Sessão 3

Capítulo 51 — Próximo Encontro e o Arrependimento da Amiga de Infância

 


  Perspectiva de Eiji  

“Foi interessante.”

Ichijou-san falou comigo animadamente.

“Eu sei. Foi um filme muito bom. Eu sempre choro na cena da Guerra do Vietnã.”

É um filme que ganhou muitos prêmios famosos. Está na coleção de Blu-rays da minha mãe, então já o peguei emprestado e assisti várias vezes.

É realmente um ótimo filme. Dá pra aproveitar vendo em Blu-ray, mas nada supera a sensação de vê-lo no cinema.

“A parte final é um pouco triste, mas eu gosto justamente porque é muito próxima da realidade. É um filme que deixa a gente feliz. Foi ótimo assistir junto com você.”

Ichijou-san sorriu, satisfeita. Pensando bem, ela também conversou com a minha mãe sobre filmes. Mamãe é tão fã de filmes e séries estrangeiras que fez até uma assinatura de streaming na sala de descanso. Mesmo quando há algum filme que não está disponível, ela aluga o DVD e arruma tempo pra assistir, mesmo com a agenda apertada.

“Como eu disse, o filme foi lançado antes de eu nascer, então seria difícil vê-lo no cinema se não fosse por uma oportunidade como essa.”

Eu também nunca achei que teria a chance de ver na telona.

“Durante a pandemia da Covid, houve um tempo em que eles não conseguiam lançar novos filmes, então esse cinema sobreviveu exibindo relançamentos de clássicos. Os clientes gostaram, e parece que eles ainda mantêm sessões de reprises por causa disso.”

“Entendo. Bem, então vamos voltar quando começarem a exibir outro filme interessante.”

Falei isso sem pensar, mas logo percebi o peso do que havia dito.

Era como se eu tivesse acabado de marcar outro encontro com a garota mais bonita da escola.

Apesar do meu nervosismo, Ichijou-san riu.

“Você está me chamando pra outro encontro, né? Yatta! Mal posso esperar. Ainda tem tantos filmes bons que podemos assistir juntos. Ah, me conta também quais são os seus favoritos, Senpai!”

Ela respondeu na hora. E ali, senti nascer uma esperança — de que sempre haveria uma próxima vez.

 

  Perspectiva de Miyuki  

Por que deixei isso acontecer?

Por que fiz algo tão estúpido?

O arrependimento consumia meu coração.

Eu queria continuar o meu relacionamento feliz com o Eiji.

Eu sabia que era minha culpa.

Mas eu não entendia o porquê.

O que mais temia era que, se eu ficasse muito próxima do Senpai, alguém descobrisse e meu relacionamento com Eiji acabasse.

Então, de forma alguma, meu envolvimento com Kondo-senpai podia ser revelado a Eiji.

Achei que, quando Kondo-senpai se formasse no ensino médio, ele simplesmente sumiria da minha vida. Senti culpa por Eiji, mas me convenci de que seria só uma “brincadeira passageira”. 

Pensei assim pra justificar a minha traição.

É um desperdício não aproveitar a juventude. Tudo bem, eu tenho um namorado destinado a mim. Tudo bem enquanto a gente se ama.

Senpai havia preparado um meio de fuga pra mim. E eu aceitei.

Mas naquele dia…

O dia em que Eiji descobriu sobre o meu caso…

Meu coração foi despedaçado. Não pude mais voltar aos tempos felizes. O desespero e o medo de perdê-lo me consumiram.

Afinal, passei mais da metade da minha vida ao lado dele.

Foi terrível. Movida pelo desespero, tomei uma decisão egoísta.

Pra apagar o medo da rejeição, busquei o Senpai — o mesmo que dizia me amar. Se eu não pudesse mais ser feliz com Eiji, então tanto fazia o resto.

Desejos confusos, autodestrutivos. Foi isso que criou o meu arrependimento eterno — um que nunca desaparecerá.

No fim, perdi tudo.

Eu quero voltar!

Quero voltar!!

Quero voltar!!!

Quero voltar pra aquele dia.

Queria ter comemorado o aniversário do Eiji direito e rido ao lado dele.

Quero voltar pra antes de conhecer Kondo-senpai.

Quero voltar a ser a garota pura que não havia traído Eiji.

Eu sabia… Eiji era o único pra mim.

“Se eu nunca tivesse conhecido o Kondo-senpai, provavelmente ainda estaria rindo feliz ao lado do Eiji.”

Odiava a mim mesma por dizer isso.

Senti apenas nojo e ódio de mim mesma.

Mesmo sendo eu a traidora.

Sufocada, saí de casa pra tomar um pouco de ar.

Foi então que vi um envelope na caixa de correio.

Sem pensar, abri.

Dentro havia fotos.

Fotos que me arrastaram ainda mais fundo no turbilhão do desespero.

“Por quê? É mentira, né? Você disse que amava só a mim… Senpai, por favor… por favor… eu não quero que você me abandone também.”

Dentro do envelope, havia fotos de Kondo-senpai entrando na casa de uma mulher de forma íntima — de braços dados, sorrindo, parecendo felizes.

 

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