Sessão 3

Capítulo 59 — Conflito Entre o Casal Infiel

 


 Perspectiva de Miyuki 

Caí de joelhos ali mesmo, mas depois de um tempo a tontura passou, e consegui me levantar. Parecia que Eiji e Ichijou Ai não tinham notado minha presença.

Comprei uma sopa na loja de conveniência — algo fácil de esquentar — e a comi assim que cheguei em casa. As refeições, que antes eram um momento agradável, haviam se tornado apenas uma obrigação para sobreviver.

O que será que o Eiji e a Ichijou Ai estão fazendo agora?

Estão jantando juntos no Kitchen Aono? Talvez tenham ido a um lugar mais sofisticado… ou quem sabe a noite de hoje seja ainda mais especial…

Minha cabeça girava. Mesmo com fome, não conseguia sentir apetite.

De repente, o Kondo-senpai ligou.

“Sim, aqui é a Miyuki.”

[Ei, Miyuki? O que você tá fazendo agora?]

“Eu estava comendo…”

[Preciso me acalmar. Pode conversar comigo um pouco?]

Normalmente, eu aceitaria o convite sem hesitar. Mas depois do que vi hoje — e daquelas fotos…

Além disso, ele sabia que minha mãe estava no hospital, e mesmo assim parecia completamente indiferente.

“Desculpa, não estou me sentindo bem.”

Agora eu percebia claramente: aos olhos dele, eu não passava de uma mulher para brincar.

[Por favor, só um pouco. Vem me ouvir!]

A insistência dele só me fez ter mais certeza da verdade.

“Senpai, você só me vê como um brinquedo, não é?”

Se fosse o Eiji, ele perceberia de imediato que algo estava errado. Se preocuparia com o meu tom de voz, perguntaria sobre minha mãe e, provavelmente, viria me ver.

Eu joguei fora um amigo de infância tão precioso…

[Hã? O que deu em você de repente?]

“Você nem se preocupa comigo. Além disso, eu vi uma foto sua com outra mulher entrando num hotel do amor.”

[Aquilo? É uma foto antiga, de antes da gente se conhecer. Ela estava me perseguindo! Agora tô ferrado porque essas fotos estão circulando no clube. É por isso que eu queria falar com você. Não quis te assustar.]

O pedido de desculpas dele soava vazio, sem um pingo de sinceridade.

“Entendo.”

[Isso mesmo. Por favor, acredita em mim.]

Sujo. Esse homem era completamente desprezível.

“A pulseira que eu te dei — aquela que eu mesma tricotei pra você usar no jogo — tá visível na foto. Ainda vai dizer que é antiga?”

[Isso é…]

Naquele momento, odiei a parte de mim que um dia foi tão ingênua e sonhadora.

“Não mente pra mim!”

Minha voz soou fria como gelo.

[I-isso deve ter sido photoshopado…]

Eu já tinha gostado tanto dele, mas agora até o som da voz dele me causava nojo.

“E então?”

A essa altura, era quase como se ele estivesse admitindo que era verdade. Se vai mentir, pelo menos inventa algo melhor.

[Tch!]

Ele estalou a língua, irritado. Essa mudança repentina no tom dele me deixou sem palavras.

“Eh…”

[Eu odeio quando garotas Menhera como você agem grudentas, fingindo ser minha namorada do nada. É irritante pra caralho.]

As palavras dele cortaram meu coração como uma lâmina. Eu já conhecia a verdadeira natureza dele, mas ouvi-la assim, de forma tão direta, ainda foi um choque.

“…”

[E aliás, que traição é essa de que você tá falando? A gente chegou a namorar? Não, não chegamos. Para de bancar a vítima e de se enganar. Você é uma das principais valentonas, não é? Com o seu histórico com o Aono, você é a pior aqui, sua vadia!]

A ligação terminou com aquele insulto repugnante.

“Por que eu joguei tudo fora por ele? Eu fiz algo que nunca poderei desfazer…”

Minhas palavras solitárias ecoaram pelo quarto vazio.

 

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