Sessão 2
Capítulo 38 — Pedido de Desculpas de uma Membro Júnior do Clube
— Perspectiva do Eiji —
Hayashi-san… sua a expressão preocupada que não mudava, deu um passo à frente e abaixou o olhar.
“Hayashi-san, você tem algo a dizer, não é?”
Ichijou-san a cutucou de leve, e ela assentiu. Ela devia ter ajudado Ichijou-san a recuperar meu manuscrito. Relaxando a expressão tensa que eu tinha antes, decidi tratá-la como uma amiga.
Ao ver minha atitude mais tranquila, ela pareceu um pouco aliviada. Então, com a voz trêmula, quase chorando, começou a falar:
“Me desculpe, Aono-senpai!”
Ela se curvou profundamente — com tanta força que temi que sua testa batesse no chão. Permaneceu naquela posição.
“Você sempre foi tão gentil comigo durante as atividades do clube, Senpai. Mas eu tive medo de confiar em você, deixei-me levar pelos outros. Desculpe por não ter protegido seu manuscrito precioso como a Ichijou-san fez. Eu devia ter te ajudado… Me desculpe por não ter feito isso.”
Mesmo sem ver bem o rosto dela daquele ângulo, dava pra perceber as lágrimas escorrendo por suas bochechas.
As gotas caíam no concreto, deixando manchas escuras que logo sumiam.
“Eu sou a pior. Eu sabia que você nunca faria as coisas que aqueles boatos diziam, mas fiquei com medo de enfrentar o grupo sozinha.”
A voz trêmula e o corpo dela, que tremia de arrependimento, eram dolorosos de ver.
Ela não tinha me atacado diretamente, ao contrário da gerente. Quando olhei as redes sociais mais cedo, percebi que ela era a única do Clube de Literatura que ainda não tinha me bloqueado.
Ela não era quem devia se desculpar. Eu queria que aqueles que realmente me feriram mostrassem a mesma sinceridade que ela estava mostrando. Embora, mesmo que o fizessem, não seria fácil perdoar.
Por ora, só queria ouvir o que ela tinha pra dizer.
“Levante a cabeça, Hayashi-san. Você não fez nada diretamente comigo. Além disso, ajudou a Ichijou-san a recuperar meu manuscrito.”
“Mas…”
A realidade é cruel. Os honestos costumam sofrer, enquanto os falsos vivem sem peso na consciência.
Pelo jeito dela, mesmo que eu a perdoasse, ela não se perdoaria. Carregaria esse fardo por muito tempo, mesmo sem ser a culpada principal — apenas alguém arrastada pela situação. Então, decidi falar com clareza.
“Você já pediu desculpas, Hayashi-san. E isso significa muito pra mim. Além da Ichijou-san, do meu amigo Satoshi, dos meus pais e dos professores, você é a primeira pessoa a mostrar que acredita em mim. Saber que ainda há pessoas me apoiando já é o bastante pra me deixar feliz. Então, por favor, perdoe a si mesma.”
Ao ouvir isso, as lágrimas voltaram a escorrer. Assustada, Ichijou-san rapidamente a envolveu num abraço, tentando acalmá-la. Ela era realmente bondosa — a verdadeiro idol da escola.
“Está tudo bem, Hayashi-san. Sua sinceridade chegou até o Senpai,” disse Ichijou-san suavemente. “Eu sou a melhor amiga dele, pode confiar em mim.”
Ela acariciou a cabeça de Hayashi-san e segurou seu corpo trêmulo com ternura. Parecia uma santa. A cena era linda demais.
“Desculpa, desculpa, desculpa…”
Entre soluços, ela repetia sem parar.
Quando finalmente parou de chorar, nos despedimos e voltamos pra casa juntos.
No terceiro dia, as pessoas já não nos olhavam de forma estranha. É assustador como os outros se acostumam rápido.
“Acho que a Hayashi-san quer sair do Clube de Literatura.”
“Hã? Entendo…”
Ao ouvir isso, senti um certo alívio. Continuar naquele clube seria perigoso pra ela.
“Obrigada por tudo. Por que você é tão gentil assim?”
Eu realmente devia muito à Ichijou-san.
“Isso também vale pra você. Aquele dia no terraço, você arriscou a própria vida pra salvar alguém — uma aluna que mal conhecia. Você se molhou todo no processo. Qualquer um que tentasse impedir alguém naquela situação podia ter caído junto.”
“Foi só um impulso.”
“Mesmo assim, a maioria das pessoas não teria feito o mesmo. Na hora eu só agi por desespero, mas agora fico realmente grata por estar viva. E é tudo graças a você.”
“Você está até ajudando… a mim e à Hayashi-san?”
Pra ser honesto, eu tinha recebido tanta gentileza dela que não parecia merecer. Sentia que passaria a vida toda tentando retribuir.
“Eu sei que você perdeu muita coisa por causa desse incidente. Não sou ninguém pra dizer isso, mas nem tudo foi embora. Ainda há pessoas como a Hayashi-san que acreditam em você. Eu só queria que o Senpai lembrasse disso.”
Ela sorriu timidamente, o rosto iluminado. Contra o pôr do sol, a imagem dela era tão linda que eu mal conseguia encarar.
“Mas a melhor coisa de tudo isso foi ter conhecido você, Ichijou-san.”
Corando um pouco, falei o que realmente sentia. Ela respondeu, envergonhada:
“Isso não é justo, Senpai… baka.”
Ver seu rosto corado me fez sentir uma felicidade genuína.
— Perspectiva da Miyuki —
O que eu faço? O que eu faço? Minha mãe descobriu sobre a prisão. Eu odeio isso. Odeio tanto!
O que eu poderia dizer pra ela? Não era só sobre o Eiji — eu traí minha própria mãe.
Sentada, tremendo e pálida, esperei o momento do julgamento.
“Amada-san, sua mãe chegou,” disse uma policial em voz baixa.
Quando a porta se abriu, ela me olhou com uma expressão vazia.
“…”
Nunca vou esquecer aquele rosto. Isso é castigo divino.
“Miyuki? Por que você está aqui? Eu procurei por você desesperadamente desde ontem. Até tirei folga do trabalho. Por que você não está com o Eiji-kun? Quem é o garoto com quem você foi presa? Que tipo de relação você tem com ele?”
A voz dela era fria, sem um traço da ternura que eu conhecia.
“Eu… eu…”
Eu estava à beira das lágrimas. Mesmo tentando falar, minha voz falhava.
“Eu… eu fui na casa da Aono-san ontem à noite, sabe?!”
Mas mamãe me interrompeu — com palavras cheias de desespero.
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