Sessão 2

Capítulo 50 — Encontro no Cinema e a Ex-namorada Perde Tudo

 

 Perspectiva de Eiji 

“Já que você comprou os ingressos, eu pago as bebidas e a pipoca. Deixa. eu. pagar. Tá bom?”

Ichijou-san insistiu, e eu aceitei.

Ela era magrinha, mas comia bem. Ontem, no almoço, terminou todo o prato com ostras fritas e ainda pediu mais. No Kitchen Aono, é possível pedir porções extras de arroz de graça, então muitos garotos atléticos e trabalhadores costumam ir lá.

Pipoca é a melhor parte de um filme, né? Pedi uma Coca, e Ichijou-san pediu um chá gelado de Earl Grey. Se eu não tivesse pulado o café da manhã, provavelmente teria pedido um cachorro-quente e batatas também.

“A vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar — dizem no filme —, e eu acho que é verdade. Porque agora, eu nunca imaginei que estaria num cinema assim com o Senpai.”

Não esperava ouvir uma citação tão famosa saindo da boca da Ichijou-san.

“Verdade. Também sou grato por essa oportunidade. Porque, se eu não tivesse conhecido você, Ichijou-san, acho que estaria bem mais infeliz…”

“E sem perceber, você faz as pessoas ao seu redor felizes também. Bem, acho que não é só comigo. Na verdade, o Senpai é cercado por pessoas boas — sua mãe, seu irmão, os professores da escola e até o Imai-senpai. Por mais difícil que seja, tem muita gente disposta a ficar do seu lado.”

“Mas foi a Ichijou-san quem estendeu a mão pra mim primeiro. Isso não muda o fato de que você é especial.”

Porque se não tivéssemos nos encontrado naquele terraço, e se o momento tivesse sido diferente por apenas alguns minutos, talvez uma tragédia tivesse acontecido.

A sessão começou.

O filme de hoje era Forrest Gump.

Um clássico do drama humano americano.

Conta a história de um protagonista com QI baixo, que é aceito pelas pessoas que o entendem — e que, por sua vez, também faz essas pessoas felizes. Apesar do tom leve, é um drama sólido ambientado na história moderna dos Estados Unidos.

De certa forma, minha situação atual me faz empatizar profundamente com o protagonista. Em tempos de necessidade, sou grato por quem me ajuda — e preciso retribuir.

Eu devo retribuir. Devo valorizar as pessoas que se importam comigo.

Perdi muito por causa daquele incidente. Mas, ainda assim, aprendi que há muitas coisas importantes ao meu redor.

E tudo isso foi graças à Ichijou-san.

Quando estendi a mão para pegar pipoca no balde, acabei tocando a mão dela por acaso. Ichijou-san soltou um pequeno “ah” e rapidamente puxou a mão de volta, assustada.

A reação inesperada dela me fez sorrir.

Queria que esse momento durasse pra sempre.

Pensando nisso, me deixei levar pelo filme.

 

 Perspectiva de Miyuki 

“Peço desculpas pelo meu filho idiota. Eu arcaria com as despesas da internação e qualquer outro custo.”

O pai do Kondo-senpai se curvou em sinal de arrependimento. Mas minha mãe nem sequer olhou pra ele.

“Não zombe de mim! Eu posso pagar esse valor sozinha. Nem quero ver a sua cara, então, por favor, vá embora agora!”

As palavras frias dela pareciam direcionadas a mim também — e isso me fez doer por dentro.

“Então deixarei meu cartão aqui. Se precisar de qualquer coisa, entre em contato.”

O pai do Senpai saiu, deixando um envelope de dinheiro sobre a mesa.

“Ei, Miyuki. Eu não te entendo. Aquele cara, o Kondo, te deu em cima mesmo sabendo que você tinha namorado, não foi? Por que gosta de um tipo desses?”

“…”

Não consegui responder.

“Entendo. Não quer responder. O que você fez é errado como ser humano. Eu falhei em te ensinar algo tão importante. Sou mesmo uma mãe horrível.”

Fiz minha mãe — que me criou sozinha — dizer algo tão cruel. Dominada pelo desespero, tremi e comecei a chorar.

“Desculpa…”

“Não peça desculpas pra mim. Vá pra casa. Me deixe em paz!”

As palavras dela foram como uma lâmina fria cravando no meu coração.

 

****

 

 

Em frente de casa, vi outra pessoa que eu não queria encontrar — não depois de tudo.

Imai Satoshi.

Melhor amigo do Eiji. E meu amigo de infância desde o ensino fundamental.

“Satoshi…”

Eu já sabia o que ele diria. Finalmente, havia chegado o momento — o dia em que perderia tudo.

“Faz tempo, Miyuki. Você sabe por que eu vim, né?”

“Sim.”

Até minha mãe me rejeitou. Era meu destino perder tudo.

“Não posso mais considerar a Miyuki minha amiga. Era só isso que eu queria dizer. Obrigado por tudo.”

Ele encerrou nossa amizade e foi embora.

Corri até a porta de casa e desabei em lágrimas.

 

 

Traduzido por Moonlight Valley

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