Sessão 2

Capítulo 37 — Canalha Tentando se Proteger e Aula de Inglês com o Diretor

 


 Perspectiva do Kondo 

Droga, droga, droga! Eu nunca vou perdoar quem armou isso pra mim!

Fomos levados para a delegacia mais próxima, onde os policiais nos deram uma bronca daquelas.

“Não tem vergonha? Um estudante do ensino médio matando aula pra ir a um lugar desses!”

“Sua mãe até fez um boletim de ocorrência de desaparecimento porque você não voltou pra casa, Amada-san!”

“Você ainda é estudante! Não devia agir de forma tão irresponsável!”

“Vamos entrar em contato com sua mãe!”

Ao ouvir que chamariam a mãe dela, Miyuki entrou em pânico, se mexendo inquieta enquanto implorava:

“Por favor, não façam isso.”

Mas o policial foi implacável.

“Não, temos que fazer isso. Sua mãe registrou o desaparecimento. Ela está desesperada. Você é uma estudante do ensino médio, devia saber se comportar!”

Ao ouvir isso, Miyuki começou a chorar.

Mas pra mim, aquelas palavras soaram como um lampejo de esperança.

Pelo jeito que o policial falou, parecia que eles não iriam avisar a escola. Essa era minha chance. Eu só precisava colaborar. Antes eu resisti, mas agora era hora de parecer cooperativo. Se eu interpretasse bem o papel, sairia dessa limpo.

“Miyuki não é uma má pessoa. A culpa é minha. Fui eu quem a pressionou. Ela brigou com a mãe ontem à noite e não tinha pra onde ir, então eu a convidei. Se alguém precisa ser punido, que seja eu, mas…”

E aí? Aposto que pareço o namorado perfeito, protegendo a namorada indefesa.

“Não, mesmo dizendo isso, ainda precisamos avisar a mãe dela. É nosso dever.”

Te peguei!

O importante agora era garantir que não informassem a escola. Minha reputação — e minha recomendação pra faculdade — ficariam intactas. Eu só precisava que meu pai viesse resolver tudo.

“Então eu mesmo vou pedir desculpas à mãe da Miyuki.”

Disse isso, fingindo tremer a voz. Se eu chorasse, seria perfeito.

Afinal, sou filho de um político. Enganar pessoas está no sangue.

“Certo, mas não deixe isso acontecer de novo!”

Eu tinha certeza de que escaparia. Agir como o namorado arrependido, disposto a se humilhar, sempre funciona.

 

****

 

Cerca de uma hora depois, meu pai chegou.

“Peço desculpas pelo transtorno causado pelo meu filho tolo.”

Ele se desculpou com uma sinceridade que parecia real.

Esse é o talento de um político — fingir arrependimento com perfeição.

Baixinho, ele sussurrou pra mim:

“Escute, a escola não vai se envolver, mas esse incidente pode causar um escândalo. Eu vou concorrer a prefeito no ano que vem. Diminua essas suas aventuras com mulheres e fique fora dos holofotes por um tempo. Vou garantir que isso não se espalhe pela cidade, mas não deixe isso prejudicar minha campanha.”

Ah, a vida é boa demais. Tenho muita sorte de ter um pai como ele. Ser filho de alguém influente é realmente maravilhoso.

O que eu não esperava, porém, era a reação da mãe da Miyuki quando chegou.

 

 Perspectiva do Eiji 

Hoje, voltei pra casa com Ichijou-san novamente.

“Senpai! Como estão indo suas aulas especiais?”

“Acho que bem. Estão mais fáceis de acompanhar do que eu imaginava.”

A atenção individual dos professores ajudava bastante.

Surpreendentemente, o próprio diretor era quem me dava aula de inglês.

“Aono-kun, sei que nossa escola te fez passar por maus bocados antes. Peço desculpas sinceras. Se tiver qualquer dificuldade, pode procurar o Takayanagi-sensei, a Mitsui-sensei ou a mim. Estamos aqui pra te apoiar.”

Ele disse isso com sua grande presença transmitindo uma gentileza acolhedora.

Em uns vinte minutos, ele conseguiu revisar pontos essenciais de gramática, vocabulário e expressões importantes do livro de forma simples e envolvente.

“Vamos usar o tempo que resta pra reforçar sua escuta e conversação.”

Sugeriu ele com um sorriso. Ele usou o computador pra tocar trechos de comédias estrangeiras, com falas muito mais rápidas e naturais do que os áudios típicos das aulas.

Sempre que surgia algo importante, ele pausava e explicava:

“Viu aqui? Essas palavras se fundem na fala. É assim que nativos soam.”

“E essa palavra, [wanna], não aparece muito no inglês ensinado nas escolas japonesas. Mas no inglês americano, é usada o tempo todo. Os britânicos consideram mais coloquial, mas significa o mesmo que [want to]. Já viu o filme Armageddon? A música tema usa: ‘I don’t wanna close my eyes, I don’t wanna fall asleep.’”

As explicações dele eram não só claras, mas também fascinantes. Eu sabia que ele jogava rugby, mas sua paixão por filmes e sua imensa coleção de DVDs e Blu-rays davam um toque especial às aulas.

O drama que ele escolheu — uma comédia romântica sobre gênios da ciência socialmente desajeitados — era um dos meus favoritos. Parecia até que ele tinha escolhido de propósito pra me motivar.

“Eu não fazia ideia de que as aulas do diretor eram tão divertidas…”

Disse Ichijou-san, genuinamente impressionada.

“Senpai, você tem sorte de estar cercado por pessoas tão boas.”

Ela tinha razão. Até eu me surpreendia com o quanto de apoio estava recebendo. A garota ao meu lado, que conheci há tão pouco tempo, já era uma das pessoas que mais me compreendia.

“Então, Senpai, ahm… Desculpa se for meio repentino, mas tem alguém que eu quero que você conheça.”

Ichijou-san virou-se em direção ao portão da escola, onde vi Hayashi-san, uma aluna mais nova do Clube de Literatura, parada com um olhar nervoso. Seus olhos brilhavam, como se estivesse prestes a chorar.

 

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