Sessão 2

Capítulo 45 — Promessa de Encontro

 

 

Não pude evitar um suspiro ao ouvir o convite da Ichijou-san. Tenho certeza de que os rapazes da escola sonham com esse tipo de convite. Será que realmente tudo bem eu aceitar?

Fiquei um pouco nervoso por um instante. Mas estar perto da Ichijou-san já virou algo normal pra mim. Para ser honesto, vou sentir falta de vê-la durante as férias.

Já que saímos ontem, esse convite para um segundo encontro me deixou muito animado.

“Ah, você tem certeza… Eu?”

“Sim. Eu quero você. Pedi porque é você.”

Um encontro num dia de folga é um passo maior entre homem e mulher do que um passeio depois da aula. Claro, eu e a Miyuki já tínhamos feito isso muitas vezes antes. Não é a primeira vez pra mim, mas é mais empolgante do que eu esperava.

“Obrigado. Eu topo.”

Respondi com um sorriso que mal saiu.

Ela soltou um suspiro de alívio e respondeu com um pouco de amargura:

“Senpai, você é muito cruel. Eu sabia que você ia aceitar, mas você enrolou e me deixou preocupada.”

“Desculpe, eu nunca imaginei que sairia num encontro de feriado com a Ichijou Ai.”

“Eh… O-o que você tá dizendo, Senpai… Baka.”

É divertido provocá-la quando ela fica tímida e envergonhada.

“Então, pra onde a gente vai?”

“Quero ir às lojas perto da estação. Também tem um filme que quero ver. O que acha?”

“Filme, hein? Parece ótimo. Eu também gosto de filmes.”

Quando escrevia romances, me aconselhavam a estudar várias histórias, então assistia filmes sempre que podia. Dizem que meu gosto por filmes me faz parecer um tio. Deve ser influência do meu irmão. Meus filmes favoritos são The Shawshank Redemption e 3 Idiots. Pois é, não são escolhas muito de aluno do ensino médio.

“Yatta! Na verdade, estão reprisando clássicos no cinema perto da estação! É um filme de antes da gente nascer, sempre quis ver na tela grande. Tudo bem pra você?”

Oh, que surpresa! Não esperava o gosto da Ichijou-san por filmes clássicos ser tão bom.

Será que ela também é fã de cinema? Que agradável surpresa.

“Uau, você tá empolgada. Qual é o título?”

“Forrest Gump!”

Não pude conter uma risada com a escolha dela. Mas me alegrou muito combinar com o meu gosto também.

“Ótimo. Também é um dos meus favoritos.”

“Ah, o Senpai também? Graças a Deus.”

Rimos muito falando sobre filmes.

****

Depois, jantamos no Kitchen Aono.

O Tio Minami já havia terminado de conversar e estava fechando a refeição.

Prato de hambúrguer ao vapor — um dos mais populares desde que o restaurante abriu. Um hambúrguer cozido lentamente num molho demi-glace especial e coberto com um ovo. O Tio Minami comeu animado como se voltasse à infância.

“A primeira vez que vim aqui comi isso também. É realmente bom. Eles mantiveram o gosto da época...”

Meu irmão parecia contente ao ouvir as memórias do Tio Minami.

“Aqui está~”

Minha mãe trouxe o prato de ostras fritas. Como o restaurante não estava cheio, ela pôde servir a Ichijou-san na sala principal em vez da área de descanso.

“Uau, isso parece delicioso. Vem até com camarão empanado. Tem certeza?”

“Tá tudo bem. É só um agrado especial! Coma bastante!~”

Minha mãe ainda adorava a Ichijou-san. A quantidade de molho tártaro estava claramente acima do normal, e ainda havia camarão empanado ao lado. Uma bênção.

Ela e o Tio Minami agiam normalmente, como de costume. Dei-me conta de que faziam isso para não me preocupar. Agradeci muito.

Ao ver a idol da escola comer as ostras fritas com tanto prazer, senti-me realmente grato pelo ambiente no qual fui abençoado.

 

— Perspectiva da mãe do Eiji —

Peguei um tempinho com a Ai-chan depois que ela terminou de comer e a levei até a sala de descanso.

Precisava dizer algo importante.

“Obrigada, Ai-chan.”

Ela balançou a cabeça ao ouvir-me.

“Não, eu que agradeço pela refeição deliciosa. As ostras de hoje estavam incríveis também.”

Ela é realmente uma moça tão boa. É até demais pra o Eiji.

“Fico feliz que tenha gostado.”

Na verdade, adoraria tomar um chá com ela enquanto temos uma conversa entre garotas

Mas isso fica pra depois que todos os problemas estiverem resolvidos.

“Ichijo Ai-san.”

Chamei-a pelo nome com firmeza. Ela pareceu surpresa, mas rapidamente recompos-se. Parecia entender imediatamente o que eu queria dizer.

“Obrigada. Obrigada por acreditar no meu filho. Por apoiar o Eiji. Como mãe, não tenho palavras. Fico tão grata por você ter ficado ao lado do Eiji. Obrigada.”

Fiz uma profunda reverência. Segundo o Takayanagi-sensei, o bullying começou no primeiro dia de aula — isso significa que os boatos já circulavam antes.

Ai-chan foi uma das poucas aliadas do Eiji enquanto ele estava cercado de inimigos. Uma garota gentil que ajudou meu filho, mesmo correndo riscos por isso. E, claro, o Imai-kun também. Devo uma gratidão imensa a ambos.

Queria agradecê-los de verdade. Não sei o quanto a presença deles salvou a vida do meu filho.

“Mãe, levanta a cabeça, por favor. Eu não fiz nada de heroico. Quem foi salva fui eu. Estou com o Eiji-senpai por minha livre e espontânea vontade.”

Ela realmente é um anjo. Instintivamente, a abracei.

Ela pareceu feliz e se aconchegou no meu abraço.

“Se algo acontecer com você, vou te ajudar, com certeza. Você não ficará sozinha.”

Ela respondeu alegremente, “Sim.”