Sessão 2
Capítulo 44 — Amizade, a Natureza do Canalha e Duas Pessoas se Aproximando
— Perspectiva do Endo —
“Sim, eu esqueci uma coisa. Tem uma prova na próxima semana — vocabulário de inglês. Esqueci meu caderno de vocabulário, então voltei pra pegá-lo.”
Usei a desculpa que já tinha preparado. Por mais perceptivo que o Imai-kun fosse, não havia como ele desconfiar de mim.
“Entendo. Mas não se esforce demais, tá? Se me avisar, eu fico feliz em levar até a sua casa…”
“Não daria certo. Deixei trancado no armário, afinal.”
Ele pareceu convencido, então segui para o que realmente importava.
“Aliás, o Aono-kun está bem? Tenho estado preocupada e tentei falar com ele, mas ele não visualiza minhas mensagens.”
Talvez ele esteja evitando o celular. Se eu estivesse no lugar dele, faria o mesmo. Quando a situação fica insuportável, checar as redes sociais se torna assustador.
“Oh, de certa forma, sim. Obrigado, Endo, por se preocupar com ele também. Bom saber que não somos só nós — ainda há pessoas que se importam.”
“Claro. O Aono-kun não é o tipo de pessoa que os boatos fazem parecer.”
“Então vamos visitá-lo juntos. Ele está tendo aulas especiais agora. Graças ao Takayanagi-sensei e aos outros, parece que está se recuperando bem. Tenho certeza de que ele ficaria feliz em te ver.”
Obrigado, Imai-kun. Essa informação… vai ser uma parte crucial da minha vingança.
Parece que dá pra confiar na escola. Isso torna a Hipótese 1 mais provável.
Vou fornecer à escola as provas fotográficas e ver como eles lidam com isso.
A escola deve ter um número de fax. É um método ultrapassado, mas se eu enviar anonimamente, eles não saberão quem mandou.
Pra garantir que levem a sério, também deixarei um envelope com as fotos na caixa de correio da escola, endereçado ao Takayanagi-sensei.
Esse será o primeiro passo da minha vingança.
“Bem, eu vou indo pra casa por hoje. A gente se vê depois.”
Encerrei a conversa mantendo a compostura. Não podia envolver o Imai-kun na minha vingança. Não queria que ele virasse alvo do Kondo e de seu grupo.
“Tá bom. Se cuida, Endo. Espera… ahm… desculpa… não, deixa pra lá…”
Ele, que normalmente era direto, parecia hesitante.
“Sim?”
“Não se force demais. Se as coisas ficarem muito difíceis, pode contar comigo ou com o Takayanagi-sensei, tudo bem?”
Por um instante, o tempo parou.
Ele sabe? Como poderia?
Percebi que minha expressão azedara e forcei um sorriso.
“Ah, ah, você está falando do meu resfriado, né? Obrigada por se preocupar.”
Desviei o assunto. Ele riu.
“Haha, sim, do seu resfriado. É muito esforço vir até aqui só por um caderno de vocabulário…”
Nem justificamos nem negamos nada. Apenas rimos, como se tivéssemos nos entendido em silêncio.
Nos separamos com um entendimento mútuo, silencioso.
— Perspectiva do Kondo —
Finalmente fui liberado. Meu pai decidiu ficar um tempo com a Miyuki e a mãe dela, achando que seria menos complicado, então me mandou pra casa.
Droga, depois de todo aquele alívio, agora estou estressado de novo.
Olhei a agenda no celular.
Lembrei que amanhã teremos um amistoso. Uma escola de outra província virá nos visitar. Se for assim, eu vou derrotá-los e—
Vou brincar com o Brinquedinho nº 1, que disse que viria me apoiar.
“A vida é divertida.”
— Perspectiva do Eiji —
O tio Minami disse que queria conversar com minha mãe sobre algo, então a Ichijou-san e eu fomos dar uma volta no parque próximo pra passar o tempo. Quando voltássemos, eu tinha certeza de que meu irmão já teria terminado de fritar suas ostras especiais.
“Enfim, a semana acabou, né?”
“Sim, graças a você, conseguimos passar por ela.”
Uma semana turbulenta finalmente chegava ao fim.
Com as férias de verão terminadas, a primeira semana de aula teve apenas três dias — e agora o fim de semana estava chegando.
O Takayanagi-sensei me disse: “Você deveria fazer outra aula especial neste fim de semana, mas, sinceramente, acho melhor apenas descansar. O cansaço vai desaparecer quando a tensão diminuir.”
Pretendia seguir o conselho dele.
Pra ser sincero, fiquei um pouco desapontado por não ver a Ichijou-san. Mas—
“Ei, Senpai? Posso te pedir um favor egoísta?”
“Claro.”
Não só um — quantos ela quiser. E esse? Eu atenderia imediatamente.
“Conto com você, então. Aqui vai.”
Ela sorriu, abaixou um pouco o olhar, parou e ficou de frente pra mim. Com o sol poente atrás dela, me encarou fixamente.
“Quer sair comigo neste fim de semana?”
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