do que tudo, fico feliz com a gentileza do Senpai.
— Perspectiva de Eiji —
Eu estava a caminho da loja de conveniência para tirar cópias das anotações que Satoshi havia me emprestado. No caminho, encontrei Ichijou-san, e acabamos comendo ramen juntos. Como ela é uma Ojou-sama, raramente tem a oportunidade de visitar lugares assim.
Ela comeu o prato recomendado com tanto entusiasmo.
Só isso já me deixou feliz.
Depois, acompanhei-a até o apartamento dela e então voltei para casa.
Fico feliz que ela tenha se divertido.
Enquanto caminhava, murmurando esses pensamentos tranquilos, notei um rosto familiar à frente.
Não havia como confundi-la com outra pessoa.
Meu coração começou a acelerar — uma sensação desconfortável e sufocante.
Era uma mulher que eu não queria ver novamente.
“Eiji?”
Minha antiga amiga de infância e ex-namorada, Amada Miyuki, me chamou com o rosto pálido e sem vida, como o de um zumbi.
A ex-namorada que eu nunca quis reencontrar estava ali, bem diante de mim.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios